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História Só talvez. - Reencounter - Part.II


Escrita por: Hamelia

Notas do Autor


Hellou ^w^
Era para eu ter postado ontem, mas acabei esquecendo, desculpem-me x.x E hoje era para eu ter postado mais cedo, só que aconteceram uns imprevistos e... Enfim, aqui estamos nós.
Não consegui esclarecer totalmente o que eu queria nesse capítulo, mas, para quem ainda não entendeu, a vizinha do Harry é a avó da Aurora ;u;
Se tiver algum erro me avisem, não consegui rever direito o texto q-q

Capítulo 15 - Reencounter - Part.II


/Reencontro/

◤Apenas um reencontro numa tentativa falha de explicar o mal-entendido. ◥

Minha cabeça estava totalmente bagunçada. O silêncio dominava todo o local enquanto nos comunicávamos apenas através de expressões. Eu olhava Aurora com uma certa curiosidade e sarcasmo, mas na verdade eu estava completamente imerso entre as dúvidas.

Por que ela estava aqui, na casa da minha vizinha? O que ela fazia aqui? E, acima de tudo, por que ela estava me olhando desse jeito? 

—Harry, eu.. —Aurora começou, gaguejando. 

—Dona Agnes, eu trouxe o... — soou uma voz masculina vindo da sala em direção a cozinha.

Ouvimos o som da porta da sala abrir e fechar e na porta da cozinha apareceu um homem, era um pouco menor que eu, tinha a pele bastante bronzeada e era um pouco musculoso. Em seu rosto tinha alguns pircings e diversas tatuagens espalhadas pelo corpo. 

Ao entrar na cozinha seu olhar foi posto imediatamente em Aurora, que o olhava surpresa.

—Steve? — Aurora murmurou.

—Pequena Aurora! — o rapaz exclamou, se aproximando dela e abraçando-a. 

A risada de Aurora era alta e contagiante, enquanto os dois se abraçavam. Eu não fazia a menor ideia de quem ele era, mas já não havia gostado dele.

—O que faz aqui? Pensei que estava morando sozinha. — Steve perguntou, ainda sorrindo.

—Eu me mudei para cá, estava com alguns problemas e... — Aurora respondeu sorrindo, mas parou ao lembrar que eu estava aqui. Ela olhou para mim e pareceu confusa sobre o que fazer, então novamente se virou para Steve. —Steve, eu estou um pouco ocupada, você pode esperar um pouquinho aqui? Quando eu voltar nós conversamos.

—Vai me fazer seu maravilhoso café? — Ele perguntou sorrindo, me fazendo querer vomitar com tanto animação e simpatia.

—Claro que vou. — Aurora confirmou, sorrindo também.

Aurora se afastou dele e caminhou para fora da cozinha, pedindo para eu acompanha-la. Segui-a para fora do apartamento e fomos até um outro corredor. Aurora cruzou os braços e suspirou, me olhando enquanto entortava os lábios. Eu não sabia ao certo o que falar, estava confuso sobre o porquê dela estar na casa da minha vizinha mas estava mais confuso ainda sobre aquele cara. Por Deus, será que as coisas nunca vão ficar claras o bastante? Por que sempre tem algo para complicar tudo?

—O que fazia lá? — perguntei, apoiando meu ombro na parede do corredor. — Eu te liguei algumas vezes. Bem, algumas não, várias. 

Franzi as sobrancelhas e Aurora desviou seu olhar do meu, olhando para baixo. Suspirei e me virei, encostando minhas costas na parede.

—Fui na sua casa também. — murmurei, olhando para o chão. — Tinha uma placa de vende-se lá.

"Tinha"? — repetiu confusa.

—Sim, tinha. Eu joguei ela em algum lugar. — respondi com desdem.
—O que? Por que você fez isso?! — Aurora exclamou, se aproximando.

"Por que eu fiz isso?" Por que você foi embora, Aurora? Não podia ter esperado eu me explicar? Não podia ao menos atender a droga do telefone?! — respondi no mesmo tom, dando alguns passos em direção a ela. 

