- Ensaio de casamento? - Arquei a sobrancelha. - Pra que isso?
- Não sei Clara, talvez para não ficar tudo desorganizado. - Marina resmungou.
- Eu sei, me desculpa. - Passei a mão pelo meu rosto, eu estava perdendo de ver meu pai tocar guitarra com o Shawn. - Que dia precisamos estar aí mesmo?
- Dia dez! Não esquece! Você é minha madrinha e o Shawn é padrinho do Okita. - Ela disse num tom autoritário.
- Mari, isso é daqui dois dias. - Não podíamos ir, eu havia planejado tudo com Andy para que chegássemos lá no dia onze, e voltássemos no dia doze, porque nesse mesmo dia o Shawn teria um show em Paris. - Não podemos estar aí no dia dez, desculpa.
- Como assim você não pode? Quer arruinar meu casamento? - Abaixei a cabeça enquanto deixava a mesma gritar no telefone. Okita já tinha me avisado sobre esses picos de humor que ela estava tendo, Suski vai nascer daqui três meses e bom o casamento é daqui três dias.
- Mari, fica calma. - Respirei. - Eu vou tentar, mas não sou eu ou o Shawn que decide. - Ela fungou do outro lado da linha.
- É que tá tudo tão difícil Clara. A casa tá cheia, eu vou matar meu irmão a qualquer minuto, meu pai tá insuportável e a Lili não pra de se lamentar. - Eu não queria nem imaginar o que a Marina esta passando. A família do tio David nunca foi fácil de lidar, só pra ter noção, a Lili já me chamou de psicopata com predisposição a atentados.
- Eu sei, mas daqui a pouco isso passa, e vai voltar a ser nós três de novo. - Suspirei.
- Nós cinco, não podemos esquecer do Shawn. - Ela disse num tom calmo.
- Sim, tem o Shawn. - Sorri. Algo acontecia a alguns metros de mim, algo muito legal que todo mundo gritava e batia palmas. - Mari eu preciso ir okay?
- Okay, te amo Clara.
- Também te amo Mari. - Encerrei a chamada e guardei o celular dentro do bolso da calça. A primeira pessoa a me encarar foi meu pai, também era a primeira vez que eu o vi tocar. Eu não pude deixar de rir, mas agora eu sabia o porque de minha mãe e Carrie terem se apaixonado por ele, meu pai é um verdadeiro astro do rock.
Eles tocavam uma música de Cage the Elephant, soava como Come a Little Closer.
- Seu pai arrebenta Maria. - Mike disse se aproximando.
- Eu sei, é meu pai, o que você queria?! - Ele gargalhou e voltamos a prestar atenção no palco. Shawn me encarou sorrindo, meu pai e ele estavam se dando super bem, melhor ate do que esperava.
Que mundo paralelo eu vim parar onde meu pai tá tocando guitarra com meu namorado?
Parei ao lado de Carrie que tietava meu pai, me perguntei se era assim quando o mesmo tinha sua banda.
- Você ficava assim quando ele tocava? - Perguntei a ela.
- Eu era pior. - A mesma gargalhou. - Hoje eu já não tenho mais o mesmo gás que eu tinha antes, sou mãe de três filhas.
- Você ainda tá nova Carrie. - Sorri.
- Talvez, mas eu ainda continuo não aguentando mais. - Ela deu os ombros.
- Ele tá feliz.
- Muito, faz tempo que eu não vejo seu pai assim. - Ela sorriu. - Com o trabalho e tudo, ele nunca mais teve tempo para tocar.
- Ele está se saindo muito bem. - Dei os ombros.
- Nós vamos nos mudar Maria. - Virei meu rosto para ela. Não me importei se eles haviam mudado de música, ou se a agora a banda toda estava junto.
- Para onde?
- Iremos voltar para o Canadá no próximo mês. - Acho que surpresa foi a palavra que mais chegou perto de me descrever nesse momento. Não que fosse uma notícia ruim, ter meu pai perto de mim, seria incrível, ainda mais nessa nova fase nossa.
- Carrie, isso é incrível. - Abracei a mulher na minha frente, realmente era incrível.
- Até convidaríamos você para morar com a gente, mas acho que você tá bem morando com o Shawn. - Ela deu os ombros rindo.
- Qualquer coisa que corro para casa de vocês. - Sorri. - Mas porque essa mudança?
- Eu e seu pai conversamos e chegamos à conclusão de que precisamos parar, estamos chegando na casa dos quarenta, e vamos nos aposentar. - Ela cruzou os braços. - Temos dinheiro o suficiente para cuidar de vocês três e nos manter numa condição boa pelo resto da vida.
