História Só uma garota inocente - Fuga

Depois de voltar para o orfanato, entro na porta dos fundos e vou para o meu quarto descansar, deito na minha cama olhando para o teto mofado e escuro do quarto. Fecho os olhos tendo alguns flashes de minha memória, todos dizem que meus pais morreram num acidente de carro voltando para casa com o meu presente de aniversário, mas sei que isso não é verdade, sinto que não é isso que aconteceu, tenho certeza que nem eles sabem o que aconteceu com eles, também tinha visto todos os jornais e nenhum deles dizem sobre um acidente de carro de um casal com um presente. 

O funeral deles vai ser manhã, e ninguém vai por conta que odeiam eles, eu não sei por que, mas eles eram tão gentis e amigáveis, sempre ajudando as pessoas para tudo que precisa, mas a família deles o viam com desgosto e desdém.

Eu já havia falado para a diretora do orfanato se eu posso ir no funeral deles, mas ela me olhou de cima a baixo e me empurrou para sair de seu escritório pequeno e desorganizado de sempre. Não entendo o por que que eles me odeiam.

 Ouço a porta do quarto se abrir e vejo que era o Bryan; o menino que gosta de me assediar quando não tem ninguém por perto, ele tranca a porta e vem caminhando lentamente enquanto fico parada pensando no que fazer, mas demoro muito e ele começa a passar a mão na minha perna direita, olho para mão dele morena dele e logo em seguida olho em seu rosto perverso e fino. Sinto vontade de gorfar mas o empurro saltando da janela fazendo fincar um caco grande de vidro na minha perna, olho para a mesma que sangrava muito e viro o meu rosto para cima vendo o Bryan olhar para mim bravo por ter feito isso.

Manco para dentro da floresta e ando em linha reta até chegar na minha casa da árvore pequena e linda que eu encontrei a um mês atrás, subo nos galhos com dificuldade e entro na casinha, sento no chão e pego um kit de primeiros socorros para fazer um curativo rapido que poderia me salvar naquele momento. Mordo uma mordaça que encontrei dentro do kit e removo o vidro bem devagar, mas começo a chorar de dor e medo com que saia sangue demais, limpo o ferimento e faço pontos nele e enfaixo no mesmo lugar, respiro fundo por terminar a dor e descanso na casinha até o dia seguinte.