História She Bad - Provocations.

Los Angeles –– Califórnia.

13 de janeiro de 2016.

                                  Point of View – Emily Miller.

Meus olhos se abriram lentamente, a claridade que insistia em entrar no meu quarto estava me incomodando, eu só queria dormir mais. Será que é pedir muito?

Sentei em minha cama e não demorou nada para que a minha cabeça começasse a doer.

Ótimo, tudo que eu precisava.

Caminhei até o banheiro, joguei uma água em meu rosto e parei em frente ao espelho. Eu conseguia me lembrar de tudo. Do inicio ao final.

Eu me lembrava da mensagem que mandei para Liam e Eleanor, os chamando para o aniversario da minha cunhada –– tudo bem que eu estava sóbria essa hora ––, eu também me lembrava dos beijos no Liam, também me lembrava das provocações no Cameron –– tadinho, ele ainda não viu nada–– e por fim, o meu beijo com o Maloley. Foi melhor do que eu pensei que seria.

Merece até um replay...

Terminei a minha higiene matinal, voltei para o meu quarto e peguei meu celular.

Mas que porra.

Eram nove horas da manhã. Como eu só dormi por quatro horas?

O desbloqueei e pude ver varias fotos da noite anterior, tudo bem, disso eu não lembrava, confesso. Além disso, havia mensagens do Liam perguntando se a Eleanor estava bem, já que ela veio para cá com o Sammy. O loiro dos olhos azuis não veio, pois o meu irmão não deixou a gente relembrar a noite que foi apagada da minha mente, fazer o que...

Sai do meu quarto, caminhei por aquele corredor extenso ate a escada, tomando cuidado para não fazer barulho. Estava um silencio dos anjos. Segui caminho até a cozinha, eu estava morrendo de sede.

–– Emily? –– assustei-me –– Desculpa, não foi a minha intenção.

–– Cameron? –– o moreno estava parecendo um zumbi jogado no sofá –– O que você esta fazendo aqui?

–– Estão todos aqui, menos os Jacks que conseguiram ir para casa, graças a Madison. –– ele estava indiferente –– Não lembro muito bem como chegamos aqui.

–– Como assim? –– prendi o riso.

–– Eu não lembro, que droga. –– Cameron esfregou a mão em seu cabelo –– Odeio quando isso acontece, agora estou com uma dor de cabeça imensa.

–– Bem vindo ao meu mundo. –– voltei a me direcionar para cozinha –– Vou fazer um café, quer? –– ele assentiu –– Daqui a pouco te chamo.

Ótimo, passar o dia sem Anne e Paul, já quero chorar. Coloquei a água e o pó na cafeteira, não demoraria muito para que o café estivesse pronto. Entrei em meu twitter e fiquei vendo algumas mentions, eu já estava com 300 mil seguidores, isso só por assumir ser irmã do meu irmão, que estranho. Também havia fotos da noite anterior, além de duas fotos minha com o Cameron, uma quando cheguei à boate e outra quando estava provocando-o –– estávamos bem próximos nessa.

Como aquilo surgiu ali?

–– Emily? –– fui tirada dos meus pensamentos –– Podemos conversar?

–– Já estamos conversando Cameron. –– seus olhos se reviraram –– Mas pode falar.

–– O que aconteceu com você? –– fingi não entender sua pergunta –– Por que mudou tanto?

–– Você achou que eu seria inocente para sempre? –– comecei a me aproximar dele, senti seu corpo estremecer –– Ou melhor... Você pensou que eu nunca conseguiria resistir a você? –– continuei a me aproximar –– Acontece que agora eu consigo querido Cameron.

–– Sabe querida Emily... –– as mãos dele pressionaram minha cintura, Cameron inverteu nossas posições e eu já podia sentir a parede gelada da cozinha. Seus olhos estavam fitando os meus lábios, depois pararam em meus olhos –– Eu só quero ver até quando...

