História She Bad - Distraction.

Los Angeles –– Califórnia.

16 de janeiro de 2016.

                                  Point of View – Emily Miller.

Abri os olhos com certa dificuldade, tentei levantar da cama, mas estava totalmente sem força. Olhei para os detalhes do quarto e eu não estava no meu. Eu dormi com meu irmão, mas ele não estava mais lá.

Sorri ao me lembrar da noite anterior, ficamos até cinco horas da manha vendo algumas series e filmes, conversando sobre coisas idiotas, comendo pipoca e até brigadeiro eu fiz para gente.

Levantei da cama, cambaleando um pouco, e segui para o meu quarto, a primeira coisa que eu fiz foi pegar o meu celular e ver que horas eram; Meio dia, até que não dormi tanto. Depois fui ver se tinha mensagens e...

“Podemos fazer nosso programa de tomar sorvete hoje? xxEls”

Ri com essa mensagem, nunca nos imaginaríamos saindo para tomar sorvete, não com essa idade.

“Desde que você não encha o meu saco falando do Sammy, podemos sim. xxEmy”

Joguei meu celular em cima da cama e fui ao banheiro, fiz toda a minha higiene matinal, como lavar o rosto, escovar os dentes. Ajeitei meu pijama, eu estava com uma calça de moletom e uma regata –– estava fazendo frio na noite passada ––, prendi meu cabelo em um coque desajeitado e sai do meu quarto.

À medida que ia descendo as escadas o som da televisão ficava mais alto, só que não tinha ninguém na sala. Dirigi meu corpo até a cozinha, onde se encontrava o meu querido irmão, o platinado chato e os irmãos olhos azuis.

–– Jacob, Samuel, Hamilton e Hayes Benjamin, que surpresa maravilhosa vê-los por aqui. –– senti olhos me fuzilando.

–– POR QUE ESSA GAROTA SABE O MEU PRIMEIRO NOME? –– Nash gritou arrancando risada de todos.

–– Nada de Benjamin. –– foi à vez de Hayes.

Depositei um beijo em sua bochecha e fiz o mesmo com os outros dois, quando eu ia depositar um beijo na bochecha do meu irmão, desisti para poder bagunçar o seu cabelo.

–– Como você é chata. –– Jake segurou as minhas mãos –– Vai comer alguma coisa vai.

–– EU AINDA QUERO SABER COMO VOCÊ SABE MEU PRIMEIRO NOME, EMILY. –– não preciso nem dizer o nome da pessoa que gritou.

–– Eu sei de tudo meu filho. –– sorri –– Eu sou o diabo.

–– CRUZES GAROTA. ––os quatro gritaram juntos me fazendo gargalhar.

Deixei com que eles voltassem a conversar sobre o assunto que eu não estava prestando atenção e comecei a procurar alguma coisa para comer. Se fosse dia de semana, eu teria um prato de panquecas bem a minha frente.

Saudades Anne.

Coloquei o pacote de cereal em cima da bancada, procurei por uma tigela, uma colher e por fim peguei o leite na geladeira. Sabe... Cereal com leite às vezes tem uma cara boa e um gosto bom. Sentei-me em frente à bancada e comecei a comer, os meninos continuavam animados e pareciam desesperados também. Resolvi que iria começar a prestar atenção nessa linda conversa.

–– Ele não quer sair da nossa casa. –– Sammy disse –– Assim não da para arrumar as coisas.

–– Eu combinei que iria ver as musicas com Tez. –– foi à vez do Grier mais novo falar.

–– Eu e Nash vamos comprar as bebidas. –– meu irmão disse –– Vocês precisam tirá-lo de lá, senão não terá festa.

OPA, festa?

–– Os Jacks estão em Sidney, Cameron foi a Milão para o desfile da Calvin Klein. –– Nash os lembrou –– Os outros meninos estão ocupados.

–– Vocês não sabem nem organizar uma festa surpresa. –– Hayes estava irritado.

Agora eu já sei quem era o assunto daquela conversa.

–– Como não tem ninguém? –– mais uma vez meu irmão perguntou.

–– Ou será que tem? –– a voz de Samuel estava parecendo bem intimidadora.

Um silêncio permaneceu no ambiente, eu juro que não queria levantar a minha cabeça.

JURO.

Mas foi mais forte do que eu... Meu olhar se encontrou com três pares de olhos me encarando.

Merda.

–– Jake quero a chave do seu carro. –– estendi a mão para ele, que pareceu não entender absolutamente nada –– Eu vou tirar o Nate de lá ué.

–– Ótima idéia, pequena Miller. –– Sammy disse provocativo, ainda mato esse garoto.

–– Não vou te dar a chave do meu carro, você não dirige. –– não pude conter o riso –– Do que você esta rindo?

–– De você. –– revirei os olhos –– Eu dirijo e tenho carteira.

–– Como? –– os três perguntaram.

Curiosos? Imagina.

–– Ano passado eu vim aqui com meu pai, ficamos hospedados em um hotel e tirei a minha habilitação. –– sorri –– Antes que fale algo, você estava em turnê e a mamãe não pode nem sonhar com isso.

