Parte 25
Após a entrevista, vocês entraram no carro que os levou, que era da SM, para ir à sua antiga casa.
No caminho, D.O. pretendia saber mais sobre você, então puxou conversa.
-S/N?
-Pois não?
-Você falou que foi sua casa por um tempo… não entendi bem o que quis dizer.
-É uma longa história…
-Vamos ter tempo pra você contar, se você se sentir à vontade.
Respirando fundo, pensou se deveria contar pra ele, mas de qualquer forma um dia descobriram sobre sua vida…
-Ok, vou contar.
-Maravilha.
-Bom, eu nasci no Brasil. Meus pais sempre gostaram de viajar… há mais de dez anos atrás estávamos de carro pelas ruas de Seul… eles estavam felizes, ouvindo música alta e minha mãe dava muitas risadas com as palhaçadas do meu pai, que estava dirigindo. Eu tinha apenas cinco anos e com o passar do tempo… Tenho esquecido cada vez mais do rosto deles…-seus olhos encheram-se de lágrimas, você respirou fundo para não chorar.
-S/N…
-Tudo o que eu lembro é da face do meu pai desfigurada… e o corpo ensanguentado da minha mãe. Os dois agonizavam e meu pai me pediu perdão… foram suas últimas palavras… eu estava em estado de choque, via tudo mas não conseguia reagir… eu… eu…-você não conseguiu se conter e começou a chorar.-Eu não consigo…
-Ei…-disse ele segurando sua mão.
-Não consigo me lembrar de muita coisa… meus pais se foram e hoje só tenho minha amiga Nae Hyun, cuido dela como forma de me redimir. Sinto como se o acidente fosse minha culpa.
-Negativo. Foi um acidente.
-Não tem como saber, a não ser que eu lembre de tudo nitidamente.
-Não foi sua culpa, pode parar.
-Sinto falta deles…
-Imagino… mas e essa sua amiga? Disse que cuida dela.
-Nae Hyun é bem mais velha que eu, mas cuido dela como se fosse minha irmã mais nova. Com cinco anos mesmo cheguei no orfanato e desde então me tornei parte de lá e o instituto faz parte de mim.
-Fofo…
-Minha amiga me protegeu de muita coisa, já sofri de uma depressão forte devido o trauma que sofri na infância e, minha bolinho prometeu estar comigo sempre.
-”Minha bolinho”?
-Sua não… minha.
-Brincadeira, né?
Vocês riram, só então perceberam que ainda estavam de mãos dadas e D.O. soltou-a discretamente.
-Ela… é fã do EXO também, vai ficar muito feliz em te ver.
-Você parece amá-la de verdade.
-É a única família que tenho… eu não sei o que faria sem ela.
-Ela está no orfanato desde pequena também?
-Sim… segundo ela, ninguém quer mais uma “despesa” em casa.
-O quê?
-Nae Hyun tem Leucemia… tenho lutado por ela todos os dias da minha vida e dedicarei o resto deles à ela.
-Você é uma moça forte… já te admirava antes e agora… mais ainda.
-Obrigada… de verdade.
Vocês chegaram no instituto. Ao entrar, muitas das crianças já sabiam quem era D.O., então foram falar com ele, todos animados e elétricos. Você tentou tirar pelo menos metade deles de cima do rapaz, mas como não teve sucesso, atendeu o pedido dele.
-Vai ver sua família, eu fico aqui.
-Crianças, por favor, deixem ele respirar. Já volto.
-Sem pressa.
Vê-lo daquela forma, cuidando e dando atenção à todas aquelas criancinhas, era algo muito lindo. Do Kyungsoo é um homem completamente encantador.
Você chegou no dormitório de Nae Hyun.
-AAAHH, S/N!
-AAAHH, BOLINHO!
As duas se abraçaram por longos minutos.
-Eu já estava saindo daqui pra ir ver o motivo de tanto barulho lá fora.
-É que eu trouxe uma surpresa que espero que goste.
-Pelos gritos de alegria dos pestinhas, deve ser muito boa essa surpresa.
-É ótima… mas me diz, como está se sentindo? Não teve recaídas?
-Não, estou bem. Fica tranquila.
-Só desejo que fique melhor a cada dia.
-Sobre o Chanyeol, já se resolveram?
-Siiim, ele pediu desculpas e eu chorei de emoção.
-Boba.-disse ela rindo.
-Vou trazer sua surpresa, já volto.
-Ok.
Quando foi buscar o rapaz, parou para ouvir a conversa.
-D.O., gostei muito daquele filme que você era um assassino!
-O quê?! Não assistam esses filmes, fiz tantos que iriam gost-
-Mas já assistimos todos!!!
-Waaahhrrr! Não acredito!
-É verdade!!!~ É verdade!!!~
-Vocês me surpreenderam.-disse ele rindo.
-D.O., pode escrever algo pra nós em nosso mural?!
-Claro, pequena.
Ele se levantou e uma das crianças agarrou as pernas dele, o fazendo rir e pegar o pequeno príncipe (apelido dado por você) nos braços. Escreveu somente a frase e autografou logo em baixo.
“Um sonho só vai se tornar realidade, se você sair do seu conforto e lutar pelo que realmente quer. ~Tio D.O.”
Então ele leu a mensagem em voz alta e todas as pequeninas crianças o aplaudiram. No fundo você se emocionou, mas precisava interrompê-los.
-Licença, preciso pegar o tio D.O. emprestado só uns instantes, já devolvo.
-AAAAH NÃO, FICA AQUI TIO, POR FAVOR!~
-Calma, gente.-ele riu.-Eu volto, deixa eu ir ver o que essa moça chata quer.
-O quê? Sou um amor, tá?
-Resposta errada, eu sou um amor.
-Ah, claro.
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