História She's dreaming - Capítulo 2

Me viro para pensar. Não era para eu estar me sentindo assim. Eu tento apenas me importar com sua felicidade e o garoto parecia ser uma boa pessoa.

Em um certo momento, eles sentam em meio as flores e eles se inclinam para se beijar. Algo em mim me faz encerrar o sonho e fazê-la acordar.

A vejo sentada na cama, com o cabelo bagunçado, rosto inchado e amassado. Eu acho isso muito fofo.

Já estava amanhecendo e eu a acordei antes do seu horário de costume. Sei que ela vai ficar cansada durante o dia por causa disso e me sinto culpado.

―..será que isso foi um sinal para eu falar que gosto dele..?― Ela disse, de uma forma esperançosa.

—Sinal? Foi só sua mente, sua boba. ―Respondo.—Mas eu sei que não me ouve, então continue achando que é um “sinal”.

Já está na minha hora de ir, mesmo querendo ficar ali e poder viver sua rotina junto a ela. Volto à minha estrela, voltando ao meu mundo.

Chegando lá, eu não sei porquê, mas quero saber sobre o garoto.  Indo para as salas dos superiores, vejo Kyungsoo saindo de lá.

Kyungsoo também é um colega de trabalho. Ele é uma pessoa de pouca conversa, muito quieto, mas mesmo assim ele é legal.

―Kyungsoo! Quanto tempo..

—Jongdae.. realmente.

―O que veio fazer aqui? Está resolvendo algum problema? Não quero incomodar.

—Na verdade, meu problema era meu designado, um garoto muito idiota. Muitas vezes eu fui até ele e ele estava se agarrando com alguma menina.. isso me dava vontade de vomitar, e isso porque nem precisamos comer. Supervisionar seu dia era um saco, quanto mais seus sonhos.

Conversando com Kyungsoo, descubro que seu designado era o garoto que a minha designada gosta. Isso me deu muita raiva, pois ela não merece aquele tipo de pessoa, ela é muito preciosa. Não comento sobre nada disso com Kyungsoo, até porque não quero estragar sua alegria em finalmente se livrar daquele peso. Me despeço e vou para meu lugar.

Já analisando seu dia, descubro que ela tomou coragem e foi falar com o garoto.

Fujo do trabalho e de meu mundo, vou para onde ela está.

―Eu nunca ia gostar de uma pessoa com você, quer dizer, olhe para si mesma. Toda tímida, e nem é bonita.

Eu fico com muita raiva dele, mas não posso fazer nada além de assistir tudo. Tenho algum tempo aqui antes de virar fumaça. Ela não soube o que dizer, e foi  correndo para um lugar com menos gente. Como ela estava cansada e sentindo sono, eu poderia ficar aqui por mais tempo, e, com a conexão, pude segui-la.

 Ela estava chorando. Eu a abracei, mesmo não sentindo nada. E como se tivesse funcionado, ela se sentiu melhor, mesmo continuando a chorar. Fico por ali por mais um tempo, até uma amiga dela chegar e poder dar todo o apoio que eu não posso.

Volto e quando chego lá, Baekhyun me espera.

—Dae, o que você estava fazendo? Na verdade, o que foi aquilo?

―O que eu fiz?—Me faço de desentendido.

―Sabe, eu vi tudo, você deixou tudo que supervisiona ligado! Sorte sua que eu vi antes de todo mundo e desliguei.

—Obrigado. ―Eu não sei o que dizer, então apenas agradeço.

—Mas não faz mais isso, pode se tornar um grande problema pra você se o pegarem. Eu sou seu amigo, me importo com você.

—Sei lá, foi um impulso. Da próxima vez irei me controlar.

                Espero que nem haja próxima vez, nunca mais quero ver o rosto daquele garoto.

                Fico pensando no ocorrido até chegar a hora de vê-la novamente e lhe levar sonhos. Chegando lá, ela parece triste. Seu olhar está triste, não era o olhar lindo e brilhante que eu tanto gosto. Ela se olha no espelho, tentando talvez mudar alguma coisa.

―Você não precisa mudar nada, você é perfeita. —Digo triste por ela não poder ouvir o que eu acho dela. —Você é linda, inteligente, tem uma personalidade tão amável, você não deveria se sentir mal consigo mesma. ―Por algum motivo, eu não consigo parar de falar, e, ao perceber que meu esforço era em vão, lágrimas começam a surgir em meus olhos.

—É, não tem o que fazer mesmo. Eu não presto em nada.

—Não diga isso.. —As lágrimas começam a percorrer meu rosto. A barreira entre nós, pra mim, é como uma facada bem no coração.