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História Shadow - Finalmente


Escrita por: VampCat

Notas do Autor


Pois bem, chegamos ao último capítulo! Obrigada a quem leu até aqui espero que todos tenham gostado e eu não tenha desapontado ninguém. De coração, espero que tenham se divertido com minha primeira história, eu pretendo postar outras, então, fiquem de olho.
Beijos povo lindo, até a próxima.

Capítulo 9 - Finalmente


 Nos dias que seguiram, Paulo pareceu ficar mais próximo. Tenho visto ele me olhando mais vezes e na maioria ele está bem pensativo. Isso me preocupou um pouco no começo, mas fora os olhares tudo está normal, então resolvi que não era nada.

 Segunda-feira ele me ligou no horário de almoço, disse que era para eu ter certeza que ele não estava almoçando com a Clara. Mesmo sabendo que era apenas brincadeira, fiquei realmente feliz com aquilo. Ele tem estado ainda mais brincalhão também, agora mesmo durante os filmes ele fica mais conversando comigo e zoando os filmes do que assistindo. Ele parece mais feliz, e isso me deixa feliz.

Agora já estamos na quarta-feira. Já havia escurecido então estava dentro de casa, acabando de montar mais uma vez o quebra-cabeça. Quando vi luzes de carro na janela e ouvi o portão abrindo. Na hora saltei de onde estava e corri para abrir a porta, cheguei a tempo de ver Paulo acabar de estacionar, esperei encostado ao batente da porta. Paulo saiu do carro e fechou o portão para depois vir me abraçar.

-Oi Shadow, cheguei. – Disse em meio ao abraço, como todos os dias.

-Bem-vindo Paulo. – Respondi como sempre antes de desfazermos o abraço.

Entramos e continuamos a rotina. Ele largou as coisas do trabalho pela sala, enquanto perguntava como foi meu dia, sentamos no sofá enquanto ele me fazia um cafuné e comentava o dia dele. Porém quando falei sobre levantarmos para fazer a janta ele fez aquela cara de quando acaba de ter uma ideia brilhante.

-Ei, o que acha de não comermos em casa hoje? –Perguntou sorrindo para mim.

-Oi? E onde iríamos? – Disse surpreso.

-Tem um restaurante bom, não muito longe daqui. Você nunca foi em um, então, o que acha?

-Incrível! Vamos. – Disse talvez um pouco animado demais. As palavras ficaram quase ininteligíveis, de tanto que pareceram miados agudos.

Paulo ria, não, gargalhava, enquanto eu saltava do sofá. Logo em seguida ele levantou e me disse para colocar um sapato e uma jaqueta para podermos ir. Obedeci na hora, mas demorei um pouco nisso. Afinal fiquei o dia todo no jardim, minhas roupas não estavam exatamente limpas, então tive que me trocar. Mas qual seria a melhor combinação? Eu queria estar perfeito, afinal era a primeira vez que fazia algo assim.

Quando terminei de me arrumar desci a escada quase correndo, e encontrei Paulo largado no sofá novamente. A diferença é que agora ele estava com perfume e já tinha guardado as coisas do trabalho.

-Sabia que você não iria simplesmente colocar uma jaqueta. – Disse rindo quando me viu chegando. – Mas, como sempre, está lindo.

Admito que fiquei um pouco vermelho com esse elogio. Ele não costumava dizer coisas assim, seus elogios eram sempre coisas como que é fofo quando eu ronrono. Sempre coisas relacionadas ao meu lado gato.

