Carmen Carrilho.
Beaufort, Carolina do Norte.
O momento que eu sempre esperei finalmente estava acontecendo, porém, mesmo que parecesse óbvio, não pensei que fosse ser tão tenso e estranho. No entanto, eu tinha um sentimento de conforto. De certa forma, mesmo que tenhamos nós afastado por tanto tempo, ainda tínhamos aquela forte ligação de uma amizade de anos intacta. Eu podia ver nos olhos de Paulo a vontade de chorar e de correr para os braços do melhor amigo, Kokimoto. Depois que Valéria adentrou-se na casa abandonada, pude ver o brilho do amor que ainda existia em Davi pela garota se acender em seus olhos castanho claro. Eu via nos olhos de cada um deles a cumplicidade.
Depois de alguns minutos parece que voltamos a nós, e eles começaram a se mover até a porta.
- Esperem! - exclamei, os fazendo parar - Vocês acham mesmo que isso foi uma simples coincidência? - questionei - Pois bem, coincidência é o ato de coincidir, indicando acontecimentos que ocorrem em simultâneo. Destino, no entanto, descreve algo que está predestinado a acontecer. Não é coincidência acabarmos no mesmo lugar, no lugar onde costumávamos elaborar as melhores ideias pra sabotar a direitora.
- Ainda nerd, Carmen? - disse Alicia, sorrindo de lado pra mim.
- Eu nunca deixei de pensar em vocês, nenhum segundo sequer eu deixei de pensar em vocês - continuei, já não podendo segurar as lágrimas - Passar por uma perda, pela perda da Majô sem vocês foi doloroso, foi quase impossível. Eu ainda choro lembrando daquele dia. Eu amo vocês, cada um de vocês, e nunca concordei em abandonâ-los.
- Eu sempre morei no mesmo lugar desde sempre, e vocês têm o endereço - Paulo deu de ombros.
- Ninguém mudou, seu imbecil! - exclamou Margarida - Não jogue a culpa toda em nós. A culpa também é sua. É nossa culpa. Viramos as costas um para o outro. Não adianta tentar se safar Paulo, você deu as costas para seu melhor amigo. Você nunca foi bom com amizades...
- Cala a droga da boca! - exclamou ele, irritado. - Você não sabe nada da minha vida.
- Cala a boca você! - disse Alicia.
- Ah, agora vem a justiceira, a capitã América, a dona da verdade...
- Cala a boca. Eu só não suporto ouvi você querer apontar os defeitos dos outros, ao invés de se olhar no espelho e tentar acertar os seus, se for possível né, porque são tantos. - pude sentir um ar irônico no fim daquela frase, me trazendo uma nostalgia, e lembranças de algumas das muitas discussões bobas que aqueles dois já tiveram. Entretanto, aquilo era diferente, era triste.
- Parem! - interfiriu Valéria, quando Paulo abriu a boca para retrucar - MJ nunca iria querer isso...
- MJ está morta - disse Cirilo, frio, ao se jogar no sofá.
- Sim, tá? Ela está morta, eu sei. Mas eu ainda sinto-a dentro de mim, e não tentem negar, pois sei que se sentem da mesma forma - ela estava certa - Concordo com Carmen, não foi coincidência, foi destino, eu querendo ou não, e foi ela quem planejou tudo isso...
- Ficou doida?! - exclamou Jaime. - Tá achando que estamos em um filme de terror e que tem fantasmas rondando por aí? Olha, eu sinto falta de vocês, sinto falta de estar perto de vocês, mas isso é bizarro.
- É, eu sei! Parece bizarro, mas é nisso que eu acredito.
Suspirei.
Eu também acreditava naquilo, acreditava que Majô nunca tinha nós deixado, como se o seu plano fosse nos proteger, mesmo que Beaufort parecesse inofensiva. Eu sentia uma enorme falta dela me dizendo o quão fora de moda era o meu estilo, e de dizer que eu deveria usar lentes, pois sempre achou o formado dos meus olhos amáveis. Mesmo sendo difícil, ainda mais sem meu melhores amigos, aprendi a sorri quando meus pensamentos estavam nela.
