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História Sempre Fui Sua - Chapter 5


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 5 - Chapter 5


– Cac/ete! – gritei alto para o teto do quarto, agora iluminado pela chegada de outra pessoa para a festa.

Caí num déjà vu quando ouvi música e vozes rugindo na casa ao lado. Tive o prazer de esquecer as festas estrondosas de Zayn. Vibrações constantes de motores acelerando e garotas gritando – de prazer, esperava – preencheram o ar durante as duas últimas horas, e a festa ainda estava bem animada. Meus músculos ficavam tensos a cada barulho.

Olhei novamente para o relógio no criado-mudo, disposta a parar de fazer seus ponteiros moverem-se a cada minuto. Já passava da meia-noite e tinha que acordar dali a cinco horas para me encontrar com o clube de corrida para o treino semanal. Tinha que acordar, pensei, e isso só seria possível se eu conseguisse dormir, primeiramente.

E isso não aconteceria se uma intervenção não fosse feita.

Será que não chegou a hora de você se vingar? As palavras de K.C. ficaram murmurando na minha cabeça.

De modo algum Zayn diminuiria a música se eu pedisse, mas a diplomata em mim achou que valia a pena arriscar. A “antiga Selena” teria ficado aqui a noite toda deitada, acordada, intimidada demais por seu bully para pedir que ele abaixasse o som. Agora, o desgaste e o cansaço tinham mandado minha paciência para o espaço.

Era bem provável que não, mas talvez Zayn tivesse deixado de ser um babaca e superado qualquer tipo de problema que tinha comigo. Não fazia mal algum ter esperanças.

A noite estava fria, então hesitei em sair da cama quentinha. Atirando as cobertas antes de amarelar, calcei meu All-Star preto e cobri minha camisola branca com meu casaco também preto. Meu cabelo estava bagunçado, eu estava sem maquiagem e usando meu short de dormir favorito, com listras azuis e brancas. Eu podia ter ficado com uma aparência melhor e deveria ter colocado roupas mais discretas, mas não me importava com nada. Estava muito cansada, então apenas desci as escadas e saí pela porta da frente com toda a minha glória desgrenhada.

Não sei se foi a cálida noite de agosto ou os meus nervos, mas tive que arregaçar as mangas para me acalmar conforme deixava meu jardim e entrava no dele. Havia diversas pessoas no gramado da frente, mas eu não reconhecia nenhuma delas, e os batimentos do meu coração diminuíram um pouco ao perceber que haveria poucos conhecidos aqui. Sabia que a lista de amigos de Zayn incluía pessoas de outras escolas, faculdades e até mesmo adultos com histórico questionável. Neste momento, estavam todos tão bêbados que passei despercebida.

Dentro da casa, a farra seguia ensurdecedora e detestável. As pessoas dançavam na sala de jantar, ou melhor, algumas garotas com pinta de periguete estavam se esfregando, enquanto outras, sentadas ou em pé, dispersavam-se pelo andar de baixo, conversando, bebendo e fumando. Meu nariz se retraiu com aquele revoltante antro de libertinagem adolescente e o fedor… mas, tinha que admitir, todos pareciam estar se divertindo e pareciam normais.

Era oficial: eu era uma estranha no ninho.

Chevelle começou a tocar nos alto-falantes, o que dava a impressão de ter uma caixa de som localizada em cada canto. “Hats Off to The Bull” pode ter feito minha vinda valer a pena.

Ao entrar na cozinha à procura de Zayn, parei repentinamente. Enquanto muitas pessoas estavam paradas ao redor do barril de cerveja, os drinks mais complicados situados em cima do balcão, fui pega de surpresa com a visão de Madoc sentado na mesa da cozinha fazendo jogos com bebida. Ele estava com outros garotos e umas meninas. Era tarde demais para dar meia-volta.

– O que você está fazendo aqui, por/ra?

Ele pulou da cadeira e veio até mim. Sua expressão era uma máscara. Apenas para se mostrar. Sabia que Madoc apreciava qualquer drama que pudesse apimentar a noite dele.

