Eu sempre gostei de olhar para o céu, pensava que lá encontraria algum conforto depois da tragédia que foi o meu verão, mas não era bem assim, só me trazia mais e mais recordações do pior momento da minha vida, mesmo assim todo dia após o por do sol eu saia na varanda da minha casa em Seattle, Washington, para olhar as estrela, e não era toda vez que apareciam.
Tento olhar para a escuridão da noite e não pensar no dia de amanha, porém é inevitável. Amanha é o primeiro dia de aula, o primeiro dia em que não escutarei a frase que minha mãe sempre me falava antes de passar a porta e ir esperar o ônibus, a frase que até três messes atrás não dava nenhuma importância e nesse momento daria tudo para ouvi-la mais uma única vez.
Desde o dia Vinte de julho penso que a minha vida nunca voltará a ser a mesma e é verdade, pois tudo mudou, a primeira coisa é que nunca mais verei minha mãe, pelo menos não em vida. Ela faleceu em um acidente de carro indo para o trabalho no Shopping do centro da cidade como todos os dias incrivelmente normais que vivíamos, mas esse dia não foi normal, passou longe disso, não sei detalhes do acidente e nem pretendo saber, prefiro não pensar nisso, afinal saber como aconteceu não irá revivê-la.
Enfim como eu já dizia amanha retorna as aulas e estou muito nervosa, já estou até vendo todas aquelas pessoas que nunca me disseram um “Oi” perguntando como estou, graças a Deus não enfrentarei isso sozinha, amanha meu pai também retorna para a escola, ele é o diretor, então vocês já devem imaginar a situação, “A Alice não pode isso pois é filha do diretor” “Nossa ela fez aquilo mesmo sendo filha do diretor”, é um saco, mas aguento isso já a dois anos e estou acostumada.
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