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História Seis horas: a sala trancada - Capítulo dois: corpo


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 2 - Capítulo dois: corpo


Sexta-feira, oito horas e nove minutos.

Chegaram finalmente à sala de audiovisual. O vidro escuro janela da porta impedia que pudessem ver o que estava do lado de dentro, mas a porta, como Shizune pôde atestar ao abri-la sem a chave, não estava trancada. Era óbvio, então, que a professora deveria estar esperando por ela. Mas, ao abrirem a porta, depararam-se com a sala imersa na escuridão, com as luzes desligadas e as pesadas cortinas fechadas, bloqueando a passagem de qualquer raio de luz.

— Não falei? Ela estava mentindo, era óbvio. — Ino disse, rindo presunçosamente.

— Vai ver a Anko-sensei esqueceu alguma coisa e saiu. — Sasori sugeriu, tentando não incitar conflitos.

— Ou por causa da demora talvez até tenha ido atrás da gente. — Hinata concordou.

— Então vamos todos entrar e sentar. Não estou com a mínima vontade de ficar em pé do lado de fora. — Juugo falou. Ele era filho da professora Anko, mas como esperado de qualquer adolescente, não estava nada feliz em ter aulas com a mãe, ainda mais se isso significasse levar à público seus problemas pessoais com ela. Algumas coisas ficam melhores enterradas. Dito isso, ele se adiantou e entrou na sala, sendo seguido por todos. Juugo começou a tatear a parede em busca do interruptor, mas estava demorando a achá-lo, e por isso ainda estavam no escuro.

Havia um certo cheiro no ar que estava pouco a pouco se espalhando, mas não podiam identificar ao certo o que era. Parecia um misto de algo metálico, como ferro enferrujado, e também sal. Como estava escuro, não podiam identificar de onde o cheiro vinha, exatamente, e a cada segundo que se passava, parecia espalhar-se cada vez mais pela sala. Algo lhes dizia, como uma intuição primitiva e profunda, que isso não traria nada de bom. Finalmente, Juugo encontrou o interruptor e as luzes foram acesas, revelando uma terrível surpresa.

A sala estava revirada da cabeça aos pés, com cadeiras caídas e jogadas para todos os lados, mas não era isso que importava. No centro de toda essa confusão, estava o cadáver da professora Anko.

Caída sobre uma poça de sangue larga e de um vermelho vivaz, Anko Mitarashi já estava claramente morta há alguns minutos. Inúmeras marcas de facadas mutilavam seu corpo, eram pelo menos vinte ao que puderam contar nos rápidos segundos em que a observavam em choque. A arma do crime, provavelmente uma faca, no entanto, não se encontrava em lugar algum ali. A inércia inicial foi interrompida pelo grito de horror de alguém no grupo, e logo a polícia foi chamada.

(...)

Sexta-feira, oito horas e trinta e três minutos.

A polícia foi chamada e em poucos minutos chegaram. No entanto, os primeiros a chegar foram outros professores e funcionários do colégio, que ouviram os gritos e acabaram descobrindo a cena do crime. O choque, é claro, não podia ser maior: uma professora havia sido assassinada dentro do prédio do colégio, bem diante dos olhos de todos, e ninguém sequer percebeu isso até encontrarem seu cadáver. Era uma situação grave, e a polícia decidiu lidar com as circunstâncias com medidas igualmente graves: ao contrário das expectativas de todos, eles não foram liberados para irem para casa. Todos os alunos e funcionários do colégio estavam confinados ali, e ninguém podia entrar ou sair, enquanto estivessem buscando pelo assassino dentro do espaço do campus. Estavam trancados.

Toda a classe 3-1 foi colocada dentro do anfiteatro do colégio, a sala vazia mais próxima de onde eles estavam. A polícia não lhes deixou escolha e, ao trancá-los ali, com policiais guardando a única porta, isolou aqueles vinte e cinco jovens no espaço, sem qualquer professor ou adulto ali. Não houve tempo para isso em toda a confusão que se desenrolou após a descoberta do corpo, nem como reagir.

Nesse momento, Shizune estava chorando baixinho, sentada numa das poltronas da quarta fila, com Temari ao seu lado, tentando consolá-la para que ela parasse de chorar, mas sem jeito algum. Na primeira fila, estavam sentados Pain, Konan, Itachi, Hinata, Sasuke, Sakura e Hidan, com Deidara deitado no chão de frente às poltronas e Sasori e Naruto ao redor. Sobre o palco, Ino andava de um lado para o outro, nervosa. Kiba e Sai estavam sentados no palco, acompanhando seus passos com o olhar. Como representante de classe, ela se sentia na obrigação de fazer algo pela turma, mas ainda não tinha certeza do quê.

— E se nós tentássemos escapar daqui? Se a gente gritasse, sei lá, eles não podem nos manter aqui para sempre! — a representante sugeriu.

— Não sei não... Será que funciona? — Kiba respondeu com outra pergunta.

Ela se virou para os outros alunos, que estavam dispersos nas cadeiras. — Ei, vamos todos nos juntar e tentar arrombar a porta para sairmos!

— Olha só, tudo que eu queria era justamente ser preso hoje. — Sasuke resmungou, irritado.

— Eles são a polícia. Eles podem nos deixar aqui pelo tempo que quiserem, até acharem o maldito assassino, se é isso que eles planejam. Tudo o que podemos fazer é sentar e esperar. — Pain deu de ombros.

— Acho que só tenho duas correções a fazer. A primeira é que uma hora eles vão ter que nos deixar sair, o colégio não é uma prisão, e todos nós temos famílias que exigiriam que fôssemos libertos desse cativeiro ou sei lá. E a segunda é que sentar e esperar não é tudo que podemos fazer. — Konan discordou.



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