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História SLAVE TO LOVE - O Jantar


Escrita por: Sasciofa

Notas do Autor


Boa tarde, seus lindos e lindas 😍😍😍😍

Capítulo 13 - O Jantar


Fanfic / Fanfiction SLAVE TO LOVE - O Jantar

O Jantar 

 

 

MAYA

 

Não sei a razão que me levou a aceitar o convite de Colin para jantar, mas vê -lo parado à porta da minha sala com aquele ar de menino perdido, partiu meu coração. 

E depois, não há motivos para rejeitar o convite de um amigo, certo? 

Mesmo que esse amigo, esteja interessado em algo mais do que uma simples amizade. Eu só preciso deixar claro, que não passaremos disso, amigos. Além, do mais, Colin é divertido e muito agradável. 

E eu preciso me distrair, para ver se consigo tirar aqueles benditos olhos azuis e o dono deles da minha mente.

Não paro de pensar em Julian e isso está me consumindo. 

Nem mesmo ao meu trabalho no Núcleo, consegui me dedicar integralmente, sem que a imagem dele tomasse de assalto meus pensamentos. E se não fosse, a nova amiga que fiz, provavelmente teria vindo embora na quarta-feira assim que a palestra terminou.

Por falar em nova amiga, Mariane, me trouxe uma sensação de aconchego. Como se  tivéssemos anos de intimidade, me senti desarmada e confiante na presença dela, o que para mim é inusitado. 

Normalmente, sou muito reservada e com ela cheguei a falar até sobre minha infância no Brasil. E o engraçado, é que mesmo Carina e Izzy que estavam comigo e são bem ciumentas, a receberam de braços abertos. 

Foi como completar um quadro. 

Trocamos nossos números e em breve vamos marcar um novo encontro, afinal precisamos saber, como foi o encontro de Mari com o tal príncipe virtual. 

Sorrindo, terminei de me vestir, não quero me atrasar e fazer Colin esperar. 

Ainda rememorando o dia anterior, acabo por rir alto dos conselhos que Carina deu à Mari. Como levar spray de pimenta !!!

Claro que alguns foram pertinentes, como marcar o encontro em local público, deixar alguém avisado e não sair com ele para nenhum lugar sem avisar, algum amigo. E como ela não tem ninguém na cidade, ficamos responsáveis por ela e Car fez questão de ser a monitora. 

Mesmo doidinha, Carina é uma das melhores pessoas que conheço. Tem um coração generoso e é muito protetora. 

Já Izzy se incumbiu de dar várias dicas de moda à Mari e no final da noite, parecíamos amigas de infância. 

Voltei à realidade com o toque do interfone e autorizem a entrada de Colin. 

Pontual.

Ponto para ele.

Se bem que não se trata de um encontro, portanto, ele não está sendo avaliado, certo dona Maya ?

Dei uma última olhadela no espelho e satisfeita fui recebê -lo.

Uau !!! 

Ele estava esplêndido e por um momento, fiquei sem fala.

- Oi ... Colin. – falei, inalando o perfume dele.

- Oi, você está linda !!! – disse, entregando – me um delicado ramalhete de flores.

- Obrigada pelas flores. – definitivamente isso era um encontro – Você quer entrar , tomar alguma coisa ? 

- Melhor, não. Do contrário, podemos perder a reserva. – falou e sorriu.

Puta que pariu !!! 

Onde ele esteve durante todo esse tempo ?!

Que sorriso é esse ?! 

- Ok. Vamos, então. – peguei minha bolsa e tranquei a porta do apartamento.

Espero que  ele não tenha notado minhas mãos trêmulas. Sinceramente, não sei o que está acontecendo comigo ...

 

 

Fizemos o percurso até o restaurante, falando sobre trabalho. Porém, ao nos acomodarmos, ele foi direto :

- Agora chega de falar sobre a agência e trabalho. – sorriu abertamente – Me fale sobre você. 

Enquanto o garçom servia o vinho e nossos pratos, o examinei longamente. 

- O que quer saber ? – respondi sorrindo – Aparentemente, já conhece alguns dos meus gostos. 

Apontei para o prato fumegante de massa á minha frente. 

- Ah, quero saber tudo o que quiser me contar. Por exemplo, como você se interessou por essa carreira? Nunca quis seguir outra profissão ?

