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História Só vejo você - Ressaca


Escrita por: MikaWerneck

Capítulo 3 - Ressaca


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Ressaca

 

Narrador:

Duda acordou com uma leve dor de cabeça, abriu os olhos e apertou-os em seguida, pois a claridade estava muito forte. Esperou alguns segundos e abriu novamente, sentou-se na cama, levou a mão na cabeça e praguejou: — Maldita tequila!

Lembrou então da brincadeira e fez uma careta ao se lembrar de Bia tentando agarrá-la. Achava aquilo nojento demais e não queria passar por isso de novo. O que será que elas aprontaram enquanto ela foi dormir e onde será que elas estavam, pois no quarto só havia ela e geralmente ela, Mel e Beka dormiam no mesmo quarto. Com esse pensamento se levantou e começou a procurá-las pela casa, não encontrando elas pelos quartos foi para a sala e lá estavam elas. Beka num sofá, Mel em outro e Bia dormindo no chão. Morrendo de rir com a cena, pegou seu celular que estava ali na sala mesmo e tirou uma foto. Decidiu que ia acordar elas, mas queria acordar todas ao mesmo tempo, mas como? Olhou em volta à procura de algo e viu o som na estante, dando um sorriso maléfico foi até o mesmo e ligou-o deixando o volume bem alto.

As três acordaram num pulo, muito assustadas e levaram as mãos aos ouvidos, pois o barulho estava ensurdecedor. Rindo muito, Duda desligou o som e foi se sentar no sofá em que Mel estava.

— Ai que dor de cabeça — Falou Bia apertando os olhos, voltando a se deitar.

— Sua chata, você vai nos pagar por isso, Duda. — reclamou Beka esfregando os olhos.

— Quase fiquei surda, sua maluca! Isso não se faz com as amigas. — Mel abraçou a almofada novamente e fechou os olhos.

— E mandar sua amiga te agarrar é uma coisa que se faz as amigas, Mel? — Duda falou com mau humor.

Mel riu se lembrando da cena e olhou para a amiga — Foi engraçado, Duda. Mas desculpa, eu só queria pagar o desafio da Bia com a mesma moeda.

— E eu que sou a castigada, não é. Mas deixa... — Duda fez cara de triste e ficou quieta.

Mel se sentou no sofá, abraçou sua amiga, deu um beijinho em seu rosto e disse: — Não fica assim, foi só uma brincadeira. Esquece isso. — Terminou de falar e deu uma piscadinha.

Duda deu um meio sorriso e não reclamou mais.

— Preciso de um analgésico, minha cabeça tá doendo demais. — Disse Bia quase chorando.

— Eu também estou precisando de um. Vou buscar, mais alguém quer? — Perguntou Duda.

Beka levantou a mão e Mel disse que não precisava. Duda se levantou e foi pegar o remédio. Mel se levantou também e foi ao banheiro, lavou seu rosto e se olhou no espelho. Estava toda descabelada e morreu de vergonha, pegou então um pente e penteou os cabelos se lembrando do beijo em que deu na Beka, sentindo um frio na barriga muito estranho. Fez uma careta pelo sentimento e lavou novamente o rosto, secando-o em seguida. Achando sua aparência melhor agora, saiu do banheiro e quase trombou com Beka, a olhou nos olhos e sentiu novamente aquele frio na barriga.

Beka apenas sorriu: — Está tudo bem?

— E - e - está. — Mel gaguejou e sentiu seu rosto ficar corado, achando aquilo muito estranho, não falou mais nada e voltou a sala, onde sentou-se no sofá e ficou pensativa.

"O que está acontecendo comigo? Nunca fui de gaguejar e muito menos sentir esses calafrios, será que estou ficando louca" ­pensava Mel, fazendo caras e bocas sem perceber. Até que Bia a tirou de seus pensamentos.

— O que foi, Mel?

— Nada, só estou pensando.

— Parecia que estava brigando consigo mesma, fez muitas caretas aí — Bia riu de Mel que lhe mostrou a língua.

— Estou com fome. A empregada está aqui hoje? — Mel mudou de assunto, mas realmente estava faminta.

— Está sim, e se ela está trabalhando direito ainda, o café deve já estar na mesa. Ruth é muito eficiente. Gosto disso nela. — sorriu Bia. Amava se gabar e mostrar que sua casa funcionava perfeitamente.

— Então vamos pra sala de jantar.

— Nem pensar, preciso de um banho antes. — Bia se levantou muito devagar parecendo uma velha enferrujada. — Ai... dói tudo... — colocou a mão na costa e olhou pra Mel — peça para a Duda levar meu analgésico lá na minha suíte. Vou me recompor...

Mel concordou e ficou olhando Bia subir a escada, sentiu vontade de rir, mas ao mesmo tempo estava preocupada com ela. Foi então para a sala de jantar e viu uma mesa farta, cheia de coisas gostosas e sentiu ainda mais fome. Sentou-se à mesa e se serviu. Ruth era mesmo muito eficiente.

— Onde está a Bia e a Beka, Mel? — Duda perguntou com uma bandeja nas mãos.

— Bia pediu pra você ir à suite dela e a Beka está no banheiro, eu acho. Vi ela indo pra lá.

— Vou correndo pra lá então, estou morrendo de fome.

Mel riu e continuou comendo. Viu pelo canto do olho Beka se aproximando e olhou para ela. Notou que não estava mais com o pijama e estava com os cabelos molhados. Como ela podia ser tão linda, mesmo estando toda natural.

— Caramba, quanta coisa! ­— Exclamou Beka admirando a mesa farta.

— Eu confesso que não sabia por onde começar, tudo aqui é gostoso.

— Acho que eu vou começar com essa tortinha de abacaxi... — e mordendo os lábios, Beka pegou a torta e mordeu a mesma fechando os olhos, degustando a torta.

Mel sentiu outro calafrio ao vê-la mordendo os lábios e depois a torta. Um arrepio percorreu seu corpo todo, fazendo-a se lembrar do beijo. Sentindo o coração disparar, balançou a cabeça e pegou a xícara de leite pra beber. "O que é isso, Mel?" Indagou a si mesma em pensamento.

— Você está bem, Mel?

Mel piscou algumas vezes ao ouvir a pergunta e respirou fundo antes de responder, olhou para ela e reparou novamente que seus olhos eram lindos. Ficando assustada consigo mesma, respirou fundo novamente e respondeu: — Estou, porque?

— Não sei, está corada e parece preocupada com algo.

— Não, está tudo bem, é sério. ­— olhou para a boca de Beka e outro arrepio correu seu corpo. Precisava parar de olhar pra ela, pelo menos naquele momento. Se levantou rapidamente e pra não sair sem explicação disse: — Vou tomar banho.

Beka estranhou as reações de Mel, ela nunca agiu dessa maneira, porque agora estava assim? Isso estava muito estranho, mas como ela não quis lhe contar não ia perguntar mais.

Pegando uma rosquinha, ficou olhado Mel desaparecer no corredor. Que perfeita ela era, meu Deus. Aquele pijama que a Bia escolheu para ela realçava demais seu corpo todo. