História Simbar - O amor verdadeiro existe - Capítulo Único

ÂMBAR ON

O QUE TÁ ACONTECENDO COMIGO? E-eu sinto... Eu sinto que posso ficar nessa posição até os meus últimos dias de vida. Mas, por que? Por que ele? De todos os 7 bilhões, quase 8 bilhões de pessoas em todo o planeta Terra, meu coração tinha que apontar pra ele. Tinha que acelerar quando ele chega perto. Borboletas tinham que brotar no meu estômago quando eu abraço ele. Meus olhos tinham que cair sempre para a boca dele. Minha vontade de ter um beijo tinha que ser com ele. ELE. Poderia ser qualquer um. Seria mais fácil. O Matteo, o Gastón, mas não. Eu me apaixonei por ele. POR ELE.

Foi quando limpou a garganta, jogando pelos ares o maior momento de conexão que eu tive. Eu pude sentir. Podia ver em seus olhos que sente o mesmo. E eu não conseguia deixar de estar hipnotizada por aqueles olhos que me olham como se eu fosse a última bolacha do pacote. E eu devo olhar pra ele do mesmo jeito. Tinha que ser ele. O melhor amigo da minha prima. O pior inimigo do meu melhor amigo. Tinha que ser o Simón.

-Então, o que você tava falando mesmo Âmbar? – falou, terminando completamente o clima que tinha entre nós. A conexão que tínhamos ao nos olhar nos olhos.

-Para treinarmos os passos para a competição anual do Roller.

Já que a Luna ia com o Matteo, e eu não tinha par, não tive outra escolha a não ser convidar o Simón para a competição anual do Jam & Roller. Vamos lá, né? Esses sentimentos tem que voar pra bem longe. Eu sou a Âmbar Smith. Eu sou perfeita. Então, não namoro guitarristas fracassados. Por mais que eu tenha mudado. Eu e o Simón, é impossível de acontecer.

Eu podia sentir minha pele queimando a cada passo que fazíamos de mãos dadas. Eu podia sentir a nossa conexão toda vez que treinávamos a Serpente de Fogo. Eu podia sentir as borboletas mais lindas do mundo no meu estômago a cada giro. Eu podia sentir tudo, menos algo negativo quando estou perto do Simón. Sinto coisas diferentes quando estou com ele.

Acorda pra realidade, Âmbar! Você e o Simón é a única coisa que você não pode fazer. A única impossibilidade para Âmbar Smith.

ÂMBAR OFF – SIMÓN ON

Eu não sei o que acontece comigo quando eu estou com a Âmbar. Eu sinto algo diferente que não consigo decifrar. Eu nunca tinha sentido isso por ninguém antes. Nem pela Luna. Talvez a pequena paixão que eu tive pela minha melhor amiga tenha sido somente uma atração. Porque, o que eu sinto pela Âmbar é algo bem mais forte, mais real, intenso. Eu não sei o que fazer em relação a isso. Tá me deixando confuso e estranho. Eu não sei por que, mas, por causa desse sentimento, eu sinto que tenho que contar pra ela. Falar a verdade.

-Âmbar. – chamei-a

-Fala.

-Posso conversar com você?

-Claro. Pode falar. – disse ela, parecia estranhar o jeito que estou tentando contar pra ela.

-Melhor não falarmos aqui na pista, tem muito barulho. O que acha de tomarmos um suco na lanchonete?

-Você tá me deixando preocupada, Simón. O que foi?

-Eu vou te contar. Vamos? – convidei-a, estendendo minha mão.

-Ok. – ela segurou a mão que eu havia estendido, pedimos os sucos pro meu amigo Pedro e começamos a tomar enquanto conversávamos.

-Então... Você vai me falar ou não?

-Sim, é que... Isso é meio difícil pra mim.

-Você tá me assustando, Simón! Fala logo.

-É que, minha mãe está com uma doença muito grave, e eu vou ter que viajar para Cancún.

Era impressão minha ou os olhos dela estavam marejados?

-Melhoras para sua mãe. – disse, indo embora rapidamente, mas voltou quando lembrou de uma coisa – Mas, você vai participar da competição, não vai?

-Vou sim. Não se preocupe.

