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História Será o fim? - É melhor parar por aqui


Escrita por: pati_1525

Notas do Autor


Mais um história sobre Ana Paula e Paola. Pretendia postar uma OneShot, mas estava ficando muito longa, então, dividi em capítulos. Espero que gostem!!!

Capítulo 1 - É melhor parar por aqui


História inteiramente narrada por Ana Paula Padrão

Cheguei em casa, depois de horas intermináveis de trabalho, e fui direto para o quarto. Quando parei na porta, tive uma das minhas visões preferidas: Paola, sentada na cama, lendo um livro. Ela usava um short jeans curto e soltinho, uma regata branca, tinha o cabelo preso em um coque bagunçado e os óculos estavam na ponta do nariz.

Sou acordada do meu transe pela voz de Paola

- Ana? Ana? – Ela me chamava

- Oi, amor. Desculpa, me perdi olhando pra você.

- Ai, por favor...

- O que? Não posso admirar a beleza da minha namorada?

- Só acho que você exagera. Só estou aqui, sentada, lendo um livro. Como qualquer pessoa.

- Nossa, já vi que o humor não tá lá essas coisas. Vou pro banho.

Paola não falou nada. Apenas continuou lendo e ignorou minha última frase.

Havia algum tempo que eu estava achando Paola um pouco fria, distante, sem paciência. Mas prefiro pensar que é o stress do trabalho. Acabamos de gravar a terceira temporada do MasterChef, ainda era uma coisa nova pra ela, ainda estava adaptando-se. E, além de todos os compromissos de trabalho, ainda tinha a nossa pequena Francesca.

Sim, nossa Francesca, depois de quase dois anos de namoro, eu já considerava Fran uma filha. E, vamos combinar, era totalmente impossível não se apaixonar por aquela coisinha loira de olhinhos azuis.

Para mim, nós já eramos uma família. E acho que por isso me assustava um pouco com esse distanciamento da Paola. Mas preferi pensar que era só uma fase.

Saí do banho, fui até o closet colocar um pijama e voltei para o quarto. Paola estava na mesma posição, só que agora, de camisola e mexendo no celular. Apaguei a luz do quarto e deixei apenas os abajures, que ficavam nos criados mudos ao lado da cama, acesos. Me deitei ao lado de Paola e ela logo largou o celular e virou-se para o outro lado me desejando boa noite.

Me virei para o mesmo lado que ela e abracei seu corpo. Comecei dando beijos na nuca e no pescoço, enquanto minha mão descia por suas coxas.

- Me deixa dormir, Ana. Estou cansada.

- Ah, Pao. Tem mais de uma semana que a gente não faz amor. To com saudade – Falei subindo a minha mão para a bunda de Paola e apertando o local.

- Ana Paula, eu já disse que não quero. Que saco! – falou ríspida

 - Puta merda, Paola! – Falei me virando pro outro lado, bastante chateada.

Depois de quase duas semanas sem fazer sexo eu já estava subindo pelas paredes. Paola cada noite tinha uma desculpa diferente. Hoje, na verdade, nem se preocupou em inventar uma desculpa, né?! Meu corpo parecia que ía pegar fogo e, mesmo com frio que fazia, decidi ligar o ar condicionado do quarto, pra ver se o calor passava. Mas, minha pequena alegria não durou muito tempo

- Ar condicionado, sério?! Você perdeu a noção, Ana? – Paola falou irritada

- Eu estou com calor. Se você não está é só pegar alguma coisa e se cobrir.

- Não, você vai desligar isso. Não vou ficar doente só porque você está com calor – Paola falou pegando o controle e desligando o aparelho.

 - Que seja feita a sua vontade, alteza – Falei isso e me levantei, logo saindo do quarto. Fui para a sala e liguei a televisão, procurando algo para assistir. Eu estava muito braba. Paola estava acabando com a minha paciência, não era possível manter uma relação desse jeito. Amanhã teríamos que conversar. Acabei pegando no sono e, quando acordei, Paola estava parada em frente ao sofá, me encarando.

 - Que horas são? – Perguntei um pouco confusa, pois o sol já estava alto

- São 8:30h, já levei Fran para escola. Por que você está dormindo no sofá? – Perguntou cruzando os braços em frente ao corpo.

- Vim pra cá assistir tv e acabei pegando no sono.

- E essa cena toda foi só porque eu não quis ligar o ar condicionado do quarto? Se você soubesse como você me irrita quando se faz de vítima, Ana Paula – Falou com um semblante irritado, andando pra perto da janela e voltando a me encarar

- Ultimamente tudo que eu faço te irrita, né? Se eu te olho, se te elogio, se te beijo, se ligo o ar condicionado, se durmo na sala... Acho melhor você fazer uma lista e me entregar, aí eu tomo mais cuidado – Falei irônica

- Olha aí. Já tá se fazendo de coitada. E eu, claro, sou a bruxa da história. Que reprime todas as tuas vontades. Ah, Ana Paula, faça-me o favor!

Ficamos um tempo em silencia. Estava ficando cada vez mais difícil manter um diálogo sem brigas

- Isso não tá dando certo, Paola – Falei um pouco mais baixo. Quase com medo.