–– Atrapalho? –– uma voz surgiu, fazendo com que nos afastássemos.

–– Não. –– respondi.

–– Um pouco Matthew. –– Cameron respondeu e eu o fuzilei com os olhos.

–– Você não atrapalha Dino. –– os olhos de Matthew se arregalaram –– Brasil...

–– Não marte. –– Cameron completou –– Vê se esse café já esta pronto, por favor.

–– Eu quero café. –– o loiro pronunciou e se sentou em frente à bancada –– Por que todo mundo acordou agora?

–– Com todo mundo você quer dizer eu e ela? –– Cameron apontou para nós –– Porque o resto esta apagado.

–– Mas teremos que acordá-los, temos compromissos.

–– Tipo o que? –– peguei algumas xícaras e coloquei em frente a eles –– Sessão de fotos?

–– Não, algumas entrevistas por telefone mesmo. –– os dois responderam.

–– Pra que?

–– Para uma nova campanha. ––Nash respondeu pelos garotos assim que entrou na cozinha.

Servi café para todos eles, tivemos uma conversa totalmente civilizada e construtiva...

Mentira.

Eu estava rindo igual a uma idiota da cara dos meninos por não se lembrarem de absolutamente nada da noite anterior.

[...]

Estava em meu quarto ouvindo a Eleanor dizer o quanto Sammy era maravilhoso e bom de cama, talvez eu tenha ficado curiosa em relação a isso... Brincadeira.

Ou não.

Já havia tomado meu banho, agora estava com um short jeans com um cinto preto e uma regata preta, claro que não podia me esquecer do meu boné virado para trás, escolhi o branco para quebrar o estilo “dark”. Decidi que iria sair para comer com a morena, já que ninguém dessa casa ousaria cozinhar, alem de já se passar das duas da tarde.

–– Sammy isso, Sammy aquilo, já entendi. –– interrompi Eleanor –– Você gamou... Isso é péssimo.

–– Eu sei! –– Els parecia desesperada –– E ele não é tão velho.

–– Mas também não presta, então... –– fui interrompida por um barulho imenso no quarto do meu irmão, logo seguido por um grito.

Não pensei duas vezes antes de correr até lá, levei um susto ao abrir a porta e dar de cara com Aaron, Cameron e Carter jogados no chão, enquanto Jake, Sammy, Nash, Hayes, Shawn, Matthew, Drew, Keaton, Wes e Madison –– resumindo, todos, menos Nate –– rindo daquela cena.

–– Vocês são muito espaçosos –– Carter resmungou enquanto se levantava. Ele se assustou quando me viu –– Emily.

–– O que esta acontecendo aqui? –– agora todos olhavam para mim –– Não falem, deixe-me tentar entender... Vocês estão fazendo merda.

–– Como você é esperta. –– meu irmão disse irônico.

–– Por que a mocinha esta arrumada? –– Wes perguntou.

–– Que isso? Jake dois você? –– todos começaram a gargalhar –– Eu vou sair, porque o meu querido irmão dispensou a Anne e o Paul hoje.

–– Vamos pedir comida melhor, não? –– Aaron deu a idéia.

–– Vocês podem pedir, eu prefiro sair.

–– Meu Deus, que disposição. –– Sammy disse.

–– Não tenho culpa se você esta sem meu querido platinado, isso que da transar a madrugada toda. –– ninguém conseguiu conter o riso.

–– EMILY! –– eu havia me esquecido que Eleanor estava no corredor.

–– Perdão, mas eu tenho que dizer o quanto foi difícil dormir ouvindo seus gemidos. –– voltei à cabeça para dentro do quarto –– Vai Sammy, mais rápido... Sammy... Sammy –– comecei a imitar os gemidos da noite anterior.

–– Garota... Não faz isso. –– Samuel parecia desesperado –– Eu acabei de ter pensamentos impuros agora.

–– PORRA SAMUEL. –– meu irmão gritou.