- Na verdade, quando criança eu mudava de ideia praticamente a cada minuto sobre o que gostaria de fazer. – sorri nostálgica – As únicas coisas das quais tinha certeza, era que queria ser mãe e lutar contra as injustiças. Conforme, fui crescendo, mantive esses dois desejos, mas também descobri o que precisava fazer de efetivo para realiza-los. Então, estudei muito, fiz direito. E depois Literatura Inglesa ,por amor.

- Literatura?! Surpreendente. – a forma como ele me olhava, como se eu fosse o ser mais importante do mundo, estava me deixando lisonjeada .- Então, tenho como colega de trabalho além de uma agente de alto nível, uma possível escritora ou professora? 

- Colin, assim você me deixa sem graça !!! – o repreendi sem muita convicção – Mas sim, um dia quem sabe, eu venha a ensinar ou até escrever um livro. Já que ser mãe, não faz mais parte dos meus planos. 

O que estava acontecendo, desde quando sou tão aberta em relação aos meus desejos e saio falando sobre eles ?!

- E por que desistiu da maternidade ?! -seus olhos arregalados indicavam surpresa e decepção. 

- Eu não desisti, mas com o tipo de trabalho que temos e a idade passando, é o que tudo indica. 

- Ah, não !!! Nada impede que você peça transferência para a área burocrática ...

- Mas não é só isso ... Eu não tenho um relacionamento estável, com alguém que considere apto para ser pai dos meus filhos e ...

- Uau !!! Do jeito que você fala, parece tudo tão sem emoção Maya. – disse sério – Parceiro apto ... dá a impressão de que está selecionando o espécime mais adequado em um laboratório e nesse processo os sentimentos ficam completamente de fora.

- Nossa você me fez parecer tão fria !!!- falei constrangida – Eu só estou sendo prática. Agora, chega de falar de mim, me fale sobre o que você. O que gosta de fazer aos finais de semana, por exemplo? 

- Muito bem, dona Maya, saindo pela tangente. – deu outro daqueles seus sorrisos e meu coração disparou – Bem, aos sábados, treino um time infantil de beisebol duas vezes por mês. Passeio com meu cachorro Dodger e dou uma geral no apartamento. Normalmente, domingo é o dia da preguiça, adoro ficar de pijama e meia o dia todo e comer todo tipo de besteira que der vontade. Sem graça, não é? 

- Não, muito pelo contrário. Já temos adrenalina demais durante a semana inteira, principalmente, quando estamos em algum caso. – sorri tomando o meu vinho e ele encheu novamente a minha taça – E sua família, mora aqui em Nova York também? 

A expressão calorosa dele foi substituída por uma tristeza inegável. 

- Não, meus pais moram em Nova Jersey. – disse sucinto. 

- Perto, à uma viagem de balsa. Sorte a sua.

- Na verdade, se eles morassem na China, não faria diferença. – me encarou com os olhos úmidos – Depois que meu irmão morreu, é como se eu não existisse. 

- Eu sinto muito, Colin. – peguei em sua mão por sobre a mesa em um gesto de solidariedade, mas senti um choque. 

- Tudo bem. Eles passaram a me responsabilizar, acham que eu devia ter percebido que ele não estava bem e que poderia se matar. O que ele, fez.- a mágoa e a culpa impregnavam a voz dele – E eu realmente não percebi que ele precisava de mim ... estava tão voltado para os meus objetivos, tão feliz por mim mesmo ...

- Colin, pare com isso e me escute !!! – dessa vez, segurei firme ambas as mãos dele que estavam frias – Eu não sei o que levou seu irmão ao suicídio, mas com toda certeza, não foi sua culpa. Você só pode responder por suas escolhas e atitudes, não pelas dos outros. E mais tenho certeza, que seu irmão não gostaria de te ver sofrendo, por uma opção dele.

- Eu ... desculpe ... você tem razão. Mas é tão doloroso ...

- Eu posso imaginar. Contudo, tente pensar nele bem, com amor e não com essa mágoa. Ele precisa das suas boas vibrações. 

- Vou tentar, prometo. – me dei conta que ainda segurava as mãos dele e as soltei de imediato – E agora, você nunca mais vai aceitar sair comigo de novo.

- Por que está dizendo isso ? 

