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História Small Sun Beach - Oi Daniel.


Escrita por: AyaseKohn

Notas do Autor


No capítulo anterior de Small Sun Beach:

Com seu pai de ressaca por causa da festa na noite passada, parece que o primeiro inimigo que Mia encontra nessa nova vida era uma máquina de lavar velha. Ela reencontra o garoto da varanda e o mesmo a ajuda, como será esse novo (primeiro) trabalho de Mia?

Capítulo 5 - Oi Daniel.


Fanfic / Fanfiction Small Sun Beach - Oi Daniel.

Ele voltou com algumas coisas na mão e me deu para segurar enquanto ele lavava a roupa na pia. Depois de alguns minutos ele terminou e me estendeu.

– Mas já?

– Olhe. – Ele apontou para o local onde havia uma mancha, agora estava apenas as figuras das flores.

– UAU... Eu com certeza preciso aprender a fazer isso.

– Vinagre sempre vai ser seu salvador, pode confiar...

– Eu acho que vou começar a limpar isso tudo.

– Deixa comigo. – Ele pegou as coisas que estavam nos meus braços – Aliás, por que estava aqui?

– Eu... – Antes de eu falar algo alguém apareceu atrás da gente.

– O que aconteceu aqui?

– Eu posso explicar... – Eu iria falar, mas ele me cortou.

– Fui eu, eu iria ajudar ela a colocar sabão. Só que sem querer deixei cair demais. – Ele deu um sorriso de lado.

– Vou deixar passar dessa vez mocinho... – Ela sorriu desconfiada. – E parece que já conheceu a Mia.

– Pois é...

– Ótimo, só falta apresentar a nova funcionária ao Joey. – Ela falou indo embora.

– Nova funcionária? – Ele olhou pra mim confuso.

– Eu prometo que não irei chegar perto desse quartinho novamente. – Falei começando a enxugar o chão.

– Já falei que pode deixar isso comigo... – Ele me fez levantar – Vai estender esse vestido em algum lugar para secar.

– Mas... – Ele foi me empurrando para fora do quarto e o fechou na minha cara. – Eu já volto!

Andei para os fundos, onde havia um quintal e uma casa pequena do outro lado do jardim. Avistei um varal e andei até o local quando meu celular começou a tocar.

– Oi pai... – Deixei meu celular no viva-voz em cima de uma mesinha ao lado.

Onde você está? Minha cabeça ainda está morrendo. – Ele gemeu.

– Estou no trabalho... – Falei pendurando meu vestido na corda.

Mas já? Pensei que só podia começar segunda...

– Pois é, acontece que eu não tinha muita coisa pra fazer hoje. E aproveitei que ela me contratou logo.

Que orgulho da minha filhinha. – Ele fez uma voz meiga o que me fez rir um pouco – Mas eu preciso muito que você me traga um chá com remédios. Tá complicado ficar assim. Por favorzinho, huh?

– Você é realmente complicado de lidar. – Falei pegando o celular – Chego aí em uns minutos.

Eu também te amo.

– Tem chá aqui. – Bati minha cabeça no garoto assim que virei.

– Ai! Há quanto tempo está aqui? – Coloquei minha mão na cabeça.

– Por azar, o suficiente para ouvir seu pai fazer uma voz meiga. – Ele começou a estender os panos molhados no varal.

– Ele faz isso toda hora. – Revirei os olhos.

– Eu terminei de enxugar lá. Pode ir... – Ele se virou para me olhar.

– Desculpa... Mas você tem remédios para ressaca? – Fiz uma voz gentil.

– É, você puxou do seu pai essa mania de persuadir as pessoas. – Ele foi andando para a casa e eu fiquei fora esperando. Depois de uns dois minutos ele sai. – Pega.

– A dona mora ai? – Perguntei pegando o remédio e entrando no restaurante novamente.

– Sim. Aliás, o nome dela é Rose. – Ele entrou na cozinha.

– Não precisa fazer o chá...

– Fala que é meu presente.

...

– Olha, você tem muita sorte que consegui o chá de graça. – Sentei no sofá com ele.

– Ah é? Quem foi o abençoado que deu? – Ele pegou o remédio e tomou junto ao chá.

– Alguém... Meu Deus, você parece um morto. – Levantei – Eu preciso ir, quero ajudar eles lá. Vou trazer algo pra comer mais tarde. Beijos...

– Eu te amo!!! – Meu pai gritou com a voz um pouco rouca.

...

– ... No final você pode colocar o pedido nessa caixinha aqui, que no final da tarde contamos tudo para ver se está conforme com o dinheiro... – A Rose terminou de me mostrar como funciona o atendimento. – Tudo bem com tudo?

– Sim sim. Eu vou dar meu máximo. – Sorri.

– Você é uma graça, venha. Você não quer sujar a sua roupa, não é? – Ele me levou até o banheiro dos funcionários – Pegue, essa será sua roupa para trabalhar. Você poderá sempre se trocar aqui.

– Obrigada Rose.

Eu coloquei o vestido azul claro que combinava com o ambiente e andei até o salão do restaurante.

– Só vê se não mancha esse ai, Sra. Desastrada.

– Por que você não vai atender os clientes? Huh? – Falei passando por ele e continuei com o serviço, ignorando o risinho sínico que ele deu.

...