–– Ela imitou um gemido com meu nome cara... E muito bem. –– o platinado tentou se defender, arrancando risada de todos.

–– SAMUEL. –– dessa vez eu gritei –– Meu Deus, se vocês vão com a gente, vamos logo.

–– Chama o Skate, ele deve estar dormindo ainda. –– Drew pediu, não pude conter o sorriso malicioso que saiu dos meus lábios.

–– Cuidado para você não acabar gemendo também. –– Sammy me alfinetou.

Esse garoto gosta de uma discórdia.

–– SAMUEL. –– mais uma vez o grito de Jake.

Antes que pudessem falar mais alguma coisa, pedi para que Eleanor me esperasse na sala e fui para o quarto do andar de baixo, onde Nate estava. Abri a porta e o espaço estava vazio, pude ouvir o barulho do chuveiro, então me joguei na cama, claro que eu iria esperar...

Uns dez minutos se passaram até que ouvi o barulho de uma porta sendo destrancada e revelando um moreno, TOTALMENTE, gostoso com uma toalha enrolada na cintura.

–– O que devo a honra da sua visita? –– Nate sorriu.

–– Se arruma, vamos sair. Eu, você... –– um sorriso malicioso se formou em seus lábios –– e todos os outros.

–– Eles não podem ficar em casa? –– Skate começou a se aproximar, ótimo, como resistir a isso? –– Nós temos algo a terminar...

–– Será que temos? –– levantei da cama e o empurrei na mesma, ele parou sentado –– Eu não sei não... –– senti seus braços em volta da minha cintura, puxando-me mais para perto –– Nate...

–– Eu gosto das coisas do meu jeito. –– o moreno voltou a ficar em pé, senti a minha respiração começar a ficar mais acelerada.

Merda.

–– E eu gosto das coisas do meu jeito. –– consegui me soltar de seus braços e voltei para a porta –– Você tem dez minutos.

[...]

Nós estávamos em um restaurante, que parecia que precisaria ser fechado para nós. Os Jacks e Madison –– do Gilinsky –– também estavam com a gente. Era engraçado o como todos ali tinham facilidade para rir de coisas idiotas, isso me deixava bem, também me fazia esquecer por um segundo qualquer a vontade que eu tinha de voltar para o Brasil.

Eu estava a uns quinze minutos fuzilando a Eleanor com o olhar.

Traidora.

Por quê? Bom, simplesmente porque ela se sentou ao lado do Sammy, para ficar de amorzinho e me largou sozinha. Logo entre quem?

NATHAN E CAMERON.

Ah como eu amo essa vida.

Meu contato visual com ela se quebrou quando senti minhas pernas sendo alisadas, uma mão de cada lado.

Puta que pariu.

–– Queridos... –– falei baixo, chamando atenção dos dois –– Quando eu começar a provocar, vocês vão pedir para sair.

–– Não acredito que isso vá acontecer. –– Nate apertou mais forte a minha perna –– Mas se você quiser tentar...

–– Tenho que concordar com o meu querido amigo Skate... –– foi a vez de Cameron apertar a minha coxa.

Eu vou enlouquecer daqui a pouco, confesso.

–– Eu preciso ir ao banheiro. –– levantei da mesa atraindo o olhar de todos –– Com licença.

O caminho ate o banheiro foi uma salvação, dirigi meu corpo para a porta que indicava feminino e graças a Deus, não havia ninguém ali. Parei em frente ao espelho, apoiando na bancada, abri a pia e deixei a água cair.

Ouvi o barulho da porta se abrindo e logo se fechando depois, mas não me importei muito com isso...

Ate sentir uma presença atrás de mim, além de um perfume maravilhoso e masculino.

–– Você não leu que está escrito “feminino” na porta? –– ouvi (e senti) uma risada em meu pescoço –– Eu estou falando serio.

–– Eu também. –– senti meu corpo ser virado para a pessoa, voltei meus olhos para ele.

Claro, Nate.