Por uma fração de segundos vi a expressão de Aurora suavizar, mas logo ela me olhou com raiva, se aproximando mais.

—Eu não tenho nenhuma obrigação de atender alguma chamada sua, Harry. Também pouco me interessa suas explicações. — exclamou com raiva. 

Sorri sarcástico, olhando-a surpreso. Eu  não estava totalmente com raiva dela, quem estava me irritando nesse momento era o cara que daqui há alguns minutos estaria tomando um café que a Aurora fez enquanto conversaria com ela.

—Você está realmente com raiva de mim pelo o que aconteceu naquela noite? — perguntei exasperado. — Por Deus, porque ao menos não deixa eu explicar tudo?!

—Por que séria mais um erro, Harry! — exclamou.

—Como assim um "erro"? — perguntei em um tom baixo.

—Eu não gosto e nem quero discutir com você, Harry. — respondeu. 

—E para evitar isso, você vai parar de falar comigo e me ignorar? — perguntei incrédulo.

—Exato. — respondeu, novamente desviando o olhar.

—Não consegue ver o quanto isso é infantil? — perguntei.

—Não, Harry, isso não é infantil. Você não iria entender, de qualquer jeito... — murmurou, desviando o olhar.

—Por que eu não entenderia? — Perguntei no mesmo tom, inclinando a cabeça para olha-la.

—Porque você não passou pelo o que eu passei, Harry. — exclamou com uma expressão de desgosto. — Eu estou cansada de ver todo mundo ir embora, de ver todas as pessoas simplesmente se afastarem de mim. 

Olhei-a sério, confuso com o que ela havia falado. Fiquei calado, queria poder falar, mas preferi não dizer o que estava pensando no momento. Eu sabia o que era ser abandonado pelas pessoas que você ama, como se você fosse apenas um "tanto faz" na vida dos outros. Foi exatamente isso que eu senti quando minha mãe e minha irmã foram embora, me deixando com o Desmond sem nem me dar explicações. "Por que ela não me levou junto?", "Por que ela foi embora?", "Por que ela me abandonou?", foram algumas das milhares de perguntar que eu me fazia todo dia. Consegui sem apoio de ninguém superar tudo o que aconteceu. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mas tenho orgulho do que eu me tornei e de tudo o que eu conquistei com meu próprio esforço. 

Um dos motivos pelo qual eu me interessava cada vez mais por ela era porquê Aurora era como um enigma, ou melhor, ela funcionava como uma casa com milhares de portas trancadas, que aos poucos ganhávamos chaves para destrancarmos uma porta de cada vez e descobrir algo novo sobre ela. O ruim era que essas chaves só vinham junto com discussões e sentimentos negativos.

—Você apenas veio, me trouxe sentimentos e sensações boas e também vai embora. Eu me afastar de você só estaria adiantando isso. — esclareceu encostando-se novamente na parede do corredor. — Sei que nós dois não temos nada mas... você provavelmente iria me trocar por aquela mulher também.

Logo fiquei surpreso. Aurora parecia agora apenas uma adolescente insegura. Nunca consegui se quer descobrir o que Aurora pensava, sempre tinha que tirar minhas próprias conclusões, que nem sempre eram tão positivas. Era bastante aliviante vê-la contar o que estava pensando ou sentindo, assim eu tinha mais certeza de como agir e do que falar.

—Era com isso que você vinha se preocupando? Com eu poder te trocar por alguém? — sorri e soltei um suspiro de alivio, eu estava realmente me sentindo mais leve com isso.

Aurora estava me olhando confusa e eu sentia como se os papeis tivessem sido trocados. Passei a mão pelo rosto e me aproximei dela, acolhendo o máximo que eu podia do eu corpo em meus braços. Apertei forte seu corpo contra o meu e virei-a para parede, apoiando-nos nela. Abraçar ela era tão aconchegante e quente, eu sentia que só assim podia transmitir tudo o que estava sentindo, pelo menos nesse momento. 

