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História Silêncio - I Kissed a Girl


Escrita por: MissAmarins

Notas do Autor


Olha quem voltou.
Aproveitem o capítulo.

Capítulo 4 - I Kissed a Girl


Fanfic / Fanfiction Silêncio - I Kissed a Girl

O que se passou em minha cabeça nos segundos que se sucederam à separação de nossos lábios foi única e exclusivamente a música de Katy PerryI kissed a girl.

Para ser mais específica, aquela parte em que diz "I kissed a girl and I liked it". Mas então a ficha caiu, eu não beijei uma garota, eu beijei a minha melhor amiga.

O quão problemático isso pode ser para uma amizade? No que infernos eu tava pensando quando resolvi que seria uma boa beija-la?

Sim, eu estou entrando em pânico e sim; esse pânico todo tem o mais completo sentido... ao menos para mim.

Lucy me encara com curiosidade, conhecendo-a da forma como conheço, posso afirmar com a maior das certezas que ela está elaborando alguma pergunta em sua mente.

—Eu... -falamos ao mesmo tempo e rimos, ao menos isso não mudou... ainda

—Você primeiro. -digo a encarando

Talvez, mas só talvez, eu estivesse criando algumas expectativas acerca do que ela falaria; sei que não deveria fazê-lo pois -muito provavelmente- ela apenas me pediria para esquecer o que aconteceu aqui.

Sinceramente? Não sei como reagirei quanto à isso.

—Por que? -ela segura em minhas mãos e eu a lanço um olhar confuso- É a única coisa que preciso saber Amm, por que você me beijou? -seus dedos acariciam minhas mãos- Não precisa ter medo, pode ser sincera comigo, sim? -me mantenho em silêncio

Por que eu a havia beijado?

Está aí uma boa pergunta! Nem ao menos eu sei a resposta para ela; a única coisa da qual tenho certeza no presente momento é o fato de eu ter gostado.

—Foi só um experimento? Sabe, pra tirar a curiosidade... se sim, eu vou entender. -nego com a cabeça- Então me diga Amm, eu ainda não aprendi a ler pensamentos. -ela diz divertida

—Eu não sei, de verdade Lu, não faço a mínima ideia do porquê de ter feito isso. Acho que eu to gostando de você e não é do jeito que amigas gostam de outras amigas; mas é tudo tão novo e confuso sabe? -ela assente e sorri de forma compreensiva

—Tá tudo bem. -ela arruma seu cabelo- Já estive no seu lugar e eu sei o quão confuso isso pode ser. Podemos descobrir isso juntas, o que me diz? -assinto e sinto seus braços me apertarem em um abraço aconchegante- Que tal um filme? -ela sugere

—Promete que não vai ser de terror? -pergunto manhosa- Eu quase faleci quando cheguei em casa e encontrei tudo escuro e silencioso. -ela gargalha

Sempre achei sua risada algo muito gostoso de se ouvir, ao meu ver, chegava a ser melódica; isso me fazia ter uma inveja branca, pois a minha risada parece uma foca asmática morrendo engasgada.

—Prometo. -ela diz após se recuperar- Mas só se prometer que não será romance. Minha diabetes ainda está alta por sua culpa.

Essa foi a minha vez de rir.

—Exagerada... -cantarolo

—Olha quem fala. -ela finalmente se desfaz de nosso abraço e eu quase imploro para que ela volte

Quase, pois ainda tenho um pouco de dignidade.

—Calúnia! -acuso- Nada de romance, prometo. -digo por fim e ela sorri

—Comédia ou animação?

Minha amiga se levanta da cama e sai em busca de seu laptop, voltando alguns instantes depois

—Animação... -ela me interrompe

—Não assistirei Toy Story pela milionésima vez. Já deixo avisado. -rolo os olhos

—Poxa, eu amo tanto esse filme... -faço biquinho

—E eu te amo, mas isso não me faz ser obrigada a assistir o mesmo filme um trilhão de vezes. Você já sabe todas as falas, -ela faz questão de frisar a palavra "todas" - portanto, hoje eu escolho.

—Nada de Tim Burton pro meu lado. Você sabe que as animações dele me dão arrepio e nem sonhe em botar Coraline, tenho pesadelo com a segunda mãe até hoje.

—Meu Deus Amélia! -ela bate a mão na testa em um gesto dramático- O que não te dá medo garota? -a pergunta sai de maneira descontraída

Eu nunca havia parado pra pensar nisso, mas agora, buscando em meu cérebro todos os sustos que já levei, todos os meus medos e pavores; as opções são bem limitadas.

—Palhaços... -solto sem pensar

—Você não tem medo deles, tem pavor. Quase desmaiou quando um palhaço te ofereceu uma bexiga em formato de poodle. -ela diz séria

—Põem Tim Burton então. -digo derrotada e ela comemora silenciosamente

—Qualquer coisa, eu te protejo. E eu sei que isso foi clichê, mas foda-se; a vida é feita de maravilhosos clichês.

Assinto, nós compartilhamos da mesma visão quanto à este tópico.

O filme The Island of Doctor Agor é colocado, um clássico de Burton e o filme predileto de Lucy. Sei disso pois ela vive falando deste bendito e como queria que eu o assistisse junto dela... parece-me que, finalmente, seu objetivo estava sendo realizado.

A verdade é que nós temos menos coisas em comum do que realmente admitimos, somos quase que o oposto uma da outra e isso me faz acreditar naquele enorme clichê da vida; me faz acreditar que os opostos se atraem.

Tanto para amizades quanto para relacionamentos amorosos. Creio que não teria graça alguma ser tão próximo de alguém tão parecido comigo nos quesitos personalidade, crenças e gostos; pois não seria algo desafiador.

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Desperto com alguém mexendo em meus cabelos e, por alguns milésimos de segundo, não sei onde estou.

Abro os olhos lentamente e a vejo sorrindo para mim, sorrio de volta sem mostrar meus dentes e me aconchego mais em seu abraço. O tempo poderia congelar neste momento, onde o único barulho que eu sou capaz de ouvir é o da batida de seu coração.

"Pare de ser um clichê de merda!" -penso

É estranho como o universo age. Imaginem só, logo eu que, na maioria das vezes, condenava os clichês estava vivenciando um.

Quer maior clichê do que se apaixonar por sua melhor amiga e ter uma família homofóbica e quebrada? A palavra "quebrada" seria melhor substituída por "fodida".

—Que horas são? -pergunto sonolenta

—Meia noite... -um beijo é depositado em minha testa- durma, hoje será um longo dia.

E a última coisa que eu vejo, antes de fechar meus olhos e me entregar ao sono eminente, é o brilho de seus olhos.

—Bons sonhos. -a ouço sussurrar



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