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História Simplesmente Um Anjo - Second Season. - Recurrence.


Escrita por: LitaCastagnoli

Notas do Autor



▶AVISO
▶IMPORTANTE
▶NAS NOTAS FINAIS.






▶BOA LEITURA, MEUS ANJOS!

Capítulo 12 - Recurrence.


Fanfic / Fanfiction Simplesmente Um Anjo - Second Season. - Recurrence.

— Você está pronto, Caique?

Eu sussurrei para Caique que parecia nervoso demais para quem faria algo tão natural. Meu corpo estava surrado pelo fato de eu ter tentado enviar todas minhas energias para o corpo de Gio, para mantê-lo aberto, para receber sua alma. Mas dessa vez, pelo menos eu esperava, que não fosse algo tão brutal como foi das outras vezes.

Eu queria tanto poder abraçar Gio e pedir desculpas pelas coisas que fiz com ela enquanto eu não sabia quem ela era para mim. Queria sentir seu carinho por mim de uma maneira mais maternal, mordi o lábio inferior antes de esticar a mão para tocar a de Gio. Nesse momento Paulo pegou minha mão, levando-a aos lábios e beijando as costas da mesma, fechei os olhos, aquilo era, no mínimo, gratificante para quem estava quase desmaiando de tão fraca.

Paulo era, para mim, tudo que eu precisava, e eu gostava da ideia de seguir minha vida toda com ele, o problema era apenas um: o Céu aceitar isso.

Ele me puxou para um abraço e eu me deixei levar para a calmaria de seus braços, esquecendo a dor que se passava fora deles, meu corpo parecia ser feito para encaixar no seu, como duas peças de um quebra cabeça, a muito tempo perdidas…

E agora, o tempo está passando

Mas eu ainda não consigo te dizer por quê

Me machuca toda vez que te vejo

Perceber o quanto preciso de você

Me afastei dele, olhando para a porta do jazigo, já era quase dia, o sol aparecia no horizonte, mais que rápido fui ao encontro de Gio, não esperando pelo sinal de Caique, toquei suas mãos e comecei a murmurar a letra do encanto, sentindo leves cócegas em meus dedos, era minha energia fluindo para Gio, fechei meus olhos sentindo a sensação, quando os abri vi Caique se abaixando em direção a Gio, selando seus lábios, sua mão segurava, com força, a cintura de Gio, uma lágrima caiu de meus olhos quando Caique começou a se afastar.

Eu tive medo de algum Anjo ter levado a alma de Gio para o Céu, afinal o dia começava a nascer, os Anjos a circular, eles poderiam ter visto-a e levado para o Céu. Tentei me acalmar lembrando que a poucos minutos ela estava gritando pelo fato da energia no corpo de Gio ser muito alta…

Caique já havia se ajoelhado ao lado de Gio, chorado em silêncio, desconectei minha ligação com Gio e deixei meu corpo cair nos braços de Paulo, que me envolveu, ambos caímos no chão, encolhida contra seu peito deixei as lágrimas caírem, e molharem a camiseta de Paulo, naquele momento ninguém precisava falar algo para preencher o vazio, o vazio era grande demais para que fosse preenchido com vãs palavras, gritos também não eram o suficiente. Hoje o Céu ganhava mais uma estrela, e uma grande estrela.

Minha energia estava esgotada, Nathan e Guilherme abraçaram nós três — Paulo, Caique e eu.

Meu mundo parecia sem chão, igual ao do homem que me abraçava e do homem que chorava ao meu lado, éramos completamente diferentes, mas hoje tínhamos algo em comum: a dor de perder alguém.

Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, não comigo, agora eu teria que comandar o Instituto com um peso em mente: a morte da minha própria filha. Acredito eu que após estabelecer uma meta, ninguém se faz a pergunta mais importante… O que, ou quem, eu terei que sacrificar para alcançar esse objetivo?

No fundo, sacrificar algo é mais fácil do que sacrificar os sentimentos de alguém, ainda mais se essa pessoa for conhecida por você de alguma maneira.

Ouvi alguém soltar o ar de uma maneira estranha, podia jurar que essa pessoa sorria, me afastei de Paulo e ele abriu os olhos, a imensidão azul de seus olhos agora parecia limitada, limitada pelo medo. Nós dois olhamos para Caique que estava de pé, com uma das mãos na boca, reprimindo um grito, atrás dele Guilherme fazia o mesmo gesto, Nathan sorria, segui o olhar dos três e quase não acreditei. Gio estava viva.