–– Eu acho que estou apaixonado por você. –– Hayes disse arrancando a risada de todos.

–– Se apaixonar por uma Miller é furada. –– pisquei para o mesmo –– Agora me dá a chave Jake.

Depois de conseguir convencer o meu irmão a me dar a chave, fui para o meu quarto me arrumar, porque eu não merecia fazer um favor para os meninos e ficar ouvindo gracinhas. Tive que ameaçar contar tudo para o Maloley para eles pararem com isso.

Tomei um banho morno, pois o dia parecia estar bem fresco –– mais puxado para o frio–– e agora estava no meu closet tentando decidir o que usaria. Optei por uma calça jeans preta, uma blusa cinza e deixei uma jaqueta preta separada... Melhor prevenir do que remediar.

Se bem que usar moletom do Maloley não é nada ruim.

Fui para o espelho do meu banheiro dar um jeito no meu rosto, tudo de leve. Um pouco de corretivo, depois a base, só exagerei no rímel –– mas isso é normal.

Penteei meu cabelo e o prendi em um rabo de cavalo.

[...]

Já estava em frente à porta da casa do Nate e nada dele atender, eu tentei esperar mais um pouco, só que já estava impaciente. Peguei a chave que Sammy havia me dado e enfiei na fechadura, logo a destrancando.

Comecei a dar alguns passos para dentro da casa, que não estava muito bagunçada, continuei olhando para cada lugar –– confesso que estava com medo do que eu poderia encontrar ––, antes que pudesse fazer algo...

–– Emily? –– uma voz rouca tomou conta do ambiente –– O que você esta fazendo aqui?

Virei meu rosto para o topo da escada, o Maloley estava apenas de cueca e com uma cara de quem tinha acabado de acordar.

Ai papai.

–– Eu vim te ver, não é obvio? –– eu estava olhando descaradamente para o seu corpo –– Mas agradeceria se você colocasse uma roupa.

–– Por que? –– Nate soltou um sorriso malicioso, deixando suas covinhas à mostra –– É tão bom ficar assim.

–– Mas nós vamos sair. –– ele não estava entendendo –– Eu e você.

–– Vai me dar um presente de aniversario adiantado? –– mais uma vez ele soltou aquele sorriso fodedor.

Ótimo.

–– Quem sabe Maloley.

[...]

Estávamos indo ao shopping, nós iríamos comer alguma bobagem na praça de alimentação e depois vamos ao boliche. Eu vou ter que distrair esse garoto até umas onze horas da noite, ótimo.

Como eu vou fazer isso? Eu não sei.

–– Você fica tão sexy dirigindo. –– o moreno disse rindo, virei o rosto para ele, seu celular estava em sua mão.

Merda

–– Qual é a graça? Por que ficam me filmando? –– tentei puxar o celular de sua mão sem tirar os olhos da rua –– Vocês ficam usando a minha imagem, vou processar todos.

–– Qual é o seu Snapchat? –– Nate me ignorou totalmente –– Fala logo, as pessoas devem estar perguntando.

–– Olha... –– virei para ele assim que o sinal ficou vermelho –– Eu já desbloqueei o Twitter, o meu Instagram, você ainda quer o Snapchat? –– Skate assentiu, acabei me dando por vencida –– É o mesmo do Twitter.

–– Cadê seu celular? –– antes que eu pudesse responder o sinal abriu –– Já achei –– ele pegou na minha bolsa –– Qual é a senha?

–– Você quer demais Maloley. –– estiquei minha mão para ele e dei o meu polegar, onde ele colocou na digital.

–– Prontinho. Snapchat desbloqueado. –– o moreno sorriu deixando aquelas covinhas a mostra novamente.

Merda de sorriso matador.

–– Chegamos. –– anunciei assim que entrei no estacionamento do shopping –– Vamos direto para a praça de alimentação, ok?

–– Você que manda.

[...]

Paramos umas vinte vezes do caminho do estacionamento até a praça de alimentação e tudo isso por quê? Porque havia fãs do Maloley aqui. Ate que elas reagiram super bem ao me ver –– sozinha –– com ele.

Obrigada Deus.

–– Mc Donald’s ou Burger King? –– Nate parou no meio da praça de alimentação.

–– Burger King. –– comecei a procurar por um lugar naquele lugar imenso, ate que achei –– Vai comprando e eu guardo o lugar.

Nate assentiu e foi comprar o lanche, enquanto eu fui segurar os lugares, não era muito longe, então ele me acharia fácil. Peguei meu celular e comecei a mexer no Twitter, procurei pelo nome “Skate” e deparei-me com fotos nossas no shopping, além de xingamentos.

Claro, isso não poderia faltar.

E também havia um tweet que chamou bastante a minha atenção;

“@camerondallas: Obviously he would after her if I was not around.”

Não demorou muito para que Nate voltasse com o nosso “almoço”, conversamos sobre as coisas mais idiotas que pode existir nesse mundo e não tinha como não rir disso.

[...]

                                  Point of View – Nate Maloley.

