1. Spirit Fanfics >
  2. Selects >
  3. 1 New Friend?

História Selects - 1 New Friend?


Escrita por: j_hoseok

Capítulo 1 - 1 New Friend?


Fanfic / Fanfiction Selects - 1 New Friend?

CAPITULO  1 - [POV MAXINE

Quarta-feira, dia 10

       Era uma tarde normal, como todas as outras. A diretora entrou na sala acompanhada de um garoto um pouco menor que ela, andava cabisbaixo, seu cabelo era negro e ele era muito branco.

- Boa tarde alunos – A diretora deu um sorriso falso – Este é o novo aluno, Ryttäri. Ele veio da Finlândia, estou certo, Ryttäri?

O garoto balançou a cabeça, afirmando. Um silêncio se estabeleceu na sala.

- Então – A professora deu um sorriso e foi até o menino, quebrando o silêncio - você quer  falar um pouco sobre você? Como era na Finlândia?

- Não – Ele respondeu, um pouco mais alto que um sussurro, ainda com a cabeça baixa.

- Bem, eu já vou indo. Tenho muitas coisas para organizar. – A diretora falou saindo da sala – Ryttäri, logo você sentirá como se a escola fosse sua segunda casa.

Ele continuou imóvel.

- Certo, Ryttäri, você pode se sentar naquela cadeira vaga, atrás da Maisie.

Ryttäri foi até o lugar vago e se sentou. Em nenhum momento eu vi seus olhos, a franja os cobria. Ele abaixou a cabeça, parecia cansado. Maisie e as outras garotas não o deixavam em paz, perguntando se ele tinha namorada, que tipo de garota ele preferia, mais ele ignorava uma por uma, sem sequer olhar para elas. O sinal tocou, todos foram saindo da sala. Eu estava guardando os meus materiais, e quando olhei pra trás, vi que Ryttäri ainda estava do mesmo jeito que ficou as cinco aulas. Provavelmente devia ter dormido, mais não se levantou nenhuma vez.

- Ryttäri – Fui até ele, balancei levemente seu braço para que acorda-se.

Ele rapidamente pegou meu pulso e começou apertá-lo. Com o vento seu cabelo balançou, e eu pude ver seus olhos, que eram muito escuros.

 - V-Você pode me soltar? – Falei. A mão dele é muito fria e muito branca. Lembra a neve.

- O que você quer? – Ele percebeu que eu olhava em seus olhos e em seguida abaixou a cabeça.

- Eu só queria te avisar que as aulas já acabaram, só isso, dá pra me soltar?

Ele soltou minha mão, e eu o encarei uma última vez antes de sair da sala. Ele parecia tão triste, tão solitário, que por um certo momento tive pena dele.

A maioria dos alunos ainda estava no pátio, conversando. E lá estava  Maisie com suas amigas, Hanna e Ashley.

- Eu achei ele uma gracinha - Hanna sorria enquanto dizia, provavelmente estavam falando sobre Ryttäri. 

- Tire os olhos dele. - Ashley lixava as unhas - Eu te fiz o que você é hoje, chegue perto dele e eu te faço voltar a ser a Hanna perdedora.

- Me desculpe Mai. – Hanna se sentou em um banco ao lado das amigas.

Elas estavam brigando por causa do Ryttäri. Duvido muito que ele se interesse por alguma delas. Ele não respondeu nenhuma das perguntas idiotas que elas fizeram. Eu estava andando devagar, observando as pessoas. Eu gosto de fazer isso são tão diferentes... Senti uma coisa molhada em minha mão. Olhei para o céu e estava começando a chover. As pessoas começaram a correr para não se molharem. Em um breve momento eu olhei para trás, e vi Ryttäri andando calmamente de cabeça baixa, como sempre. Ele não deve gostar dessa escola. Deve odiar todos. Enquanto eu o encarava, ele olhou para mim. Eu apenas entrei no meio dos alunos e comecei a correr até em casa.