Rapidamente Caique a abraçou, Gio devolveu o abraço, me encarando com um grande sorriso no rosto, eu quis abraçá-la também, me levantei, mas rápido demais e acabei caindo, entregando-me ao desmaio.

*Point Of View: Giovanna Castagnoli*

Meu corpo parecia elétrico demais, quando abri os olhos não vi ninguém, suspirei pesadamente, e virei minhas pernas para o lado, eu estava num cemitério!

Conclui isso ao olhar para a porta, vendo as lápides iluminadas pelo sol, quando olhei para baixo vi minha família — Meu pai, minha mãe, meu tio e meu namorado. — e Guilherme. Me perguntei o que estava acontecendo e me lembrei de Talles.

Talles havia me encontrado enquanto eu tentava esfriar a cabeça após uma briga com Caique, eu estava andando por uma rua deserta para voltar ao apartamento de Caique quando alguém colocou uma faca em meu pescoço.

Soube que era um Anjo pelos passos leves e entrei em desespero no momento  em que tentei derrubá-lo e não consegui.

— Não tente fugir de mim, Giovanna. — O homem sussurrou contra meu ouvido.

Logo reconheci sua voz, o irmão maligno da minha mãe, aquele mesmo homem que veio fazer visitas ao meu pai enquanto minha mãe havia sumido. O homem que fazia ameaças constantes a minha família.

Os braços de Caique me envolveram e eu retribui o gesto, ele chorava, pois senti seus soluços, minha mãe, que estava abraçada ao meu pai, chorava, mas me vendo viva seu choro cessou e ela se levantou para vir até mim, mas ela parecia fraca, suas pernas bambearam e ela desmaiou, deixando todos preocupados, tentei descer, mas Caique impedia minha passagem, meu pai havia pego-a, ele sorria pra mim.

— Vai, pai… Cuide dela. — Encontrei minha voz nas profundezas e sussurrei para meu pai, que permanecia parado, esperando um sinal de que ele podia ir.

Eu irei cuidar dela, Paulo. — Caique disse duro após se afastar de mim.

Tendo dito isso, Nathan e Guilherme seguiram meu pai para fora do jazigo. Fiquei olhando para Caique alguns minutos, ele sorriu e me beijou, um beijo apressado que me deixou ansiosa para saber o que aconteceria quando chegássemos em casa.

Caique me puxou para seu colo, minhas pernas uma de cada lado do seu corpo, quando nos afastamos ele sorriu, novamente.

— Achei que ia te perder. — Ele engoliu em seco. — Pra sempre.

— Ei, eu estou aqui. — Eu levei uma das mãos ao seu rosto, acariciando-o, ele fechou os olhos, sentindo meu toque.

Só o Céu sabe o que eu faria se te perdesse. — Ele encarou meus olhos. — Bati na minha sogra, só por achar que ela tinha feito isso com você. — Ele riu.

— Vamos para casa. — Eu disse manhosa, ele me levou para a entrada do mausoléu.

Ele parou no meio do caminho, abruptamente, olhando para trás, como se tivesse visto algo, procurei em volta por algo que chamasse minha atenção, mas só vi a relva se mexendo com o vento, ele sussurrou:

— Meu carro está do outro lado desse muro, têm uma árvore que dá para escalar e pular para o outro lado do muro, dirija para qualquer lugar se eu não aparecer em cinco minutos, vá para o apartamento do seu pai.

— Vá comigo. — Murmurei enquanto ele me descia de seu colo e me entregava a chave de seu carro.

Não quero te perder, meu amor. — Ele sussurrou beijando minha testa. — Irei passar a noite com você.

Um arrepio passou por meu corpo e eu senti o duplo sentido na frase, eu não estava preparada para isso, tentei conter meu medo sussurrando:

— Eu amo você, volte para casa. — Ele sorriu e se virou, indo para a escuridão das árvores.

Me virei e corri para uma árvore que se encostava no muro do cemitério, escalando-a e logo em seguida pulando, apertei a chave vendo os faróis do Aston Martin One 77 de Caique se acendendo, corri até o mesmo entrando e apertando as travas do carro, eu estava com medo, esperava ver Caique em cinco minutos.

No banco do passageiro havia um boné, o peguei, girando-o na mão, foi quando vi de relance algo nas nuvens, Caique lutava com alguém no céu, coloquei a mão na maçaneta do carro, vi com quem Caique brigava no céu: Talles.

Quando sai do carro, ouvi a voz de Talles gritando:

— Vi que você saiu com a minha irmã do cemitério, onde ela está? — Caique estava preso numa chave de braço.

