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História Seven Nation Army - Fire Meet Gasoline


Escrita por: Becarinjela

Notas do Autor


oi oooooi ~

Tenho coisas importantes para dizer nas notas finais!

Boa leitura ❤️

Capítulo 18 - Fire Meet Gasoline


Ao ver Lysandre com aquela expressão vindo em direção à casa, já sabia que havia algo de errado. Armin estava com o maxilar trincado na minha frente e suas pupilas acabaram destruindo o azul de seus olhos pela dilatação.

– O que está acontecendo? – Perguntei, mas ele me ignorou e levantou num salto ao ouvir as batidas raivosas na porta, algo que não era nada comum ao estilo de Lys. – Armin, dá para você me responder?

Mais uma vez fiquei falando sozinha, ele foi pisando forte em direção à porta e abriu-a com força, fazendo Lysandre entrar na casa com uma agressividade enorme. Armin agarrou o colarinho de sua roupa e trincou os dentes, deixando-me boquiaberta no sofá.

– Quem você pensa que é para vir aqui sem ser convidado? – Armin falou alto.

– Não, quem você pensa que é para achar que a Evangeline é propriedade sua?! – Lysandre o empurrou, algo que nunca imaginaria ele fazendo, acordando-me do choque.

– Parem! – Gritei. – Do que vocês estão falando?!

– Eva, eu tentei te ligar mais de vinte vezes para saber se você estava bem, porque eu nunca confiei nesse garoto! – Lys apontou para Armin, que estava com os punhos cerrados e trêmulos. 

– O quê? – Peguei meu celular na mesa de centro e não vi nada no histórico.

– Achei estranho você não me atender, mas te deixei uma mensagem pedindo para me ligar de volta. – Lysandre olhou para Armin como se estivesse-o estrangulando mentalmente.

– Você deveria parar de ser um psicopata e deixar a Eva respirar um pouco, se ela quisesse ficar com você, ela estaria! – Armin cuspiu as palavras. – Não precisa deixar tão na cara que você está apaixonado!

Gelei, ainda confusa. Ver os dois brigando me deixava tonta e nauseada. Sempre soube que Armin era meio impulsivo, mas vê-lo machucando Lys desse jeito era horrível, ainda mais por insinuar que ele tinha algum tipo de sentimento por mim além da amizade.

– Eva, você me mandou essa mensagem? – Lysandre perguntou-me, ignorando a sentença de Armin e entregando o celular para mim.

Peguei o celular com os dedos tremendo e li a mensagem que tinha o meu nome: "Pare de me ligar, não quero falar com você, não percebe? Deixe-me em paz."

– Lys, eu nunca mandei isso para você! – Falei, levando a mão livre à boca.

– Eu sei, não é do seu feitio. – Ele relaxou, como se fosse um alívio que eu tivesse confirmado isso. – Já tinha minhas suspeitas de quem havia mandado. – Seus olhos voltaram a perfurar Armin.

– Só fiz isso para você entender claramente que precisa parar de ser tão possessivo assim! – Gritou de volta. O fato dele não ter negado que havia mandado a mensagem no meu lugar deixou meu coração pesado e, novamente, fui decepcionada por ele.

– Não acredito que você fez isso, Armin. – Falei, magoada.

– Eva, você vai ficar do lado dele? – Passou as mãos pelo cabelo, frustrado.

– Não, Armin, mas em nenhum momento ele fez o que você acabou de fazer comigo! – Senti meu rosto queimar. – Estou farta de ser machucada por você!

Minhas palavras pareciam te-lo atingido, já que seu rosto esboçou uma carranca de dor. Lysandre passou o braço por cima do meu ombro e fez com que meu corpo ficasse protegido ao seu lado, o que pareceu ter enfurecido Armin.

– Você diz que eu sou possessivo, porém age como se ela fosse sua namorada. – Lys se pronunciou, mas desejei que ele tivesse ficado calado. – Você nunca a teve.

– Nunca a tive? – Armin mostrou um sorriso perverso e meu coração quase parou. – Não foi o que pareceu ontem de noite e nem hoje, quando ela estava gemendo em minha cama.

Senti o braço de Lysandre cair pelas minhas costas e seu rosto empalidecer. Meus olhos molharam instantaneamente e minhas bochechas queimaram de raiva. 

– Como você pôde falar algo assim? – Dei dois passos para frente, aproximando meu corpo do dele, que parecia frio como gelo. – Eu confiei em você, seu idiota! – Empurrei-o.