- Acho que vamos concordar pela primeira vez – Ela me disse e abaixou a cabeça

- O que aconteceu conosco? Por que você está tão distante de mim? Me evitando – Falei, tentando segurar o choro

- Eu não sei, Ana. Mas... – Ela parou, como se precisasse de coragem pra prosseguir – Eu acho melhor nós pararmos por aqui, enquanto ainda existe carinho e respeito.

- Você está terminando comigo? Assim, de repente? É sério isso, Paola? – Elevei meu tom de voz, sem acreditar no que eu estava ouvindo

 - Eu acho que é o melhor para nós duas. – Ela falou baixinho, olhando para as próprias mãos

- Eu posso saber o motivo, pelo menos? – Eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo

- Eu acho que nós estamos em momentos diferentes. Nós não estamos no mesmo nível de entrega, aqui.  Eu...

- E você precisou de quase dois anos pra perceber isso? – Interrompi. Agora já falava quase gritando

- Não. Não é isso. Eu só acho que... Eu não sei, Ana Paula... As vezes eu sinto que você espera coisas de mim que eu ainda não estou pronta pra te dar. Eu sinto que não tenho como corresponder todo esse amor que você tem por mim.

- Do que você está falando? Que merda de desculpa idiota é essa? – Eu já gritava

- Eu tenho a sensação de que você me ama mais do que eu amo você. E isso, as vezes, me sufoca – Ela soltou de uma vez, atropelando as palavras – Me desculpa! – Ela me olhou com um olhar triste

 Eu não conseguia acreditar no que eu estava ouvindo. Ela não podia estar fazendo isso, muito menos dessa maneira. “Você me ama mais do que eu amo você”, essa frase me destruiu. Eu não tive nem forças pra pensar em uma resposta. Me sentei no sofá e fiquei em silêncio por um tempo, tentando absorver o que eu tinha ouvido. “Você me ama mais do que eu amo você” eu tinha vontade de desabar, mas me mantive firme. Ao mesmo tempo em que eu estava destruída, eu estava com muita raiva dela. Era assim que ela queria terminar nossa relação? Ok. Eu não vou derramar uma única lágrima na frente dela. Eu também sei ser fria, Paola Carosella.

- De todas as coisas que eu já ouvi no fim de um relacionamento, essa foi a mais criativa. Preciso te dizer isso, Paola. “Não te quero mais porque você me ama demais” – Dei uma risada cínica.

- Ana...

- Vou subir pra começar a arrumar minhas coisas – Não deixei ela terminar de falar. Agora já era a raiva e o orgulho que falavam por mim

- Não precisa ser assim, Ana Paula. Eu não estou te mandando embora. Você tem o tempo que quiser. Espera, se acalma...

- Eu estou calma, Paola. Só quero acabar com essa situação logo – Não sei de onde saiu tanta frieza e autocontrole

- “Essa situação” – Paola falou e deu um sorriso triste

- Enquanto você vai para o restaurante eu vou ficar aqui arrumando as minhas coisas e vou chamar alguém para vir buscar. Vou levar apenas as minhas roupas, calçados, objetos pessoais, livros...

- Não sai assim, Ana – Paola pedia mais uma vez

- Eu preciso te pedir uma coisa... E, por favor, não me negue isso, Paola. Eu preciso ter um momento para me despedir da Fran. Eu não posso sumir da vida dela de repente, sem dar uma explicação. Não conseguiria ver ela sofrendo por minha causa – Fiz uma pausa - Posso esperar ela chegar da escola? – E dessa vez eu quase não segurei o choro. Além de estar terminando o meu relacionamento com Paola, eu estava “perdendo” a minha filha. E, eu não sei se conseguiria lidar com isso. Eu amo demais aquela princesa.

- Claro que pode, Ana. A Fran te ama tanto, eu... – Baixei a cabeça e fingi uma tosse, para que ela não continuasse. Paola percebeu e finalizou logo o assunto - Eu vou busca-la e a gente vem direto pra casa. – Paola deixou uma lágrima escorrer

- Obrigada! – Fingi não ver as lágrimas de Paola e me virei para subir as escadas

 

Assim que ouvi a porta sendo fechada, me joguei no chão e permiti que todas as lágrimas que eu estava segurando, saíssem. Com um soluço alto, eu comecei a chorar descontroladamente. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo com a gente. Como eu vou conseguir continuar a minha vida sem as minhas duas princesas? Eu não faço mais ideia de como é viver sem ter Paola e Fran na minha vida. Como, depois de tudo que eu enfrentei ao lado dela, Paola teve coragem de terminar a nossa relação desse jeito? Como ela teve coragem de me dizer que não me amava o suficiente. Eu estava decepcionada. Aquela não era a mulher que eu conheci. “Você me ama mais do que eu amo você” essa frase ecoava na minha cabeça. Será que todos os “Eu te amo” “Não vivo sem você” “Você é minha vida” foram falsos? Será que ela apenas me usou esse tempo todo? Como alguém é capaz de deixar de amar outra pessoa, assim?

Fiquei mais algum tempo, sentada no chão, pensando em tudo o que vivemos juntas. Minha cabeça dava voltas e voltas e eu não chegava a conclusão nenhuma.

Aos pouco fui me acalmando. Percebi que não importava quanto tempo eu ficasse ali, tentando entender o que estava acontecendo, eu não encontraria uma resposta. Então, me levantei e comecei a arrumar as minhas coisas.



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