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História Só vejo você - A Errada Era Eu


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Oiiie, demorei, mas cheguei =D
Mas um capítulo para vocês. Divirtam-se!

Capítulo 19 - A Errada Era Eu


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - A Errada Era Eu

POV NARRADOR

Um mês havia se  passado desde que Mel havia expulsado Beka de sua casa. Nos primeiros dias sentiu muita raiva, não queria mais ver Beka nem pintada de ouro, mas depois essa raiva foi diminuindo, e o fato de não ter visto mais ela e nem ter aceitado sair mais com as meninas, fez com que a raiva acabasse se transformando em saudade. Lembrava o tempo todo do sentimento bom que teve quando elas se abraçaram da última vez, e tinha vontade de ir correndo abraçar ela de novo. Quando se lembrava do beijo, quase não cabia em si de tanto desejo. Era como se o beijo dela tivesse alguma substância que viciava e Mel já estava dependente desse vício. Como as aulas na faculdade já haviam começado, Mel tentava se distrair estudando. Passava a maior parte do seu tempo livre com um livro nas mãos,  concentrada, mas muitas vezes perdia a concentração e viajava instantaneamente para o lado de Beka. Isso já estava parecendo loucura, não entendia como não conseguia esquecer ela, muito pelo contrário, parecia que mais e mais o desejo de estar com Beka aumentava.

Não conversou mais com Bia depois que leu a mensagem e dava graças por elas terem escolhido cursos diferentes. As vezes via ela no campus, mas era bem raro. Comprimentava ela de longe para não ser mal educada, mas isso era o máximo que conseguia fazer.

Já com Duda sempre marcava de se encontrar. A amizade com ela era a única que não havia mudado.

Viu ela no local combinado devorando uma bomba de chocolate, sorriu e foi até ela.

― Espero que tenha deixado um pouco para mim. ― Mel disse se sentando na cadeira em frente à Duda.

Duda olhou-a e sorriu, mas tinha acabado de enfiar o último pedaço na boca.

― Vou comprar um pra você ― Disse com a boca cheia.

― Estou brincando, Duda. ― Mel colocou a bolsa sobre a cadeira ― Como foi a aula hoje?

― É estranho dizer, mas estou gostando de Arquitetura, pensei que não iria gostar.

― Isso é ótimo, eu também estou gostando muito de Psicologia, esse universo é fascinante.

― E o bom é que não só poderá ajudar as pessoas, como a si mesma.

― Quanto a isso, não sei se é verídico. Não posso auto ajudar-me. Eu sou um mar de confusão, não sei o que eu quero, acho que estou ficando louca. ― Colocou o cotovelo na mesa e apoiou a cabeça na mão.

― Me explica isso direito, Mel. Sempre achei que soubesse o que queria. ― Duda parecia confusa.

― Eu não sei se odeio ou se amo a Beka. ― Disse baixo, após olhar para os lados e se certificar de que ninguém estava prestando atenção nelas. ― Eu ainda sinto muita raiva quando lembro certas coisas, mas não consigo esquecê-la. Se eu não me esforçar ao máximo não consigo prestar atenção na aula. Ela sempre vem invadir meus pensamentos.

― Mas porque você odeia ela, por ela ter ficado com a Bia?

― Sim, elas estão namorando, eu odeio ela por isso. ― Mel olhou para o lado emburrada.

― Quer saber o que eu penso sobre isso Mel?

Mel voltou a olhar para Duda, e ficou curiosa com o seu ponto de vista, adoraria saber o que ela pensa e quem sabe assim ajudá-la de alguma forma. Balançou a cabeça concordando para que duda expressasse sua opinião.

Duda se ajeitou na cadeira e empurrou o prato para o lado, colocou as mãos sobre a mesa, juntando-as e começou: ― Eu acho que você está fazendo tempestade em um copo dágua. Você por acaso conversou com Beka, disse à ela que gostava dela?

― Eu não… ― Mel disse pensativa.

― Então me explica porque razão, ela não podia ficar com a Bia.

Mel ficou em silêncio, não sabia o que responder. Duda vendo que Mel não iria dar uma resposta, continuou.

― Pensa comigo, Mel. Vamos fazer de conta que eu goste de você, mas não converso contigo sobre isso e você nem desconfia dos meus sentimentos. Então você fica com a Beka na minha frente, eu acabo vendo e fico com raiva de você. É correto eu ter raiva de você, sendo que você não sabia que eu te amava?

Mel pensou um pouco antes de responder e quando se colocou no lugar de Beka, descobriu que estava mesmo agindo como uma louca.

― É… você está certa, não tenho porque sentir ódio dela. Devo sentir apenas de mim.

― Não tem que sentir ódio de ninguém, Mel, para de ser mimada, você está parecendo uma criança que não ganhou o que queria no aniversário e por isso quer ter ódio do mundo. Está na hora de ser adulta.

Mel mostrou a língua para Duda, mas sabia que ela tinha toda a razão. Uma criança mimada era o que ela estava parecendo e isso não podia continuar assim, mas como iria mudar? Tudo parecia não ter mais conserto, já era tarde demais.