Joguei aquela estúpida pulseira em cima de seu peito, cansada daquilo tudo. Seu rosto estava impassível, como se ele não tivesse nenhum sentimento. Larguei os dois calados lá em baixo e subi as escadas correndo para pegar minha mochila. Quando terminei de guardar todas as minhas coisas que espalhadas pelo quarto, com dificuldade pelas lágrimas que embaçavam minha vista, virei-me para a porta e dei de cara com Armin.

– Sai da frente. – Ordenei, não olhando em seus olhos.

– Eva, por favor, não vai embora com ele. – Sua voz estava fraca e eu sentia seu olhar em cima de mim.

– Armin, me deixa passar. – Continuei insistindo, sabia que não poderia dar ouvidos para o que ele dizia.

– Se você for, como eu vou dormir de noite? – Soltou e meu coração doeu.

– Armin... – Olhei para seus olhos tristes. – Preciso ir, você tem noção da falta de respeito que você teve lá em baixo? Você me machucou e magoou o meu amigo, não posso ficar aqui depois disso.

– Mas nós sempre brigamos e você me perdoa. – Ele disse e eu vi que estava segurando a pulseira.

– Eu sei, mas não podemos continuar assim, não percebe? – Falei. – Somos como fogo e gasolina, não somos bons um para o outro, discutimos demais e você me deixa louca!

Consegui passar pela porta do quarto, sentindo aquele calor familiar que emanava do seu corpo, o que quase me fez ficar. Ele não me impediu de ir embora, mas também não olhei para trás. Lysandre me esperava do lado de fora da casa encostado no carro com os braços abertos, pela minha cara ele já sabia que eu estava a beira de um colapso.

– Ele não merece suas lágrimas. – Lys disse, ao me abraçar forte. Mal ele sabia que chorar era a coisa que eu mais fazia por Armin.

– Vamos para a sua casa, devia ter ido para lá desde o começo. — Falei e ele assentiu, olhando para um ponto fixo na casa atrás de mim, que não tive vontade de virar para ver o que era.

Ficamos em silêncio o caminho inteiro, apenas com o som do rádio, que tocava uma música clássica. Estava envergonhada demais para dizer alguma coisa e Lysandre, apesar de sempre ser calmo, ainda parecia muito nervoso, já que os nós de seus dedos estavam esbranquiçados pela força que ele segurava o volante.  

– Eva, oi! – Rosalya apareceu, quando já tínhamos entrado na casa. – Meu Deus, o que houve?

– Eu falei que aquele garoto não era bom para ela. – Lys disse, ficando do meu lado. – Onde está Leigh?

– Acabou de sair para a loja. – Ela olhou em meus olhos. – Eva, me conta tudo.

Calmamente, sentei-me no sofá e respirei fundo. Falei sobre tudo, desde o momento em que entrei naquela casa até a hora que fui embora. Deixei de fora os detalhes das lembranças íntimas que criei com Armin, mas deixei subentendido o que tinha acontecido e Rosa entendeu tudo. Também omiti o fato de Lys ter arrumado confusão, não é comum à ele, então vou deixar ele contar, se quiser. Sentia-me idiota por ter deixado tudo aquilo acontecer e por ter sido inocente o suficiente para acreditar que Armin sentia algo por mim.

– Que inferno, não sei mais o que fazer com aquele garoto! – Rosa reclamou, quando terminei de contar tudo.

– Está tudo bem. – Falei, suspirando. – Lysandre, me perdoa pelas coisas que ele te disse, você só estava sendo um bom amigo.

– Peço desculpas também por quase ter arrumado uma briga na sua frente. – Ele disse e passou a mão no queixo.

– O quê?! – Rosa quase se engasgou com o vento. – Lys-fofo isso não é nada vitoriano!

– Chega de falar disso! – Levantei do sofá. - Vocês são meus amigos, me deixem feliz. – Fiz bico.

Rosalya parecia saber exatamente o que fazer, já que desapareceu no corredor e voltou carregando uma caixinha de som, na qual ela conectou o celular e pôs uma música bem alta e agitada. 

– O que você está fazendo?! – Gritei, tentando falar mais alto que a música.

– Vamos dançar! Já viu alguém triste dançando?! – Ela respondeu.

Estou tão cansada dessa montanha-russa sentimental que acabei dando de ombros e dançando com a minha melhor amiga. Era realmente terapêutico, apesar de eu não ter muita coordenação motora, tentava acompanhar os movimentos rápidos de Rosa, enquanto Lys ria no sofá.