Logo fomos para o carro, eu nunca tinha saído de noite antes. Fiquei impressionado com as luzes da cidade, tudo estava tão colorido, com placas iluminadas, até mesmo placas de neon e led. Aquilo era novo para mim, então enchi Paulo com perguntas sobre tudo o que eu via. Ele ria e dizia que eu parecia criança as vezes, mas sempre respondia as perguntas.

~~~.~~~

Ele estacionou o carro bem perto do restaurante. Sai do carro ao mesmo tempo que ele e parei para admirar a fachada do lugar. Não era muito grande, mas era bonito, bem iluminado e com janelas realmente grandes, além de uma varanda com mesas também.

-Gostou? – Perguntou Paulo parando ao meu lado. Só consegui assentir em resposta. – Então vamos entrar? – Assenti novamente e ele me guiou até a entrada.

O lugar era ainda mais lindo por dentro. Tinha mesas e cadeiras de madeira escura com toalhas brancas, pareciam peroladas. Estava tocando uma música instrumental suave, e até o modo em que os garçons se moviam entre as mesas me pareceu gracioso.

Paulo perguntou onde eu preferia sentar. Escolhi ficar encostado a janela, então um garçom nos levou até a mesa. Eu olhava cada canto do lugar, e sabia que Paulo, sentado a minha frente, estava me encarando sorrindo. Quando chegaram os cardápios eu simplesmente não tinha ideia do que escolher, eram tantas opções diferentes.

-Pode escolher qualquer coisa do cardápio. – Paulo disse enquanto olhava o cardápio, mas logo o fechou e deixou sobre a mesa.

-Você já escolheu? – Perguntei surpreso.

-Sim, já vim aqui antes. Dificuldades para decidir?

-Sim, na verdade, eu não tenho ideia do que são nem metade dos nomes no cardápio... Eu não comia nada assim a algumas semanas atrás então...

-Verdade! Desculpa, foi deslize meu.

Então ele abriu o cardápio na mesa e o virou para mim, me ensinando como o cardápio era dividido e explicando por auto o que era o que. Quando decidimos, ele fez os pedidos ao garçom e começamos a conversar esperando os pratos chegarem.

-Lembra quando eu disse que você está bonito? Parece que eu não sou o único que pensa assim. – Ele disse com um sorriso travesso.

-Como assim?

-Perto da porta para cozinha, a esquerda um pouco atrás de você. Tem duas garçonetes sussurrando, rindo e te olhando.

-Deve ser impressão sua.

-Tenho certeza que estão olhando para essa mesa. Eu olhei e elas nem perceberam, então só pode ser para você que estão olhando. – O encarei em dúvida e ele riu. – Bom, você anda como se estivesse desfilando, está sentado desse jeito e além de estar arrumado, tem esse cabelo e esses olhos. Não é de se espantar que as pessoas olhem. – Disse com o tão familiar tom de implicância na voz.

-O que tem de errado com meu jeito de sentar? –Perguntei meio curioso, meio preocupado.

-Errado? Muito pelo contrario, você tem postura. Isso é meio curioso a propósito, considerando seu tempo de humano. Mas gatos são elegantes, acho que você manteve isso.

-Gostei do elogio, agradeço em nome de todos os gatos. – Disse o fazendo rir.

Eu não devia, mas não resisti a olhar na direção que Paulo disse. E por incrível que pareça realmente tinham duas garçonetes lá que viraram na hora que eu olhei, e a que parecia mais nova ficou até que bem vermelha.

-Eu disse. – Paulo disse entre risos.

Admito que aquilo aumentou consideravelmente meu ego.

~~~.~~~

Logo chegaram nossos pratos, e estava realmente ótimo! Sem contar que era a primeira vez que eu experimentava peixe (por sugestão do Paulo) e eu simplesmente amei aquilo.

