Parte 50
-Onde ela está?
-A senhora está bem?-perguntou o enfermeiro que estava se aproximando.
-Estou, me deixe ver a Nae Hyun, por favor.
-Calma, a senhora é alguma parente?
-Amiga. Anda! Quero vê-la!
-Senhora, por favor mantenha a calma. Está tudo bem com ela, me siga.
-Aish!
-Porque está tão pálida?
-Eu estou bem.
Vocês caminharam por longos corredores até chegar na ala de emergências, suas pernas estavam fracas e sua respiração ofegante. Quando finalmente chegaram em frente à sala, você viu tudo escuro e começou a ouvir a voz do enfermeiro mais distante.
-Senhora! Senhora!-ele te segurou antes que caísse.
…
Você acordou dentro uma sala escura.
Ainda estava deitada numa cama de hospital, sentou-se e olhou ao redor. A luz do quarto acendeu e aquelas duas portas estavam lá.
-Não… não, de novo não…
Depois de encarar a porta com a sigla por longos minutos, decidiu que iria ver o que tinha lá.
Ao tentar abrir, viu que estava trancada, então na tentativa de encontrar algo pra destrancá-la, você olhou por todo o local e viu Chanyeol sair da outra porta, com uma chave na mão.
-Channie?
Ele parecia estar triste, deu um beijo em sua testa, entregou a chave e voltou para a porta, fechando-a logo em seguida.
Você estava ciente de que era tudo um sonho, então se preparou psicologicamente antes de entrar no quarto fechado.
Destrancou.
Abriu.
Era o quarto da Nae Hyun… você estava deitada na cama dela e parecia dormir profundamente. Ao seu lado tinha um pote de calmantes tarja preta quase vazio. Alguém entra de repente, e era ela…
-S/N!!! Não! Porquê fez isso?! Porquê?! Você me fez uma promessa de que viveria feliz…
Ela estava ajoelhada em sua frente, te arrancando e chorando… parecia sentir muita dor. Ao levantar e se virar para a porta, ela segurava um bebê, então caminhou até você que mal tinha entrado ainda…
-Aqui… é um menino.-ela sorria.-Tem bochechas enormes e os olhinhos são tão redondos.
Você estava paralisada.
-S/N, ele é seu. Pegue.
-Não…
-Pegue, vamos.-ela o colocou em seus braços.
Era uma criança perfeita, saudável, bochechas grandes e rosadas, olhos redondos e escuros, e teria o sorriso do pai quando fosse maior.
Você colocou a mão no peito do bebê e sentiu o coraçãozinho dele, então ele sorriu.
Emocionada, chorou com todas as forças que tinha e Nae Hyun o pegou de volta.
-S/N. Seu lugar não é aqui… vá.
-Meu bebê…-você ainda chorava.
Ela colocou a mão em seu ombro e sorriu. Ao se afastar de você, a porta se fechou rapidamente.
Você começou a gritar e bater na porta, mexeu na maçaneta até abrir e quando conseguiu, não tinha nada a ali, estava escuro e uma névoa se formou com as seguintes palavras.
“Nothing Here…”
-Não, não!!!
…
-S/N?
Você abriu os olhos, estava tudo muito claro agora e olhando bem, era um quarto de hospital.
-S/N…-disse ele tocando em sua mão.
-Channie…
Ao olhar pra ele, pôde notar que os olhos estavam muito vermelhos e ao redor estava um pouco inchado.
-Como está se sentindo?
-Estava… chorando?
-Fiquei preocupado.
-Channie, me… perdoe…
-Pelo quê?-a voz dele estava trêmula e olhos tristes brilhavam mais.
-Eu… eu… matei…
-Shhh…-agora ele acariciava seu rosto, enxugando suas lágrimas.-Está tudo bem…
-Você sabe?
-Eu vi.
-Aigoo… não consegui dar descar-
Você não se conteve e chorou muito. Um choro de dor, acompanhado de soluços e falta de ar… um choro amargo.
Chanyeol ficou pior ao vê-la assim, então abraçou-a e sussurrou em seu ouvido com aquela mesma doce e grave voz que tanto sentia falta.
