História Será Que Tudo É Por Acaso ? - Casados Na Infância

P.O.V´S DA LÍVIA

Entramos no avião e tomamos nossos lugares, minha mãe estava brincando comigo, me fazia cosquinhas. E adivinhem de quem foi a ideia ? Isso mesmo, do papai.  Como eu já disse ele trabalha muito mas quando está por perto gosta de curtir esses momentos. Ele filmava tudo com seu celular e comecei a gargalhar e foi quando eu vi a família Santana entrando no avião também, e como havia prometido ao meu pai me esforçar para ser gentil com os filhos dos Santana, eu realmente tentei fazer isso. 

Vi a falsete da Barbie entrar no avião, mas a sua frente vinha o bocó do Luan Santana. Notei que Bruna olhou sem querer em nossa direção foi quando eu acenei para ela, não sei o porquê, mas o tal Luan acenou sorrindo pra mim. E quando viu que eu acenava para sua irmã, desfez o sorriso e para completar caiu em cima de uma senhora. Não me contive e ri, mas ri bastante. Só que virada para a janela eu não queria que ele pensasse que eu o estava dando confiança. O engraçadinho do meu pai percebeu e disparou a falar. 

Pedro : Lívia minha filha, qual é o seu problema com os filhos dos Santana ? Eles me parecem ser tão legais. Mesmo depois de anos o Luan parece não ter mudado muito, parece que continua sendo um garoto bom. Sem contar que eu vi o jeito como te olhou - falou mas não muito contente- mesmo você não o tratando tão bem ele foi gentil com você. 

Ana : é mesmo minha filha. Eles parecem ser pessoas legais. Ficaremos duas semanas de férias em Cancún, acho que você deveria dar uma oportunidade a eles,uma nova amizade pra você seria muito bom pra ver se desgruda um pouco do Matheus. -disse sem maldade

Lívia : qual é o seu problema com o Matheus, mãe ? -eu disse em um tom de irritação e me alterando

Ana : eu não tenho problema nenhum com ele e você sabe muito bem disso. Só pensei que seria bom pra você ter uma nova amizade. -disse em um tom amigável

Lívia : é mãe, mas o que acontece é que quando aconteceu aquilo o Matheus foi um dos poucos, se não o único que ficou do meu lado. -disse cabisbaixa e minha mãe se manteve em silêncio. 

Pedro : primeiro que esse não é o tom adequado para se usar com sua mãe - disse com pouca paciência- e outra, sabemos SIM que o Matheus é importante pra você e tem papel fundamental na sua vida. Não queremos que pare de falar com ele, ele já faz parte da sua vida e da nossa também, por incrível que pareça -riu- mas eu concordo com a sua mãe. As vezes devemos fazer novas amizades e sei que vai ser bom pra você e acredito que o Matheus também vai gostar de saber disso. - disse em um tom amigável

Ana : sem contar também que você e o Luan eram amigos inseparáveis quando crianças - riu- até hoje eu me lembro de quando vieram até nós nos entregar o convite do casamento de vocês. Você lembra amor ? - perguntou em meio a risos pro meu pai, que de imediato fechou a cara e virou para o outro lado fingindo não ter escutado o que a mãe disse

Pedro : acho melhor mudar de assunto, não ? - pois é kkkkkkkkkkkk meu pai estava muito irritado

Lívia : bom, eu gostaria de saber o motivo do papai ter feito essa cara - e ri - mas agora eu acho que farei amizade com o tal Luan, sim. -falei querendo deixar meu pai irritado e adivinhem? Eu consegui kkkkkkkkk

Ana : a amor.. foi bonitinho o jeito que ele falou com você - comentou em meio a risos

Lívia : poxa pai, me conta.. -falei manhosa e meu pai não resistia a isso

Pedro : você era muito pequena e não deve se lembrar muito bem. Nós vivíamos passando férias e feriados no pantanal. Dos seus 2 aos 5 anos. Luan não desgrudava de você desde a primeira vez que te viu, sendo assim, acabamos virando amigos dos Santana. Eu até me lembro que teve uma vez que ele teve febre emocional por ter ficado muito tempo longe de você - riu lembrando de algo- fomos correndo com você para a casa deles. Depois disso resolvemos passar um mês inteiro com vocês no pantanal - minha mãe o interrompeu

Ana : foi quando surgiu o pedido de casamento - meu pai fechou a cara, mas logo depois riu

Pedro : você tinha 5 anos e Luan 7, quase 8. Chegou em mim e disse " senhor Pedro, eu e sua filha vamos nos casar e queremos sua bênção."
Eu estava comendo e quase morri engasgado, sua mãe só sabia rir. Fui até o Amarildo tirar satisfação sendo que ele e a Marizete, assim como sua mãe, só sabiam rir. Mas como vimos que era apenas uma coisa de criança, resolvemos celebrar a cerimônia no dia seguinte. Sua mãe saiu com você pra comprar o seu vestido - agora era nítido seu incomodo na voz- pra piorar, você ficou linda. Sua mãe me fez entrar com você "na igreja", na verdade vocês casaram debaixo de uma árvore e eu só sabia chorar e sua mãe me zuar e fotografar tudo. Até hoje temos as fotos lá em casa - disse sorridente-

