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História Seis meses no Buckingham - Ligeiramente inconsequente


Escrita por: Terpsii

Capítulo 11 - Ligeiramente inconsequente


Depois que descobri onde fica a biblioteca passo a maior parte do meu tempo livre por lá. Não tive muitos avanços nas investigações para Erick, mas me lembrei de ter encontrado Thália no bosque, estou na cola dela, embora eu ache que não tem nada a ver. Ela disse que iria sair hoje, então peguei um livro pra ler mais tarde no quarto e depois desci para o jardim, assim que ela saisse eu a seguiria.
Me sentei em um banquinho um pouco afastada, depois de alguns minutos avistei ela entrando no bosque, me levantei e percorri o mesmo percurso a uma distância segura. Passamos por alguns lugares que já havia passado com Léonard, mas quando ela chegou à pedra redonda virou para o leste, tinha um homem esperando embaixo de uma árvore.

Parei e me concentrei em ouvir a conversa.

_O que disseram?

_Nada relevante, nada sobre o ataque. As pessoas aqui nem sabem, é inútil perder tempo aqui.

_OK, mas mesmo assim, continue de olho. Mando outra mensagem quando precisar falar com você, se o plano atual não der certo eles vão querer mais informações, não deixe passar nada.

Então ela veio em minha direção, me escondi atrás dos arbustos e esperei um bom tempo antes de sair. Precisava encontrar Erick o mais rápido possível.

###

Procurei por todos os lugares que podia no Palácio, mas não o encontrei. No momento não acontecia nenhuma reunião então resolvi checar no quarto dele, mas estava vazio, pelo visto eu teria que esperar. 

Quando cheguei no corredor do meu quarto Nick estava parado na porta me esperando.

_Você viu Erick? _Perguntei a ele. Sua expressão era séria.

_Sim, ele está no escritória fazendo algumas ligações._ Ele olhou pro lado e passou a mão nos cabelos. _Em, eles nos atacaram. _Colocou a mão em meu ombro. _E levaram nossa mãe como refém.

_O quê?

Parecia que eu o chão havia sumido, mas eu continuava em pé. Uma dor cortante invadiu minha garganta e eu estava me segurando pra não chorar, meu coração batia desesperadamente e meus olhos não conseguia enchergar mais nada.

_Nickolas. Seu pai quer que você vá para o Canadá ajudar nas negociações, pediu pra você fazer isso o mais rápido possível. Está esperando sua ligação. Erick estendeu o celular pessoal dele para Nick, os nossos não funcionavam aqui. 

_Nick, eu quero ir com você.

_Você não pode Em.

Ele pegou o celular de Erick e saiu para falar com nosso pai.

_Mas... _Erick me interrompeu. 

_Aqui é mais seguro pra você. Fora daqui você só vai ser mais um alvo Emilly.

_Me sinto uma inútil.

E o choro que contive pelos últimos 5 minutos começou a transbordar. Comprimi meus lábios e deixei que as lágrimas rolassem sem me importar em quão borrado o rímel e o delineador iriam ficar. Erick tocou meus ombros e me conduziu até meu quarto. Sentei na cama, respirei fundo e sequei as lágrimas, me recompus emocionalmente, se fosse pra chorar, choraria depois, sozinha. Ele se manteve parado me olhando. Peguei um dos meus lenços demaquilantes e limpei o que tinha borrado da maquiagem.

_Descobri o que você queria.

Ele sorriu e se sentou na cadeira da minha penteadeira.

_Você não é nem um pouco inútil.

Contei a ele quem, como e onde, e ele disse que conversaria com os ministros para ver a melhor forma de resolver aquilo, já que agora a suposta guerra não era mais um segredo.

_Quem mais sabe sobre minha mãe?

_Só nós três, minha mãe e os conselheiros do meu pai. A maioria das pessoas aqui nem sabe sobre os ataques. Preciso voltar pra sala do meu pai, talvez seja bom chamar suas criadas.

_Eu estou bem. Obrigada.

