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História Snowflake - Capítulo 21


Escrita por: Confusion

Capítulo 21 - Capítulo 21


-Tenho fé, mas não tanta a ponto de dizer que esse plano vai dar certo. – River disse colocando o algodão doce na boca. Caitlin bufou e continuou a andar, ela era a isca e se estivesse certa, o que com certeza estava, Elizabeth já estava a caminho. Apertou entre os dedos o pingente do colar. – Esse é o plano mais idiota de todos.

-Não podemos dizer isso, já tivemos planos piores. – falou olhando ao redor. – Bem piores.

-Vocês são idiotas. Amo vocês. 

Caitlin parou sentindo o celular vibrar, na tela o nome mãe brilhava, atendeu.

-Oi mãe. – disse sorrindo.

-Olá meu bem, está bem?

-Estamos bem, você não sabe o quanto eu estou feliz por ouvir sua voz.

-Você está bem? 

-Apenas os hormônios que me fazem delirar.

-Tem certeza que está bem? – Carla insistiu.

-Instinto materno de novo? – indagou soltando um riso fraco.

-Apenas me garanta que vai ficar bem. – ela pediu.

-Farei o possível. – disse sentindo a garganta apertar.

-Caitlin, eu sei que nunca falo isso com frequência, mas eu te amo. - Caitlin deixou seu sorriso decair. – E sempre vou amar, você e Josh, estou ansiosa para vê-lo.

-Todos estamos.

-Mande lembranças para Barry, diga que vou adorar jantar com ele uma outra vez.

-Eu direi. – sussurrou. – Tchau mamãe.

-Tchau querida.

Colocou o celular no bolso do casaco, River a olhou confusa.

-Que foi? – indagou olhando para a amiga.

-Algo está errado. – ela disse sem desviar o olhar. – O que está errado?

-Não tem nada errado. – retrucou voltando a andar.

-Cisco, onde está Barry? – River perguntou pelo comunicador. 

-Do meu lado. – ele responde, Caitlin suspirou retirando discretamente o próprio comunicador do ouvido e o jogando no chão.

-Satisfeita? – cruzou os braços olhando para a amiga.

-Isso não significa que você não esteja tramando algo. - River apontou parando a sua frente. – Te conheço de vidas passadas se lembra?

-Na verdade não, seus poderes são incríveis, querida, mas nunca me convenceram que a gente se conhece de vidas passadas.

-Apenas acredite em mim, conheço todas as suas personalidades, Cait. Sei quando menti e sei quando Barry está envolvido. – ela disse, Caitlin revirou os olhos e se afastou.

-Não começa. – pediu apresando o passo, River a seguiu.

-Onde você vai? 

-Ao banheiro. 

-Não antes de a gente ter uma conversa. – ela falou tirando o próprio comunicador e o colocando na palma da mão fechada , Caitlin arqueou a sobrancelha. - Você ama ele.

-Não começa. – repetiu.

-E ele te ama, mas os dois são idiotas de mais para agir e ficam por aí como dois bobos. Todo mundo sabe que tem alguma coisa entre vocês, até Iris sabe. Mas vocês insistem em negar.

-Temos nossos motivos. – disse.

-Vocês sempre tiveram, todas às vezes e sempre acaba do mesmo jeito. Não quero ver isso acontecer de novo.

-River, vê se entende de uma vez por todas, nunca vai rolar, todos sabem disso. – falou, River bufou.

-Deixa eu te dizer uma coisa que eu aprendi durante todos esses anos, nunca, nunca mesmo, a vida vai seguir um roteiro, um script ou uma página de jornal. Ela é confusa, imprevisível, caótica, descoordenada, bagunçada, instável, insana, mas nunca será perfeita e certa. Não é porque um jornal do futuro mostre algo que isso tenha que acontecer, pode ter sido um engano, um erro, existe mil e uma opções para dizer o que aquilo é de verdade, mas vocês ainda querem acreditar naquilo que acham que vê. Porque vamos ser sinceras, se fosse eu, já teria apagado esse jornal há um bom tempo, prefiro eu mesma escolher que caminhos seguir do que ser guiada por algo que nem pode ser real. 

-River.

-Apenas me escuta, isso pode ser um erro? Sim, com certeza. Isso pode machucar muitas pessoas? Claro, imprescindível. Mas isso pode maravilhoso? Absolutamente. Fomos feitos para errar, acertar, nós machucar, gritar, chorar, berrar, somos humanos, não somos perfeitos. Podemos voltar atrás com nossas escolhas, nós apaixonar por quem não devemos e insistir em erros que sabemos que nunca vão dar certo. Porque é um direito nosso, é a única coisa que temos para mostrar que vivemos, que estamos vivos. Não somos nada sem o amor, ele é a única coisa que nos faz mais humanos do que já somos. – River disse, Caitlin prensou os lábios desviando o rosto sentindo as lágrimas se acumularem.

-Malditos hormônios. – resmungou limpando os olhos com o dorso da mão.

River riu.

-Não deixe nada te impedir de fazer o que quer, de lutar por quem quer. – ela terminou pegando o comunicador e colocando na orelha. – Somos humanos, Caitlin, temos o direito de errar. –assentiu sem saber o que falar. – Não Cisco, acabei de fazer o melhor discurso motivacional da minha vida, então cala a boca.

Caitlin colocou a mão no bolso do casaco, tocou o objeto com as pontas dos dedos, havia prometido a Barry que ficaria bem, eles haviam prometido um ao outro que nunca mais se afastariam, era uma promessa de verdade, com direito a mindinho e tudo mais. 

Olhou para a ilusão da pequena Nora, ela ainda estava lá apontando para o bosque que circulava o local onde o parque havia sido montado. A garotinha apontava para um caminho que levava direto para o meio das árvores, Elizabeth estava ao lado dela acariciando sua cabeça e sorrindo.