-Calma… eu estou aqui e vou cuidar de você.
-D-Desculpe…
-Eu te amo…
-Eu... te amo…
Ele sorriu, beijou suavemente seus lábios e em seguida sua testa.
-Tenho que avisar que você acordou, já volto.
-Ok.
Minutos depois, Chanyeol volta com aquele enfermeiro que te recebeu mais cedo. Ele mede sua pressão, vê sua temperatura, checa seus olhos e sua língua, faz algumas perguntas pra ver se está psicologicamente estável e por fim, permite que possa ir ver sua amiga.
Channie te espera sentado do lado de fora e você entra no quarto de Nae Hyun. Ela estava ouvindo música e jogando no celular, então não te ouviu entrando. Tinha algo mais nela… estava careca, com um pano enrolado na cabeça.
-Bolinho?
-S/N?-ela tirou os fones de ouvido.-S/N!
Com um enorme sorriso, ela abriu os braços esperando um abraço seu.
Você correu e abraçou-a por longos minutos, as duas acabaram chorando… o momento era de matar a saudade, pois fazia muito tempo que não se viam.
-Desculpe não ter vindo antes…
-Está tudo bem. Eu sei que os médicos não permitiam visitas.
-Mas… porquê?
-Bom, disseram que ia afetar o meu emocional e o psicológico… estou tomando calmantes.
-Meu Deus… porque está tomando isso?
-Tenho me alterado… Às vezes… quando paro pra pensar em onde estou e o porquê de estar aqui… fico completamente angustiada. Me isolar de você e do velhote foi algo bastante errado.
-Aish…
-Meus calmantes na verdade são sedativos. Ah, S/N, o Natal está chegando, não é?
-Sim…
-O que vai fazer?
-Vou passar o Natal aqui com você.
-Ah…-o semblante dela ficou mais triste.
-Porque essa cara?
-É que… vou estar em tratamento, então você deveria ficar com o EXO.
-O quê? Vou ficar aqui, você ach-
-S/N, poderia ser menos teimosa uma vez na vida?
-Não.
-Aigoooo….
-Sua idiota.
-Olha, sei que os médicos não vão permitir que fique muito tempo aqui então vou ser breve.
-Sobre o quê?
-Se divirta.
-An?
-Fique com os meninos, será um dia e uma noite reservados pra se alegrar e celebrarem juntos, compartilhando coisas divertidas e emoc-
-Silêncio.
-Eu nunca brigo com você por me mandar calar a boca, sou muito bondosa.
-Eu disse silêncio.
-Aish.
-Eu virei aqui e você não vai me impedir.
-Não vou te receber, já falei que vou estar em tratamento, não dá pra ficarmos juntas.
-Que droga, Nae Hyun!
-Eu não tenho culpa.
-Eu sei!
-Se acalme.
-Não dá, que inferno….
-Já comeu algo?
-Já…
-Foi bom ter você aqui hoje… espero que siga meus conselhos. Seja feliz, por mim. Tudo que eu não pude viver, viva por mim… o que não pude fazer, faça por mim… não vou me sentir mal, vou me sentir feliz.
-Te odeio.
-Eu não acredito nessas palavras.
-Idiota…
-Eu te amo, S/N… e te agradeço por ter feito todo o possível e até o impossível pra me ajudar.
-Vou embora…
-Se cuida.
Você levantou e abriu a porta. Parou. Respirou fundo. Olhou pra ela… estava sorrindo, mas lágrimas caíam de seus olhos. Ela acenou.
-Por favor, se cuida.
Infelizmente, você não aguentou ficar ali, doía demais vê-la daquela forma… estava mais magra do que antes, os olhos mais fundos, mais pálida, lábios secos meio cortados devido aos processos de quimioterapia, estava fraca e mesmo assim sorria com toda a doçura e inocência que somente ela tinha.
Você fechou a porta e chorou mais. Era muita coisa acontecendo de uma vez só, seu corpo estava desgastado físico e emocionalmente.
Chanyeol levantou e segurou você, pois suas pernas estavam fracas e mal conseguia ficar de pé… Então ele a levou de volta pra empresa.
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