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História Small Sun Beach - Maldita máquina velha


Escrita por: AyaseKohn

Notas do Autor


No capítulo anterior de Small Sun Beach:

Mia enfrenta a vergonha de cantar com seu pai na frente da cidade toda e depois de Thomas gostar muito do seu pai, ela procura um pouco de paz na festa e acaba conhecendo um rapaz na varanda. Mas novamente seu pai aparece todo fora de ordem, Mia com ajuda de Thomas o coloca no carro para ir de volta para casa.

Capítulo 4 - Maldita máquina velha


Fanfic / Fanfiction Small Sun Beach - Maldita máquina velha

— Parece que eu estava morto há cem anos e voltasse à vida agora... Meu corpo tá bem dolorido.

— Pois é, Thomas disse que você tentou fazer algo como ginástica rítmica e acabou se machucando todo no chão... – Falei sentada no balcão tomando café enquanto meu pai descia as escadas.

— Por que você me deixou beber? ­– Colocou a mão na cabeça em sinal de dor.

— Eu estava ocupada demais respondendo as mesmas perguntas sobre minha vida para a cidade toda. – Sorri ironicamente.

— Você conseguiu falar com a dona do restaurante? Sobre o emprego? – Ele pegou a minha caneca e tomou todo o café que continha dentro.

— PAI! – Peguei minha caneca, mas já era tarde, estava vazia – Não... Eu acho que ela não estava lá ontem.

— Tenta ir lá depois da aula. – Falou deitando no sofá.

— Pai, hoje é sábado.

— Ah... Não tenho trabalho hoje... Amém. – Ele voltou a fechar os olhos.

— Idiota. – Joguei uma almofada em sua cara e fui pegar meu café – Ah não... Acabou o café. Culpa sua Sr.Steen!

— Aproveita e compra um chá quando for ao mercado.

— Mas... Arghhh. Eu vou tomar café em outro lugar e aproveitar para lavar meu vestido de ontem, vê se levanta desse sofá. – Peguei o dinheiro na gaveta e o vestido com uma mancha escura.

A cidade estava bem silenciosa, eu até gostava disso. Era agradável... Decidi ir tomar café no Queen’s e aproveitar para entregar o formulário para o emprego. O restaurante ficava a duas quadras da minha casa. Diferente do meu pai, eu prefiro andar. Um dos motivos: não dirijo.

O restaurante já estava aberto e com alguns idosos tomando café enquanto assistiam TV e seguravam o jornal.

— Olá querida! OH, você é a Mia, não? – Uma senhora veio até mim toda sorridente.

— Sou sim. – Sorri.

— Ahhh, estava tão ansiosa em conhecê-la. Você é tão linda. Lamento não ter chegado a falar com você ontem, foi um dia muito agitado e tive que sair mais cedo.

— Tudo bem. Fico feliz por ter disponibilizado esse lugar para a festa, meu pai adorou. Obrigada.

— E ainda é gentil. Você é realmente um doce... – Ela pegou o café e colocou em cima do balcão. – Pegue, creio que veio aqui por isso, não é?

— Ah sim. – Tomei o café e com certeza foi o melhor café que já tomei na minha vida.

— Sempre fazem essa cara na primeira vez. – A senhora estava rindo olhando para mim.

— É maravilhoso. – Eu continuei tomando.

— O Queen’s tem o melhor café do mundo. – Ela piscou para mim.

— Com certeza foi o melhor que já experimentei. – Ela me ofereceu alguns biscoitos – Mas eu também vim por outra coisa.

— Hm?

— A vaga, ela ainda está disponível? – Perguntei quando terminei de mastigar um dos biscoitinhos.

— Claro! Você se interessou?

— Bom... Meu pai me mostrou e eu admito que fiquei com vontade.

— Que notícia maravilhosa! Só aguarde um minutinho. – Ela saiu apressada e voltou em segundos. – Contratada.

— O que?

— É que estamos precisando de alguém logo, e ninguém até agora veio. Além de você parecer muito madura.

— Foi mais fácil que eu pensei. – Sorri agradecendo ela.

— Desde que meu marido faleceu, foi difícil cuidar daqui. Apesar de meu filho achar que ele consegue manter tudo em ordem, fica complicado.

— Seu filho?

— Bom... Ele não é bem meu filho. Eu o adotei uns anos atrás... Desde então ele me ajuda muito aqui.

— Então só tem você e ele aqui? – Perguntei.

— Não, tem mais um rapaz que me ajuda na cozinha e tinha a pessoa que trabalhava aqui... ela se despediu por atraso do salário... Sobre isso-

— Não precisa se preocupar com isso. Eu quero ficar aqui para passar meu tempo, não me importo sobre o dinheiro.

— Tem certeza?

— Absoluta. Inclusive, eu queria pedir perdão por ter deixado o carro do meu pai aqui ontem. Ele estava um pouco... fora de ordem. E um amigo nos levou pra casa.

— Tudo bem. É normal as pessoas deixarem os carros aqui. – Ela falou limpando o balcão.

— Errr, eu posso começar hoje? – Fui direta.

— Oi?

— É que eu não tenho aula hoje e estou sem planos...