- Aposentar? - Ela assentiu.
- já passou da hora de seu pai largar aquele emprego infernal, então, decidimos parar e voltar ao nosso país de origem. - Carrie também é do Canadá. Estava fazendo um trabalho para a faculdade quando conheceu meu pai. - E assim ficamos mais perto de você.
- Eu ia adorar ter vocês perto de mim. - Sorri. - E com quem as meninas ficaram?
- Com meus pais no Canadá. - Assenti levemente e tornei a encarar o palco.
Agora eles tocavam Killing Strangers do Marilyn Manson, mas a diferença era que, quem cantava não era Shawn, e sim Geoff. Eu nem preciso dizer o quão sexy Shawn estava tocando guitarra.
Até que o Geoff cantava bem, obviamente não pude deixar esse momento passar sem gravar um vídeo e mandar para Alice.
Acabei por tirar uma foto desse momento também, as coisas realmente estavam indo muito bem.
Eles desceram do palco depois de mais algumas musicas. Eles riam, conversavam, como se conhecessem a anos e não a apenas algumas horas. Shawn já estava mais a vontade perto do meu pai, tanto que ele não hesitou em me abraçar pela cintura e me rodar no ar.
- Seu pai, é simplesmente incrível. - Ele sussurrou beijando minha bochecha em seguida.
- Eu ouvi muito isso. - Dei os ombros. - Você estava incrível lá em cima.
- Obrigada amor. - Ele me deu um selinho rápido, e me soltou, ainda com seus braços em volta da minha cintura.
- Maria, eu quero casar com seu pai. - Geoff disparou e eu o encarei.
- Isso não é comigo Geoff. - Dei os ombros. - Você se resolve com a mulher dele.
- Ou eu posso apenas fazer parte da família. - Ele deu os ombros se apoiando no ombro de Zubin.
- Isso você já é. - Geoff fez um coração que pareceu mais uma batata. - Você canta bem Geoff, devia tentar a carreira de músico.
- As vezes a sua ironia até convence. - Ele revirou os olhos.
- Eu já disse isso pra ele. - Dave deu os ombros.
- Então senhor Reeves, o que achou do Shawn tocando guitarra? - Mike perguntou. Seus olhos continham um certo brilho.
- Até que foi bem. - Meu pai deu os ombros. - Não vou dizer que foi ótimo, mas
- Pai. - Ele me encarou rindo.
- Brincadeira. - Ele sorriu. - Ele realmente toca bem.
- Então ele tem sua benção para namorar sua filha? - Todos nós o encaramos, pra mim meu pai havia dado a sua “benção” a muito tempo atrás.
- Sim. - Ele disse apertando a mão de Shawn. O que tá acontecendo?
- Acho que deveríamos ir almoçar. - Andy disse meio que aparecendo do nada. - Temos que voltar daqui a pouco.
- Só vou pegar umas coisas ali. - Shawn disse e me puxou com ele pra algum lugar.
Esse lugar era o camarim. Mal havia fechado a porta quando Shawn me jogou contra a parade.
- Suponho que você não tem nada para pegar não é mesmo? - Ele deu um sorriso cafajeste antes de negar com a cabeça. - Você realmente é um cara de pau mesmo.
- Você me ama assim Maria. - Estreitei meus olhos e em questão de segundos já não tinha mais espaço entre a gente. Se eu não dissesse que meu namorado está com algum fogo, eu estaria omitindo a mais pura verdade.
Não foi um beijo comum, muito menos um beijo romântico, o mesmo queria comer minha boca, mas não reclamei, apenas enfiei minhas unhas em sua nuca, sentindo sua respiração falhar.
Mordi seu lábio inferior o puxando levemente.
- Acho melhor irmos. - Minha respiração estava falhada e os lábios dele estavam vermelhos.
- Agora que estava começando a ficar bom?! - Ele riu sem graça, mas assentiu se afastando, não antes de me roubar mais um beijo.
- Vamos ter a noite toda para continuar. - Mordi o lábio inferior e me esquivei para fora do cômodo. Eles me olharam engraçado assim que eu me aproximei.
- Onde está o Shawn? - Andy perguntou.
- Aqui. - Ele disse ao meu lado.
- Então vamos. - Ele não esperou resposta de ninguém, apenas virou as costas e andou. Alguma coisa estava o irritando. O bom de ter passado esses quase quatro meses com eles, é que vai dando para perceber quando algo incomoda eles. O único que eu não preciso usar meus poderes de percepção é Geoff, o mesmo adora gritar, então.
