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História Shadow - Primeiro dia (Parte 1)


Escrita por: VampCat

Notas do Autor


Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 3 - Primeiro dia (Parte 1)


Acordei. Me sentia tão pesado, parecia não ter dormido nada. Nem me animei a abrir os olhos, era domingo então Paulo não ia acordar tão cedo. Estava meio frio também, mas eu estava cansado demais para levantar e ir para debaixo do cobertor. Dormindo eu não ia notar frio, então foi isso que fiz.

Acordei de novo. Dessa vez com um susto brutal, certeza que todos os meus pelos estavam eriçados. Encarei Paulo que era o motivo desse susto todo. Ele estava quase caindo da cama olhando para trás de mim, e começou a gritar coisas como “quem diabos é você?”... espera, quem mais está no quarto?

Olhei em volta, mas não encontrei ninguém. Paulo provavelmente estava delirando, deve ser efeito desse frio estranho. Estava com um sol bonito lá fora, não devia estar frio. Paulo gritou de novo, eu não estava entendendo nada, até que ele perguntou do gatinho dele. Ai dei atenção ao que gritava.

-Me responde logo! Quem é você, o que diabos faz aqui e onde está o meu gato? Ele já devia estar aqui com essa gritaria, o que você fez? Quem é você?

Ué...

Olhei em volta de novo, ninguém. Mas espera, o quarto está estranho mesmo, tudo parece meio pequeno. Eu continuo me sentindo tão estranho... e o Paulo está perguntando de mim, mesmo eu estando bem aqui... Não é possível, será?

-Responde logo ou eu vou ligar para a polícia! – Ele já estava pegando o celular e estava entre me encarar assustado e olhar no celular para digitar o número.

Olhei para mim ansioso e ao mesmo tempo com receio. Mas era verdade, eu não era mais um gato! Meu corpo agora era muito maior, minhas patas agora eram longas pernas e braços. Eu era meio magrinho... e não tenho mais minha amada calda. Mas não importa, eu sou como o Paulo, o pedido funcionou! Isso quer dizer que eu... será? Respirei fundo, hora da verdade.

-Shadooow. – Eu consegui! Eu falei igual o Paulo. Cara como eu estou feliz agora. Ok, acabou soando meio como um miado, ainda mais com esse “o” estendido. Ainda assim dava pra entender. Olhei para Paulo, que continuava assustado. Mas agora me encarava mais confuso do que irritado. – Sooou eu, Shadow. – Juro que estava tentando controlar esse negocio das palavras parecerem miados. Ele agora estava com a perfeita cara de “mas que droga?”.

-Tá de brincadeira comigo? Eu não sou idiota! – Ele ficou claramente irritado. Pelo menos ainda não tinha ligado para a polícia, nem estava procurando algo com que me bater, então estávamos indo muito bem.

 – Eu pedi ontem para ser como vocêêê. – Nenhuma reação. – Quando estava rezando. Queria me desculpar. Não gosto quando fica bravo. Descuuulpa. – A última palavra saiu miada, já é alguma coisa, mas aquilo era cansativo! Ele pareceu ficar ainda mais assustado, ao menos a irritação sumiu do seu rosto por enquanto.

-Como é que é? Isso é impossível...

-É verdade. – Disse com minha melhor cara inocente e confiável. Ele ficava cada vez mais confuso.

-Meu Deus, eu não sei quem é mais louco aqui. Você por falar essas idiotices ou eu por estar cogitando a hipótese... Mas vocês realmente tem os mesmos olhos... –Suspirou. – Prove.

Olhei em volta pensando em como diabos eu faria isso. Afinal, como eu poderia provar ser um ex-gato? Bom na verdade eu só tinha que provar ser eu mas... como? Então lembrei do filme que vimos semana passada, onde o cara tinha morrido e estava tentando provar pra namorada que ele ainda estava perto dela, mesmo não parecendo ele*. E para isso ficava, entre outras coisas, dizendo coisas que só eles sabiam, que tinham feito juntos ou coisas que ele dizia só para ela.

-Eu te acordo todos os dias as 5:55. Sexta-feira você me perguntou como eu fazia isso, juro que eu tentei dizer que eu só olhava o relógio, mas claro só saíram miados. E de fato se você aproximar a cabeça do chão na ponta da escada aqui em cima, vai notar que é o melhor lugar da casa para um gato ver o relógio da sala. Você toda manhã toma café e come pão. Eu tomo café da manhã junto com você, mas é ração claro, depois subo na cadeira do seu lado, todas as manhãs.

A cada palavra ele fazia mais cara de espanto. Eu continuei, vai que dá certo.

-Quando você volta do trabalho você sempre se joga no sofá, e eu subo no seu colo pedindo carinho. Depois jantamos e depois vemos televisão. As vezes você aproveita esse tempo para escovar meu pelo. São sempre os mesmos programas, você gosta daqueles que investigam mortes**, mas prefere mesmo os filmes. Por isso nos quase sempre assistimos uns dois ou três por fim de semana.