― Mas o que eu faço, Duda? A Beka não sai da minha cabeça, como resolvo isso?

― Eu não estou sabendo nada de que as Duas estejam namorando, se fosse verdade isso a Bia já teria me ligado para me contar, ela ama se exibir e sempre fez isso.

― Mas e se dessa vez ela fez diferente?

― Eu conheço a Bia muito bem, ela não dá ponto sem nós. Mas espera aí que vou tirar as suas dúvidas… ― Duda abriu a bolsa e começou a procurar algo nela.

― Espera, Duda, o que você vai fazer? ― Mel perguntou assustada.

― Calma, juro que não estou pegando uma bomba. É só meu celular. ― Duda deu uma gargalhada e mostrou o celular para Mel. Depois digitou um número e levou o celular até a orelha.

― Pra quem você está ligando? ― Mel estava quase dando uns tapas para que Duda largasse o celular.

― Espera, está chamando… ― Duda fez suspense, mas estava morrendo de vontade de rir da cara de desespero que Mel estava fazendo. ― Beka, olá, tudo bem? ― Esperou Beka responder, se segurando para não rir do dedo que Mel apontava para ela, como quem diz: Você me paga! ― Como vai o namoro? ― O espanto de Mel ficou ainda maior, fazendo Duda prender o riso e soltar um som estranho pelo nariz ― Como assim não estão namorando? ― Ouvir aquilo fez Mel desfazer a cara de susto e ficar interessada na conversa. ― Não? Mas disseram que vocês estavam juntas… ― após um silêncio, Duda deu uma cutucada em Mel, e sorriu ― Então nunca deixou de ser solteira? ― outro silêncio que pareceu ser mais longo que os outros ― Ai, Beka, preciso desligar agora, minha aula vai começar, depois te ligo com mais tempo. ― Após inventar essa desculpa, Duda se despediu de Beka e guardou o celular na bolsa. Depois olhou para Mel e sorriu dizendo em seguida: ― Fale a verdade, eu sou uma genia.

― Me diga quais foram as respostas dela.

― Ela disse que elas nunca namoraram, foi apenas coisa de momento, nada mais.

― Coisa de momento... ― Mel fez cara de decepção.

― Já chega, Mel, já temos a certeza que Bia e Mel não namoram e você já sabe que ama ela. Se você não fizer nada para se resolver com a Beka, eu juro que eu mesma farei. Estou cansada de te ver nessa depressão.

― Não é tão fácil assim como você pensa. ― Mel entortou a boca.

― Mas você vai fazer alguma coisa? ― Duda se debruçou sobre a mesa para encarar Mel de perto.

― Eu… vou… ― Mel piscou, estava ficando nervosa com esse assunto ― Só me deixe pensar no que fazer antes, e não me apresse. ― Mostrou a língua ao terminar de falar.

― Tudo bem, vou esperar até amanhã a noite. Se você não fizer nada, vou falar com Beka.

― Ai, como você é chata, Duda, que saco! ― Mel ficou em pé, pegou sua bolsa e antes de sair disse: ― Vou para a aula, já vai começar.

― Até amanhã, hein… ― Duda se divertiu com a expressão que Mel fez e pegando sua bolsa, se levantou e foi para a sua aula também.

Mel não conseguiu mais prestar atenção na aula após ter conversado com Duda, se sentia perturbada. Não acreditava que estava sendo tão mimada esse tempo todo sem ter percebido que a culpa de tudo isso ter acontecido não era de Beka e sim, apenas dela mesma. Se ela tivesse conversado com Beka, não teriam perdido tanto tempo, mas o que iria fazer para poder trazer ela para perto outra vez. Estava com vergonha por ter expulsado ela daquela maneira aquele dia. E se ela estivesse ficado com raiva de Mel e não quisesse mais conversar com ela? Mel não sabia como Beka estava e nem o que ela estava sentindo, talvez correr o risco fosse a melhor coisa a se fazer.

As horas estavam passando muito rápido e logo a aula acabou, podendo ir para casa. Quando chegou se jogou na cama em cima de seu urso e ficou pensando em como iria falar com Beka. Teve a ideia de pegar seu celular e enviar uma mensagem, então o fez.

Com o celular em mãos, deitada sobre o urso, digitou: “Beka, preciso falar com você.” Mas essa frase não estava legal, precisa por mais alguma coisa, mas o que? Ficou olhando para a mensagem, pensando em algo e então colocou na frente: “Urgente

Com a frase pronta, ficou olhando para o celular, sem saber se enviava ou não, por uns cinco minutos. Quando já estava quase desistindo e, desbloqueou o celular para apagar a mensagem, o celular escorregou de suas mãos, batendo em seu rosto. Após reclamar pela dor que sentiu, pegou o celular novamente, olhou para ele e levou um susto ao ver que a mensagem tinha sido enviada.

― Ai, meu Deus! E agora? Eu sou uma idiota! ― Disse escondendo seu rosto no urso.

