História SAVE ME (Vkook - 2 temp.) - 07. invasão

Namjoon estacionou o carro uma quadra antes da delegacia. Suspirei, aquele plano tinha que funcionar, Jungkook agora dependia de nós, e não podíamos falhar e estragar tudo.

— Certo — estalei os dedos em nervosismo —, vocês sabem o que tem que fazer, não sabem?

— Você pode explicar mais uma vez? — Hoseok me olhou sôfrego.

Reviro os olhos, abraçando-o de lado.

— Primeiro o Yoongi vai entrar na recepção e distrair a secretária — mostro a planta do lugar que havia conseguido. — Então entramos sem chamar muita atenção, o Namjoon vai entrar nessa sala às 15:55 — apontei um quadrado no papel —, a sala de câmeras, eles trocam a guarda no intervalo de oito minu...

— Espera, espera! — Hobi ergueu a mão me interrompendo. — Como você sabe de todas essas coisas?

— Você quer mesmo saber? — Ergo uma sobrancelha, divertido.

Ele engole em seco e balança a cabeça negativamente. Voltei a explicar:

— Nesse meio tempo em que o Namjoon está na sala de câmeras, eu vou entrar na sala de provas, Hoseok irá ficar de guarda no lado de fora. Assim que entrarmos o Yoongi vai voltar para o carro pronto para partir quando chegarmos. Eu vou fazer tudo o preciso e saímos de lá, simples.

— Se nós formos pegos eu vou matar você — Yoongi pôs o dedo em meu peito e eu ri.

— Vai dar tudo certo, não se preocupem — olhei no relógio de pulso. — Já são 15:48, temos que ir.

Saímos do carro as pressas. Olho para Yoongi e dou tapinhas fracos em seu ombro, encorajando-o. O vejo respirar fundo e caminhar até a mulher que estava perto do bebedouro. Alguns segundos depois a ouço rir fraco e seu rosto ruborizar. Yoongi era muito bom em cantar pessoas, pelo visto.

Agarro o pulso do Hoseok e o puxo, fazendo um sinal para Namjoon para o caminho que ele deveria seguir. Ele assente e anda despreocupadamente para lado oposto de nós. Volto a andar com Hoseok em meus calcanhares tremendo feito vara verde sempre que um policial passava ao nosso lado. Olho outra vez no relógio, 15:56, uma mensagem do Namjoon pisca no ecrã do meu celular.

Namjoon: Já estou dentro.

— O Jin vai matar a gente — Hoseok murmurou enquanto eu arrumava a mochila nas costas.

Sorrio para ele e abro a porta da sala de provas, adentrando o cômodo frio. Ando entre as prateleiras cheias de caixas, droga, como eu iria achar a caixa certa? Olho envolta e noto que as prateleiras estavam classificadas em ordem alfabética, e em cada caixa tinha uma etiqueta com nomes. Corro por entre as prateleiras até chegar na letra J, onde acho uma caixa com o nome Jeon Jungkook e o número de série escrito em negrito. A abro e ligo a lanterna do celular, lá haviam várias coisas do Jungkook, incluindo seu desenho que havia feito para mim. Remexo ali dentro até achar o seu celular e um suspiro aliviado escarpa por entre meus lábios.

Apoio meu notebook numa da caixas e ergo a tela com o coração acelerado. Puxo um cabo USB e conecto o celular do Jeon ao notebook, onde ele começava a realizar um backup. Engulo em seco e troco o peso dos pés, quase escorregando por conta de uma poça de água que começava a se formar embaixo de uma goteira. Ouço meu celular apitar no bolso.

Hobi: Você tem que sair daí.

Hobi: Agora!

Ouço a porta se abrir segundos depois e ouço vozes.

— Merda — murmuro puxando o notebook junto ao celular. O backup estava quase completo.

Ouço passos pesados se aproximando de onde eu estava, me escondo atrás de um amontoado de caixas com o coração prestes a sair pela boca e o suor de nervosismo me escorrendo o rosto e costas.

— O que nós viemos pegar mesmo? — Ouço uma voz grave perguntar.

— Hum, Jeon Jungkook, essa daqui.

Ah, não. O celular não estava lá dentro, eles iriam dar falta e iriam ter que rever as gravações das câmeras e eu estaria ferrado. Backup completo. Encaro a tela do notebook e desplugo o celular do cabo.

— O que é isso?

Arregalo os olhos. Oh, não.

— Temos que chamar o encanador, isso aqui está caído aos pedaços.

Volto a respirar normalmente. Espio por entre uma fresta entre duas caixas e vejo que os dois policias estão distraídos olhando a goteira. Encaro a caixa deixada no chão e estico o braço, enfiando o aparelho de volta a seu lugar. Puxo a mão de volta no momento em que um deles se agacha e pega a caixa. Suspiro aliviado quando ouço seus passos se distanciarem.

Eu: Onde você está?

Hobi: Do lado de fora, venha rápido.

Guardo o notebook de volta na mochila e a ajeito de volta nos ombros, praticamente correndo para fora da sala. Olho para o lados e vejo que não há ninguém por perto, mas quando estou prestes a virar o corredor ouço uma voz me chamar.

— Ei! Você aí garoto!

Me viro devagar, apertando as alças da mochila contra o peito. Eu estava ferrado. Vejo o policial se aproximar com cara de poucos amigos.

— Sim? — Tento manter minha voz firme.

Ele me encara por um tempo.

— Você viu um cara alto com um chapéu azul passar por aqui? — Gesticulou com as mãos e eu quase, quase ofeguei de alívio.

— Não — balanço a cabeça.

— Ok então — diz e começa a se distanciar.

Volto a andar com passos rápidos e pesados, passo pela recepção de cabeça baixa e saio para fora. Finalmente. Começo a andar normalmente, como se nada tivesse acontecido e eu não tivesse acabado de invadir uma delegacia de polícia. Pulo para dentro do carro de Namjoon e Yoongi começa a acelera-lo. Eles me encaravam ansiosos.

— Eu consegui — sorrio, limpando a fina camada de suor da minha testa.

{...}

— E agora? — Hoseok apoiou as mãos na escrivaninha.

— Nós esperamos — encaro a tela do notebook. — O programa está decodificando o IP do número desconhecido, assim que ele fizer isso, vai decodificar todos os números dessa região, e se não encontrar nada, irá para a próxima e para a próxima até encontrar um IP que bata com o do número que ligou para o celular do Jeon.

— E temos que esperar por quanto tempo mais? — Namjoon se jogou em minha cama parecendo exausto.

— Horas, dias... E talvez até semanas.

Yoongi franze o cenho, suspirando impaciente.

— Não vai ser fácil, mas temos que tentar, pelo Jungkook — fecho os olhos com força. — É a nossa única chance a não ser esperar. Eu quero ele volte.