Quinta-Feira, dia 11

       Eu acordei com o som da chuva batendo contra minha janela. Estava tudo escuro e frio, eu adorava esse clima. Tomei um banho quente. Escovei os dentes e fui até a janela. No meio da chuva, havia um garoto com um allstar preto, uma calça jeans e uma blusa preta muito grande. Ele estava de touca, e a franja cobria o olho direito. Ele parou, e olhou para mim. Era o Ryttäri. Ele me encarava, e enquanto eu olhava pra ele, vi que o chão estava com sangue. Pus a mão em meu nariz e estava sangrando.

- Droga – Sai da janela pra pegar um pedaço de papel higiênico, e quando voltei a olhar Ryttäri não estava mais lá.

Desci para a cozinha, onde vi minha mãe e o marido dela brigando. Minha mãe se separou do meu pai este ano, após descobrir que ele estava traindo-a. Então ela arrumou um vagabundo preguiçoso, Malcolm, que trabalha quando quer e já chegou a bater nela uma ou duas vezes. Eu não tenho uma boa relação com a minha mãe, mais não é como se eu a odiasse. Nós simplesmente não conversamos desde quando ela arrumou esse cara. Ela trabalha o dia todo, em uma empresa que paga muito bem. Ela sempre me da o que eu preciso, as vezes me dá algum presente para compensar a ausência. Mais eu não ligo muito. Eu já tentei dizer a ela que ela não precisa ficar aturando o babaca do Malcolm, mais ela disse que o ama e quer uma nova chance de ser feliz e etc. Então eu não me meto mais na vida dela. Se ela escolheu assim...

- Max – Minha mãe me chamou, com um sorriso triste. – Os chefes de uma outra empresa estão querendo fazer uma parceria com a minha empresa, então nós iremos até Coventry para fazer negócios. A viajem é longa, então...

- Eu não vou ficar com esse... – Falei, pensando em um xingamento que definisse exatamente Malcolm.

- Malcolm vai voltar para a cidade dele, para trabalho também. – Minha mãe olhou para Malcolm, o olhar queria dizer “É bom você ir mesmo sua rolha de poço!” Bem, talvez não quisesse dizer exatamente isso.

- Trabalho? – Perguntei, surpresa.

- Sim, como você sabe Malcolm é um ótimo arquiteta e...

- Pfff – Resmunguei enquanto saia da casa.

- Escute, Max, o que eu quero dizer é que nós dois não estaremos aqui em casa, você terá de ficar sozinha, se bem que eu poderia contratar uma babá.

- Babá? – Eu disse – Não precisa, eu já tenho idade suficiente para tomar conta de mim mesma. – E não vai ser nada diferente do que já é. Ela não liga pra mim, apesar de tentar, a única coisa que vai mudar é que eu vou ter paz.  Ficar longe do Malcolm por horas já é maravilhoso, imagina por dias?!

- Está bem – Ela sorriu – Quando você chegar eu não estarei mais em casa. Nem o Malcolm, não é mesmo?

- Malcolm balançou a cabeça irritado, afirmando que iria trabalhar, enquanto comia um macarrão direto na panela.

- Eu vou ver se trago algo de Coventry para você – Ela me deu um beijo na bochecha. Espero que fique bem.

- Eu vou ficar - Falei, enquanto batia a porta.

Caminhei debaixo das coberturas das casas, para não me molhar tanto. Via os alunos andando em grupos debaixo de guarda-chuvas coloridos, rindo e conversando. Eu gostaria de ter um amigo. Não é como se me excluíssem na escola e eu sofresse bullying, eles até tentam, eu acho. Mas eu não gosto muito de me aproximar das pessoas. Não gosto de fazer mais que o necessário. Eu apenas...