Meu pai foi com a gente no carro, ia discutindo com Geoff sobre algo relacionado a música, sempre gostei do gosto musical do meu pai. Sério, quando ele disse que gostava de escutar Pink Floyd eu fiquei meio surpresa, a partir daí meu pai se mostrou um bom rockeiro clássico.
Eu mal posso esperar para o show, sério, eu quero muito que meu pai veja Shawn em cima do palco, estranho eu sei, mas eu quero compartilhar minha admiração com outra pessoa.
O almoço ocorreu tudo bem, almoçamos em um restaurante meio chique, e pela primeira vez, Shawn não pagou meu almoço, meu pai pagou. Eu insisti, mas ele acabou insistindo mais do que eu e eu acabei por ceder. Quando voltamos, meu pai e Carrie se despediram, iriam voltar para o hotel. Entreguei a eles os passes e foram embora.
- Precisamos conversar. - Sussurrei para Shawn.
- Sobre? - Ele perguntou um pouco alarmado.
- Nada demais. - Dei os ombros.
- Fala agora. - Revirei os olhos enquanto me endireitava.
- Temos o ensaio de casamento da Mari no dia dez, e precisamos estar presente. - Shawn entortou a boca.
- Mas não podemos ir, não vai dar tempo.
- Eu sei, e eu disse isso para ela, mas ela tá com os hormônios muito elevados. - Dei os ombros.
- Eu sei que é importante, mas não vai dar pra gente ir Maria. - Ele acariciou minha bochecha. - Já vamos estar correndo contra o tempo para sair depois do show em Paris.
- Eu sei, eu só quis te falar. - Suspirei. Shawn estava certo e eu entendia isso, mas não sei se a Mari entenderia. Shawn percebeu que eu ainda estava meio estranha, com isso e me puxou para seu colo acariciando meus cabelos.
- A Camila saiu da banda. - Ele murmurou, talvez tentando mudar minha atenção.
- Eu fiquei sabendo que ela tava tendo uns problemas com a banda. - Dei os ombros, o carinho de Shawn estava tão gostoso, que eu não me importaria em dormir ali por algumas horas.
- Agora ela saiu definitivamente, apesar de todo reboliço envolvendo ela na nossa vida, eu to feliz que ela tenha feito algo pensando em si. - Ele deu os ombros.
- Me estranharia se não ficasse, apesar de todas desavenças, ela é sua amiga e você só quer o bem dela. - Acariciei sua bochecha e o mesmo se inclinou para me beijar.
- O que você acha da gente gravar nossa música? - Encarei ele confusa. - Eu já te vi cantar no chuveiro e nem é tão ruim assim.
- Pelo amor, você consegue mentir melhor. - Gargalhei.
- To falando sério Maria. - Ele deu os ombros. - Formaríamos um belo dueto.
- Eu deixo essa parte de cantar para você. - Pisquei. - Meu negócio é o papel mesmo.
- Um dia eu ainda faço você mudar de ideia. - Ele sorriu de lado.
- Okay, um dia, até lá temos muitos dias para que possamos viver. - Tornei a me aconchegar mais um pouco nele, teríamos algumas horas livres antes do show começar, e a ideia de cochilar estava me parecendo mais do que tentadora.
- Eu deixo você dormir. - Ele sussurrou beijando a ponta do meu nariz.
Não sei quando tempo se passou, mas eu acordei sem a presença de Shawn e muitos barulhos vindos do lado de fora. Me espreguicei andando até a mesa de comida que eu não faço ideia de quando colocaram.
Peguei uma garrafinha de água e andei até o banheiro que havia ali, Shawn sempre trazia uma escova de dentes para os seus lugares de fazer show, e como seu namorada eu não vi o porque de não usá-la. Escovei meus dentes rapidamente e ajeitei o cabelo, coloquei meu passe e sai do camarim. Esse horário Shawn provavelmente estaria tirando fotos com os fãs, por isso segui o caminho contrário e andei até onde eu sabia que Tom e Geoff estariam.
Cumprimentei os dois e me sentei ao lado do mais cabeludo, vulgo Tom. Acredito que com esse lance da correria do casamento, nem daria para apresentar ele para a Carol.
- Shawn disse que você capotou. - Geoff comentou se sentando ao meu lado.
- Por conta de alguém que demorou de chegar no hotel, nós ficamos três horas sentados no chão do corredor esperando a boa vontade de você voltar. - Dei os ombros.
- Como vocês puderam esquecer o cartão?
- Nervosismo Thomas. - O encarei.