Sábado era um dia movimentado no restaurante, mas não havia muitos jovens por ali. O horário do almoço e lanche acabou, deixando o lugar ficou vazio. Eu aproveitei para limpar as mesas do andar de cima.

– Mia, minha querida. Quando terminar, pode descansar um pouco... Vou preparar uma refeição especial para você. – Ela entrou na cozinha.

– Obrigada Rose. – Falei andando até as escadas.

Eu realmente tinha adorado aquele lugar, a paisagem era muito bonita, a música de fundo era agradável, tinha uma decoração leve e rústica, era um tipo de local que eu passaria minhas tardes sem reclamar. Eu terminei de arrumar o andar e fui para a varanda, fiquei sentada em uma das mesas e peguei o celular.

~Eu tirei 9 em História, mesmo odiando. Mas acho que o fato de você amar me fez ter um pouco de interesse na disciplina...~14h36

~Oi filha. Como está indo por aí? Seu pai não responde minhas mensagens... Você sabe porquê. Enfim, espero que esteja feliz com a sua decisão. ~14h48

      ~Está tudo bem...~14h53

– Sabe, antigamente tínhamos uma regra de não usar celular no trabalho. Mas como está no final do expediente, tudo bem. – Ele colocou a comida na mesa e sentou na minha frente.

– Obrigada. Eu só estava respondendo minha mãe. – Falei antes de colocar um pedaço do omelete na minha boca – Meu Deus, isso é uma delícia.

– É o que todo mundo fala. – Ele começou a comer o seu omelete também.

– Você deve gostar daqui.

– Eu não odeio. – Disse com a boca cheia.

– É tudo calmo e parece que não há preocupações com nada, sabe?

– Não é bem assim.

– Ah é? Que tipo de preocupações você tem? – Perguntei dando mais uma garfada.

– Você não quer saber, acredite. – Ele me olhou sem expressão.

– Sabe o que eu acho? Nunca me divirto com nada, estou sempre esperando para o que vem depois.

– Continue. – Ele tomou um gole da bebida e olhou para mim.

– Você não acha que todos são assim? Vivem de forma rápida, sem aproveitar o momento. Pois estamos ocupados apressando as coisas para fazermos o que deveríamos de nossas vidas. – Falei respirando fundo – Esses momentos de lucidez em que paro por um segundo e penso: “Espera, é isso. Essa é minha vida. Um dia eu vou estar embaixo da terra e vai ser APENAS isso...”.

– Não vai ser APENAS isso se você não deixar que seja. Você quer ser uma chata e preguiçosa a vida inteira?

– Eu sou muito boa nisso. – Olhei para o mar – Eu estou presa. Não tenho para onde subir, não tenho para onde descer.

– Você não pode viver a vida toda desse jeito. Não se esforce para tentar aproveitar o momento... O momento nos aproveita. – Ele passou a bebida para mim.

Levamos tudo para o térreo e eu me despedi da Rose, agradecendo a comida e o emprego.

– Eu vou pedir para meu pai passar aqui daqui a pouco para pegar o carro. – Falei saindo.

Enquanto eu estava caminhando para casa, o carro do meu pai apareceu parando do meu lado.

– Carona?

– Você de novo, o que está fazendo? – Perguntei aproximando da janela.

– Levando esse carro para sua casa, a chave já estava aqui. Vamos, entre. – O garoto destravou a porta e eu entrei.

– Obrigada, meu pai não iria vir buscar o carro. Ele deve estar em coma naquele sofá. – Abri a janela e me encostei – Aliás, você sabe onde é minha casa?

– Estava no formulário que você entregou para Rose.

– Você é o filho dela, né? – Perguntei me virando pra ele.

– Você é bem curiosa... Eu não sou o filho dela.

– Ah, então é o cozinheiro.

– Ele também não é.

– Como assim? Ela falou que o filho dela trabalhava lá.

– Eu fui adotado por ela e o marido há uns anos. – Ele tentou olhar para mim enquanto dirigia.

– Oh... Ah, agora entendi o que o Thomas queria dizer. – Falei baixinho.

– Thomas, o seu namorado?

– Cala boca. Você sabe que ele não é meu namorado.

– Não foi o que seu pai disse ontem. – Ele riu.

– Eu prefiro escutar música a ouvir você falar. – Peguei qualquer CD e coloquei.

– Okay. Oasis e Rod Stewart. O que mais?

– Bom, acho que Beatles marca mais minha vida com meu pai.

– Don’t Go Away... Nada mal. – A música começou a tocar e tomou conta do carro. Depois de uns dois minutos, nós chegamos.

– Obrigada. – Falei saindo com ele.

– Tudo bem.

– Ei, como você vai voltar?

– Mia, é só três quadras daqui.

– Você fez um caminho meio longo...

– Eu mudei a rota sem querer. – Ele piscou – Estou indo então.

– Espera! – Fui em direção a ele.

– Já está com saudades?

– Você ainda não disse seu nome... – Eu finalmente tinha me dado conta desse detalhe.

– Ah, já estava ficando feliz com minha identidade escondida. – Ele fez uma cara triste.

– Fala logo.

– Daniel.

– Oh, okay. – Andei um pouco mais perto dele – Oi Daniel.

– Oi Mia. – Ele também se aproximou.

– Bom... Tchau Daniel. – O afastei de mim antes que tenha a oportunidade de fazer algo.

– Tchau Mia... – Ele deu um sorriso de lado e voltou a andar.

...


Notas Finais


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