Preferia ficar sozinha. Depois que ele saiu fui para o banheiro e fiquei mais de 30 minutos na água morna da banheira. Vesti uma calça pijama preta e camiseta branca, não tinha planos de sair do quarto pelo resto do dia, depois me deitei e acabei pegando no sono.

Quando acordei já era noite, abri minhas janelas e fiquei olhando o céu. Onde minha mãe estaria aquela hora?

A porta do closet se abriu e Erick entrou, de shorts, camiseta e chinelo com uma bandeja na mão. Ele era bonito de qualquer jeito. Provavelmente tinha tomado banho a pouco tempo, os cabelos loiros ainda estavam umidos.

_Ei, não me olhe com essa cara. Ainda tenho um desconto, você invadiu meu quarto primeiro. Vim trazer comida.

_Olha! o príncipe inglês sendo meu garçom.

Andei até ele e peguei a bandeja.

_Pantufas legais. _Ele apontou para os sapinhos de pelúcia nos meus pés.

_Isso é constrangedor. _ Me virei_ Você malha?

_Um pouco. 

_Então essas são as roupas que você gosta de usar?

_Não necessariamente. Gosto de qualquer coisa que me deixe livre.

_Agora você está com cara de 19. _Sorri. _Mas gosto de você de terno, fica elegante.

Estavamos em pé no meio do quarto, ele se sentou em minha cama e tirou os chinelos.

_Acho que essa é uma das primeiras vezes que conversamos sem o uso continuo da ironia.

_Realmente.

Coloquei a bandeja em cima da cama e comemos rápido, estava tudo muito bom.

_O que é isso? _Perguntei mordendo um doce divinamente divino.

_Não sei. Não entendo nada de cozinha, só mandei prepararem uma bandeja pra dois e eles entregaram no quarto.

_Imaginei. _Fui até o banheiro escovar, sempre tinha esse cuidado depois de comer doces, porque tenho nojo de cáries.

_O que quer fazer? _Erick perguntou quando voltei.

_Filme.

_Então vamos para o meu quarto, a TV é maior.

Ele se levantou, calcei um chinelo e o acompanhei, quando chegamos à porta ele parou pra que eu saisse primeiro.

_Tem chocolate aqui. _Coloquei o dedo no canto da boca dele e me aproximei um pouquinho, estava seco então tive que esfregar de leve a unha. Eu estava perto demais, ele era bonito demais e eu o beijei. Ele ficou parado, me afastei e ele olhou pra mim com a sobrancelha erguida e um meio sorriso no rosto.

_Eu acho que essa coisa de me beijar quando quiser não vai te fazer bem.

Eu não era tão mais baixa que ele, se colocasse saltos ficariamos da mesma altura como no dia que nos beijamos pela primeira vez, ele estava tão casual, os olhos pareciam mais verdes e o cabelo seco bagunçado. Eu não me sentia  tão confiante como com os outros, mas mesmo assim fingi ser. Subi a mão para o cabelo dele, banguncei mais, depois segurei os dois ombros e fiz o percuso até suas mãos tocando a pele devagar. 

_Cale a boca e me beije direito.

Ele não se deu o trabalho de soltar minhas mãos, me precionou contra a parede deixando o meu braço esquerdo preso em minhas costas e continuou segurando a mão direita, com a mão livre subiu do meu ombro ao pescoço e depois tocou a raiz do meu cabelo com os dedos, arrepiei até o último fio, tudo isso sem perder o contato vizual. Depois apróximou a boca do meu ouvido.

_Vou te contar um segredo. _Roçou o nariz em minha bochecha até seus lábios estarem bem perto dos meus.  

_Odeio receber ordens.

Ele me soltou, e eu estava meio em choque, mordendo meu lábio inferior.

_Agora vamos.

Fiquei parada no mesmo lugar por uns segundos.

_Você odeia receber ordens e eu... odeio que recusem as minhas.

Mordi minha língua, o que eu achava que estava fazendo? Voltei pra dentro antes que ele dissesse mais alguma coisa. Eu estava com medo, mas não deixei de enfrenta-lo, eu simplismente não consigo sair por baixo.

 

 

 

 

 

 



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