- Bom, - a voz grave de Daniel ecoou pela primeira vez no dia, me trazendo a tona odos os meus secretos sentimentos por ele. Tentei manter a postura, enquanto ele dizia: - eu também sinto falta de vocês, e, mesmo que seja difícil, estou disposto a tentar retomar ao grupo inseparáveis que fomos um dia. Acredito que essa seja uma oportunidade para nós, e não vou desperdiçá-la.
Ele sorriu lindamente, quase me fazendo cair de joelhos.
De todas as garotas da turma, Daniel era mais próximo de mim, ele me pedia conselhos, e sempre vinha até mim quando precisava desabafar, ou compartilhar suas conquistas, como quando venceu o concurso de matemática. E assim era recíproco, eu também podia me apoiar nele sempre que precisasse. No entanto, aquilo serviu para que um sentimento surgisse de uma amizade. Um sentimento que não era correspondido. Bem, eu não o culpava, nem guardava mágoa por ele não sentir o mesmo, afinal, tinha tantas garotas lindas em sua volta, porquê ele olharia pra mim? Depois da morte de Majô ele entrou pro time dos galinhas, no ano passado eu soube que ele tinha pegado sífilis de uma garota do último ano, foi uma das maiores fofocas, que durou cerca de três meses seguidos naquele verão.
- Ok, - comecei, tentando não parecer apaixonada - já está escurecendo. Temos que ir, mas eu espero vocês aqui amanhã, antes da aula. Vamos começar o último ano do colégio juntos, tá bem?
Eles sorriram, o que serviu como um sim, até mesmo Paulo, bom, ele tentava reprimir um riso de felicidade, mas não era forte o suficiente para tal ato.
Alicia Gusman.
Beaufort, Carolina do Norte.
Acordei com o despertador zunindo no meu ouvido. Normalmente eu ficaria irritada, e jogaria o maldito pela janela, mas, estranhamente, eu estava feliz, ansiosa para o primeiro dia do último ano, embora eu achasse que aquilo não seria nada de diferente dos outros anos. Me levantei em um salto, fiz minha higiene pessoal, e me troquei. Como uma pessoa prática, optei por usar uma calça jeans surrada com alguns rasgos na perna, uma simples blusa branca, e pra completar, um all star preto. Quando me olhei no espelho dei uma risada, imaginando que MJ certamente diria que aquela era uma péssima escolha para o primeiro dia de aula. Depois de pegar minha bolsa, encarei meu skate, eu não o pegava a um bom tempo, então desci as escadas.
- Bom dia - disse minha mãe - Eu já ia até seu quarto pra te acordar. Me surpreendeu. Sempre pensei que você achava o primeiro dia de aula uma bobagem, como um dia qualquer, vejo que mudou de ideia.
- Não mudei. - respondi - Só estou animada, sentindo que será uma manhã boa, diferente das outras.
- Espero que sim - ela apoiou os braços no balcão, e encarou a mim e ao meu irmão - Ontem eu mandei os dois para o mercado comprar ingredientes para as tortas, e vocês voltaram uma hora depois. Sabem a bronca que eu levei do prefeito?
- Mãe, foi por uma causa nobre - disse Mário, tentando escapar.
- Causa nobre. - bufou, virando-se e caminhando até a sala, nós a seguimos - Se fizerem isso outra vez vou os colocar de castigo.
- Não temos mais oito anos, vossa excelência - ironizei.
- Ah não? Pois é o que parece.
- Ok, mamãe - Mário beijou-a na bochecha, e eu fiz o mesmo logo depois -, infelizmente temos que ir à aula agora. Eu te amo, certo?
- Certo. - revirou os olhos - Também te amo.
- Te amo, digníssima mãe. É um prazer trocar algumas ideias com a vossa excelência logo pela manhã.