-Como raios você sabe disso? – Perguntou espantado.

-Por que eu sou o Shadooow. – Disse revirando os olhos. – Ontem, quando a moça queria me ver, você ficou falando que “ele não vai se importar”, me importo sim! – Esse “sim” soou quase como um sibilar, tentei controlar melhor as palavras. - Ela só não saiu arranhada, por ser tão abusada, porque eu não queria te deixar bravo. Mas não adiantou, você ficou bravo do mesmo jeito. Mas poxa eu dei milhares de chances e ela continuava abusando. Não gosto dela e não queria ela perto de você, mas fiquei me contendo por você. Bom, não adiantou... e por isso queria falar com você queria me desculpar por te deixar bravo, mesmo que eu deteste aquela mulher.

- Porque não gosta dela? Você nem a conheceu direito.

- Qual é, a mulher é uma tagarela fofoqueira! Certeza que ela fica fofocando de você quando não está perto. E você é meu dono! Ela não tem direito de chegar tão perto. Ela estava abusando e demais. E na minha frente! Aquilo era provocação.

Eu estava irritado de novo com a mulher, mas eu não devia, não era hora para isso, Paulo vai ficar irritado comigo de novo! Que droga, por que eu fui falar dela?

-Espera, então você estava com ciúmes? – Me olhou num misto de curiosidade e repreensão.

-M-mas eu tenho motivo para isso. – Disse desviando o olhar envergonhado. Mas então percebi. Voltei a olha-lo, feliz dessa vez. –Espera um pouco, você acredita! Você acredita que sou eu.

Ele desviou o olhar, e mais de uma vez abriu a boca como se fosse dizer algo. Porém só para fecha-la em seguida. Enfim suspirou e voltou a olhar para mim, meio em duvida. Esticou a mão e foi a levando devagar até o meu novo cabelo. Nem me mexi, continuei o olhando nos olhos com um meio sorriso. Enfim senti sua mão do lado da minha cabeça, começando um leve carinho no meu cabelo. Fechei meus olhos como sempre, e inclinei a cabeça na direção da sua mão.

Ele deu um riso breve e baixo, antes de afastar a mão. Depois me cobriu com o seu lado do cobertor e saiu da cama.

-Tudo bem, eu não tenho ideia de como isso é possível. Mas de uma coisa eu sei, já tive minha cota de nudismo do dia. Vou procurar algo que caiba em você por agora. Depois compramos roupas para você. –Disse já olhando o guarda-roupa e as vezes levantando uma peça para depois me olhar em duvida, e a devolver ao armário. –Só espero que eu tenha alguma coisa que caiba em você, acho que na maioria entram dois de você.

Enfim pareceu achar uma camiseta e uma calça, além de uma cueca supostamente nova. Trouxe até mim, junto com um cinto e deixou tudo no canto da cama.

-Consegue se vestir?

Em resposta eu só olhei dele para a roupa, e depois para mim. Parei um segundo e olhei para ele, tombando a cabeça para direita. Ele riu.

-Tudo bem, vamos lá. Senta na beirada da cama. –Fui até a lá e sentei sobre as minhas pernas esticando meus braços em frente ao meu novo corpo, ele riu. – Não como um gato, com as pernas para fora da cama, tipo assim... – Disse sentando ao meu lado com as pernas penduradas.Corrigi a posição e ele voltou a minha frente, levantando uma das minhas pernas e passando a cueca por ela. Depois fazendo o mesmo com a outra. Notei que ele estava o tempo todo olhando para baixo, acabei rindo. – O que foi?

-Nunca na vida você me viu com roupas, mas agora está com vergonha enquanto me ajuda.

-Até ontem você tinha pelos cobrindo todo o corpo. Agora levanta e ajeita isso. –Disse apontando a cueca em meus joelhos. Tentei levantar, mas não consegui o menor equilíbrio e cai. Por sorte ele me segurou antes que eu batesse no chão. – Cuidado. Você tá bem? – Assenti. E ele me ajudou a voltar para cama. – Acho que alguém vai precisar aprender a andar.

Ele acabou de me vestir o tempo todo me apoiando. Tudo estava largo em mim, mas ia servir por enquanto. Depois ele me ensinou a andar, aquilo era horrível! Não acredito que ele fazia com tanta facilidade. Não tinha estabilidade nenhuma em duas pernas assim, e para ajudar, minhas pernas tremiam como se não aguentassem meu peso. Ficamos mais de hora nisso e mesmo assim eu mal dava três passos sem me segurar nele.

Depois ele disse que me traria o café da manhã na cama, por medo de me ver encarar a escada. Me deixou sentado e saiu deixando a porta aberta. Me inclinei o máximo que pude e assim consegui ver quando ele chegou na escada, e antes de descer, parou quase deitando no chão, conferindo o relógio. Sabia que ele iria fazer isso!


Notas Finais


*Você pode escolher: “Ghost: do outro lado da vida”; “RIPD – Agentes do além”...
**CSI, NCIS e coisa e tal.
Obrigada por lerem!


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