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História Só vejo você - Destino Brincalhão


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Hi, guys! Primeiramente gostaria de dizer a vocês que o mundo pode mudar a qualquer momento, então se sentirem raiva ou qualquer coisa da minha pessoa, não guardem essa raiva e esperem, tudo tem seu tempo. Dias bons virão ;D

Capítulo 18 - Destino Brincalhão


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Destino Brincalhão

POV REBECA

 

Antes que eu pudesse me explicar e declarar meu amor a Mel, ela me mandou embora e entrou em sua casa. Eu nem ao mesmo tive a chance de conversar com ela, mas eu não queria ir embora, sabia que era feio entrar na casa dos outros sem ser convidada, mas mesmo assim eu merecia uma chance. Peguei na maçaneta e girei-a, mas Mel havia trancado a porta. Me lembrei que tinha uma chave embaixo do tapete e me abaixei procurando por ela, mas a chave não estava mais lá. Sem saber o que fazer, me sentei no chão e ali fiquei.

Porque que eu fiquei com a Bia? Porque deixei meu celular com a Mel? Porque eu era tão idiota? Eu só precisava de uma uma chance para dar uma explicação, a Mel era tudo o que eu queria. Me encolhi em posição fetal e fechei meus olhos, recordando cada segundo de nosso beijo, estar nos braços de Mel sim era felicidade, eu não precisava de mais nada. Deixei as lágrimas molharem meu rosto me condenando por tudo. Mel estava muito triste, pude ver quando cheguei, ela só ficava pensativa assim quando tinha algo mexendo com ela. E eu era a culpada. Por isso que quando voltei do banheiro ela estava daquele jeito, brava comigo. E ela tinha todo o direito, a mensagem dizia que fiz muito mais que dar um beijo em Bia. Dei um tapa em mim mesma por ser tão idiota e me levantei. A Mel não queria mais falar comigo e para completar eu ainda fui dar um beijo nela, ela devia estar me odiando, ela não gostava de meninas como eu.

Saí da frente da casa de Mel e comecei a voltar para casa, mas agora eu não tinha pressa para chegar, fui andando lentamente, me sentia um lixo. Onde é que eu estava com a cabeça quando resolvi vir me declarar para Mel? Ela era hetero, eu tinha que enfiar isso na cabeça de uma vez. Mas para que? Eu tinha acabado de cometer uma burrice, Mel nunca mais iria ser minha amiga, eu nunca mais iria poder ver o seu sorriso. Eu não enxergava por onde passava, tudo era apenas um borrão, mas eu não queria ver nada, nada mais tinha graça.

Levei muito mais tempo que o normal para chegar, quando cheguei em minha rua, limpei meu rosto. Eu sabia que estava acabada e se eu tivesse sorte, todos já estariam dormindo e ninguém veria que eu havia chorado. Mas quando cheguei no portão, vi a luz da sala acesa. Tentei ignorar, alguém poderia ter esquecido de apagar. Entrei, fechei o portão, passei pelo quintal e abri a porta sala. Entrei e fechei de novo e quando me viro, levo um tapa muito forte em meu braço.

ㅡ Onde é que você estava? ㅡ Victória, para variar, estava tentando fazer papel de mãe. Só que de mãe chata.

ㅡ Eu falei com a senhora antes de ir. Você deixou. ㅡ passei a mão em meu braço onde havia levado o tapa.

ㅡ Você só pode estar ficando louca. Não falou comigo.

ㅡ Você estava distraída com a televisão, por isso não deve ter ouvido. ㅡ respirei fundo segurando a vontade de chorar.

ㅡ Mentirosa, você sabe muito bem quais são suas obrigações. A Lisa não ficou quieta em nenhum momento, tive que dar um tapas para ela se comportar, porque a irmã dela irresponsável, some de casa.

Olhei para Lisa, ela estava deitada no chão, toda encolhida. Devia estar com frio. Ver isso fez meus nervos ferverem e sem conseguir me controlar acabei gritando com a minha mãe: ㅡ A Lisa não é minha filha, foi você quem pôs ela no mundo. Você é quem deve cuidar dela. Mas prefere ficar dormindo com vagabundos parasitas que só sabem aproveitar do dinheiro que era para a senhora cuidar de nós, afinal, o dinheiro era do meu pai. ㅡ Um tapa muito forte foi dado em meu rosto quando parei de falar, fazendo meu rosto queimar de dor instantaneamente. Dos meus olhos brotaram lágrimas, que sem controle, começaram a rolar. Levei a mão em meu rosto e não olhei mais para minha mãe.