–– Você tem algum tipo de fantasia sexual em banheiros? –– o moreno soltou outra risada –– Você só sabe rir?

–– Na verdade... –– Nate colou mais nossos corpos, se é que isso era possível –– Eu acho desafiante. –– seus lábios encostaram-se em minha orelha –– E eu adoro desafios.

Puta que pariu.

–– Mas acho que hoje você não vai conseguir nada querido Maloley. –– afastei um pouco seu corpo do meu –– Quem sabe outro dia...

–– E eu posso saber o por quê? –– mais uma vez seus braços envolveram minha cintura, puxando-me para perto.

–– Porque... –– soltei um sorriso malicioso, aproximando nossos lábios. Dava para perceber que o desejo do moreno só aumentava –– Porque... –– arrastei meus lábios sobre os seus e fui ate a sua orelha –– Porque as coisas só acontecem quando eu quero.

–– E você acha que eu não sei que você também quer? –– sua voz estava provocativa.

Ótimo.

–– Talvez... –– soltei uma risada –– Mas agora eu quero usar o banheiro, então se me da licença.

                                  Point of View – Cameron Dallas.

Já havia se passado uns dez minutos desde que Skate saiu da mesa e uns quinze desde que Emily saiu da mesa. O que eu estava pensando era obvio. Mas sabia que se eu levantasse daqui também, ficaria suspeito demais.

E eu poderia me deparar com algo que eu não sei se gostaria muito de ver.

Antes que eu pudesse me tocar de algo, vi Skate voltando para o seu lugar, quando seu olhar se encontrou ao meu, ele revirou os olhos.

Parece que não deu muito certo.

–– Nada? –– perguntei assim que ele se sentou em seu lugar.

–– Eu só fui ao banheiro cara. –– tive que rir do que ele disse.

–– Por dez minutos? –– seus olhos se arregalaram.

–– Mas por que diabos você contou o tempo que eu estava no banheiro? –– Nate soltou uma gargalhada –– Que porra é essa Cameron?

–– Engraçadinho. –– levantei da mesa e dei um leve tapa em suas costas –– Minha vez de tentar, deseje-me sorte amigão.

–– Jamais.

Foi a ultima coisa que eu ouvi antes de sair dali, fiz todo o meu caminho pensando no que eu iria fazer.

Mentira, era obvio o que eu iria fazer.

Antes que eu pudesse entrar no banheiro feminino, uma senhora entrou na minha frente fodendo totalmente o meu plano. Encostei do outro lado da porta e esperei até que a loira saísse, o que não demorou muito.

Sem pensar duas vezes comecei a puxá-la para o banheiro masculino e tranquei a porta.

–– De novo Nate?

–– Não é o Nate. –– Emily virou surpresa –– Sabia que ele tinha vindo atrás de você.

–– Claro. Acha que do nada ele começou a ter interesse por banheiros femininos? –– sua pergunta esbanjava ironia –– Agora se me da licença. –– ela tentou passar por mim.

–– Não. –– segurei em sua cintura com certa força –– Eu não quero que você saia daqui.

–– Por acaso você também tem desejo por beijar pessoas em banheiro? –– sua voz era provocativa –– Melhor não responder...

–– Tenho, um desejo te beijar no banheiro. –– empurrei mais o meu corpo contra o seu, nossos lábios já estavam bem próximos...

–– Cameron, Cameron... –– a garota inverteu as posições, nossos corpos permaneceram colados, mas agora eu que podia sentir a parede gelada, seus lábios se aproximaram dos meus, mas logo se desviaram para o meu ouvido, causando arrepios –– Eu já disse para você desistir.

Essa garota esta querendo brincar comigo, só pode.

Emily se afastou com certa brutalidade e se dirigiu até a porta para destrancá-la, antes que pudesse abrir por completo...

–– Emily? –– seu corpo parou e apenas seu rosto se virou para mim –– Cameron Dallas nunca desiste.