Por algum motivo, Emily e os outros deviam estar achando que eu nasci ontem. Era obvio que tinha algo atrás disso. A minha porta estava trancada e a garota conseguiu entrar, ainda me levou para sair, sendo que tem me evitado desde o dia em que a beijei na boate.

Evitado não... Porque ela sabe e gosta de me provocar.

–– Sabe... –– comecei a me aproximar de seu corpo –– Acho que você precisa da minha ajuda –– meu corpo se encostou totalmente ao seu, deixando-a um pouco nervosa  –– Você vai levantar esse braço –– assim eu fiz –– E jogar a bola, não é difícil.

–– Eu sei jogar. –– ela me empurrou –– Você esta querendo se aproveitar.

–– Talvez... –– um sorriso malicioso brotou em meus lábios.

Já estávamos na pista de boliche há duas horas, eu estava ganhando disparado, tudo bem que eu já esperava isso, mas a loira não desistia, então era engraçado de se ver.

[...]

–– Emily eu não agüento mais. –– falei enquanto parava para que a loira pudesse descer das minhas costas –– Eu estou cansado.

–– Seu fraco.

–– Você que é gorda. –– a garota me fuzilou com os olhos.

Já se passavam das nove horas da noite, como se não bastasse, o dia no shopping –– tentando me enrolar ––, ela ainda me trouxe para um parque de Los Angeles, mas estava assustador, porque não tinha quase ninguém aqui.

A garota sentou no gramado escuro e eu tive que fazer o mesmo, apesar de estar um pouco horrorizado com aquele lugar.

–– O que vamos fazer agora? –– Emily perguntou quebrando o silencio.

–– Podemos tirar algumas fotos já que você vai precisar para hoje meia noite. –– a loira revirou os olhos me fazendo rir –– Ou então você pode parar de me enrolar e dizer o que estão tramando.

Seus olhos se arregalaram.

–– Não tem nada. –– a garota parecia nervosa –– Cala a boca.

–– Eu não nasci ontem Emily... –– sorri –– Vocês estão... –– antes que eu pudesse dizer mais algumas coisas, senti seus lábios se chocarem contra os meus, eu queria aprofundar o beijo, mas ela se afastou –– Ótimo jeito de me fazer calar a boca.

–– Você não vale nada. –– ela se levantou e estendeu a mão para mim –– Só faça uma cara de surpreso, tudo bem?

–– Então você confessa que tem uma festa? –– sorri malicioso –– Pode me dizer, eu não vou contar a ninguém.

–– Isso é obvio seu idiota. –– Emily revirou os olhos –– Sem contar com os tweets do Matthew e do Aaron, são muito lerdos.

–– Eu juro que se você não tivesse falado desses tweets eu não iria saber que era sobre a minha festa.

–– Tudo bem, você conseguiu superá-los. –– ela começou a andar –– Você quer ir tomar um banho na minha casa e colocar alguma roupa do Jake?

–– Eu quero tomar um banho com você e talvez escolher algumas roupas do Jake. –– deixei escapar.

–– Você definitivamente não presta.

[...]

Eu e Emily estávamos na frente do espelho imenso do seu closet, fazendo o que? Tirando fotos.

Sim, eu a obriguei a fazer isso.

Ela estava com uma saia alta preta e branca e o cropped que vestia também, então estava combinando, sua maquiagem não estava muito escura e seu batom era cor de boca. Já eu, peguei uma calça preta do Jake –– agradeço por vestirmos o mesmo numero –– e uma blusa de manga roxa (também havia um capuz) e um casaco preto por cima, além do boné preto que eu usei o dia todo. Não estava necessariamente frio, mas eu gostei.

–– Chega. –– a loirinha já estava impaciente –– Vamos, vou te levar para essa festa, cansei de te enrolar.

–– Você não esta me enrolando já tem umas três horas. –– seus olhos reviraram –– Você sabe que eu já descobri tudo.

–– Anda logo Skate.

Saímos de seu quarto, fomos direto para o estacionamento do prédio, pegar o carro mais uma vez e seguir para a minha casa –– sim, ela me falou onde seria a festa ––. Eu já estava pensando em qual reação eu teria que ter, se alguém desconfiasse que ela me contou a verdade, Emily me mataria.

Não demorou muito para que ela estacionasse o carro em frente a minha casa e do Sammy, todas as luzes estavam apagadas, parecia não ter ninguém –– o que já era de se esperar ––, peguei meu celular e olhei as horas, faltava apenas uma hora para o meu aniversario.

Emily desceu sem dizer uma palavra e eu a acompanhei, antes que pudesse chegar à porta de casa, senti meu braço ser puxado.

–– Se você não fingir que esta surpreso, se considere morto Maloley. –– sua voz estava ameaçadora, confesso que isso me deixou um pouco louco.

–– O que eu ganho em troca? –– abri um sorriso malicioso e ela fez o mesmo, começamos a nos aproximar, então ela parou os lábios em minha orelha.

–– Quem sabe um presente que nunca irá se esquecer, apenas se comporte e finja que está surpreso.