ㅡ Cala a boca! Você não tem o direito de falar comigo nesse tom, sou a sua mãe.

ㅡ Não, você não… ㅡ Fui interrompida com mais tapas em meu braço.

ㅡ Eu não o que? Vá já para o seu quarto, e se for para a rua de novo sem a minha permissão, vai ver só.

Fui fazer o que ela ordenou, mas ganhei um puxão de cabelo, sem entender o porque, voltei a olhar para ela e ela apontou para a Lisa. Entendendo o recado, abaixei a cabeça, fui até Lisa e peguei-a no colo. Sem olhar para Victória, fui até meu quarto e fechei a porta. Coloquei Lisa no berço e cobri ela, depois parei em frente ao espelho. Meu rosto estava vermelho em formato dos dedos de Victória. Essa mancha vermelha estava doendo muito, meu olhos também doíam e estavam inchados por eu chorar. Cansada de tudo me sentei na cama e voltei a chorar, eu não fazia nada direito, não consegui me declarar e ainda ganhei o ódio de Mel, saio de casa e apanho quando volto. Isso não era justo, porque Ricardo fazia o que queria e Victória não brigava com ele, porque ela só pegava no meu pé? Talvez o problema fosse eu, eu devia ser muito boba. Eu queria me explicar com Mel, mas ela não quis me ouvir. Eu queria dizer que amava ela e talvez esse dia nunca chegasse. Me deitei na cama e fechei os olhos, eu não tinha mais forças pra lutar. Mel não queria mais me ver, então eu não iria mais atrás dela.

Com muito custo peguei no sono, mas acordei várias vezes por sonhar com Mel e Victória brigando comigo e meu pai me dizendo coisas que eu não conseguia entender. Acabei chegando a conclusão de que ele também deveria estar brigando comigo e isso fez com que eu ficasse ainda pior.

 

XXX

 

Os dias foram passando devagar. Eu já estava certa de que minha vida nunca mudaria, meu destino era ser uma solitária infeliz, que deixava a mãe chata mandar em sua vida. Eu já não tinha mais ânimo, ter sido expulsa da vida de Mel foi a minha segunda pior dor. Eu não tinha com quem conversar, minha mãe mal olhava pra mim. Ricardo preferia ficar enfurnado no quarto ou na rua. Eu tinha apenas Lisa, as vezes falava meus segredos para ela, mas ela ainda não entendia e nem podia me ajudar.

Nesse momento, eu estava sentada na cama, olhando sem ver para a janela, enquanto deixava meus pensamentos mais melancólicos sobre a vida infeliz que eu tinha ferirem a minha alma. Ouvi meu celular tocando e saí daquele estado catatônico, estiquei meu braço e fui ver quem era, o nome de Bia apareceu na tela, aceitei a ligação, mas minha voz acabou saindo mais fraca do que eu imaginava..

ㅡ Alô.

ㅡ Que desanimo é esse, Beka?  ㅡ perguntou animada

ㅡ Preguiça. ㅡ enganei ela.

ㅡ Jogue já essa preguiça fora. Vamos dar uma volta?

ㅡ Estou cuidando da Lisa. Não vai dar. ㅡ lembrei das palavras de minha mãe: “se for para a rua de novo sem a minha permissão, vai ver só.“

ㅡ Não aceito não como resposta.

ㅡ Convide as meninas, Bia, eu realmente não posso sair.

ㅡ Eu já convidei, ninguém pode ir. Duda está de castigo ainda, Mel com dor de cabeça... quer saber?

ㅡ O que?

ㅡ Vou ir aí te buscar. Fique pronta.

Antes que eu pudesse responder, ela desligou. Mas eu não estava a fim de sair. Me deitei na cama e fechei os olhos. Se fosse Mel quem tivesse me convidado, eu não pensaria duas vezes. Ainda sonhava acordada com nosso último beijo, antes de tudo desmoronar. Ela me empurrou, mas antes se rendeu ao beijo, me beijando com tanta fome, que eu podia jurar que ela estava gostando.  Meu amor poderia nunca dar certo, mas talvez eu nunca deixasse de amá-la.

Eu andava com muito sono ultimamente, era só Lisa pegar no sono que eu caia na cama e não via mais nada. Acho que era cansaço de viver a vida que eu levava. Eu sabia que não podia continuar assim, então fiz alguns currículos e quando eu levava a Lisa para passear, aproveitava e entregava eles em lojas.