- Aaah! – Dei um grito baixo. Estava toda molhada. E não era pela chuva. Mais ou menos. Um garoto passou de moto por uma poça e jogou toda a água em mim. Eu fique imóvel. Estava frio. Muito frio. O garoto olhou para trás e voltou até onde eu estava.

- V-Você... – Ele desceu da moto, ainda com o capacete – Você está bem?

- Claro... Estou ótima. – Falei, tremendo. Sem contar que ainda estava chovendo.

- M-Me desculpe! Eu não te vi...

- Não faz mal... – Eu continuei andando, passando as mãos pelos meus braços pra ver se esquentavam.

- Faz mal sim! Você pode ficar doente. – Ele veio atrás de mim – T-Tome! – Ele tirou seu casaco e colocou sob mim – Vista-o, por favor!

- Está tudo bem. Eu vou me atrasar pra escola, e provavelmente não vou te encontrar pra te devolver o casaco, e sem contar que você também vai passar frio. – Eu peguei o casaco para devolve-lo.

- Por favor, vista-o! E você está atrasada? Eu te levo, por favor! – Ele praticamente implorava.

- Está tudo bem, e... – Comecei a falar.

- Vamos! – Ele me puxou e eu apenas vesti a blusa e me segurei a ele.

Ele foi bem rápido, e eu via novamente os grupos de amigos. Até que vi Ryttäri andando sozinho e de cabeça baixa. Ele olhou para mim e eu desviei o olhar, constrangida. Ele é muito solitário. Mesmo com todos querendo fazer amizade com ele, ele ignora um por um. Eu fechei os olhos e me encostei no garoto, que logo parou a moto e disse que havíamos chegado.

- Hum... Obrigado... – Falei, e olhei para minha roupa - Eu acho.

- Bem... – Ele tirou o capacete. Seus cabelos balançaram, ele era loiro, dos olhos castanhos  e tinha uma pinta debaixo da boca. – Por nada! – Ele deu sorriso, e seus dentes eram tão brancos e alinhados que me dava um pouco de raiva.

- Puxa – Falei.

- O que foi? – Ele sorriu com seus dentes exageradamente perfeitos.

- Nada... Bem, obrigado de qualquer forma. – Eu agradeci e fui saindo.

 - Ah, não foi nada, e me desculpe pelo banho! – Ele sorriu.

- Você ainda não está desculpado. – Eu disse, brincando.

Quando entrei na sala, as garotas me olharam e começaram a rir. Então eu me olhei e vi que estava com o casaco do garoto que eu nem sequer sabia o nome. Apenas me sentei no meu lugar.

- E aí, Max – Maisie sentou em minha mesa – Parece que arrumou alguém.

- Não, não arrumei ninguém. Mais e você? Parece que eu ouvi que o garoto novo estava te procurando desesperadamente. – Menti. Era só uma desculpa pra ela sair daqui e parar de falar.

- Isso! – Ela sorriu e saiu correndo.

Eu olhei o casaco e passei a mão por ele. Era bem macio. Vi que em um bolso tinha uma coisa. Era uma carteira, eu abri e vi que tinha a carteira de identidade do garoto da moto.

- Jimin Fittipald – Falei, olhando sua foto – Ele é bonito.

Os alunos foram chegando na sala, Ryttäri entrou com passos longos e pesados, e sentou em seu lugar.

- Ryttäri­-kun? – Eu escutei uma voz doce e muito baixa, e vi que era uma menina alta dos cabelos longos e castanhos que sentava em uma das primeiras carteiras. Ela nunca falava nada. – Ela pois a mão no ombro do novato – E-Eu...

- O que foi? – Ryttäri a olhou com um olhar fulminante, tirando a mão dela de seu ombro.

- E-Eu...

- RYTTÄRI! – Maisie chegou correndo e foi até o garoto – Eu fiquei te procurando! Aonde você estava?

- Hum... – A garota que estava tentando conversar com Ryttäri saiu dali e sentou-se em seu lugar.

