Colocando os ensinamentos em prática.. quase.
As quatro semanas até o piquenique da cidade passaram rápido, mas o trabalho de Sakura com sua família foi árduo e essa era a prova de fogo. Começou a amar a cada um de seus cunhados de forma especial, e queria que as moças da cidade enxergassem isso também. Eram ótimos rapazes, e ansiava que estivessem prontos para mostrar isso a sociedade. Pensava nas qualidades que descobriu durante esse tempo. Naruto era persistente, o que mais mostrou transformações. Agora era mais polido, e se expressa melhor, mas a espontaneidade e alegria ainda estavam lá. Shikamaru e Neji, foram os que menos precisaram de aulas de etiqueta, aprendiam com os erros dos outros. Gaara, o mais agressivo e talvez o mais arrogante, na verdade era o mais preocupado com seus irmãos. Suigetsu, que tanto brincava dedicou-se totalmente, mas sempre divertindo a todos, e Konohamaru tornou-se um xodó. Amava a cada um, especialmente o homem que a levara até aquela família. Ainda não conseguia entende-lo. Sasuke era frio e grosso na frente de seus irmãos, além de implicante. Mas quando estavam sozinhos conseguia ser gentil, e ela apaixonava-se mais e mais, pelos singelos gestos de afeto.
Quase na hora de saírem para a cidade, Sakura inspecionou seus cunhados. Estavam em fila na sala com as mãos a mostra para que conferisse suas unhas, roupas novas e limpas, cheirosos e barbeados. Queria gritar de alegria, mas precisava conter-se, afinal, mostrar que estavam maravilhosos seria inflá-los, e os queria calmos e educados, portanto assentia enquanto passava por eles.
- Hum, são as unhas mais limpas que eu já vi. Kon, o que houve com seu dedão? – perguntou preocupada ao mais novo deles.
- Ah, eu botei no esmeril. Tirou toda a sujeira, todinha, mas quase arrancou minha unha. – disse rindo, fazendo com que ela não aguentasse e sorrisse também.
- Ah! Estou tão orgulhosa de vocês, de todos vocês! – e eles sorriram uns para os outros, se aprumando. – Agora, lembrem-se de uma coisa: cuidado com os modos e sejam cavalheiros. E não briguem, aconteça o que acontecer!
- O que estão esperando? – reclama Sasuke, que já os esperava do lado de fora, - Se vamos levantar um paiol, vamos embora.
- É vamos! – e segurou o braço de Naruto, para saírem.
Na cidade, foram a notícia. Alguns deles adoravam essa atenção. Naruto, Konohamaru, Suigetsu e até mesmo Neji, mesmo que disfarçadamente, percebiam os olhares das moças e se ajeitavam melhor. Naruto até um tchau deu a uma morena, recebeu um puxão de orelha de Sakura, mas a viu sorrir então não estava de todo arrependido.
Não se falava de nada que não fossem os novos rapazes que estavam numa carroça. Pensavam ser estrangeiros, e não havia ninguém que os conhecesse para informar quem eram, a que família pertenciam e.. se eram solteiros.
- Quem são eles? – uma morena perguntou.
- São estranhos pra mim. – uma loira de olhos verdes e expressão séria, que tentava não mostrar sua curiosidade.
- São sete caras. – a ruiva pontuou.
- E todos altos como a torre da igreja. – tentando não abanar-se, a mais nova delas complementava.
- Hanabi, comporte-se. – sua irmã, que os observava mais contida que as outras, repreendeu-a.
- É Saky! É Saky! – Ino, que estava entre elas identificou sua amiga de longa data e queria sair ao encontro dela. Acontece que, as donzelas não estavam sozinhas.
- Ei, onde você vai? – Seu acompanhante, por certo enciumado, tentava segurá-la, mas a saudade de sua amiga a fez esquecer seus bons modos.
- Não ouviu? É a Saky! Vou até lá! – e aproveitando-se do estupor de seu acompanhante, soltou-se e correu até Sakura, fazendo suas amigas movidas mais por curiosidade que pela saudade, também deixaram seus acompanhantes sozinhos e correram até onde a sensação do piquenique estava.
- Vou falar com Sakura!
- Vamos!
- Eu a adoro!
E enquanto viam, suas donzelas correrem, descobriram quem eram aqueles homens de quem nada sabiam - São os irmãos Uchiha! – E entre si, juraram fazer com que os forasteiros voltassem de onde vieram.
- Testa!!
- Porquinha!! – A saudade era tão grande que Ino nem mesmo a esperou descer, subiu e a abraçou antes das outras que vieram correndo assim como ela. As mais tranquilas ficaram ao lado da carroça, enquanto as mais agitadas tentavam subir para vê-la mas a apenas a mais moleca conseguiu. Os irmãos Uchiha, aproveitando-se da oportunidade, se arrumavam mais uma vez. Conferindo uns com os outros, hálito, cabelo, amassados e sujeira das roupas e botas, apenas aguardando a chance de serem cavalheiros como sua irmã os havia ensinado.