— Tem certeza que prefere trabalhar do que visitar mais a cidade? Creio que há muitos lugares que você ainda não foi.

— Ah, só tem uma coisa que eu preciso fazer antes de trabalhar... – Levantei a sacola onde estava o meu vestido manchado – Você sabe onde tem uma lavanderia aqui perto?

— Oh minha querida, as duas únicas lavanderias aqui na cidade estão fechadas. Hoje é sábado, dificilmente você encontre algo (além dos restaurantes) aberto. – Ela mostrou um olhar preocupado.

— Eu avisei para meu pai comprar uma máquina de lavar logo... – Falei baixinho.

— Vem cá. – Ela pegou minha mão e me fez atravessar o balcão, até passarmos pela cozinha e uma área mais para o fundo. – Aqui tem uma máquina, é só deixar a roupa ai dentro, colocar o sabão e ligar. Espera uns minutos e ela vai estar limpinha. Oh, é melhor eu ligar.

— Muito obrigada!!! Prometo recompensar isso depois.

— Não precisa. Bem, eu vou voltar a servir os clientes. Qualquer coisa pode me chamar. – Ela ligou a máquina e saiu.

Eu estava num quarto pequeno e apertado, havia somente a máquina e uns produtos de limpeza. Eu coloquei meu vestido e coloquei bastante sabão para ver se assim a mancha saia mais facilmente, como não sabia se precisava ou não... Puxei um balde e peguei água da pia pra colocar dentro da máquina. Tampei e sentei no chão esperando terminar.

~Minha irmã ainda pergunta de você, ela ainda está triste com a sua ida.~7h40

~Como eu falei, tudo me lembra você. Tá sendo meio difícil aqui...~7h53

Enquanto lia as mensagens, comecei a sentir algo molhado escorrendo por minhas costas, me virei e tinha muita espuma saindo da máquina.

— Ah não não não. – Tentei apertar em dois botões que tinha, mas nada desligava aquilo. O chão já estava cheio de espuma e água que transbordava junto, eu fechei a porta do quarto para ninguém ver e comecei a juntar toda a espuma colocando na pia. Mas cada vez que eu juntava, mais aparecia. E nada desligava aquela máquina, acabei escorregando algumas vezes o que deixou minha roupa encharcada.

— O que tá... – Alguém abriu a porta e eu corri para fechar, tentativa falhada porque eu acabei escorregando. – Oi...

— Oi... – Falei olhando para o garoto de ontem, agora me segurando em seus braços, ele sorriu – Posso pedir um pouco de ajuda?

— Ah claro. – Ele me ajudou a levantar e correu para trás da máquina desligando a mesma.

— Como você fez isso? – Perguntei chateada.

— Era só tirar da tomada... – Ele apontou.

— Ah, mas é claro. Que idiota eu sou... – Sentei no meio do mar de espumas completamente derrotada.

— Máquina de lavar 1 x Senhorita 0 – Ele começou a rir sentando ao meu lado.

— Muito engraçado. Mas foi difícil, okay?

— Ah com certeza, você devia ter uma máquina toda moderna e cheia de frescuras. Ou então nunca lavou roupa, você tinha empregada, não é?

— Vai tirar onda mesmo? – Joguei espuma na cara dele.

— Admite, você morava num arranha-céu, com aquelas janelas gigantes de vidro. Com empregada que arrumava toda sua vida. – Ele continuou falando e eu joguei mais espuma. – É guerra?

— Não... – Afastei-me um pouco, mas ele pegou quase toda a espuma do chão e jogou no meu cabelo – HEY!

— Você pediu, nem vem. – Eu juntei o máximo que pude em meus braços e joguei sobre ele... Era meu plano, só que acabei me jogando nele também quando escorreguei – Hmm... Tão rápido assim?

— Fica quieto. – Sai de cima dele e tentei levantar – Meu Deus, tá muito escorregadio.

— Vem. – Ele se levantou e estendeu a mão, eu desconfiada aceitei a ajuda. O que não deveria ter feito porque ele acabou me puxando para perto – Ops escorregou também.

— Você é realmente um trapaceiro. – Mostrei a língua e tentei me afastar.

— Você vai escorregar de novo se tentar andar. – Ele falou baixinho me aproximando de novo – Aliás, eu lhe ajudei e mereço ser chamado de trapaceiro? As garotas das cidades grandes são realmente injustas.

— Oh, perdão. Você só é aproveitador então... – O provoquei.

— Ah é? – Ele me aproximou mais, acho que acabei o provocando muito.

— O meu vestido! – Virei e peguei meu vestido no meio daquela espuma toda.  – Oh não, a mancha não saiu...

— É claro, isso é vinho. Não vai sair com água e sabão barato. – Ele riu.

— O que eu faço então? Eu ganhei isso ontem, não posso deixar isso assim.

— Dá isso pra mim. Eu tiro a mancha e depois te dou.

— Você já tirou mancha de vinho?

— Obviamente, eu trabalho aqui. Os clientes derrubam tudo nas toalhas de mesa e cadeiras. – Ele com dificuldade de andar naquele chão escorregadio saiu do quarto.


Notas Finais


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