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História Só talvez. - Reencounter - Part.I


Escrita por: Hamelia

Notas do Autor


Rêllou pessoas ^w^
Separei o capítulo em dois, assim poderia deixar vocês um pouco curiosos rçrç
Desculpem os erros x.x

Capítulo 14 - Reencounter - Part.I


/Reencontro/

◤Ato ou efeito de reencontrar(-se); novo encontro; redescobrimento.◥

Faltavam apenas três dias para o casamento de Florence. Séria numa igreja no outro lado da cidade, provavelmente pela parte da noite. Eu estava ocupando ao máximo minha cabeça apenas com isso, até tinha guardado o presente que Matthew havia comprado e resolvi comprar eu mesmo o presente. Era um projetor XD1, que funcionava iluminando o quarto todo, mudando o ambiente. No começo pensei em dar um presente típico de casamentos, mas acabei percebendo que não era isso que eu queria dar a ela. Lembrei então de um passeio que eu e ela fizemos, há anos atrás. Ela havia me dito que queria poder estar em um lugar repleto de flores, que as flores davam a ela um sentimento de relaxamento e conforto. Não entendi bem, até achei estranho, mas senti vontade de tentar dar a ela algo parecido.  O único problema é que ele havia chegado aqui quebrado, e já faz quatro dias que estou tentando falar com a loja que me vendeu ele mas, estranhamente, não estou conseguindo entrar em contato com eles. Enviei também algumas cartas, mas também sem sucesso. Eles apenas me enviam alguns emails com uma mensagem automática, dizendo que as cartas já foram respondidas, sendo que eles sequer chegam.

—Sinceramente, você é um completo idiota, Harry. — Louis ralhava, enquanto me olhava indignado.

Bufei, bebendo mais um pouco do meu café enquanto digitava mais um email de reclamação para a loja.

—Acha que ele não sabe disso? — Matthew murmurou, mudando o canal da TV.

—Por Deus, fiquem quietos. — Exclamei, voltando minha atenção para o notebook.

—Se havia alguma chance da Aurora te perdoar, essa chance foi zerada. — Matthew murmurou, me olhando de lado.

Suspirei, fechando a tela no meu notebook. Bebi o resto do café que tinha na minha xícara e coloquei-a em cima da mesa ao lado da poltrona onde eu estava.

—Eu sei disso, droga. —Exclamei irritado. 

Pela primeira vez, eu conseguia me lembrar de tudo o que havia acontecido, até mesmo após as dezenas bebidas que eu tomei. Tudo vinha claro na minha cabeça; a mulher sentada em meu colo, seus lábios nos meus, seu cheiro que pareciam  que tinham pregados em mim mesmo após vários banhos. Toda vez que eu se quer tentava pegar o telefone para ligar para Aurora, as imagens da noite passada vinham em minha mente.

Matthew me olhou sério, suspirando e levantando-se em seguida.

—Bem, acho melhor deixarmos você sozinho um pouco. — Falou, indo junto com Louis em direção a porta. — Imagino que tenha muito coisa para organizar.

—Até mais tarde, Harry. — Louis falou, saindo e fechando a porta.

Suspirei e me deitei na poltrona. O teto de gesso parecia agora mais interessante que tudo, principalmente do que pensar nas dezenas de problemas que eu tinha. Além dos problemas com Aurora, os trabalhos e a noite anterior, ainda tinha que resolver o problema com o projetor e com alguns documentos de uma propriedade que eu estava de olho. Há algum tempo atrás, antes mesmo de conhecer Aurora, eu estava me organizando para abrir minha própria loja de livros. Foi naquela época que eu percebi que o curso que eu havia feito tinha sido em vão. Desde aquela época eu tinha em mente juntar dinheiro para comprar um local onde eu pudesse abrir a minha pequena livraria, e finalmente já tenho quase tudo o que preciso para realizar isso, falta-me apenas coragem. Sinto que queria apenas dormir até que se passasse tempo demais para que os problemas ainda estivessem comigo.

Escutei algumas batidas na porta e me levantei, torcendo para que não fosse ninguém importante. Abrir a porta e vi que era o carteiro, segurando algumas cartas.

—Bom dia, Harry. — Falou, entregando-me as cartas e indo para o apartamento vizinho.

Olhei carta por carta, mas nenhuma delas era a resposta da loja onde eu havia comprado o projetor. Suspirei, passando a mão pelo rosto. Joguei as cartas para dentro de casa e me virei, mas parei assim que ouvi a voz alta da senhora vizinha.

—Eu não vou pegar isso, não são minhas. — A idosa exclamava alto, empurrando as cartas novamente para o carteiro.

—Senhora, elas estão em nome do seu endereço, são suas. — Ele respondeu baixo, obviamente tentando manter a paciência.

—Eu nunca comprei nada nessa loja! As cartas sempre dizem a mesma coisa, sempre são respostas sobre projetores- que diabos são projetores?!— Exclamou novamente, dessa vez chamando minha atenção.