Depois Paulo pediu sobremesa dizendo que era para me mimar, e dessa vez ele que escolheu. Jurou que era a melhor sobremesa dali e que ele queria me fazer surpresa, então nem contou o que era, só descobri quando o prato chegou. Novamente era uma novidade, e novamente deliciosa, divina, incrível, mas dessa vez com nome difícil: petit gateau.

~~~.~~~

O jantar foi realmente ótimo, mal saímos do restaurante e eu já estava pensando quando poderíamos voltar. Eu estava um pouco elétrico por conta da alegria, e Paulo estava o tempo todo sorrindo contente, mas bem mais calmo que eu. Ele quase não falava desde que saímos, afinal eu não parava de falar desde que ele perguntou o que eu tinha achado do restaurante. Só quando chegamos ao carro eu comecei a acalmar. Um detalhe, ele abriu a porta do carro para mim, gostei desse mimo.

-Obrigado por me levar ao restaurante, foi mesmo incrível. – Disse quando ele ligou o carro.

-Não precisa agradecer gatinho, foi divertido. Sabia que você ia gostar. – Disse olhando a rua.

Ficamos um tempo em silencio, mas ele não durou muito.

-Então, tem uma coisa que eu queria te falar e... acho que essa é uma boa hora. Pelo menos você está feliz, e se eu não disser agora vou acabar perdendo a coragem então... – Disse Paulo, rindo um pouco no final, pude notar o nervosismo no riso. Porém ele ainda estava sorrindo e olhando para frente, então não entrei em pânico, ainda.

-Então diga. – Respondi rindo fraco. Estava curioso mas também um pouco preocupado.

-Sabe, eu tenho pensado sobre o que você me disse sábado. – Ele começou sem me olhar. – Aquilo sobre “dono”. Mais que um amigo, família, mas não como um pai ou irmão. Você disse que não tinha outro jeito de dizer isso, mas na verdade acho que tem um outro jeito entre humanos.

-Qual? – Perguntei curioso, após ele fazer uma pausa realmente longa.

-Talvez... namorado? – Depois acrescentou mais rápido, aos tropeços. Ele parecia um pouco nervoso, e nervoso ele ficava realmente tagarela. – Digo, a descrição encaixa não é? Apesar que "dono" implica propriedade e isso não estaria nenhum pouco certo nesse caso, então acho que estaria certo desconsiderar essa parte então... - Respirou fundo tentando se controlar. - Encaixa não é? Mais que um amigo, família mas não como um pai ou um irmão...

- Você decorou aquele discurso? – Pensei em voz alta o interrompendo. - Desculpa interromper, é que eu realmente não imaginava que você tivesse se importado tanto...

-Eu me importei. Sempre me importo.

Novamente uma longa pausa. Ele olhava o tempo todo para a rua, e eu não tinha coragem de olha-lo, então estava virado para a janela. Eu não acredito que finalmente isso está acontecendo, digo, ele entendeu não é? Ele está dizendo o que eu acho que está, não é? Ou só eu que quero tanto ouvir isso que estou distorcendo tudo?

-Então... você não respondeu. – Ele disse interrompendo meus pensamentos.

-Desculpa. Você tem razão, acho que a descrição bate...

E mais uma rodada de silencio, eu já estava começando a suar.

-Bom... falando no sábado, você também não respondeu a minha pergunta. O que eu sou para você? – Perguntei hesitante. Meu coração batia tão forte que estava com medo que ele fosse sair do meu peito.

-Você é e sempre será o meu gatinho.

Acabei de descobrir um novo nível de decepção.

Senti toda a tensão que estava no meu corpo, pela ansiedade, ir embora de uma vez. Encostei a testa no vidro da janela, ao mesmo tempo que deixava escapar um suspiro pesado.

-Isso definitivamente nunca vai mudar. – Paulo continuou após a pausa. -  Mas... gostaria de também ser meu namorado?

-O que? –Perguntei num misto de surpresa e esperança, virando rápido para olha-lo. – Você... É serio?!

-Bom... sim... – Ele respondeu hesitante, claramente nervoso. E ele continuaria falando mas eu o interrompi de novo.

-Pensei que você nunca iria perguntar! – Disse não auge do alívio e alegria. – É claro que sim!

Nos dois começamos a rir, por alívio, estávamos sorrindo. Eu nem sabia o que dizer agora, eu estava com as palavras ainda ecoando na minha cabeça, tentando associar o fato. Eu não acredito que finalmente ele entendeu, não acredito que isso está mesmo acontecendo. Por favor que não seja um sonho.

-Ei. – Ele disse me tirando dos meus pensamentos, quando paramos em um farol. – Você ainda tem curiosidade sobre como é um beijo?

Eu simplesmente não consegui responder, meu coração agora parecia bater na minha garganta. Eu me virei para ele, como o perfeito retrato da surpresa. Se eu já não esperava que ele fosse fazer aquele pedido, ele fazer essa pergunta nem ao menos passava pela minha cabeça.

Por sorte ele não esperou por uma resposta. Apenas riu brevemente do meu espanto e levou a mão direita à minha bochecha, para depois se aproximar bem devagar. Quando pude sentir nossas respirações se misturando, ele desviou o olhar para a minha boca. Fechei meus olhos, e logo em seguida nossos lábios se encostaram.

Era muito melhor do que eu imaginava, sua boca era tão macia... Paulo deixou a mão escorregar da minha bochecha até minha nuca, fazendo um leve carinho ali. Antes que eu percebesse minhas mãos já estavam uma de cada lado de seu rosto. Ele movia a boca bem devagar sobre a minha, e aproximávamos nossos rostos ainda mais, se é que isso era possível. O mundo parecia ter parado, eu já nem me lembrava de onde estávamos... até que os carros começaram a buzinar.

Nos afastamos, com um pouco de vergonha, e ele voltou a dirigir. Novamente estávamos em silencio, e o que poderíamos dizer depois daquele beijo? Tudo que podíamos fazer era continuar sorrindo.

~~~.~~~

Não demorou muito para chegarmos em casa, e quando estacionamos Paulo novamente veio abrir a porta para mim. Depois fechou o portão enquanto eu abria a porta da frente. Assim que entramos ele roubou nosso segundo beijo, dessa vez me prendendo contra a parede ao lado da porta. Esse beijo terminou em risos, estávamos felizes, e isso era visível.

Como já estava bem tarde, revezamos para tomar um banho rápido e logo fomos dormir. Essa foi a melhor noite que eu já tive, e terminaria vendo meu novo namorado dormir sorrindo. Assim que deitamos, um de frente para o outro, Paulo sorriu e meu deu um beijo breve.

-Boa noite gatinho. – Sussurrou.

-Boa noite Paulo. – Respondi sorrindo, antes de fechar meus olhos.

Porém, não consegui mantê-los fechados por muito tempo. Logo voltei a olhar Paulo, ele estava de olhos fechados e sorrindo, mas não estava dormindo. Levei minha mão até a dele por debaixo do cobertor, como já havia feito várias noites. Mas desta vez, assim que encostei minha mão na dele, o sorriso de Paulo aumentou e ele abriu os olhos, devolvi o sorriso.

-Vem cá vem. –Ele disse rindo e abrindo os braços. O abracei e trocamos mais um beijo de boa noite.

Aquela foi a primeira noite que dormimos abraçados, a primeira de muitas.

~~~.~~~  ~~~.~~~


Notas Finais


Novamente, obrigada por lerem até aqui.
Até a próxima história.
Xoxo


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