Ana : eu também guardo a aliança de vocês. Confesso que se seu pai chorar no seu casamento de verdade igual ele chorou no seu casamento de brincadeira, vamos precisar de um barco pra sair da igreja - riu bastante. Quando dei por mim meu pai chorava um pouco e eu ri-

Pedro : Okay. Mudemos de assunto - disse com uma risadinha e fingiu irritação- 

Lívia : Okay. Mais papai, eu sempre vou ser o seu anjinho, sua princesinha. Mesmo depois de casada e com filhos - falei manhosa e completamente meiga, nessa hora vi que aquele choro que meu pai segurava por lembrar do meu casamento de infância veio a tona. Logo em seguida me deu um abraço e um beijo na testa e disse-

Pedro : eu te amo minha filha. - minha mãe choramingou um pouco e tirou uma foto nossa. Meu pai acariciava o meu cabelo e eu dormi em seus braços. 
 

P.O.V´S DO LUAN 

Luan : pai ou mãe, será que um de vocês dois podem me explicar que história é essa de eu ter me casado com a Lívia ?

Bruna : o garoto, desencanta. Eu já te disse que ela não é pro seu bico. - riu -

Luan : e até onde sei você não é o pai e muito menos a mãe. - disse impaciente

Marizete : parem os dois - disse muito irritada

Amarildo : nossas famílias se conheceram no pantanal. O pai dela veio do interior e gosta desse tipo de lugar, quando nos conhecemos ela tinha 5 anos e você 7 quase 8. E assim como nós eles passavam todas as férias e feriados prolongados lá, só que uma vez depois de um desses dias lá assim que voltamos para casa você teve febre e sua mãe entrou em pânico - minha mãe o interrompeu-

Marizete : eu entrei em pânico mesmo. Você já havia tido febre, mas não uma tão alta quanto aquela. Você não saía da cama, não comia, nós tínhamos que te levar no colo ao banheiro pra você fazer suas necessidades. De tão fraquinho e ruim que ficou. Te levamos ao hospital e descobrimos que era febre emocional. - disse cabisbaixa lembrando do susto que passou por causa da minha febre

Amarildo : lembramos que tínhamos passado o último final de semana com os Müller no pantanal. Então o motivo da sua febre só podia ser a falta da Lívia, ligamos para a família dela, mais que depressa eles foram para nossa cidade e de lá resolvemos ir para o pantanal. - nessa hora meu pai começou a rir- e foi quando você a pediu em casamento. Eu me lembro que o Pedro estava comendo e quase morreu engasgado - meu pai e minha mãe começaram a gargalhar- 

Marizete : lembro que ele veio furioso falar com seu pai. Ele disse que você nem perguntou se podia casar com a Lívia -riu - você apenas avisou e pediu a bênção dele -nessa hora meus pais começaram a gargalhar- você tem que agradecer e muito a Ana, meu filho. Se não fosse ela a acalmar o Pedro vocês dois não teriam se casado. 

Amarildo : verdade ! Ela ficou tão emocionada que fez questão de fazer uma festinha em celebração a união de vocês - risos - ela planejou tudo. Levou a Lívia pra comprar um vestido, encomendou bolo, salgados e docinhos. Vocês se casaram debaixo de uma árvore e ela só sabia fotografar o momento. O Pedro levou a Lívia até você, mas levou chorando. 
E foi assim que vocês casaram, no pantanal e debaixo de uma árvore. Devo admitir que a sua sogra - risos - organizou uma festa e tanto. E se não me engano sua mãe ainda guarda a sua aliança - olhou para minha mãe esperando a resposta

Marizete : guardo sim. Eu guardo junto com as fotos do casamento. 

Bruna : ah, que lindo gente - disse sincera e com um brilho no olhar

Luan : mãe, será que a senhora pode me mostrar essas coisas quando eu chegar em casa ?

Marizete : claro que sim meu amor. 

Luan : agora se vocês me dão licença, eu vou ao banheiro. 

Levantei e fui em direção ao banheiro e quando passei a vi dormindo nos braços do seu pai. Nossa, até dormindo ela era completamente encantadora e parecia ser a pessoa mais calma e serena da terra. Vi que Pedro percebeu que eu a admirava nessa hora eu fiquei um pouco sem graça, confesso. Mas tudo mudou quando passei por ele e ele disse

Pedro : tô de olho em você hein, meu genro - falou rindo e eu retribui a brincadeira. 

Luan : mas o senhor está mais que certo. Deve ficar de olho mesmo no seu genro - disse brincando-

Pedro : não liga pra esse jeito durona dela não. Ela tem coração mole e é uma boa menina, infelizmente a vida fez com que ela ficasse assim

Luan : Okay. Pode deixar, da pra ver que ela não é tão ruim quanto demonstra. 

E segui meu caminho ao banheiro,mas confesso que fiquei curioso com o que o Pedro disse. Sai do banheiro e voltei ao meu lugar e fui fazer o mesmo que " minha esposa", dormir. 

E que chegue logo em Cancún !