Mário e eu seguimos até a casa abandonada como fora combinado. No caminho eu perguntei como ele se sentia em relação à Marcelina, sua antiga, ou atual paixão. Ele disse que se sentia normal, porém hesitou na resposta, e eu pude perceber que estava balançando. Alguns meses depois so acidente Mário se meteu em uma confusão no colégio, ele praticamente espancou um garoto, quando soube que ele andava zombando nosso nome. Meu irmão chegou a ser preso, sendo solto somente três dias depois, quando minha mãe conseguiu um empréstimo no banco pra pagar a fiança. Isso causou bagunça na vida pessoal e amorosa dele. Sr e Sra Guerra ordenaram que ele não chegasse perto de Marcelina, pelo menos se ela não estivesse acompanhada de seu irmão mais velho. E em casa, Mário sentia-se em dívida com nossa mãe.
Eu não posso negar que me senti incrivelmente bem quando vi a casa abandonada composta por meus antigos amigos, quando entrei. Eles estavam conversando, era um pouco estranho, mas um começo, um recomeço.
- Bom dia - disse Carmen, sorridente. Ela estava radiante. - Bom, já que estão todos aqui, podemos ir.
Então nos seguimos até a escola. Marcelina me apanhou no meio do caminho, parecia desconfortável.
- Me desculpe por aquilo, no mercado - disse, meio desajeitada.
- Tudo bem, só não vou pedir desculpa pelo seu irmão, ele é meu inimigo mortal. Não posso prometer que não irei esfregar a cara dele pelo asfalto a qualquer momento. Você me entende né? - sacudiu a cabeça lentamente, revirando os olhos, e com um pequeno sorriso nos lábios.
- Você não aguenta ficar um segundo sem mencionar o meu nome, não é, Gusman? - questionou Paulo. Rolei os olhos assim que ele começou a dizer aquela frase.
- Você me dá ânsia de vômito, Guerra - o olhei com repulsa, e ele arqueou uma sobrancelha, com um sorriso irônico de canto. Estúpido - E não consegue ficar um segundo sem se meter onde não é chamado.
- Alô, quinta série chamando - zombou.
- Você se lembra muito bem né, já que repetiu-a.
- Opa! - exclamou Jaime - E Alicia vence mais uma vez.
- Estou guardando tudo isso na memória, para contar para os meus sobrinhos, vulgo filhos de vocês - comentou Margarida, dando de ombros.
- Eca - Paulo e eu dissemos ao mesmo tempo, e nos entreolhamos como se fôssemos nos matar a qualquer instante.
Mário Ayala.
Beaufort, Carolina do Norte.
Entrei na classe dez minutos depois de o sinal ter batido, indicando o início das aulas. Na entrada ficamos falando sobre várias coisas, como se nunca tivéssemos nos separado um dia, e acabamos esquecendo da hora. Mesmo entretido com a conversa, não pude deixar de notar em como Marcelina continuava linda, e em como meu coração batia forte por aquela garota de baixa estatura, com um sorriso encantador. Eu nunca quis deixá-la, foi uma decisão difícil, mas eu tinha muitos problemas, sempre acabava em confusão, e não seria justo com ela sofrer com meus problemas. Eu a amava, e só queria vê-la feliz, mesmo que não fosse comigo.
- Atrasado dez minutos no primeiro dia de aula, Sr. Ayala? - questionou a professora.
- O que tem de tão importante no primeiro dia de aula? - rebati, e ela cerrou os olhos apontando pra mesa. - Desculpe se eu te ofendi, Sra. Professora. - ironizei, me sentando na primeira carteira da segunda fileira.
- Bom, vocês estão no terceiro ano, praticamente com os pés na faculdade. Alguns... - ela me olhou - Enfim, não pense que será fácil, pois não será. Apenas estudem, ao invés de zombar dos professores.
- Eu já pedi...
- Silêncio! - exclamou.
- Mário Ayala não mudou nada né? Continua o mesmo idiota que fica querendo chamar atenção dos outros.
Aquela voz fez meu sangue ferver, fazendo o ódio subir por meus olhos, até que eu travei o maxilar, me levantei e empurrei a carteira, me virando para olhá-lo. Ethan White, o cara mais odioso do colégio, do mundo. Ele sempre arrumava um motivo pra me ver encrecado, pois sabia do meu transtorno. Ele me olhava com ironia, enquanto meu sangue fervia cada vez mais.