Respirou fundo, talvez Beka não visse a mensagem, ela não era muito ligada nessas coisas de tecnologia. Quis acreditar nisso, mas deu um pulo na cama quando ouviu seu celular tocando, pegou-o e leu na tela: “Beka”

Com o coração disparado, começou a tremer e não conseguiu atender a ligação. Estava se sentindo muito covarde por não ter atendido, mas não sabia o que ia dizer para ela. E tudo isso era culpa da Duda, que resolveu colocar minhocas em sua cabeça.


 

POV REBECA

Bia veio me visitar muitas vezes, que até perdi as contas. Sempre trazia doces para a Lisa, que estava amando. Bia sempre queria me agarrar, e após algumas tentativas cheias de provocações eu acabava cedendo, mas sempre dizia à ela que era de Mel que eu gostava, e que eu não queria deixar ela iludida. Bia dizia que me entendia e que não iria se apaixonar por mim, ela só queria se divertir e queria que eu me divertisse também. Não posso dizer que eu não gostava, era bom ficar com a Bia, ela me distraia e de certa forma ela conseguiu me ajudar quando eu me sentia depressiva.

Nunca mais eu havia falado com Mel, ela não quis mais sair conosco, eu estava morrendo de saudades dela, mas não podia desrespeitar sua vontade. Quem sabe um dia possamos voltar a nos ver, mas enquanto esse dia não chegava, eu me contentava apenas em olhar nossas fotos juntas. Era muito pouco, mas era tudo o que eu podia fazer.

Ricardo ainda não tinha vindo procurar pelo restante das jóias e quando viesse teria uma surpresa ao não encontrar. Com certeza devia estar muito feliz com o dinheiro que recebeu apenas com o anel. Chegava sempre muito tarde em casa, cheirando à maconha e álcool. Dormia até tarde e nos víamos bem pouco. Já Victória, estava me tratando um pouco melhor, pois eu estava agindo feito um cãozinho adestrado. Tudo o que ela me pedia eu fazia sem reclamar. O fato de eu sair bem menos agora também estava contribuindo para as coisas não saírem do eixo. Mas ela ainda levava aquele namorado estranho dela direto para casa. Quando isso acontecia eu nem saía do meu quarto, não conseguia ver ele com bons olhos.

Nesse momento eu estava em meu quarto, brincando com Lisa, não iria sair dele tão cedo, pois o namorado de Victória estava lá na sala. Brincávamos de boneca. Lisa era muito esperta, aprendia tudo muito rápido e muitas vezes me surpreendia com tanta inteligência. Queria que a vida dela fosse muito melhor do que tinha sido a minha.

Um som de mensagem chegando no celular me fez olhar para ele, então deixei os brinquedos no chão e me levantei para pegar o celular. Não acreditei quando vi o nome de Mel e com um sorriso de esperança abri a mensagem, e li em voz alta:

― Beka, preciso falar com você. Urgente!

Desfiz o sorriso e fiquei preocupada com ela, porque ela estava querendo falar comigo urgente. Será que tinha acontecido alguma coisa grave?

Sem pensar direito, disquei o número de Mel e liguei para ela, após esperar impaciente todas as chamadas até a ligação cair, fiquei ainda mais preocupada. Alguma coisa devia estar acontecendo com a Mel. Liguei novamente várias vezes e em nenhuma delas Mel atendeu. Eu não conseguia esperar mais, já estava desesperada, então peguei Lisa no colo e saí de casa sem avisar Victória, mas como eu estava com a Lisa, não iria ter problema.

Passei na casa da Dona Lourdes e perguntei se ela poderia cuidar da Lisa um pouco, prometi não demorar, ela aceitou e sem perder mais tempo corri até o ponto de ônibus que logo iria passar um.

Me sentei no banco esperando pelo ônibus que logo naquele dia demorou muito para passar. Quando desisti de esperar e me levantei para ir a pé mesmo, e eis que o ônibus para no ponto. Olhei para ele, não acreditando, aposto que se eu ainda estivesse sentada ele ainda não teria parado. Entrei no ônibus, paguei e me sentei. Eu estava impaciente, tentei ligar de novo para Mel, mas ela não atendeu. Milhões de pensamentos ruins começaram a povoar minha mente, mas eu pedia para Deus que nada daquilo tivesse acontecido e que Mel não atendia o celular porque devia estar longe dele, ou ter deixado o celular no silencioso e não ouvia as chamadas.Eu não sabia se era o meu desespero para chegar logo na casa de Mel, mas o ônibus não parava nunca no ponto que eu queria descer. Nunca passar por esse caminho demorou tanto tempo como hoje.

Assim que o ônibus parou, saltei com pressa dele e com passos largos fui andando pelo bairro em que Mel morava. A casa dela ficava bem longe do ponto, então meu desespero ainda iria continuar por mais alguns minutos.

Quando parei em frente à casa dela, me sentia cansada de ter corrido tanto. Observei a casa por fora e tudo estava tranquilo, não tinha nada de estranho, então descartei a possibilidade de um ladrão ter invadido a casa. Fui até a porta e toquei a campainha, e esperei. Mel demorou para abrir a porta, já estava achando que ela não ia abrir a porta, mas quando ouvi o som de chave do outro lado, respirei aliviada, Mel estava em casa e estava viva.

 


Notas Finais


Obrigada por ler. Beijos!


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