Meu ódio crescia só de saber que Talles queria encontrar minha mãe de qualquer modo, e eu ficava preocupada com Caique a cada segundo que se passava, peguei o boné, que estava no banco do carro e coloquei em minha cabeça, escondendo todos os fios que insistiam em sair, eu era muito parecida com minha mãe, mas meus olhos me denunciavam e meus cabelos eram mais lisos e mais longo que o dela, Talles e Caique não haviam me visto, não ainda.

Eu sentia nojo do tio deplorável que eu tinha, eu sentia meu ódio me consumir, e parte do meu corpo começou a ficar mais leve, olhei para baixo, desprendendo os olhos dos dois que ainda lutavam lá em cima. Eu estava voando.

Meus pés flutuavam, e eu soltei um riso nervoso e acabei caindo no chão, as asas me cercando, meus joelhos bateram contra o chão, apoiei minhas mãos no mesmo, tentando me manter em equilíbrio, mas a única coisa que eu pensava era: Eu estava realmente com as asas estendidas?

As toquei, as penas eram brancas como as de meu pai, elas reluziam, tentei controlá-las, imaginando o céu sobre mim e me impulsionando para cima, mas eu precisava de algo para deter Talles e imobilizá-lo temporariamente.

A primeira coisa que vi foi um galho caído no chão, fui até ele, pegando-o e voando rapidamente para o encontro de Talles, segurando o galho como se fosse um bastão de beisebol, minha única arma contra um Anjo da Morte, bati com força contra suas costas e ele soltou Caique, virando-se rapidamente.

— Ora, ora! Olhe só, se não é minha querida irmã! — Caique estava rapidamente entre nós.

Entreguei à ele meu bastão, que bateu com força no maxilar de Talles, que desmaiou. Caique se virou e me abraçou, no mesmo instante minhas asas sumiram e eu me segurei nele, ambos com a respiração descompassada e com um suor de nervoso escorrendo pelas costas.

Ambos olhamos para baixo, pude ver as asas negras de Talles cobrindo-o, ele estava desacordado e tínhamos que usar essa tática para fugir, Caique também percebeu isso pois voou rapidamente para o carro que eu havia deixado aberto.

— Entre, rápido. — Ele disse assim que me colocou no chão e suas asas foram guardadas em algum lugar dentro dele.

O caminho para sua casa fora silencioso, sem nenhum carinho ou toque dele, eu me senti um pouco deslocada quando olhei para ele, seu olhar estava divagando além da avenida movimentada, estava pensando em algo. E eu queria, desesperadamente, saber o quê.

Assim que ele estacionou na garagem do seu prédio eu saí do carro e fui em direção ao elevador, sem esperar por sua companhia, chamei o elevador e esperei ansiosamente o número diminuir do 15° andar até o Subsolo. Meu coração disparou quando o elevador chegou e Caique ainda não havia chegado, tudo bem, ele devia estar cansado, com raiva de Talles, mas eu era a sua Giovanna, e ele estava comigo, não deveria dar atenção à alguém que nem da família era, era apenas alguém que só queria acabar com a nossa felicidade.

Me encostei contra o espelho frio do elevador, após apertar o andar de Caique, as portas começaram a se fechar quando, do nada, se abrem novamente e Caique entra. Ele me encarou e disse:

— Por que não me esperou? — Franzi o cenho e não o respondi.

Olhei para a porta aberta, que ele fazia questão de mantê-la assim e bufei, ele deveria sair dali logo. Quando voltei a atenção para os seus olhos senti minhas pernas fraquejarem, e sua voz rouca sussurrou em minha mente:

— Por que você está assim comigo, amor?

Abri a boca para falar, mas Caique me interrompeu com um beijo quente, prendendo minhas mãos contra o elevador, acima da minha cabeça, fechei meus olhos e saboreei o momento, tudo estaria perfeito se eu não tivesse sentido sua ereção. Quando ele se afastou eu corei violentamente, pude sentir o rubor subir por meu pescoço e queimar em minhas bochechas, me deixando extremamente parecida com um pimentão. Ri nervosa, me afastando de Caique, ele não podia ver as marcas que eu tinha nas costas, muito menos saber quem as tinha provocado, eu era virgem, isso não era uma novidade, mas o pior problema era o medo que eu sentia ao saber que ele veria, tocaria e sentiria raiva, eu não queria que ele ficasse nervoso, não perto de mim, ele era explosivo e a última coisa que eu desejaria nessa noite seria um ataque de fúria dele.

