- Erwin -
No dia em que coloquei os olhos no Armin tive certeza que precisava fazê-lo meu, mas no momento que decidi dar o primeiro passo ele me ignorou completamente e tentei entender o que poderia ter feito de errado para ele agir dessa forma comigo. Com o tempo percebi que essa era a maneira dele de manter distância, às vezes eu o pegava olhando para mim e logo depois desviava o olhar envergonhado. Durante alguns dias fiquei me perguntando o porquê dele agir dessa maneira, mas logo decidi tomar uma atitude e conversar com ele.
Foi aí que as coisas mudaram, não consegui me controlar e acabei o beijando de maneira desesperada, o meu primeiro pensamente quando diminuí a distância entre nós foi: Ele vai me afastar.
Porém foi ao contrário, ele retribuiu o beijo na mesma intensidade e ainda puxou o meu cabelo de maneira provocativa. Depois desse acontecimento o Armin ficou um pouco distante e preferi ficar na minha, afinal, não estava procurando nada sério.
Bem... O problema foi no dia da comemoração no bar. Estávamos conversando normalmente, mas ele estava tão irresistível que não consegui me controlar, no momento que os nossos lábios se encontraram o meu corpo inteiro acendeu e tive certeza que iria perder o controle. Então fomos para sua casa e quando tirei a sua roupa meu coração bateu de uma maneira inesperada, ver o seu corpo totalmente despido na minha frente me deixou assustado com a minha reação. E puta merda... A noite foi incrivelmente prazerosa, ele gemia o meu nome cada vez mais alto e no momento que deitei completamente esgotado na cama com o Armin nos meus ainda demorei a dormir pensando em tudo que tinha acontecido.
Na manhã seguinte acordei com o toque do meu celular e quando atendi escutei a voz chorosa da minha mãe dizendo que meu pai teve um ataque cardíaco e estava no hospital em observação. Antes de sair deixei um bilhete para o Armin e saí rapidamente sem me preocupar em acordá-lo, pensei que o que tinha escrito foi bem claro e sem ofensa, mas me enganei.
Cheguei hoje de viagem e vim direto para o escritório depois de algumas semanas sem trabalhar, pensei que não esquentaria a minha cabeça hoje, mas no momento que o Armin disse que estava esperando um filho meu fiquei em choque. Como isso é possível? Ficamos juntos apenas uma noite e ele vem dizer que engravidou? Porra, eu não sei o que fazer... Mas o que falei para o Armin não tem explicação... Tudo foi minha culpa...
Corro em direção ao corpo desacordado do Armin no chão e grito desesperado por ajuda, percebo algumas pessoas ligando para a emergência e tento sentir o seu pulso. Solto uma respiração aliviada quando encontro o pulsar fraco.
Minhas mãos estão tremendo quando a ambulância chega e só escuto a voz do Levi gritando no meio da multidão de pessoas que se aglomeraram para ver a cena.
- Erwin! – Encaro a sua expressão horrorizada e falo tentando manter a minha voz normal.
- E-ele... É tudo a minha culpa... – Balbucio quando meu melhor amigo para na minha frente e me encara sem entender nada. Quando ele abre a boca para falar o paramédico se aproxima perguntando rapidamente.
- O senhor vai acompanhá-lo? – Pergunta apontando para o Armin sendo colocado na ambulância e eu balanço a minha cabeça andando rapidamente em direção à parte de trás do veículo.
Escuto a voz do Levi falar alguma coisa, mas apenas me concentro no rosto desacordado do Armin. Por que eu tive que ser tão duro e desconfiar dele? Eu poderia ter o impedido de sair daquela maneira do café.
Lembro-me de sua expressão desolada quando eu disse que esse filho não era meu e ainda o acusei de ter dormido com outra pessoa, fecho meus olhos com força pensando no que tudo aconteceu foi apenas minha culpa.
- Armin -
Abro os meus olhos lentamente e encaro um teto branco, olho ao redor percebendo que estou deitado em uma cama de hospital. Fico confuso por um momento até lembrar o que aconteceu, minha respiração acelera e não demora muito para o médico entrar no quarto com uma expressão preocupada, ele se aproxima lentamente de mim e fala olhando os meus olhos.
- Fique calmo, você está seguro – Sua voz é calma e eu respiro fundo tentando encontrar a minha voz.
- Meu bebê? Ele está bem doutor? – Minha voz sai assustada e a expressão do homem na minha frente desaba.
- Sinto muito... – Responde e se afasta lentamente.
Meus olhos se enchem de lágrimas e engasgo com um soluço colocando a minha cabeça entre as mãos. Escuto o doutor sair do cômodo em silêncio e meus ombros começam a tremer, meu coração parece que se partiu em milhares de pedaços e não tenho ninguém para juntar os cacos.
Nesse momento a porta do quarto se abre novamente e encaro a silhueta do Erwin parado olhando para mim, ele começa a se aproximar e quando tenta segurar a minha mão eu me afasto como se o seu toque queimasse.
- NÃO ENCOSTA EM MIM! – Grito com raiva e encaro a sua expressão assustada. Ele me encara em silêncio e eu sussurro machucado - Você está feliz? Agora não precisa se preocupar em o filho ser seu ou não...
- C-como assim? – Pergunta tenso e eu solto uma risadinha amarga.
- Não precisa fingir estar preocupado, foi você quem disse que eu poderia ter transado com outra pessoa e que esse filho não era seu... – Minha voz quebra no final da frase e sinto as lágrimas escorrerem dos meus olhos – E-eu... Confiei em você naquela noite...
- Não venha colocar a culpa em mim, você também esqueceu... Nós dois perdemos o controle quando estávamos transando como dois animais no banheiro e você não se importou quando estava escorrendo o meu sêmen entre as suas pernas, apenas continuou gemendo como um...
- N-não... – Engasgo e o encaro sem acreditar – V-você não pode falar isso de mim quando foi o único que me deixou dormindo nu na cama sem nem se despedir, você não se importou com o que eu poderia sentir...
- Por que eu iria me despedir? – Pergunta irritado e eu abaixo a minha cabeça – Fala... Por que eu iria me dar o trabalho de me despedir se o que tivemos não teve importância?
Meu coração quebra ao escutar as suas palavras e eu o encaro totalmente sem chão.
- Por que eu te amo... – As palavras saem com dificuldade e eu me encolho ao ouvir a sua resposta.
- Mas eu nunca disse o mesmo – Diz calmante.
- Acho melhor você ir embora – Sussurro tremendo – É bom saber que perder um filho pra você não importa...
No momento que falo isso em voz alta um soluço sai da minha boca e pela primeira vez nesse dia consigo enxergar a expressão melancólica no rosto do Erwin.
- Só me deixa sozinho – Digo abaixando a minha cabeça encarando as minhas mãos.
Escuto os seus passos se distanciarem e quando finalmente fico sozinho deixo a tristeza sair em forma de lágrimas, coloco a mão sobre a minha barriga e sussurro com dificuldade.
- Meu bebê... Desculpe por não conseguir proteger você...
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