Depois de algumas músicas, deixei meu corpo cair cansado no carpete da sala. Sorria largamente sofrendo com a minha respiração ofegante, sendo observada pelos meus amigos. Isso realmente havia funcionado para melhorar o meu humor.

– Cansei, preciso de um banho! – Falei, abanando meu rosto com a mão e indo em direção às escadas.

Subi os degraus sentindo minhas pernas dormentes e agarrei uma muda de roupas, indo em direção ao banheiro. Despi-me e deixei a água quente do chuveiro cair pelo meu corpo, sentindo todos os meus músculos relaxando com o contato. Não pude deixar de sorrir quando notei que haviam dois frascos pequenos com o meu shampoo favorito na prateleira. Definitivamente minha vida seria muito mais fácil se eu estivesse apaixonada por Lysandre, ele era atencioso demais comigo e nunca havia me magoado, mas a vida adora dificultar as coisas. 

Perdida em meus pensamentos, desliguei o registro e sai mecanicamente do box. Tentei tirar todo o excesso de água do meu cabelo, para que não ficasse pingando e deixei o banheiro. Quando estiquei a mão para tocar na maçaneta da porta do quarto de Lysandre, ouvi o nome de Armin e congelei do lado de fora.

– Ele não dá o valor que a Eva merece. – A voz de meu amigo soou.

– Eu sei, mas ele está apaixonado por ela. – Rosa murmurou. – Converso muito com Alexy e a gente sabe dessas coisas.

– Quando saímos da casa dele... – Lys parou para respirar fundo. – Consegui vê-lo pela janela observando a Eva indo embora, parecia que ele estava chorando e a sua expressão era de dor.

Meu coração palpitava em meu peito, sabia de todos os problemas e inseguranças de Armin, o que fazia que eu sentisse na pele o seu sofrimento, afinal, abandonei-o, assim como sua ex-namorada. Se ele realmente está apaixonado por mim, como todos dizem, acabei fazendo a mesma coisa que ela. Não posso deixar de sentir-me culpada, escutei todos os seus medos e segredos, e acabei partindo no dia seguinte.

– Eva? – Rosa me chamou. Nem havia notado quando a porta havia sido aberta, queria gritar e chorar, apesar do meu rosto manter uma expressão impassível. – Benjamin ligou enquanto você estava no banho e disse que vai vir para te levar para casa.

– Uhum. – Murmurei, não entendendo metade de suas palavras.

– Está tudo bem? – Lysandre perguntou e eu olhei friamente para seu rosto, não por maldade, mas com raiva pela situação e por ele ter escondido que havia visto Armin naquele estado. Sei que ele quer me proteger, mas eu quero cuidar daqueles olhos azuis que abandonei.

– Evangeline? – Rosalya estalou os dedos na frente do meu rosto.

– Está tudo bem. – Forcei um sorriso e eles se entreolharam. 

Impacientemente, esperei meu irmão me buscar naquele lugar. Estava assombrada por Armin, que havia quase implorado para que eu não fosse embora de sua casa. Por vários segundos achei que não fosse controlar-me e que iria correndo em seu encontro, mas lembrei do jeito que ele me tratou. Por que ele tem que ser tão impulsivo? Podíamos ser como um casal normal, que se ama e é carinhoso um com o outro, mas não conseguimos ficar em paz por mais de um dia. Estou cansada desse jogo de um ficar sempre magoando o outro, isso é errado e desgastante. 

[...]

– Não quer conversar? – Benjamin perguntou, enquanto dirigia. Permaneci em silêncio e ele compreendeu. – Tenho uma coisa muito importante para falar para você e para nossos pais.

– Quando a gente chegar? – Perguntei, achando estranho encontrar todo mundo em casa.

– Sim, mas não se preocupa, não é nada muito sério. – Falou e sorriu forçado.

Saímos do carro rapidamente e paramos em frente à porta. Ben pegou as chaves e sua mão tremia, como se estivesse com muito frio. Estendi a mão para ajudá-lo e arrepiei-me com o toque de seus dedos, que estavam suados e extremamente gelados.

– Ben, se acalma. – Segurei em seu braço para lhe dar apoio.

Entramos em casa lentamente e a primeira coisa que vi foi o sorriso de meu pai, o que fez eu perceber o quanto estava com saudades. Hesitei um pouco em chegar perto dele, tinha medo de minha virose ainda ser contagiosa, mas minha mãe assentiu com a cabeça discretamente e corri para abraçá-lo.