- Que foi? Vai vir pra cima de mim como fez com Jonathan no ano retrasado? Cuidado que será achado pela Polícia de novo - ele disse, sarcástico. - No caminho pra escola algum cachorro te passou raiva?
Rosnei baixo, cerrando os punhos, então comecei a andar até ele, pronto para socá-lo, até ter seu sangue fedido em meus punhos. Mas, atrapalhando meus planos, alguns alunos me seguraram pelo braço, e eu tive que encarar aquele ser desgraçado rir de mim. Depois fui levado a diretoria, a diretora me mandou pra conselheira, que deu alguns conselhos estúpidos, como sempre, que eu nem pude ouvir, só pensava em como queria matar aquele idiota. Quando terminou sua fala cansativa me deu alguns panfletos de alguns psicólogos, os mesmos panfletos que foram parar no lixo depois que sai da sala.
- Mário, - chamou-me minha irmã - você está bem? A coordenadora disse que você tinha... - parou de falar quando eu comecei a chorar, e se aproximou, me abraçando em seguida - Mário... O que aconteceu?
- Eu não consigo me controlar, Alicia - eu disse, quando nos sentamos nos bancos que tinha em frente a sala de aconselhamento - E todo mundo fica rindo de mim, como se eu fosse um monstro, uma aberração, como se eu fosse começar a rasgar minhas roupas e ficar verde. Parece cômico, mas não é.
- Não tem nada de cômico nisso - ela disse, com um olhar fraternal - Mário, precisamos contar pra mamãe, e então teremos acesso a psicólogos que te ajudará com isso.
- Não! - exclamei - Nossa mãe já teve muito prejuízo com a prisão no ano retrasado. Não quero trazer mais problemas.
- Mário...
- Não! Eu já disse. E você prometou pra mim que não iria contar, uma promessa, e se for pra alguém contar, esse alguém tem que ser eu.
- Eu sei, mas...
- Não!
Levantei-me, e segui até a classe. Tentei me controlar, no meio daquela gente que só me encarava, como se eu fosse um monstro que iria matá-los um a um lentamente.
Paulo Guerra.
Beaufort, Carolina do Norte.
Depois de o sinal infomando o fim de todas as aulas ser soado, fui embora na compainha de Koki, e, embora eu achasse que seria estranho, foi como se aquele um ano nunca tivesse existido. Durante o caminho ele me contava sobre o dia que estava super entediado e jogou uma dúzia de baratas de borracha no cabelo da irmã antes que ela acordasse. Eu ri tanto imaginando com seria se fosse com Marcelina. Puxa vida, como eu sentia falta daquele carinha. Eu nem me lembro direito o porquê de termos nos afastado, só sei que nos afastamos de repente, a amizade foi esfriando até não existir mais.
- Ei, lançou um jogo novo, muito daora, se quiser ir lá em casa qualquer dia desses. Eu tô tentando acabar com um grupo de manés, mas sozinho é um pouco difícil. Sabe como é né? - propôs ele.
- Você sempre foi terrível. Bom, pode contar comigo, sei que será uma honra pra você ser dupla do melhor jogador do mundo - me gabei, e ele revirou os olhos.
- Ah tá! - ironizou - Vou ir lá, irmão.
Ele estendeu as mãos para me cumprimetar, apertei-a de leve, e então puxei-o para um abraço.
- Senti sua falta, japonês.
- Também senti a sua, cabeção.
Então ele seguiu rumo a sua casa, e eu fiz o mesmo indo até a minha.
- Filho, como foi o primeiro dia de aula? - perguntou minha mãe, depois de me ver entrar pela porta - E onde está sua irmã?
- Foi como todos os outros dias no colégio - dei de ombros - Marcelina foi na casa da Valéria.
- Voltaram a se falar?
- Longa história.
- Filhão - disse meu pai, se aproximando e apoiando a mão em meu ombro - Ansioso pro ano que vem? Advocacia...
Meu pai era um advogado muito bem sucedido, ele seguia os passos de um longa linhagem da família. E esperava que eu fizesse o mesmo. Eu não gostava de pensar muito no futuro, porque eu não sabia o que fazer. Marcelina, no entanto, sabia exatamente o que queria, ser uma médica, pediatra pra ser mais exata. E, por conta disso era a filha favorita. Enquanto eu era o filho mais propenso a ser um nada, ou um advogado, seguindo as ordens do pai como um robô.
(...)
Assim que terminei o banho me troquei, calcei meus tênis, e antes de sair peguei o casaco mais quente que eu tinha, o inverno tinha chegado com tudo. Fui até o quarto de Marcelina e bati na porta, umas três vezes. Ela disse que estava acabando, mas acabou dez minutos depois.
- Acabando? - questionei, quando ela finalmente abriu a porta.
- Cala a boca.
Fiz careta a imitando, e ela deu de ombros descendo as escadas até a sala. Segui-a, passamos pela porta e seguimos ao nosso destinos: a casa abandonada. Pela manhã, antes da galera toda seguir rumo suas casas, Carmen praticamente implorou para fôssemos até lá umas 18 ou 19 horas. Eu já podia ver que eles iriam querer se desgrudar mais. De certa forma, eu também não queria ficar mais nenhum segundo longe daqueles idiotas.
Estar com eles era como se eu estivesse de volta ao lar.
Quando chegamos lá logo meus olhos focaram em Alicia, que estava sentando no sofá, conversando com Valéria. Ela usava uma calça clara, uma blusa de frio branca, e um tênis all star branco. Seu cabelo estava preso em um coque quase solto. Fiquei encarando ela por alguns minutos, sem perceber que meus amigos observavam.
- Ah meu Deus! - exclamou Marga, me tirando de meus devaneios. Revirei os olhos e bufei alto, já imaginando os comentário - Eu senti tanta falta do surtos de paixão do Paulo pela Alicia.
Alicia fixou seus olhos no chão, corando.
- Eu também! - concordou Valéria, escandalosa - Nosso Paulicia está vivo, família!
- Para com essa palhaçada de Paulicia - Alicia repreendeu a amiga, que não tirou o sorriso dos lábios - Eu já disse que isso não passa de uma ilusão da cabecinha de vocês. Eu realmente pensei que vocês tinham tirado essa ideia completamente insana, impossível, e infantil da cabeça. Continuam os mesmos bobões de sempre. - sacudiu a cabeça, como se estivesse desapontada. - Paulo e eu somos inimigos mortais.
- Certo - concordei, me sentando em uma poltrona ao lado do sofá. - Ambos poderiam estar ganhando dinheiro, mas não, preferem shippar um casal inexistente.
- Ainda - corrigiu Jaime - Faremos assim, se, até o final do ano, Paulicia for real, você, Paulo Guerra, irmão de Marcelina Guerra, terá que gritar na frente da escola que Jaime Palilo é o maioral. Caso contrário, eu mesmo irei na frente da escola e gritarei que Paulo Guerra é o maioral.
- Mas é óbvio que aceito a aposta - ergui meu braço, e Jaime apertou minha mão, desafiador.
- Beleza, mas quando Jaime aprendeu a falar bonito desse jeito? - questionou Daniel.
- Tive umas aulinhas - ele sorriu, e piscou pra Carmen, que sacudiu a cabeça. Daniel sorriu, mas eu sabia que ele se mordia de ciúmes.
- Ok! - exclamou Alicia - Viemos aqui pra falar de mim e Paulo, ou o quê?...
- Não, - começou Valéria - eu quero dizer uma coisa pra vocês. Bom, eu sei que vocês também não conseguem esquecer aquela noite horrível, e que é pior ainda ficar lembrando. Mas, fala sério, Majô era invejada por muita gente, por muita gente ruim, capaz de qualquer coisa pra ter o dinheiro, a fama, etc. E tem outra, o carro dela era revisado pelo menos umas cinco vezes em um mês...
- Onde quer chegar com isso? - interrompeu Cirilo.
- Acho que alguém sabotou o carro de Maria Joaquina, de propósito. Alguém quis que ela morresse naquela noite.
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