Acordo num hospital estranho e sento na cama, era todo branco parecendo uma ala psiquiátrica dos manicômios, um médico entra com uma prancheta nas mãos.
- Boa noite senhorita, está se sentindo bem ? - ele pergunta abrindo um sorriso.
Confirmo com a cabeça olhando em volta.
- Vou lhe fazer algumas perguntas, ok ?
- Tá - respondo.
- Qual é o seu nome ?
- Maxine Lost - digo.
- Idade ?
- 14 anos.
- Data de nascimento ? - ele anota tudo que eu falo.
- 31/10/2003 - digo.
- Tipo sanguíneo ?
- Pra quê ?
- Você chegou aqui com um ferimento aberto saindo sangue e perdeu muito - ele escreve algo.
- Eu não me lembro disso.
- Sério ?
- Sim.
- Onde você mora ? - ele senta na cadeira ao lado da cama.
- … - não respondo olhando para a janela vendo a noite e a lua cheia no céu.
- Você tem alguém ? - ele pega o meu braço que não está engessado.
Olho para ele que abre um sorriso, mas solto meu braço.
- Moro em um orfanato.
- Você é órfã, sinto muito, Maxine - ele levanta.
- …
Ele sai do quarto fechando a porta e levanto ao mesmo tempo, olho pela janela da porta e vejo que tem muitos enfermeiros e médicos passando.
É melhor esperar.
Volto para cama e o mesmo médico entra.
- Oi Maxine, eu tenho uma notícia para lhe dar.
- Qual ? Vão me dar alta ?
- Não, você ainda não está bem, por conta do braço - nem tinha me lembrado do ferimento e agora que ele diz começo a sentir dor. - Você está grávida.
- Sério ? - respondo chocada.
- Sim, seu teste de gravidez deu positivo.
Respiro fundo e ele sai do quarto.
Eu já sabia…
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- Onde ela está ?! - ouço uma voz familiar gritar no corredor.
- Ela está descansando no quarto, não pode vê-la - reconheço a voz do médico.
- Ela é minha sobrinha, tenho que vê-la !
Tia Miranda !
Tia Miranda é a única no mundo que se importa comigo, mas ela foi viajar com o marido e seu filho pequeno de cinco anos.
Sinto falta dela…
Ela entra no quarto junto com o médico super feliz ao me ver e me abraça com força.
- Ah, minha garota - ela disse passando a mão nos meus cabelos curtos e negros.
- Senti sua falta, tia - digo quase chorando e quando ela para de me abraçar vejo que já está chorando.
- Calma tia.
- Maxine, o que fizeram com você ? - choramingou.
- Nada tia.
- Soube que está grávida, é verdade ?
- Sim…
- Quem é o pai ? - indagou alegre.
- Eu fui estuprada - logo ela tira o sorriso do rosto.
- Oh. Você não está pensando em aborta-lo, está ?
- Sim.
- Não Maxine, você gosta de crianças, por que tirar a vida de uma ? - insistiu limpando as lágrimas.
- Eu sei - respiro fundo. - Tudo bem, vou cuidar dele ou dela - toco a minha barriga.
- Ótimo, quando vão dar alta nela ? - pergunta para o médico.
- Dois dias.
- Ótimo, agora tenho que ir, amanhã seu tio e seu primo vão te ver, ok ? - ela se vira.
- Ok.
Ela sai do quarto e me viro na cama, respiro fundo e durmo pelo cansaço.
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