– Desculpe. – Murmurei.

– Está pedindo desculpas por ficar doente? – Ele respondeu e apertou meu nariz, fazendo com que eu risse.

– Filho, o que você queria nos falar? – Minha mãe perguntou, visivelmente ansiosa.

– Hm... – Ben ficou em pé na nossa frente e fez sinal para que eu sentasse no sofá ao lado de meus pais. – Isso é muito difícil.

– Você está me deixando nervosa, Benjamin! – Minha mãe exclamou, passando a mão pelos cabelos e sorrindo para o incentivar.

– Eu não sei como dizer isso, mas acho melhor ser direto. – Meu irmão respirou fundo. – Estou saindo com uma pessoa e estou realmente gostando dela...

– Isso é ótimo! – Papai disse e levantou do sofá para dar um tapinha em seu ombro. – Achei que jamais iria achar alguém, você nunca levou nenhuma garota lá em casa.

– Exatamente. – Ben falou e deu um passo para trás, olhando nosso pai nos olhos e fazendo uma pausa. – Estou apaixonado por um garoto, eu sou gay.

Parecia que uma bomba tinha caído na nossa sala. Não estava nem um pouco decepcionada ou algo do tipo, mas meus pais pareciam meio em choque. Percebi que milhares de preocupações passaram pela mente de minha mãe, afinal, não deve ser fácil ter um filho homossexual em uma sociedade preconceituosa.

– Então... – Meu pai se pronunciou e prendi a respiração. – Quando vamos conhecer seu namorado?

– Sério? – Ben se endireitou, parecia que tinham tirado uma tonelada de suas costas.

– Você poderia ter nos contado antes. – Minha mãe o abraçou. – Nós te amamos e sempre te apoiaremos, você é nosso filho.

– Ai, meu Deus! – Exclamei, sendo atingida pela realidade. – Você está namorando o Alexy! 

– Sim. – Ele riu e coçou a nuca. 

– Não acredito que vocês esconderam isso de mim. – Fingi que estava emburrada com ele, mas meu sorriso me entregou. – Parabéns, irmãozinho. – Fui até ele e fiquei na ponta dos pés para conseguir beijar sua bochecha.

– Eva já o conhece? – Meu pai passou a mão na barba.

– Claro, ele é irmão gêmeo do namorado dela. – Ben me cutucou e minha expressão caiu. Dei um passo para trás e abaixei o olhar, deixando todos confusos.

– E-ele... – Comecei a gaguejar, mas respirei fundo. – Não tenho namorado, ele é irmão gêmeo de um dos meus amigos, era só uma brincadeira! – Forcei uma risada e meus pais acreditaram, enquanto Benjamin me olhava estranho, analisando minha reação.

– Bom, vou contar as boas notícias para Alexy e convida-lo para jantar aqui amanhã, tudo bem? – Ele mudou de assunto ao perceber meu desconforto e todos concordamos.

Fui para o meu quarto e joguei-me na cama, exausta mentalmente. Essas discussões de cão e gato com Armin acabam comigo por dentro. Queria que fosse fácil deixá-lo, mas é óbvio que ele precisa complicar tudo, e ainda por cima quando achei que poderíamos começar realmente um relacionamento. 

Parecia que esses pensamentos estavam me consumindo e me arrastando para um buraco. Chamei Úrsula para se deitar comigo e alisei o seu pêlo negro, desejando poder trocar de lugar com ela, apesar de não querer que ela sinta o mesmo que eu agora. Acabei por adormecer, sentindo o gosto das lágrimas salgadas na minha boca e com uma sensação incômoda de que a minha situação estava prestes a piorar muito.


Notas Finais


Queria começar dizendo que eu li todos os comentários do capítulo passado, mas não tive tempo de respondê-los, peço infinitas desculpas por isso, mas para vocês terem uma noção, abri mão de uma noite de sono para escrever esse capítulo :') (escrevi ele todinho na madrugada de hoje)

Também preciso avisar que esse sábado agora é o enem, então vou ficar devendo um cap para vocês, mas as coisas não vão demorar muito para se ajeitar, prometo!

Obrigada por não me abandonarem, apesar de tudo, juro que estou fazendo o meu melhor para não ficar mais de um sábado sem nada ❤️

Comentem e me digam se tiver algum erro, por favor!


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