Ouvi alguém chegando e batendo na porta, nem me lembrei de Bia. Me levantei à contra gosto e fui até a sala, abri a porta e vi Bia. Dei um leve sorriso, ficando sem graça. Bia como sempre estava linda, com roupas, sapato e acessórios de qualidade. Ela me olhou e fez uma careta.

ㅡ Não acredito que não está pronta para sairmos. ㅡ disse meio que decepcionada.

ㅡ Entra, Bia. ㅡ a convidei e depois que ela entrou, fechei a porta e fui até o sofá, me sentando no braço do mesmo.

ㅡ Eu não posso sair, a Lisa está dormindo.

Bia me olhou decepcionada e foi até o sofá se sentando também.

ㅡ Não tem problema, podemos levá-la até em casa e a Mary fica com ela. ㅡ sorriu ao terminar de falar. A ideia era boa, mas na verdade quem não queria sair era eu.

ㅡ Outro dia a gente vai, eu não estou muito bem hoje.

ㅡ Eu estou vendo mesmo, o que aconteceu, o que você tem? ㅡ ela parecia preocupada. Eu não sabia o que contar a ela, não queria contar sobre a Mel, eu não queria contar nada, então parei de encará-la e olhei para a televisão desligada.

ㅡ Beka, você realmente não está bem, vem aqui. ㅡ Bia pegou em meu braço e me puxou, me fazendo cair no sofá, sobre ela. Me ajeitei, mas ela me abraçou de lado, me impedindo de me afastar e assim ficamos.

ㅡ Porque está triste? ㅡ começou a afagar meus cabelos.

ㅡ Ah... Coisas da vida... ㅡ tentei sair pela tangente, achando que iria dar certo.

ㅡ Temos que conversar com sua mãe. Ela está?

ㅡ O que? Me afastei do abraço a olhando assustada.

ㅡ Temos que falar que você não tem todo o dever de cuidar de tudo por aqui. Quem tem esse dever é ela. ㅡ Bia falou pegando em minha mão e sorriu ao terminar de falar.

ㅡ Ela não está, e mesmo se estivesse não seria uma boa ideia.

ㅡ Porque não? Ela tem que se por no lugar dela.

ㅡ Eu já tentei, um dia desses disse um monte de coisas pra ela e ela me bateu. ㅡ Terminei essa frase morrendo de vergonha e sem conseguir continuar a encarando, abaixei a cabeça.

ㅡ Ela fez isso?

Eu ainda podia sentir as marcas dos dedos de Victória queimando em meu rosto. Lágrimas começaram a brotar em meus olhos e sem conseguir dizer mais nada, apenas balancei a cabeça concordando.

ㅡ Oh, Beka… ㅡ ela me puxou e voltou a me abraçar e em seus braços me deixei ficar. Era muito humilhante ter contado que apanhei. ㅡ Posso contratar um advogado pra você, bater em filhos é crime.

ㅡ Não, está tudo bem. ㅡ Eu não queria que nada de ruim acontece com Victória. ㅡ Obrigada, Bia.

ㅡ Mas você é muito boba, Beka, não pode deixar que roubem a sua vida dessa forma.

ㅡ Não tem problema… nada dá certo mesmo.

ㅡ Não diga isso, Beka, olha para mim ㅡ ela se afastou e segurou em meu rosto, levantando-o ㅡ Nunca fique acomodada dessa forma, lute, reaja e a vitória virá.

Dei um leve sorriso, só para não deixar ela sem resposta, mas na verdade eu não queria rir.

ㅡ Seus olhos são lindos, não me canso de olhar ㅡ ela me cantou assim na lata mesmo? Ri e dei um tapa no braço dela. Depois me encostei no sofá toda largada e fiquei olhando para o teto.

ㅡ E como estão as coisas com a Mel?

Conseguindo chamar a minha atenção com essa pergunta, olhei para ela e balancei os ombros, dizendo: ㅡ Não tem coisas com a Mel.

ㅡ Como não? Você e ela tem muita química, impossível não terem nada.

ㅡ Mas não temos, conversei com ela um dia desses e ela acha que eu e você estamos namorando.

Bia abriu a boca espantada e depois soltou uma gargalhada. Talvez isso fosse mesmo uma piada boa.

