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História Segredos de um mundo paralelo. - Sonhos


Escrita por: MillaFerraz

Capítulo 3 - Sonhos


Fanfic / Fanfiction Segredos de um mundo paralelo. - Sonhos

    O sol estava quente e havia pessoas conversando entre as árvores. Ouvi um barulho de água caindo e logo identifiquei como sendo uma cachoeira. A medida que eu me aproximava o barulho ia ficando mais forte, mas a cachoeira parecia estar embaixo dos meus pés. Quando me aproximei o bastante pra ver o penhasco percebi que a cachoeira ficava embaixo dele. O lugar era lindo, o sol brilhava muito. Comecei a sentir muita cede, então fui em direção ao senhor vendendo água e pedi uma, mas ele continuou o que estava fazendo sem olhar pra mim, ele não me ouvia nem me via. Percebi então que ninguém me via, e por mais que eu tentasse, não conseguia esbarrar nas pessoas.
  Continuei seguindo pela trilha sem saber exatamente onde ir, até o avistar. Era o meu  pai, ele estava sentado do lado do rio, sorrindo pra mim. Me aproximei, e ele começou a dizer alguma coisa, mas eu não conseguia entendê-lo. A imagem começou a sumir, eu estava despertando. Lutei o quanto eu pude mas não foi o bastante, só tive tempo de ouvi-lo dizer algo parecido com “Preciso de você para protegê-la”.  Eu não compreendi sobre o que ele estava falando antes que a luz da tarde invadisse meus olhos.
  Acordei sobressaltada, ainda querendo entender o que estava acontecendo. A mamãe correu na minha direção com cara de preocupação.
- Ana, como está se sentindo? Não vou trabalhar hoje. Ficarei aqui pra cuidar de você. – Ela disse passando a mão no meu cabelo.
- Estou bem, só a cabeça que ainda dói um pouco. Não precisa atrasar seu trabalho mãe, peço o Jessye pra me fazer companhia. – Eu disse, sentindo uma súbita saudade do Jess. E também evitando um pouco os questionamentos da minha mãe.
- Ah, já ia me esquecer, o Jessye passou aqui esta manhã, ele trouxe uma flor e um cartão pra você. Me pediu que eu entregasse e dissesse que ele vai ter que passar o dia cuidando da Suzy. – Ela falou trazendo a flor amarela e o cartão mal acabado do Jess.
   Abri o cartão e me deparei com a seguinte frase:
Sentirei falta de você hoje, talvez até mais que nos últimos meses, por favor, tire o dia de folga e não se meta em confusão.
  Acho que eu fiz cara de riso porque minha mãe me olhou com curiosidade, mas seu olhar também sorria.
- Esse garoto faz muito bem pra você. É como se ele fosse seu anjo da guarda. Todas as vezes que você se machuca, ele está lá, quando você está triste, ele consegue te animar, quando está concentrada, só ele tira sua concentração. – Ela disse sorrindo e ao mesmo tempo me acusando.
- É, ele é muito importante pra mim. – Eu disse devolvendo a flor e o cartão para minha mãe guardar.
- Mas apesar dele ter salvado você seja lá do que tenha sido, ontem, eu gostaria de ouvir de você o que foi que houve com vocês. – Minha mãe disse, ficando mais séria.
- O Jessye não contou pra você? – Eu disse tentando fugir do assunto, mas não obtendo muito sucesso. Teria que pensar em algo melhor, talvez meias verdades funcionassem.
- Ele só me falou que vocês estavam correndo em um lago e você caiu,  bateu a cabeça em alguma coisa e desmaiou. Quando ele chegou com você nos braços, conferi o machucado, mas não havia nenhum, chequei seus sinais e estavam ótimos, você parecia estar simplesmente dormindo. Estava me preparando para leva-la no hospital quando você acordou e demonstrou estar bem. – Desabafou minha mãe.
- É tudo verdade mãe. Ele só omitiu a parte que tentou me beijar. – Eu disse tentando desviar e foco dela, e logo percebi que estava conseguindo. Colocando as mãos sobre a boca, fingindo susto, ela veio sorrindo em minha direção.
- Eu sempre soube. Só peço pra você tomar cuidado com.. Ah, você sabe, uma gravidez indesejada, por exemplo. – Quando ela falou nisso, senti minhas bochechas queimarem.
- MÃE! Que isso? Eu nem deixei o Jessye me beijar. Não tenho certeza se quero transformar nossa amizade em um relacionamento amoroso. – Eu disse alertando-a.
- Eu entendo que não queira estragar o que vocês tem. Espere. Só, espere. Um dia, não muito distante, eu aposto, você vai descobrir a verdade sobre o que sente.- Disse pegando na minha mão e me lançando um olhar compreensivo.
- Tudo bem mãe. – Eu disse sorrindo com os lábios.
- Agora, já que você se sente melhor, vou começar a trabalhar aqui na frente mesmo. Qualquer coisa me chame. Trouxe café da manhã pra você. Coma frutas. – Minha mãe disse trazendo  frutas, pães, suco e bolo. Logo depois saiu, apenas me dando um beijo no cabelo.
  
    Eu não poderia dizer exatamente o que vi. Quando eu confirmei a história do Jess e acrescentei o beijo, notei um alívio no olhar dela. Me pareceu que ela esperava algo mais sério. Será que ela sabia do papai? Mas logo parei de pensar sobre isso, pois nem eu mesma saberia dizer o que sei sobre o papai.
   Procurei minhas anotações, livros e notebook e voltei para minha cama. O restante do dia foi pouco produtivo. Por fim desisti de estudar e me voltei para a porta, sentindo vontade de sair e explorar, no entanto, já sabia qual seria a resposta da minha mãe quanto a isso, além disso, já eram quase nove horas da noite.. Decidi então tirar mais um cochilo, esperando não sonhar, desta vez. Mas o sonho veio mesmo assim. Desta vez eu estava sentada de frente para uma cachoeira, pessoas continuavam a passar por mim sem me notar. A não ser por um homem que me observava do outro lado do rio, era ele, o meu pai. Não consegui alcançá-lo antes de acordar de novo.
   Olhei frustrada para o relógio, descobrindo que eram sete horas da manhã.
      Quando me  levantei percebi que estava tudo em silêncio. A minha mãe já havia saído para trabalhar. Procurei por algum sinal de vida no trailer e encontrei um bilhete da minha mãe me pedindo para ligar pra ela, caso não estivesse me sentindo bem. No entanto, apesar dos sonhos estranhos, eu estava me sentindo bem aquela manhã, bem até de mais. Quando peguei meu celular para ligar para o Jessye, o mesmo já estava recebendo uma chamada.
- Alô? – atendi.
- Bom dia, luz do dia. Como se sente hoje? – Respondeu  Jess com o tom brincalhão de sempre.
- Me sinto ótima, pronta pra outra. – Disse tentando testa-lo.
- Nem brinque com isso. Olha, estive pensando em estudarmos juntos hoje, aqui mesmo no acampamento, se você aceitar. – Achei inovadora a proposta.
- Ah, claro. Tem umas mesas aqui em frente o meu trailer, podemos estudar sentados  na sombra.
- Tudo bem. Chego em vinte minutos, você faz o lanche.
   Voltei para a cozinha em busca de algo para comer com o Jess. Enquanto estava distraída procurando comida nos armários improvisados, percebi que havia alguém em pé, atrás de mim. Me virei, no intuito de falar para o Jessye não me assustar assim, mas no lugar da pessoa que eu pensei ter visto, havia uma carta.



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