- Ainda está nervosa? - Ele perguntou.
- Ansiosa a palavra certa. - Dei os ombros.
- Eu fui procurar você hoje no facebook e não te achei, e também não te achei no Twitter. - Geoff disse pegando o celular.
- Eu não tenho nada disso não. Apaguei tudo a um tempo atrás. Agora uso só o insta e o snap. - Eles trocaram um olhar significativo e sorriram.
- Anti-social. - Ele resmungou.
- Queria poder ficar conversando mais um pouco, mas preciso ir resolver algumas coisa. - Tom beijou minha testa e Geoff minha bochecha e logo eu estava sozinha de novo. Eu poderia ir atrás dos meninos e encher o saco deles, mas nesse horário eles devem estar muito ocupados se preparando. Então fiquei ali sentada, vendo a arena se encher de pessoas, mas isso também não durou muito tempo, meu pai havia me mandado uma mensagem dizendo que não estavam deixando ele entrar.
Andei o mais depressa que eu consegui até o portão, esse estava mais vazio e não foi difícil achar meu pai que batia boca com o segurança.
- Oi, eles estão comigo. - Sorri para o segurança que me olhou feio.
- Não é muito nova para ser da produção? - Ele perguntou ríspido.
- O cara que canta também é muito novo para tal sucesso, não acha? - Ele bufou e deu passagem para nós. - Tem quanto tempo que vocês estavam lá fora?
- Uns dez minutos. - Carrie deu os ombros.
- E porque não me mandaram mensagem antes? Ficaram esse tempo todo lá. - Meu pai deu os ombros como se aquilo não fosse nada. Apesar de estar andando entre as fãs e elas não fazerem ideia de quem eu sou, é impossível não sentir os olhares delas queimando minhas costas, talvez se perguntando quem eu sou, ou apenas juntando as peças do quebra cabeça.
Entrei por uma porta que dava acesso aos corredores e nos levei até o camarim. Pelo barulho lá de dentro, percebi que Shawn já estava lá.
- Amor. - Shawn sorriu para mim.
- Peter! - Mike gritou, os dois se cumprimentaram e logo estávamos todos sentados conversando sobre algum assunto que eu não entendia muito bem, mas eu dava risada. Não demorou para que viesse chamar Shawn para subir ao palco, a maioria do pessoal foi saindo, até que ficamos a sós.
- Beijo de boa sorte? - Ele arqueou a sobrancelha.
- Quantos você quer? - Perguntei enquanto passava meus braços envolta de seu pescoço.
- Ah, muitos. - Ele deu os ombros. Suas mãos gentilmente seguraram minha cintura, me puxando para mais perto dele.
- A gente não tem tanto tempo para tantos beijos assim. - Fiz uma careta que foi respondida com um lindo sorriso de Shawn.
- Então eu me contento com um só. - Ele sorriu mais ainda e sem pensar duas vezes, eu já estava colando nossos lábios. Eu realmente não me importaria de colá-los de verdade com alguma cola super poderosa que não tem solvente, mas aí eu me lembro que meu namorado não é um cara que pode ficar sem usar a boca.
- Vai lá e arrasa. - Beijei seus lábios mais uma vez e nos separamos. Shawn pegou seu violão que estava escorado no sofá, olhou mais uma vez para mim, e saiu pela porta.
Sorri sozinha e logo estava fazendo meu caminho para o local aonde eu já deveria estar. Meu pai tinha o braço passado por cima do ombro de Carrie, olhava atentamente para o palco enquanto franzia a testa.
- Como você consegue aguentar os gritos? - Ele perguntou um pouco alto.
- Depois de um tempo eu me acostumei. - Dei os ombros enquanto enfiava minhas mãos no bolso do casaco.
- Isso é loucura, onde é que elas arranjam tanta voz assim?! - Carrie parecia abismada, e eu não pude deixar de rir com o comentário dela.
- Eu me faço essa mesma pergunta em todos os shows. - Sorri.
Não demorou para que os gritos começassem. Dessa vez foi diferente. Ele não começou com uma de suas músicas antigas. Por alguns segundos o palco permaneceu em total escuridão, enquanto somente a voz de Shawn cantando o refrão de Mercy a capela aparecia.
Eu gritei também, gritei muito, e atraí a atenção do meu pai para mim. Já disse como eu adoro essa música?!
No final da high note do refrão, ele passou a fazer a famosa introdução, dessa vez com um pouco mais de luz. Enquanto o mesmo cantava, um sorriso divertido brincava em seus lábios, ele estava tão lindo.