-Vou ao banheiro. – disse.

-Vou com você.

-Não precisa, vou sozinha, é bem ali. – apontou para os banheiros químicos a poucos metros delas. – Não se preocupe.

Se afastou sem olhar para River, a multidão começou se movimentar mais rápido, Caitlin desviou o caminho passando por detrás das barracas de comida, parou perto da roda-gigante e esperou um pouco. Fechou os olhos contando até dez, apertou o pequeno aparelho em sua mão antes de tirar o casaco e deixa-lo no chão, seu celular começou a apitar, o ignorou. Se afastou da barraca indo em direção ao bosque.

-Mamãe, nós vamos brincar? – a ilusão da pequena Nora indagou, Caitlin agora estava completamente entregue a Elizabeth.

-Onde ela está? 

-No bosque, esperando pela gente. – a garotinha disse pulando a sua frente, apresou o passo para acompanha-la.

O sol estava se pondo deixando a escuridão bailar entre as árvores, os galhos e as folhas secas faziam barulhos sob seus pés, o caminho que seguia era confuso e perigoso, poderia escorregar a qualquer momento e estava sendo guiada por uma ilusão de sua cabeça. Respirou fundo diversas vezes tentando manter o coração normal, se lembrava do que havia dito a Barry no início da tarde, quando tinha brigado com Julian. Um plano dentro de um plano. 

Algumas horas atrás...

-Você definitivamente não vai fazer isso. – Barry disse cruzando os braços, ela revirou os olhos.

-Eu estou apenas  informando, não pedindo permissão. – retrucou. – Ou você me ajuda ou eu faço sozinha? – ele grunhiu irritado, Caitlin suspirou deixando o ar sair pela sua boca pausadamente. – Se conseguirmos pegar Elizabeth, Cisco ira leva-la direto para o dr. Parker, ele vai tentar trata-la, mas não vai conseguir.

-Como você sabe disso?

-Ela é uma vadia psicopata, nunca vai se curar e continuará na minha vida. 

-Posso te proteger. 

-Não estou fazendo isso por mim, pouco me importa o que aconteça comigo, apenas quero que Josh tenha a vida que ele merece, ele é a melhor parte de mim agora, a parte que não está quebrada ou amedrontada, a parte que me faz querer ser sempre melhor. Já disse que não sou a mesma de antes, porque ele me mudou, ele era tudo o que eu precisava para ser eu mesma. Ser uma versão melhor de mim. – disse, Barry assentiu. – E eu farei o possível para ele ter uma vida, que possa correr, brincar como uma criança sem se preocupar em ser atacado ou morto, quero dar a ele um pequeno paraíso no meio disso tudo que chamamos de vida. E eu sei que você também quer isso, então me ajuda Barry, ela não pode ficar aqui.

Ele passou a mão pela barba e suspirou.

-Qual o plano?

-Elizabeth vai para outra dimensão, de preferência alguma bem longe da gente.

-Terra-110? - Barry sugeriu.

-Ela existe?

-Só cheguei até a 38. Mas é bem provável que exista. – ele disse dando de ombros. – Mas por que não contar a ninguém?

-Elizabeth só vai aparecer se eu estiver sozinha, posso atrai-la para algum lugar, como um ataque surpresa, posso pegar emprestado um daqueles aparelhos que Cisco fez para viajar entre as terras, mudar a frequência e deixa-lo como uma bomba relógio. 

-E quando eu entro?

-A única coisa que você tem que fazer é empurra-la para dentro. 

-Apenas isso? – ela assentiu. – Ok.

Eles ficaram em silêncio, Caitlin apertou o pingente no pescoço, Barry pegou sua mão.

-Caitlin, eu... – ele começou a falar, mas ela o interrompeu.

-Eu sei. – disse já sabendo o que ele queria falar. – Eu também.

O abraçou fechando os olhos com força. Eles não precisavam dizer mais nada um para o outro, eles já sabiam.

-Pensei que tivesse recusado meu convite. – a voz disse, Caitlin teve que deixar seus olhos se acostumarem com a escuridão para finalmente notar a figura a sua frente, Elizabeth havia envelhecido muito desde de a última vez que a virá. 

-O tempo nunca foi seu amigo, né? – indagou erguendo um sorriso. – Está cada vez mais acabada.

-Fico surpresa que te deixaram vir sozinha até aqui.

-Eles não sabem que eu estou aqui. Você estava certa, esse bebê só causa discórdia. – disse, Elizabeth semicerrou os olhos em sua direção.

-O que te fez mudar de ideia?

-Meus amigos, que diziam ser minha família me viraram as costas como seu eu fosse um monstro. 

Elizabeth sorriu.

-Caos e discórdia. Então você veio me entregar ele?

Caitlin prensou os lábios e apertou o aparelho contra a palma de sua mão, o ligando.

-Eu apenas... – começou a dizer, mas logo foi interrompida por uma flecha que passou por cima de sua cabeça direto para Elizabeth, porém o objeto passou por dentro dela como se fosse feita de fumaça. Virou-se dando de cara com Thea que segurava o arco e apontava a flecha para a velha a frente dela, podia ouvir os passos agitando as folhas da floresta. Elizabeth gritou de raiva, Caitlin se afastou em direção a Thea quando sentindo quando sentiu alguém envolver seu pulso e a puxar para trás com força, soltou o dispositivo no chão no exato momento que a adaga perfurou sua pele sobre o seio esquerdo, ofegou cambaleando para trás, a luz branca a envolveu com delicadeza puxando seu corpo, fechou os olhos e em seus últimos segundos de consciência ouviu Barry gritar seu nome.

E no fim, Elizabeth havia finalmente conseguido o que queria.



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