- Ora, estou tão contente, em revê-las! Tenten, continua levada pelo visto! – ela fingiu repreender, a que estava em cima da roda. – Estão todas aqui, estava com tanta saudade de vocês! Eu assei uns bolos, umas tortas, um monte de coisas.
- Vamos levar pra lá! – Temari, a loira de olhos verdes de aparência séria ofereceu a ajuda de todas e sorria. Certamente estava feliz de rever sua amiga, e Shikamaru foi o que a notou antes. Por isso já estava ao seu lado para colocar a lição mais aguardada desde um mês atrás.
- Me permite? – Disse tirando o pão que ela pegara a pouco de suas mãos, e oferecendo seu braço sem nada mais dizer.
- Muito obrigada. – Ela lhe sorriu polidamente e aceitou seu braço com elegância e encanto. Sasuke virou-se para sua esposa que dirigiu a ele um olhar significativo, mas não disseram nada.
- Vamos ajudar a carregar as coisas. – Karin ergueu os braços para receber uma garrafa de vinho, mas antes que Sasuke entregasse, Suigetsu tomou de suas mãos.
- Eu não poderia deixar uma senhorita, carregar isso. - E tirando o chapéu, desceu da carroça entregando o braço e engatando uma conversa amistosa com a ruiva, enquanto mais uma vez sem entender, Sasuke observava.
- Podemos ajudar? – Tenten, e Hanabi se pronunciaram, mas Neji e Konohamaru se adiantaram, pegando as comidas.
- Ah, por favor, deixa isso comigo. – Konohamaru começou.
- Se me permite. – e Neji, ansioso por mostrar seu cabelo penteado, tirou o chapéu e acompanhou Tenten, sobrando apenas Hinata e Ino, mas não haviam mais comidas. Os outros estavam tão eufóricos que levaram tudo o que faltava, deixando uma situação mais complicada para Naruto e Gaara.
- Permita-me. – Hinata levantou suas mãos, e Ino que descia da carroça a imitou.
- Desculpem-me, mas não há mais nada para levar. – Estavam desapontadas, mas não tanto quanto eles. Mas, Ino não deixaria isso assim. Olhando para Gaara, ela propôs.
- Bem, se quiser me acompanhar.
- Até o fim do mundo. – Disse, dando seu braço e surpreendendo todos, inclusive a loira que ficou de queixo caído até que começassem a andar.
Sasuke, não sabia como, mas sua esposa era uma santa. Vira um milagre e não acreditava nem um pouco no que presenciara. Hinata, a única que restava, preparava-se para sair quando o último irmão se pronunciou:
- Posso acompanhá-la de volta? – Naruto pediu esperançoso. Ficara por último é verdade, mas não se arrependera. Era a morena para quem ele acenara quando estavam chegando, e tentava lembrar de tudo o que sua irmã ensinara para não fazer feio. E a fase dois era: elogiar!
- Oh, sim! Será um prazer. – Ela corara e agradecia por não ter gaguejado.
- Eu já vou Sakura-chan! – E dizendo isso, beijou a bochecha da irmã, e desceu num pulo. – Sabe que você é a moça mais bonita que eu já vi na minha vida?
- O- obrigada. – E lá estava a gagueira, a vermelhidão aumentara, e uma leve falta de ar acompanhada de batimentos rápidos! E ela lançou a Sakura um olhar antes de saírem, e ela lhe sorriu deixando-a ainda mais contente e constrangida.
Sasuke que tinha acompanhado tudo e ainda não acreditava muito, desceu da carroça e brincando com sua esposa, fez uma mesura e imitou seus irmãos tirando sarro deles.
- Posso acompanha-la ao baile, madame?
Ainda orgulhosa de seus meninos, respondeu seu marido assertiva e educadamente.
- Não vai lhe fazer mal ter boas maneiras também.
- Pra que vou precisar ter modos? Já arranjei uma mulher! – e sorriu com o canto dos lábios enquanto a pegava da carroça. Porém, antes de colocá-la no chão, roubou-lhe um beijo carinhoso que a fez sorrir e esquecer a provocação.
- Não pensei que pudesse fazer isso em público. – ela ironizou.
- O que? Beijar minha mulher? Talvez seja para aplacar a vontade de brigar com os homens que estão olhando pra você desde que a reconheceram, ou para provoca-los, afinal você é minha.
- Sua e de seus irmãos. – ela murmurou e saiu cantarolando. Certamente, gostara um pouco de saber que ele sentia ciúme, mas detestava brigas, e apesar de amar seus cunhados como irmãos, que agora considerava, ainda esperava um pouco mais de romance com seu marido. Já que a única forma que conseguia fazê-lo entender era provocando, que assim fosse então.
- O que disse?
- Vai ficar aí por quanto tempo, marido?
- Ora essa, essa mulher. – E saiu ao encontro dela que sorria altiva desafiando-o, assim como ele a conheceu. Forte, orgulhosa e linda. E partiram para seu tempo em família.
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