Ryttäri abaixou a cabeça e ignorou tudo o que Maisie perguntava e falava.

- Bom dia alunos! - A professora entrou sorrindo na sala. – Como vocês sabem, depois de amanhã é o dia dos namorados. Então amanhã vocês podem trazer os cartões e os chocolates para dar a quem gostam , e então faremos a troca! Você dá para quem você gosta e a outra pessoa dá para você!

- Que legal! – Hanna batia palmas.

E ela continuou explicando sobre a troca de chocolates e cartões. Eu apenas fiquei desenhando em meu caderno, esperando dar o intervalo. Nos corredores eu via as garotas desesperadas por receitas de chocolates para entregarem amanhã. Eu estava procurando Jimin, mais cheguei a conclusão que não iria encontra-lo em 20 minutos em um dia de chuva. Então eu me sentei debaixo das escadas, e comecei a escutar música.

- Oi – Jimin sentou ao meu lado, tirando um lado do meu fone.

- Oi Jimin. – Falei, rindo.

- C-Como você sabe meu nome? – Ele perguntou, assustado, mais ao mesmo tempo achando aquilo engraçado.

 - Bem – Eu tirei a carteira do casaco – Você deixou isso aqui.

- Ah, minha carteira. E meu casaco. – Ele olhou para mim.

- Eu estava te procurando pra devolver... – Eu fui tirando o casaco, mais ele segurou minha mão.

- Fique com ele mais um pouco – Jimin falou – Pra você se lembrar de mim.

- Me lembrar do que? Que por sua causa eu fiquei encharcada ? – Falei, dando-lhe um tapinha no ombro.

- Já é um começo – Ele falou, nós dois rimos e em seguida um silêncio constrangedor se instalou.

- Ele... É quente. E macio – Falei, envergonhada.

- Ah, viu, pelo menos tenha boas lembranças! – Jimin disse olhando para o chão. – A propósito... Como você se chama?

- Maxine. – Falei rapidamente, e também comecei a encarar o chão.

- Ah... Maxine... – Ele olhou para mim. – Seu nariz está sangrando.

- Droga – Falei, pondo a mão no nariz e me levantando.

- Eu vou com você até a enfermaria. – Jimin levantou e pegou na minha mão.

- N-Não precisa! Isso acontece sempre, não se preocupe... – Falei, levantando a cabeça.

- Não acha que isso é mais um motivo para irmos na enfermaria? – Ele deu um sorriso fraco.

- Eu... – Falei – Só preciso ir ao banheiro. Tchau Jimin, obrigado. – E fui andando em passos rápidos até o banheiro. – Droga. Droga. Droga, Droga, Droga! Porque isso acontece comigo? Essa porcaria de nariz... – Gritava enquanto pegava um pedaço de papel higiênico e me sentava no chão. – Eu arrumo um amigo... Estávamos até em um clima... romântico. E ESSA PORCARIA COMEÇA A SANGRAR!

Escutei um barulho de descarga e sai o mais rápido que pude. Eu pensava que estava sozinha. Ótimo. Está tudo dando certo. Sai correndo na esperança de que ninguém visse os pingos de sangue pelo chão, atravessei o pátio o que me fez ficar um pouco molhada – Não que não tenha acontecido isto hoje – e fui para a biblioteca. Nunca tem ninguém na biblioteca. É um ótimo lugar pra quem quer ficar sozinho.  Talvez eu não queira ficar sozinha. Talvez eu tenha feito um amigo. Fui até o bebedouro e bebi água quente. Não é muito bom, mais estava com frio e o casaco de Jimin estava molhado. Fui até o balcão onde costumava ficar a bibliotecária, mais ela não estava lá. Acho que desistiram de pagar uma pessoa pra cuidar dos livros sendo que ninguém vai lá. Eu estava sozinha...

Eu pensava estar sozinha até escutar passos. Como se posse ficar sozinha nesta escola.


Notas Finais


Espero que gostem!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...