ㅡ Você, namorando comigo? ㅡ Ela voltou a rir e eu balancei a cabeça em afirmativa. ㅡ Mas porque ela acha isso?

ㅡ Por causa da mensagem que me mandou naquela noite. Ela estava com meu celular, ouviu a mensagem chegando, abriu e leu, e nem me contou. Eu nem sabia que você tinha me mandado aquela mensagem. Ela só me contou quando fui a casa dela.

ㅡ Ela leu? ㅡ a alegria de Bia com essa notícia estava muito clara ㅡ Mas porque seu celular estava com ela?

ㅡ Eu deixei com ela para ir ao banheiro. Não imaginei que você iria me mandar uma mensagem.

ㅡ Talvez seja o destino querendo nos unir… ㅡ Bia pegou em minha mão e massageou meus dedos com seu polegar.

ㅡ Você acredita em destino? ㅡ perguntei sem jeito, sentindo a massagem em meus dedos.

ㅡ Não sei, não duvido e nem acredito, acho o meio termo perfeito para essa resposta.

Ela me fez rir com essa resposta e depois voltou a me abraçar. Eu não sabia como reagir, Bia era muito atirada e isso me deixava sem graça. Eu não queria ser grossa com ela então em nenhum momento a impedi de me tocar ou me abraçar. Eramos amigas, eu gostava dela, mas apenas como amiga.

ㅡ Sabe, Beka? ㅡ ela falou perto demais de minha orelha me deixando arrepiada ㅡ Eu gostei muito do seu beijo, queria provar ele de novo…

Ficando completamente sem reação, não consegui me mexer e nem falar nada. Bia me olhou e, percebendo meu estado, pegou em meus cabelos jogando-os para trás, e me beijou. Fiquei imóvel, mas conforme ela me beijava meu estado de pedra passou e toquei em sua cintura. Beijei-a também, mas não era perfeito como beijar a Mel. Bia não me largava mais, parecia que estava morrendo de sede e enquanto não visse o fim da água do filtro, não pararia de beber. Me mordiscou algumas vezes e para finalizar me deu um selinho. Levou sua boca até meu pescoço e me deu vários beijos por ali.

ㅡ O que é que você tem? ㅡ perguntou em meu ouvido e depois voltou a me olhar nos olhos ㅡ Me conta o segredo para ser assim tão gostosa.

Eu ri, sem saber o que responder, eu não tinha segredo nenhum, eu era apenas eu.

Bia sorriu também e deu um beijo em meu nariz, depois me puxou e me fez encostar a cabeça em seu ombro.

Ficamos mais um pouco assim e quando comecei a ficar com sono, ela decidiu ir embora. Eu não sabia o que eu estava fazendo. Quando ela saiu, fiquei pensando que rumo era esse que minha vida estava levando, Bia parecia estar mesmo gostando de mim como mulher, mas eu não via ela dessa maneira. Talvez eu estivesse cometendo um erro em não dar um basta nisso, mas não sabia como reagir, dependendo a maneira como eu falasse com ela, talvez ela nunca mais falasse comigo.

 

POV BIANCA

 

Céu? Não, não era nele que eu me sentia, eu me sentia em um lugar muito mais alto. A vida me amava, não podia ser outra coisa. Nunca pude imaginar que Mel iria ler aquela mensagem e muito menos pensar que eu e Beka estávamos namorando. Essa tinha sido a melhor notícia que eu já tinha ouvido em toda a minha vida, como tudo deu assim tão certo? Se eu tivesse planejado não daria tão certo.

Fiquei sorrindo toda boba enquanto era levada de volta até a minha casa, e o pior era que eu não conseguia disfarçar tanta alegria.

Beka, Beka, Beka, eu não parava de pensar nela, seu olhos, seus cabelos, sua boca, tudo nela era lindo e ainda conseguia me enfeitiçar de tal forma, que eu estava mesmo começando a desconfiar que ela não era humana e sim uma fada. Seu beijo era o melhor de todos, ninguém tinha o beijo mais gostoso que o dela, e olha que eu já beijei muito por aí.

Mel achava que estávamos juntas e eu iria me aproveitar disso, agora já sabia o motivo pelo qual ela deu aquele showzinho na boate. Não entendia como Beka não percebia que Mel gostava dela, mas isso não importava, o que realmente importava era que Beka era minha namorada na imaginação de Mel e eu gostei disso.

Iria fazer Beka gostar de mim, nós formávamos um lindo casal.


Notas Finais


Obrigada por ler *-*


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