Me virei e caminhei rápido até eles.

—Espere um pouco, posso olhar essas cartas? — Perguntei.

—Tanto faz. — A vizinha respondeu, entregando-me a carta.

Logo que peguei-as percebi que era a carta com a resposta do suporte da loja onde eu havia comprado o projetor. Na carta havia meu nome e os dados do local para a entrega da carta, mas o endereço do apartamento estava no da minha vizinha e não do meu, com a diferença de um número.

—Essas cartas não são suas, Harry? — Karll, o carteiro, perguntou ao ver também meu nome na carta.

—Sim, sim são min... — Comecei, mas fui interrompido quando a vizinha deu uma pancada em minha cabeça.

—Então foi você que mandou entregarem essas cartas todas para mim, seu imbecil?! — Exclamou, enquanto eu apenas passava a mão no local onde ele havia batido.

—Eu devo ter errado o endereço... — Murmurei, me afastando dela. Pelo canto do olho ainda pude ver Karll indo embora, olhando tudo confuso.

—Venho recebendo essas cartas há dias, tem dezenas delas na minha estante! — Falou, me puxando para sua casa pela camisa. — Não fique achando que vou deixar isso passar.

—O que? — Perguntei confuso.

Eu já tinha diversas coisas para me preocupar, e para não ser ignorante ainda teria que aguentar a vizinha. Definitivamente, o universo não estava conspirando ao meu favor.

—Vamos, para compensar tudo quero que você monte alguns móveis para mim. — Falou ainda me olhando irritada. — No quarto no final do corredor, lá tem alguns móveis. Dê um jeito de monta-los.

—Eu não sei montar móveis. — Falei ao vê-la me empurrando para o quarto. 

—E você acha que eu sei?! — Falou. — Termine rápido se não quiser ficar muito tempo aqui. Você não é bem vindo aqui.

Bufei, entrando no quarto. "Não é como seu eu quisesse estar aqui", pensei. Olhei todo o quarto e suspirei ao ver tudo o que teria que montar. O quarto tinha as paredes cinzas com alguns quadros com fotos e um simples piso de madeira, junto com um colchão que estava no chão. Tinha a cama, uma pequena cômoda e uma escrivaninha para montar. A sorte que tive foi que não teria que montar nenhum guarda-roupa, pois o quarto já tinha um closet. Olhei as fotos na parede e estranhei ao ver que quase todas eram de uma menina de no máximo nove anos. Os outros quadros tinham fotos de um casal, mas nenhum deles com a menina ou algo parecido. Ignorei-os e voltei minha atenção para os móveis, puxando meu cabeço para trás e o prendendo um uma pequena liga de elástico.

De pouco em pouco comecei a montar os móveis, apenas com a ajuda de uma revista com as instruções. Após arrumar a cama e a escrivaninha, minhas mãos estavam vermelhas e com algumas marcas e cortes.

—Irei no mercado aqui do lado. Volto logo. — A senhora exclamou da sala. — Não saia daqui até terminar tudo. 

Bufei e me sentei no chão do quarto, encostando-me na parede. Já eram onze horas da manhã, daqui à pouco teria que ir trabalhar. Havia perdido boa parte da minha manhã montando móveis, inacreditável.

Após cinco minutos, escutei a porta do apartamento abrir novamente. Minhas mãos doíam, o quarto estava quente e eu sentia que iria derreter a qualquer momento. Grunhi, jogando a chave de fenda no canto do quarto e me levantei, saindo do cômodo. Passei pela sala e escutei barulhos de sacolas vindos da cozinha, junto de alguns passos.
—Não vou montar aqueles móveis, tenho mais o que fazer. — Falei alto o suficiente para a vizinha ouvir, mas não houve resposta. Girei a maçaneta da porta e bufei ao notar que estava trancada.

Me virei e olhei ao redor, procurando a chave da porta. Andei até a cozinha e me apoiei no batente, prestes a pedir a chave a vizinha, quando vi uma figura familiar de uma garota. Ela usava um vestido azul claro e estava descalça, seu cabelo curto estava solto e parecia estar com fones de ouvido, cantarolando uma melódia animada. Estava virada de costas para mim, cortando alguma coisa em cima da pia. Seu corpo se virou e logo ela notou minha presença na cozinha deu um passo para trás, batendo suas costas na pia.

Suas mãos rápidas tiraram os fones dos ouvidos e ela me olhou assustada, enquanto insistia em empurrar mais seu corpo contra a pia.

—Harry? — Murmurou meu nome com descrença. — O que faz aqui?

—Sou eu quem deveria perguntar isso —Falei sarcástico. — certo, Aurora?
 


Notas Finais


Capítulo curtinho, eu sei, mas optei por separar ele em duas partes mesmo. A parte dois irá ter algumas surpresas, queria deixar vocês curiosos TuT
Alguém já suspeita de algo? Já mataram a charada? Bem, eu não irei dizer nada, prefiro deixar vocês tirarem suas próprias conclusões ♥
Comentem ♥


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