-Ok... Tchau Simón.

-Tchau – tentei dizer, mas ela já tinha saído andando, muito rápido. O que tá acontecendo com ela?

SIMÓN OFF – ÂMBAR ON

Não, não, não! Não é possível que o Simón vai voltar pra Cancún! O que eu vou fazer? Eu não consigo viver sem ele, mesmo não querendo admitir. Depois de receber a notícia, saí correndo para ele não ver as minhas lágrimas. Eu posso até me rebaixar para me apaixonar pelo Simón, mas admitir isso pra ele? Nunca. Isso seria me rebaixar demais. Por mais que eu queira estar com ele... Além do mais, não sei como minha prima reagiria, ou a Jazmín, que é apaixonada por ele desde que o viu pela primeira vez! Eu tinha que escolher: a minha prima, a minha melhor amiga e minha popularidade ou o Simón. É óbvio o que eu escolho. Por mais que eu o ame, tenho que deixar ele ir.

-Porque você tá chorando, Âmbar? – perguntou a minha prima quando me viu no estado que eu estava.

-Por nada, Luninha. Pode ficar tranquila. – mesmo sabendo que o verdadeiro nome da Luna é Sol Benson, minha prima, ainda gosto de chama-la assim. E, ela já disse que não se importa, então...

-Por favor prima, me fala a verdade. Sei que não é só “nada”. Por que você tá chorando?

-Promete que não vai ficar nem triste nem brava?

-Ok, mas agora você me deixou curiosa!

Eu dei um risinho de leve e contei pra Luna tudo que tinha passado entre mim e o Simón. Tudo o que eu sentia, a preocupação que eu tinha em relação a reação dela ou da Jazmín, ou de qualquer pessoa do Roller, e... Contei da viagem. Ela me abraçou e disse que nunca estaria brava se eu estivesse feliz. Correspondi ao abraço e ela falou para eu não deixa-lo ir, se eu o amo tanto. Para eu não me importar com o que os outros vão pensar. O que importa é o que me faz feliz, e que eu tenho que fazer o possível e o impossível para alcançar essa felicidade.

ALGUNS DIAS DEPOIS...

Eu e o Simón estávamos dando um show na pista! Fizemos todos os passos corretamente e ganhamos notas ótimas dos juízes. Mas nada comparado a Luna e o Matteo. Eles são incríveis patinando, juntos, são os reis da pista. Confesso que eu ainda tenho esse título de rainha da pista, mas mais ou menos. A minha priminha merecia isso mais que eu. Nos resultados, eu e o Simón ficamos em segundo, mas não me decepcionei, não me importo muito com o resultado. Não mais.

Quando vi, o Guitarrista estava indo para o aeroporto, muito cedo pro meu gosto. Será que teve outro problema para ele ter ido antes? Eu fui de táxi logo atrás dele. Preciso falar com ele antes de, talvez, nunca mais vê-lo. Entrando no local, não o encontrava, olhava ao meu redor mas não avistava seu rosto. Quando finalmente consegui alcança-lo, fui correndo lhe dar um abraço. E, confessei meus sentimentos. Falei tudo o que eu sentia por ele em detalhes. O quanto eu estava triste pela sua ida, e, quando percebi, nós dois estávamos chorando, e muito. Ele disse que também sentia o mesmo por mim. Eu sorri e dissemos um para o outro que nos amávamos. Foi então que ele tirou uma mecha do meu cabelo que estava no meu rosto, fez carinho na minha bochecha e foi chegando cada vez mais perto. Quando percebi, estávamos nos beijando. Eu estava tendo o beijo mais apaixonante que poderia existir. Nunca tive uma sensação tão boa quanto essa.

ANOS DEPOIS/PRESENTE

Estou andando ao som do cover de “Desde Cuando” que os meus ídolos Tini e Agus fizeram enquanto pensava no Simón. Não acredito em como o tempo passou rápido! Já faz anos que eu não o vejo... Tô tão distraída que esbarrei num garoto.

-Desculpa, eu tava distraída, não te vi. - falei.

-Tudo bem a culpa foi minha.

-Simón? – perguntei, quando olhei para o rosto do garoto.

-Âmbar?