— O que foi? — Ele sussurrou olhando em meus olhos.

— É… Hum… — Comecei a gaguejar, olhando para baixo.

— Eu sei que você fica nervosa quando isso acontece, meu amor, mas é normal… Hoje nós poderíamos ter aquela conversa que você têm me prometido a tempos…

Suspirei pensando em que desculpa eu daria a um homem que praticamente implorava para eu fazer sexo com ele. Mordi o lábio inferior na tentativa falha de pensar, ele compreendeu meu gesto como outra coisa e me puxou para mais um beijo, um beijo mais lento, como um beijo de reconciliação. Ele só se afastou quando o elevador avisou que havíamos chegado ao vigésimo andar, eu me abaixei e passei por baixo de seus braços, saindo e indo em direção ao seu apartamento, toquei meu bolso e, por sorte, minha chave estava lá, abri a porta e entrei, deixando-a encostada para Caique, que entrou logo depois, eu fiz o que sempre fazia, coloquei a chave sobre a mesa de vidro que ficava perto da porta e me encarei no espelho.

 Caique veio por trás de mim e tirou o boné, soltando meus cabelos, ele jogou a peça em algum lugar do apartamento, ele tirou os cabelos de meu pescoço e beijou o mesmo, senti um arrepio subir, tentei me conter, mas logo uma de suas mãos foi para baixo da minha blusa, apalpando minha cintura, causando uma sensação um pouco dolorida, mas prazerosa, mordi o lábio inferior quando Caique começou a puxar minha blusa para cima, me virei, sorrindo para ele, ele acariciou minha bochecha e simplesmente puxou minha blusa para cima, tentei cobrir a maior parte de pele possível, mas havia muitos hematomas que eu não podia cobrir, ele me olhou com uma pergunta clara no olhar, mas mesmo assim a fez:

— Você tem vergonha de mim, Giovanna? — Eu corei e peguei a blusa de sua mão, tentando ser menos rude possível ao dizer o que eu tinha em mente.

— Só não quero perder a única coisa que ainda tenho certeza que é minha.

O que, Giovanna? — Ele pareceu irritado ao ver que eu havia colocado a blusa novamente, senti o medo crescer em mim.

— O que você ouviu. — Eu cruzei os braços e me afastei dele, andando até a sala.

— Esse papo… — Ele riu se apoiando na parede e me encarando, como se eu fosse a pessoa mais divertida do mundo. — Esse papo, eu já ouvi antes. — Ele reprimiu o riso. — Eu sei que você é virgem, e embora eu pareça um ogro, eu não machucaria você, nunca, nem em um milhão de anos. E sabe qual o motivo de uma ideia tão convicta?

Engoli em seco, ele não parecia feliz com a ideia de ter uma discussão, ele queria me beijar, não me acalmar. Fiz que não, negando sua pergunta. Ele se aproximou e tocou meus braços, deixando-me arrepiada, ele fez alguns movimentos subindo e descendo suas mãos, eu descruzei os braços e o encarei.

Porque eu a amo, amo com toda a minha vida, e sinceramente? Não me perdoaria por machucá-la, você é tudo que um dia eu pedi aos Céus e sei que isso parece loucura, mas, caramba... — Ele parecia nervoso, pude ver que suas palavras se atropelavam, saindo todas em único momento, sem pausas. — Eu nunca imaginei que teria que falar isso tão abertamente, mas desde o momento que a vi senti que você tinha que ser minha, fui a primeira pessoa da família a te pegar no colo e te aninhar em meus braços, e eu sabia que eles foram feitos para você, para te proteger e te cuidar, mesmo que eu nunca demonstre metade do que eu disse hoje, espero que você confie em mim e saiba, que no momento em que eu te machucar eu não sou mais a mesma pessoa, eu morri e estou em outro plano, aguardando você para te amar e te cuidar da maneira como sempre cuidei: carinhosamente. Agora vem cá. Me deixa ter você por uma única noite.

 


Notas Finais


Bom, meninas, queria agradecer, imensamente, pelos 21 favoritos e por vocês terem ficado sem palavras no último capítulo.
▶Estou muito feliz por tudo que vocês tem me proporcionado, eu agradeço muito por ter todos vocês comigo!
▶NÃO irei postar ao sábado, e não postei porque tive um probleminha com um sério bloqueio, não conseguia escrever, espero que me perdoem!
▶ Irei postar no meu aniversário (1/12) por motivo único: provas finais!
▶ Espero que me aguentem até lá!
Amo vocês, anjos!!
L.


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