- Porque transformei um jantar que era para ser leve e divertido, em uma sessão de terapia. – respondeu sorrindo envergonhado. – Bela companhia. 

- Imagine !!! Eu estou gostando muito de conversar com você e te conhecer melhor. 

- Sério ?! – questionou ainda em dúvida. 

- Sério. Mas mudando de assunto, satisfaça uma curiosidade minha e de todo o staff feminino da agência ...- disse levantando a sobrancelha irônica. 

- Pode perguntar o que quiser. – sorriu e aquela boca estava me enlouquecendo. 

Eu devo estar na TPM ... só pode.

- Como um cara como você não tem esposa, namorada ?! – precisei desviar a atenção dos lábios dele para conseguir formular a pergunta – Quer dizer, dizem as más línguas que você está solteiro. 

Ele riu alto, antes de responder, colocando a mão no peito. Percebi que era um gesto habitual, quando soltava aquela gargalhada contagiante. Acabei rindo também. 

- Más línguas, essa foi ótima !!! Bom, respondendo a sua pergunta : não tenho um relacionamento sério, porque a pessoa pela qual estou interessado há um bom tempo, sempre me ignorou. E se for para ter algo duradouro, tem que ser com ela.- ele me encarava fixamente – Entretanto, isso não quer dizer, que não tive meus flertes por aí. Mas sem compromisso e ambas as partes estavam de acordo. 

- Nossa sortuda o alvo do seu interesse ... – falei sentindo certo ciúme e porque não inveja.

- Você acha, realmente?! – perguntou sério, segurando minha mão. 

- É ... acho.- confirmei sem desviar o olhar ou tão pouco romper o nosso contato. 

- Saber disso, me deixa extremamente feliz, Maya.

De repente senti um calor incômodo e virei a cabeça, me deparando com um par de olhos azuis gélidos me fulminando.

Ai meu Deus !!! 

Julian.

Ele ia achar que eu tinha mentido sobre não ter namorado. Droga !!!

Opa !!! Espera aí dona Maya, é qual a importância do que ele acha ou deixa de achar ?! 

Ele mentiu para mim. 

- Maya, ei Maya !!! – rompi o contato visual com Julian que parecia me acusar e voltei minha atenção para Colin – Está tudo bem ? Você ficou estranha de repente ...

- Ahm, sim. Desculpe – soltei delicadamente minha mão da dele – Nós podemos ir embora? 

- Claro. Mas você não quer experimentar o tiramissu daqui ? Dizem que é excelente.- Colin disse decepcionado.

- Não, realmente prefiro ir embora. – ver Julian tinha me desestruturado.

- Ok. Vou pedir a conta.

Assenti em silêncio, evitando virar na direção em que Julian tinha estado. Eu não estava entendendo o porquê daquela sensação de culpa, como se eu estivesse fazendo algo errado. 

Aliás, hoje eu não estou me reconhecendo ... 

Do nada sinto essa atracação repentina por Colin e agora essa culpa por Julian me ver jantando com um amigo. 

E o pior é que não posso colocar na conta do vinho, o meu desequilíbrio, pois duas taças de vinho tinto não me fazem perder a noção de nada.

- Vamos ? – Colin gentilmente puxou minha cadeira. 

- Sim, obrigada. – senti seu toque em minhas costas, me conduzindo para a saída. 

Óbvio, que para meu maior constrangimento, tivemos que passar pela mesa que Julian estava acomodado junto a um outro homem parecido com ele.

Pensei se devia ignora- lo ou apenas cumprimenta-lo com um me meneio de cabeça. 

Todavia, antes que eu pudesse decidir Julian se adiantou, deixando o acompanhante sozinho e parou à nossa frente. 

- Maya, que surpresa !!! Como vai ? -sua expressão era amigável, mas o olhar insondável. 

- Julian ... Bem. E você ?- eu estava estática e sem reação como uma verdadeira idiota. 

Qual diabos, é o meu problema ?!

Incomodado com o silêncio e a situação, Colin pigarreou. Enquanto, Julian o encarava com um sorriso. 

- Bem.

- Ah, deixe – me apresentar: Colin este é Julian. Nós nos conhecemos em um acidente de trânsito, que causei. – Julian imediatamente levantou a sobrancelha irônico, mas não disse nada – Julian, Colin é um amigo do trabalho.