Eu jamais iria a trocar por outra mulher e falo isso com total convicção. Não entendo completamente o que eu sinto por Aurora, mas  tenho total certeza de que eu jamais trocaria-a. Sinto que estou sendo a pessoa mais clichê do mundo: troquei as várias por uma. Isso soava tão ridículo.
 

—Eu nunca vou te abandonar, Aurora. Nem te trocar por outra pessoa. — murmurei, sentindo Aurora apoiar suas mãos em meu peito. — Foi tudo um mal entendido. Aquela mulher é uma garçonete da cafeteria...

—Eu sei. — Aurora murmurou, me interrompendo. — Eu lembro de quando vi vocês conversando.

—Certo. — Murmurei de volta. — Chamei ela para vir para minha casa, no dia em que nós fomos no pub. Assim que eu abri a porta ela me beijou, eu se quer tive tempo de raciocinar o que estava acontecendo.

—E por quê você chamou ela para ir na sua casa? — Aurora perguntou. Senti suas mãos apertarem minha camiseta e mordi os lábios, nervoso.

Não podia contar a ela que havia chamado Emy lá para tentar apresentar as duas. Aurora obviamente não gostava de Emy, talvez pensasse que eu teria chamado-a lá para irrita-la ou algo do tipo. Não só isso, mas também teria que contar que queria apresentar Emy a ela porquê nunca havia a visto com alguma amiga, então teria que explicar também que andei observado-a, afinal não teria outro motivo para eu dizer isso. Nós nos vemos poucas vemos por dia e apenas no café, isso não seria o bastante para achar que ela não tinha amigas.

—Bem, eu... — murmurei, parando para pensar o que dizer. 

Os dedos de Aurora apertaram mais firmemente minha camiseta e me afastei um pouco para olha-la, mas ela estava de cabeça baixa.

—Harry... — murmurou.

—Eu chamei ela lá para... para nós conversarmos, talvez... — respondi com a primeira coisa que me veio a mente. 
Aurora soltou o tecido da minha blusa e me afastou, me olhando séria. Ela suspirou e então entendi que essa desculpa havia sido pior do que falar a verdade. Aurora de afastou em direção da porta do apartamento, sem falar nada.

—Aurora, eu... — falei mas nem eu mesmo sabia como explicar tudo agora. Era isso? eu havia esperado durante essa semana toda para quando finalmente ter a chance de falar, dizer besteira?

—Você o que, Harry? — Aurora perguntou, se virando para mim. Abri a boca mas não consegui pensar em nada, apenas queria dizer a ela que havia sido um idiota. Do que isso adiantaria? ela provavelmente já sabia. — Eu realmente tinha acreditado no que você tinha dito, Harry.

Ver o olhar de decepção de Aurora foi como levar uma pancada. Tinha pensado milhares de vezes em como ela iria reagir, o que iria acontecer depois de eu explicar a ela o que havia acontecido, mas em nenhuma dessas vezes ela me olhava desse jeito. 

Após ela entrar e fechar a porta do apartamento, foi como se eu houvesse saído de um transe. Caminhei até a porta, disposto a tentar explicar tudo, mas desisti quando ouvi as vozes de Aurora e do "Steven". Grunhi e coloquei a mão na maçaneta da porta, mas fui empurrado para o lado pela vizinha que chegava com algumas sacolas do mercado, me olhando feio.

—Não volte mais aqui. — murmurou me olhando de forma ameaçadora.

Céus, essa velha era mais irritante do que eu pensava.

Me afastei quando ela bateu a porta com força. Olhei para o vaso branco em frente ao apartamento dela e o chutei, quebrando-o em pedaços e espalhando toda a terra pelo corredor. 

Que se foda o vazo, que se foda a vizinha, que se foda essa merda toda. Talvez o melhor seja eu apenas parar de tentar fazer algo no que eu não sou bom. Não sirvo para ter algo sério, não sirvo para a Aurora. Eu sempre soube disso, nem sei porque eu ainda me esforçava.


Notas Finais


Planejei esse capítulo e ele saiu totalmente de outro, que novidade ç.ç Enfim, ainda tem muita coisa para acontecer, essa discussão é só o começo de várias rçrç
Comentem ;u; sz


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