A multidão atrás de mim cantou as fervorosamente as últimas palavras da música, recebendo um elogio de Shawn. O mesmo fez as introduções e logo ele dedilhava as notas inicias de Ruin. Era engraçado ver a plateia fazer um silêncio enquanto ele tocava, como ninguém havia gritado um eu te amo ainda, achei que eu podia fazer isso.
- Eu te amo Shawn! - Não me importei se atrai olhares de algumas garotas próximas a mim, mas ele sorriu e disse que também me amava. Eu tenho um melhor namorado de todos os tempos.
Para mim, essa foi uma das melhores performances da música que ele já fez, ele estava dando tudo de si naquele show, naquele palco, e eu até temia que ele acabasse ficando um pouco rouco, mas ele estava se divertindo tanto, que eu deixei isso de lado. Shawn, mais do que ninguém, sabia seu limite, e se ele estava fazendo isso, era porque sabia que aguentava.
Não sei até quando eu vou chorar nos shows dele, mas quando Stitches começou a tocar no som piano, eu chorei e cantei até ficar roupa, engraçado era ver meu pai e Carrie Se balançarem ao som da música.
- Eu acho que já ouvi essa música em algum lugar. - Ele comentou. - Só que era agitada.
- Essa é uma das músicas mais famosas dele, e sim, ela é agitada, só que o Shawn gosta de brincar com os ritmos. - Dei os ombros, meu pai assentiu sorrindo, e ao final da música, aplaudiu e gritou.
Cantei a letra de Three Empty Words todinha junto com Shawn. Apesar da letra transmitir uma mensagem meio bad, ela não deixava de ser linda. Tudo bem que eu sou meia suspeita de dizer isso, porque para mim não vai importa se o Shawn estiver cantando Vodka ou Água de coco, que vai ser lindo e eu provavelmente vou chorar.
Qual é, eu sou a namorada babona que acha lindo que o que faz ele feliz.
Quando ele cantou There’s Nothing Holdin’ Me Back, eu surtei. Contei ao meu pai que estávamos fazendo o clipe da música, e ele achou um pouco radical da minha parte aparecer, mas falou que seria o primeiro a ver e dar like, já que segundo o mesmo, ele já era inscrito.
Ele tornou a se sentar no piano, dessa vez eu sabia o que estava por vir.
- She got a bad reputation. She takes the long way home. - Ele apareceu sentado em frente ao piano, com uma camisa diferente da que ele estava usando.
- Ele escreve músicas muito profundas. - Carrie suspirou. - E lindas.
- Ele é incrível em quase tudo o que faz, menos quando me irrita. - Ela gargalhou. A performance de Bad Reputation, foi mais que incrível.
- Ele também é incrível disfarçando os olhares que ele da para cá. - Meu pai comentou. Talvez já era para eu ter chorado mais da metade da água do meu corpo, mas não sei se era meu pai me consolando, eu acabei por derramar apenas algumas lágrimas.
Os sorrisos, a alegria no olhar, a paixão com que ele canta todas suas músicas, só me confirmam todos os dias que eu quero ele mais e mais. É quase como ver meu garoto só de calça de moletom na cozinha, fazendo uma dancinha ridícula enquanto sussurra uma música qualquer e prepara o nosso café da manhã.
A admiração que ele tem pelas fãs, e inacreditável. As vezes Shawn simplesmente parece não acreditar que aquilo está realmente acontecendo. Que é como se ele não soubesse que merece isso tudo, ele sorri, agradece, diz o quão incrível é para ele estar ali, e eu só posso chorar, porque ele realmente merece tudo aquilo e muito mais. Vai chegar o dia em que o mundo vai ser pequeno demais para Shawn Mendes.
Um cara tão incrível que começou fazendo vines e postando no YouTube, ele nunca entrou em detalhes sobre o início da sua carreira de quando ele postava os vídeos, mas Andy já me falou. Da pra acreditar que Shawn sofreu por conta disso?! A coisa que ele mais ama é cantar, não consigo imaginar Shawn fazendo outra coisa senão isso. Algumas pessoas nascem com um dom, eu por exemplo não sei qual é o meu ainda, mas o dele está tão explícito que chega doer. Então minha vontade é de socar a cara de todos que um dia falaram coisas ruim sobre ele, e mandar aquele “vai se fuder” com gosto. Do mesmo jeito que ele me protege, eu o protejo e eu sempre vou fazer isso quando alguém falar alguma coisa dele não dever cantar.
Meu garoto é meu garoto. E eu vou defender ele com unhas e dentes se for preciso.
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