Eles apertaram as mãos silenciosamente, avaliando -se mutuamente. 

- Agora entendo de onde você tira tanta energia, para praticar Pakour. – Julian disse sorrindo, numa alusão a ingestão de carboidratos. 

- Ahm , é ... adoro massas !!! – respondi rapidamente, antes que Colin se manifestasse, pois vi sua expressão de surpresa. – Bom, legal te ver.

- Também achei. Ah, não esqueci do conserto do carro, mas essa semana foi muito corrida para mim. – disse como se só estivéssemos nós dois ali – Mas te ligo amanhã, pode ser ? E combinamos. 

- Ok. Até logo. 

Ele e Colin apenas se cumprimentaram com um aceno.

 

 

Dentro do carro, meu coração ainda estava disparado. E o silêncio estava me incomodando, me fazendo sentir na obrigação de dar uma explicação à Colin.

- Colin, obrigada pelo jantar. – rompi o silêncio – Eu gostei muito de ter aceitado o seu convite. 

- Que bom. – disse sem me encarar – E ainda teve o bônus de encontrar o seu ... amigo ?

- Ah, não é meu amigo !!!- me vi corrigindo sua suposição – É um conhecido ...

- Eu não sabia que você pratica Pakour e estou com você quase todos os dias. – seu tom frio me incomodou – Para um conhecido, ele sabe bastante sobre você. 

Por um momento, pensei em me explicar. Porém, não devo satisfações à ele ou a qualquer outra pessoa. 

- Pois é, ele sabe. 

Virei para a janela emburrada e logo chegamos ao meu prédio. 

- Maya, me desculpe. – Colin disse, assim que desligou o carro – Eu não sei o que me deu, quando vi aquele cara se engraçando com você. Na verdade, sei sim !!! Me deu muita raiva e ciúme !!!

- Colin !!! Eu nem sei o que dizer ...

- Então não diga nada.

Aproximou o corpo do meu e me encarando segurou meu rosto, deixando nossos lábios próximos. Eu podia sentir o perfume do seu hálito e se quisesse impedir o beijo, essa era a hora.

Mas apenas fechei os olhos e me inclinei para frente, facilitando o nosso contato. 

E que contato !!!

Os lábios carnudos e macios, tomaram os meus com urgência. Explorando, sugando com voracidade, para em seguida com ternura repousarem no meu rosto.

- Como eu desejei fazer isso ... mas nem nos meus melhores sonhos, foi tão maravilhoso, como agora.- a voz rouca e a ereção perceptível na calça, deixavam evidente o desejo dele.

- Tudo isso está sendo uma surpresa para mim ... mas uma grata surpresa. 

Dessa vez, quem beijou fui eu e me certifiquei, do quanto estava sendo bom estar ali.

 

 

 

Após alguns beijos mais calientes, nos separamos e o sorriso dele era capaz de iluminar a cidade. 

- Preciso entrar, amanhã ainda é sexta. Vamos acordar cedo ...

Pensei que ele se convidaria para subir comigo, mas como um gentleman, falou :

- Eu te acompanho até a entrada. 

Saiu do carro, abriu a porta para mim e fomos de mãos dadas até a entrada do edifício. 

- Obrigado, Maya.

- Pelo o quê? 

- Por essa noite.- passou as mãos pelo cabelo e arriscou- Talvez, possamos repetir ?

- Sim, vamos repetir. – afirmei alegre – E quando chegar em casa, me mande uma mensagem, ok ? Até amanhã. 

O beijei candidamente nos lábios e ele me abraçou. 

Me senti segura e confortável, naquele abraço. 

Assim, que entrei ele se foi.

 

 

Em casa já deitada, me peguei pensando no tempo que perdi ...

Colin era tão legal, carinhoso e lindo. Por que não, nos dar uma chance ?

Fora que ele tinha uma pegada sensacional !!!

É isso, vou viver o que é real, ao invés de ficar sonhando com um homem que mal conheço e que já mentiu para mim.

Eu sempre digo que somos responsáveis pelas nossas escolhas, portanto, vou fazer uma escolha acertada.

Mesmo que um par de olhos azuis, insistam em me assombrar. 

 

 


Notas Finais


Beijos de luz 💋💋💋💋
Perguntinha básica : será que dá pra escolher por quem vamos nos apaixonar? 😉


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