História Seis horas: a sala trancada - Capítulo sete: o achado

Nesse momento, Juugo partiu para cima de Kiba, acertando-o com um soco que o derrubou no chão, mas isso não fez com que eles parassem por aí, e com uma rasteira, ele foi derrubado no chão e Sai também entrou na briga, virando o jogo a favor de Kiba. Com a confusão generalizada, era preciso intervir, e vendo a hesitação da maior parte dos alunos, Hidan pulou no meio da briga, sendo atingido por um soco no nariz e outro no queixo, mas finalmente conseguiram separar tudo, com Itachi, Pain, Deidara, Suigetsu, Konan, Sasuke e Sakura afastando cada um deles e tendo que segurá-los para evitar que retomassem a pancadaria, e Hinata e Naruto tentando ajudar Hidan a se levantar, que estava completamente desorientado e sem equilíbrio por causa do soco no queixo.

O silêncio que se seguiu pelos quinze segundos após o fim da briga foi o mais sepulcral e aterrador que poderiam imaginar.

Era de se imaginar que todos eles estivessem descontentes com aquele caos, mas uma pessoa em especial estava furiosa como nenhum deles tinham visto. — Vocês perderam o juízo, por acaso? Estão achando que isso é alguma merda de um ringue de luta, em que vocês podem se espancar à vontade e que alguém vai vir socorrer? E se nós não tivéssemos interferido, o que vocês acham que podiam acontecer? Vocês podiam ter se matado. Isso não é brincadeira, justiça não se faz com as próprias mãos, não se faz batendo e matando alguém. — Pain disse, com um tom de voz muito mais sério e ameaçador do que algum deles o vira usar.

Ninguém ousou falar nada a partir daí. A namorada o abraçou, e Hidan, que estivera calado durante todo esse tempo, só foi manifestar alguma coisa quando estava sentado em uma poltrona da primeira fileira. Hinata tinha consigo uma garrafa de água gelada, e felizmente o ar condicionado fez com que a água congelasse e empedrasse dentro da garrafa, o que pelo menos para seu objetivo no momento era ideal. O nariz do albino sangrava abundantemente por causa da pancada, e ele ainda se sentia um tanto desorientado por causa do soco no queixo, que mexera no centro de equilíbrio de seu corpo. Naruto conseguiu papel higiênico no banheiro do anfiteatro e trouxe para ajudar a parar o sangramento, e distribuiu entre Hidan e Deidara, que tivera o braço arranhado na confusão, e estava sendo cuidado por Sasori no momento.

— Puta merda, que desgraça... — Hidan resmungou.

A Hyuuga entregou a garrafa de água. — Coloque embaixo do queixo, onde te acertaram, vai evitar ficar roxo. Mantenha a cabeça inclinada para frente e não deite.

O albino seguiu as instruções, usando o papel higiênico para limpar o sangue que escorrera para seu uniforme. Itachi abraçou a namorada, e pôde sentir que o coração dela ainda estava acelerado pelo susto que a confusão repentina causara. Não era para menos, mas todos eles sabiam que uma hora a tensão entre eles não poderia mais ser contida. Se a polícia não os liberasse logo, as coisas tenderiam a ficar piores. Pelo menos pensar no que poderiam fazer desviaria a atenção do ligeiro ciúme que sentia ao vê-la cuidando e dando atenção a outras pessoas.

— Nós precisamos sair logo daqui. — Sasuke disse, em um tom desesperançoso. Eles não poderiam concordar mais com isso.

(...)

Sexta-feira, onze horas e cinquenta e quatro minutos.

Após toda a confusão ter se desenrolado, tudo permaneceu em paz. No entanto, era uma paz completamente artificial, e sabiam disso: as coisas não haviam sido resolvidas, apenas enterradas, e tudo que é enterrado sempre volta para assombrar, independentemente da profundidade. O clima de paz armada a la Primeira Guerra Mundial fazia com que a situação fosse desconfortável para todos, mas tinham que lidar com isso. Se esse fosse um dia comum de aulas, o intervalo já teria passado há algum tempo, e estariam chegando perto do último horário, e consequentemente do horário de almoço. É claro que estavam todos com fome, e a maioria acabou decidindo por almoçar ali mesmo, ao invés de esperar que a polícia os liberasse.

Os dez estavam sentados no chão, em uma espécie de lanche comunitário, compartilhando o que tinham. Naruto, Sasuke e Sakura não estavam com as mochilas, por causa disso, não tinham comida consigo, e nada mais justo que cada um pudesse oferecer um pouco a eles para que não ficassem com fome. A convivência se tornaria insuportável se pensassem apenas em si.

Tudo parecia quieto, cada um em seus grupos: os dez sentados perto do palco, Ino, Kiba e Sai sentados sobre o palco, encostados na parede ao fundo do anfiteatro, Tenten, Karin, Juugo e Suigetsu no fundo, nas últimas cadeiras, e Temari, seu irmão Gaara e Shizune no corredor do meio. Poderia ser a divisão de grupos normal da classe, não fosse por alguns componentes extras ali, além de o fato definidor que os trancara dentro daquele anfiteatro.

Shizune havia ido ao banheiro e, depois de alguns minutos, voltou. Ela ainda não havia começado a comer, e só quando sentou-se novamente no corredor, começou a procurar por seu almoço na mochila que trazia consigo. Depois de procurar por alguns segundos, seu rosto subitamente ficou mais sério, e ela empalideceu de imediato. Isso, é claro, não passou despercebido pelos dois que estavam com ela.

— Aconteceu alguma coisa, Shizune? — Temari indagou, parecendo preocupada.

Ela não respondeu. Sentia alguma coisa no fundo de sua mochila, sim... Quando pegou e tirou de dentro da mochila, pôde finalmente ver o que estivera segurando. Nesse momento, o grito de puro pavor de Shizune fez com que todos os olhos se voltassem para ela, enquanto deixava uma faca ensanguentada cair no chão. Por alguns segundos, o som do metal chocando-se contra o chão ecoou indefinidamente por todo o anfiteatro.