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História Sinfonias Dolorosas - Um meio irmão e um sorriso inteiro.


Escrita por: Thatavisk

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 2 - Um meio irmão e um sorriso inteiro.


— Você tem irmãos? — perguntei cruzando as pernas. — Sou filha única, mas sempre quis uma irmãzinha.

—  Apenas um. É por parte de mãe. — Ele parecia estar próximo de uma janela, conseguia ouvir os pingos se chocando com o vidro.

—  Seus pais são separados faz muito tempo? — Peguei o livro na mesinha de centro apenas para ocupar as mãos.

Sim, se divorciaram quando eu ainda era bem novinho. Minha mãe conheceu outra pessoa que, aparentemente, era mais importante do que eu e meu pai juntos. — Soou sério.

— Tenho certeza de que ela não queria te magoar — digo passando delicadamente os dedos pelas páginas amareladas. Era um livro antigo que ganhei de presente de meu pai, aquele livro já estava presente na minha vida há mais tempo que o próprio.

Tenho certeza de que ela queria que eu nunca tivesse nascido — retrucou. — Depois que Jungkook nasceu, ela se esqueceu que também sou filho dela. — Riu fraco, apesar das palavras duras.

— Irmãos mais novos tem essa fama de roubar a cena.

Sou obrigado a concordar, mas... —Suspirou fundo. — Parece que ela me vê como um erro. Não me lembro da última vez que ela disse que me amava ou algo do tipo. Acho às vezes que a culpa deles se separarem foi minha — diz parecendo chateado.

— Você era apenas uma criança, não poderia ocasionar um divórcio nem se tentasse — assegurei resmungando ao me cortar no papel, havia sido superficial, mas começou a sangrar um pouco.

Aconteceu alguma coisa?

— A inteligência em pessoa aqui se cortou com um papel. — Levei o dedo até a boca.

Coitadinha. Quer que eu vá cuidar de você? — indagou num tom manhoso.— Juro ser bem atencioso.

— Então, como íamos dizendo, seu irmão, Park Jungkook, roubou seu papel principal — digo ignorando a provocação.

Ele recebeu o nome do pai, Jeon Jungkook. Não nos damos muito bem, mas a existência dele não me incomoda — diz bocejando após, estávamos conversando já havia algum tempo, as horas passaram correndo. — Ele é três ano mais novo que eu, deve ter a mesma idade que você.

— Faço dezenove no fim do ano — comentei acariciando o veludo azul escuro da poltrona.

Então ele é um ano mais velho que você. — Ouvi trovejar alto ao fundo.

— O tempo parece estar mais severo por aí. — Levantei lembrando que faria um pouco de chá. — E já está um pouco tarde, teremos que acordar cedo amanhã. — Segui para a cozinha, abrindo os armários e tentando lembrar onde havia guardado a chaleira.

Já me expulsando? — resmungou fingundo um tom chateado.

— Sim, estou. — Ele riu contido, conseguia imaginar seu sorriso da mesma forma que o vi na sala.

Bem sincera! — reclamou ainda rindo um pouco. — Mas eu gosto de pessoas diretas. Não existem muitas pessoas confiáveis hoje, nunca são cem porcento sinceras.

— Não existem pessoas cem porcento sinceras, às vezes eu minto também — comentei colocando um pouco de água na chaleira. — Em certas ocasiões a verdade não é bem vinda — digo dando de ombros.

Eu posso confiar em você? — Endireitei o celular em minha orelha, segurando-o no ombro. — Promete ser sincera comigo sempre? — perguntou em tom terno.

— Vou tentar. — Coloquei a chaleira no fogo.

Quero uma resposta concreta — resmungou abafado, devia estar com o rosto no travesseiro.

— Okay, pode confiar em mim, serei cento e dez por cento sincera contigo, Jimin. — Coloquei a mão no peito, mesmo que ele não pudesse me ver.

Parece o suficiente — afirmou rindo. — Quero que saiba que também pode confiar em mim. — Seu tom soou carinhoso. — Parecemos já bons amigos, não acha? — perguntou em tom gentil. A válvula da chaleira despejou vapor, avisando que a água havia levantado fervura. — Também quero — disse após ouvir o chiado da chaleira.

— Fiz apenas para mim, sou egoísta, foi mal — digo despejando a água no copo já com o saquinho de chá de hortelã. — Sim, parecemos bons amigos — concordo seguindo para a sala com meu copo. — Não está um pouco tarde? Você deve ter de acordar mais cedo que eu — digo lembrando dele ter dito que não morava muito perto.

Tenho... A hora passou voando — diz soando preocupado, mas não se despediu, deixando um silêncio o seguir brevemente. — Eu não quero desligar — acrescentou rindo baixo.

— Não vai querer dormir na aula... — Ele resmungou.

Eu posso dormir mais cedo amanhã.

— Olhe só, eu já sou mais prioridade que o descanso! — comentei forçando animação no tom, fazendo-o rir.

Pode acabar sendo mais prioridade do que bem mais coisas se quiser — soltou ao ar, arqueei levemente as sobrancelhas.

— Como ele é sutil — debochei mantendo o sorriso largo no rosto.

Algum de nós dois tem de ser delicado.

— Mas que abuso! — reclamei rindo indignada. — Eu sou a delicadeza em pessoa. — resmunguei irônica, bebericando meu chá.

Imagino se não fosse... — comentou mais baixo, rindo alto ao me ouvir ponderar retrucar, mas apenas puxar o ar devagar.

Olhei o relógio de ponteiros na parede da sala, nós dois acabaríamos dormindo apenas algumas poucas horas antes de aula, isso se dormissemos.

A conversa seguia normalmente, com algumas cantadas sutis, piadas ruins e sorrisos bobos se formando involuntariamente em meus lábios. Jimin era de fato alguém interessante.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui.


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