E eu era um drama.

Decidi ser petulante.

– Bom, não estou procurando você. – Dando um sorrisinho, continuei analisando o lugar, sem mostrar interesse. – Cadê o Zayn?

– Ele já arranjou uma garota para esta noite. Também, duvido que ele se interessaria por você – ele me provocou feio com essa última frase.

Não eram poucas as meninas que queriam a atenção de Madoc, mas eu não estava entre elas. Ele era bonito, tinha olhos azul-claros e cabelo loiro. Tinha um corpo definido, e suas roupas acabavam favorecendo sua boa forma. No entanto, duvidava que ele ficava com a mesma garota por mais de uma noite.

Virei-me para sair e continuar minha busca, mas ele me pegou pelo cotovelo.

– Na verdade, adoro um desafio, e você está realmente linda de pijama. Se está procurando emoção, posso cuidar de você.

Meu estômago revirou e meu corpo ficou tenso. Ele estava brincando? Será que não tinha nenhum orgulho? Durante o primeiro e segundo anos, ele e Zayn fizeram da minha vida um inferno. Sentia-me sufocada em todos os lugares aonde ia. Até em casa. Agora ele quer me levar lá pra cima? Agora eu era boa o bastante para isso?

– Ei, cara, o Zayn disse que ela é proibida – Sam Parker, um dos maiores comparsas de Zayn, entrou na conversa lá da mesa.

Os olhos de Madoc mediram meu corpo todo, parando nas minhas pernas.

– O Zayn está lá em cima comendo a Piper. Ele está interessado em outra coisa no momento.

Minha boca ficou seca. Imagens indesejáveis do garoto com quem eu costumava dividir uma barraca no quintal começaram a passar pela minha mente. Zayn estava lá em cima, na cama, pegando alguma garota. Bufando, virei-me para ir embora. Só precisava sair dali.

Madoc me puxou para perto dele e colocou os braços em volta de mim. Registrei vagamente Sam levantar de seu assento e deixar o local. Meu corpo se contorceu e meus músculos ficaram tensos, mas deixei de lado qualquer tensão que pudesse transparecer naquele momento. Queria me encontrar com Zayn e esperava que Sam tivesse ido resolver isso. Eu queria poder sair daqui sem causar um grande alvoroço.

Mas é melhor que o Sam volte logo, porque o nariz do Madoc está quase encostando na minha nuca.

– Você não aprende mesmo, né? – Encarei bem de frente. Um pouco distante, alguns garotos jogavam sinuca, mas não estavam prestando atenção na gente. Claramente, o jogo era mais importante para eles do que uma garota sendo assediada.

– Ah, meu nariz? Já melhorou, obrigado. Aliás, acho que te devo uma por causa daquilo. – Suas palavras saíram abafadas conforme seus lábios deslizavam pelo meu pescoço. Meus ombros se mexiam de um lado para o outro enquanto eu tentava escapar dele.

– Você cheira bem – sussurrou ele. – Continue lutando contra mim, Sel. Isso me deixa excitado. – Sua respiração foi acompanhada pela língua dele saindo em disparada e lambendo meu ouvido antes de mordê-lo.

Filho da pu/ta!

Minha pulsação ficou acelerada, mas não porque eu estava com medo, mas sim de raiva.

Um fogo explodiu em meus braços e pernas.

Entre no jogo. Não me lembro se fui eu ou a K.C. quem disse isso, e também não importava.

Vamos ver como ele gosta de ser tratado. Coloquei minha mão para trás, entre nossos corpos, e agarrei as bolas de Madoc. Apertei de um jeito que consegui a atenção dele, mas sem machucá-lo… ainda. Madoc não me soltou, mas ficou imóvel.

– Deixa. Eu. Ir. Embora – falei com determinação. Curiosos estavam começando a perceber a cena, mas ainda não haviam se metido, pareciam entretidos. Ninguém se mexeu para me ajudar.

Pressionei um pouco mais e ele, finalmente, me soltou. Rapidamente me afastei antes de me virar para vê-lo, tentando me acalmar. Só sairia dali quando Zayn abaixasse a porcaria da música.

