— Ele já foi – era Jimmy.
— Obrigada, mas cadê o idiota do meu irmão?
— Ele largou o celular na mesa da cozinha, eu estava fazendo um lanche quando você mandou a mensagem, eu não sei onde ele está.
— Sobre ontem, me desculpe.
— Sabe, o médico falou que eu estou recuperando minha memória... Eu vi você nessa memória.
— Sobre o que você se lembra?
— 3 de março de 2004, acho que era seu aniversário.
— Sim, você só lembra disso?
— Sim, deveria me lembrar de mais alguma coisa?
— Não.
— Me siga, vou te mostrar o caminho para casa.
Segui Jimmy, ele não falou muito. Eu queria saber mais sobre ele, mas eu tive vergonha de perguntar. Chegamos em casa e meu irmão me abraça.
— Achei que tivesse morrido – ele diz.
— Se não fosse ele eu estaria morta, seu trouxa, me deixou sozinha e nem avisou nada.
— Hazel passou mal, e levei ela para casa. Eu vi você conversando com aquela ruiva, eu pedi para ela te falar que eu ia para casa, ela não te falou nada?
— Não – fico me perguntando porque Soph não me falou, será que ela esqueceu?
— Não gosto daquela menina - Hazel surgiu do chão.
— Sophia é uma menina legal, você que não se enturma. Ela vai vim aqui hoje, vou ensinar matemática para ela – Jimmy se intrometeu, Hazel fez cara de nojo.
Eu subi as escadas, tomei um banho, coloquei meu pijama e pantufas de gatinho. Fui para à sacada em busca de expiração. Escutei vozes, deve ser Sophia, eu não contei a ela que moro na mesma casa que Jimmy. Vou correndo para meu quarto, mas não dá tempo. Voltei pra sacada e fiquei atrás de uma decoração japonesa, rezando para não me virem.
— Sophia o que você não sabe? – ele pergunta.
— Pode me chamar de Soph, e eu não sei nem o básico – nossa que burra.
— Olha, você sabe fazer equação de 2º grau?
— Sei, mas na hora do bhaskara eu erro tudo.
— Então você não sabe – toma essa, meu Deus o que eu estou fazendo, ela é minha amiga... Mas continua sendo burra.
— Matemática é chato.
— Chato porque você não sabe – toma essa de novo, preciso parar com isso.
— Nossa Jimmy você é muito grosso – Desculpa.
— Só te desculpo se você me der um beijo na boca – O QUE? PRECISO VER ISSO.
Dou uma espiada e vejo eles muito próximos, Jimmy está vermelho. Soph se aproxima de Jimmy e beija ele na boca. Meu irmão aparece.
— Jimmy, como que funciona aquele microoon... – Soph se afasta, ela está vermelha – Foi mal, não queria estragar o momento.
— N-não e-estava acontecendo nada, o que você está fazendo aqui? – Jimmy diz.
— Claro que não, duas bocas se tocarem é normal no dia a dia, faço isso todo dia, acontece toda hora, eu tô aqui porque sou amigo de Jimmy – Bryan olha para a sacada e me vê, faço um sinal de socorro. – Sophia não é? Oi, tudo bem? Você não está com fome? Jimmy fez um bolo maravilhoso, vai lá provar.
— Fiz? – Jimmy está confuso.
— Fez.
— Mas é claro que eu vou, por quê não me falou antes Jimmy? – Soph puxou Jimmy e os dois desceram as escadas abraçados.
Saio da sacada, fico fazendo cara de nojo e Bryan começa a rir.
— Muito obrigada querido irmão.
— De nada querida irmã, você me deve dez libras.
— Dez libras? Você nem fez nada.
— Fiz sim, interrompi o beijo do seu amor com a falsiane e você nem me agradece.
— Primeiro, ele não é meu "amor" e segundo ela não é falsiane.
— E eu sou um boto cor de rosa.
— Idiota.
Bryan e eu entramos no quarto, ele ligou a TV, eu não tinha notado a TV antes. Eu estava pensando em algo para escrever para a Soph, uma ideia surgiu e comecei a escrever. Depois que terminei acabei dormindo, ultimamente estou com muito sono.
Quando acordei fui para a cozinha, Jimmy não estava em casa. Encontrei minha mãe na cozinha.
— Oi mãe.
— Oi querida, como é a escola?
— Ah, legal. Tenho uma amiga chamada Sophia, e o trabalho?
— Já fez amizades, que bom! Bem legal, mas o restaurante é bem lotado, eu estou muito cansada ultimamente.
— Bom mãe, eu vou subir, vai dormir um pouco – dei um beijo em sua testa.
— Ok linda.
Abri a porta do quarto e estava passando maratona de filme de terror. Subi na cama do Bryan e fiquei do seu lado assistindo. Não me dei conta, mas já era meia noite e Bryan tinha dormido.
Eu estava com uma vontade de fazer xixi, abri a porta cuidadosamente e fui no banheiro. Quando terminei e abri novamente a porta, escutei um barulho vindo lá de baixo. Peguei o desentupidor do vaso e desci as escadas com a lanterna do meu celular. Fui descendo devagar, eu estava morrendo de medo, mas eu não podia voltar para trás. Liguei a luz e não tinha ninguém graças a Deus. O barulho continuou, e veio lá de fora. Resolvi abri a porta, mas não tinha ninguém lá fora. Quando fechei e virei para trás, vi um vulto, eu gritei e desmaiei.
Quando acordei, tinha uma bolsa d' água na minha testa e eu estava em uma cama com um cobertor. Tirei ela da minha testa e levantei. Quando parei pra pensar, eu percebi que estava no quarto de Jimmy. Meu Deus o que ele fez comigo?
— Ah, você já acordou?
— O que você fez comigo?
— Você acha que eu teria interesse em fazer algo com uma vareta? Você simplesmente me viu e se assustou, então desmaiou e eu tive que subir as escadas com você no meu colo. Um regime seria bom.
— Idiota, você quase me matou de susto. Por que não me levou pro meu quarto?
— Eu tentei, mas seu irmão me xingou. Ele disse que não queria macho no quarto e trancou a porta – meu irmão não bate bem.
Me levantei e ia abrir a porta, mas escutei passos.
— Candy se esconde aqui dentro – ele abriu a porta do guarda roupa e eu fui obrigada a entrar.
— Não faça barulho – a porta do quarto se abre.
— Filho ainda está acordado?
— Sim, eu estava escrevendo algumas letras de música.
— Não durma tarde – eu começo a tossir – O que foi isso?
— Desculpa mãe – ele começa a tossir – fui eu, a tosse me pegou.
— Que estranho, amanhã compro um xarope, vai dormir – ela fecha a porta.
Eu saio do armário e vou em direção a porta.
— Onde você pensa que vai? – ele diz com os braços cruzados.
— Eu vou pro meu quarto.
— Seu irmão trancou seu quarto não tem como entrar.
— Vo pra sala dormir no sofá então.
— Qual o seu problema? Tem uma cama aqui no meu quarto, é só dormir, eu durmo no chão.
— Não há necessidade – ele começou a me puxar.
— Para de frescura – ele era muito forte, estava doendo meu braço.
— TA BOM! – ele me soltou.
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