Nós somos apenas simbólicas, uma mera representativa do que deveríamos ser, como aquelas fitinhas da “sorte” que as pessoas amarram em algum lugar, aquilo é apenas um símbolo.
Foi o que você me disse quando amarramos as nossas naquela ponte velha, mas usada frequentemente. Que nada daquilo era verdade, apenas se você acreditasse, porque a sorte não estava em papéis dentro de biscoitos, ou em fitas mal feitas em uma esquina.
E agora eu entendo, que o amor também não está em nós. Mas a diferença era que eu tentei acreditar que estava, e você mentiu mais uma vez para mim, porque acreditar não funcionou.
E talvez nenhuma daquelas fitinhas, por mais forte que você acredite, funcionem, afinal, nada funciona se você não vai atrás daquilo que você quer. Eu poderia ter te desejado quando amarrei aquela fita, mas eu não conseguiria isso se não fosse atrás de você.
Eu não desejei isso, pode ficar tranquila, eu não desperdicei o meu desejo. Mas quando juntamos nossos mindinhos, eu estava desejando que você ao menos ficasse e me iludisse.
Mas acho que quando se trata de amor, não basta apenas uma pessoa querer. Não estamos falando sobre sorte, ou superstições bobas, ou sequer crenças, é quase uma química exata, onde não tem poréns ou desvios, se você não sabe, você nunca conseguiria achar o amor.
E eu procurei por ele, tentei até desenhar um mapa sobre você, eu tentei misturar as fórmulas, mas nenhum ingrediente parecia bom, parecia tudo estragado, tudo desgastado.
Como aquele ursinho que você me deu quando éramos mais novas e eu não conseguia parar de chorar, está velho, desgastado, rasgado, chegando ao fim.
E por mais que eu tenha apertado o nosso laço, por mais que eu tenha deixado em um bom lugar aquela fita, com o tempo tudo se vai. As chuvas vem, o sol vem, o dia nublado chega.
E eu não me pergunto mais se acreditar que você vai me amar é idiotice ou não, me pergunto se mesmo aquela ponte tendo sido destruída, aqueles desejos iriam se realizar.
Porque eu desejei que você nunca me machucasse, mas talvez você tenha razão, e tudo não passe de algo simbólico para quem não acredita.
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