Madoc arqueou uma sobrancelha.

– Você deve ser virgem ainda, né? – Ele me pegou desprevenida. – Vários caras estavam morrendo de vontade de te comer, mas eu e o Zayn cuidamos disso.

Será que não chegou a hora de você se vingar? A voz de K.C. me encorajou.

– Que merda você quis dizer com isso? – Colocando meu casaco de volta no lugar, eu o enfrentei, meu corpo um muro.

– Que por/ra ro/la entre você e o Zayn? Tipo assim, quando conheci ele no primeiro ano, ele me convenceu a sabotar todos os seus encontros, pensei que ele sentisse algo por você. Como se estivesse com ciúmes ou algo assim. Mas, depois de um tempo, ficou bem claro que ele não te perseguia… por nenhuma razão aparente. O que você fez pra ele? – Madoc olhou para mim de forma acusatória, jogando a cabeça para o lado.

Fechei a mão como se fosse dar um soco.

– Não fiz nada pra ele.

Nosso confronto estava começando a chamar a atenção. Minha voz alta começou a forçar as pessoas a saírem de perto. Rodeei o outro lado da mesa de sinuca para ficar um pouco distante.

– Pense – provocou Madoc com um sorrisinho petulante. – Você é linda e, falando por mim, eu teria te comido com todas as forças. Muitos caras fariam isso se não fosse pelo Zayn.

Minhas pernas enrijeceram. A ideia desse idiota pensar que poderia fazer sexo comigo alcançou um novo nível de escrotice.

– O que quer dizer com “se não fosse pelo Zayn”? – Cada pelo dos meus braços ficou arrepiado e minha respiração ficou mais pesada.

– É simples. Toda vez que ficávamos sabendo que alguém estava interessado em você ou que te chamava para sair, nós fazíamos de tudo para garantir que isso terminasse tão rápido quanto começou. Ficamos bem insatisfeitos com isso nos primeiros meses. O Todd Branch te chamou para aquela fogueira no primeiro ano, mas aí disseram pra ele que você estava fazendo tratamento contra piolho e ele nunca mais te ligou. Você nunca se perguntou como ele ficou sabendo disso?

Nos últimos anos, aquela fofoca em particular foi uma das que menos me machucaram, mas, naquela época, foi devastadora. Eu tinha acabado de entrar na escola, estava tentando fazer amigos e aí percebi que todos riam pelas minhas costas.

– Naquele ano, Daniel Stewart te convidou para ir ao baile do Halloween também, mas ele nunca te buscou porque ouviu dizer que você perdeu a virgindade para Stevie Stoddard. –

Madoc quase não conseguiu terminar a última palavra porque começou a gargalhar.

Comecei a fazer caretas incontroláveis conforme um calor subia pelo meu pescoço. Stevie Stoddard era um garoto muito gentil, mas sofria de acne e comia suas melecas. Toda escola tinha um Stevie Stoddard.

Madoc continuou:

– É, no começo a gente ficava muito ocupado. Muitos garotos queriam pegar você, mas no segundo ano nossos boatos começaram a ficar mais sofisticados. As pessoas tinham meio que entendido que você era uma lepra social. As coisas começaram a ficar mais fáceis para o Zayn e para mim… finalmente.

E as coisas ficaram mais difíceis para mim.

Era impossível me movimentar. No que eu estava pensando? É claro, Zayn fora responsável por tudo.

Sabia que ele estava por trás de algumas brincadeiras e de algumas festas para as quais não fora convidada, mas não imaginava que ele tinha sido responsável também pelos boatos.

Nunca soube por que Daniel Stewart furou comigo, e nunca tinha ouvido o boato sobre o Stevie Stoddard. O que mais eu não tinha percebido? Ele fazia brincadeiras comigo, inventava algumas mentiras e foi um idiota assumido para toda a escola, mas nunca suspeitei de que ele tinha tanta vontade de me fazer infeliz. Será que tinha ficado louco de raiva sem razão?

Pense.



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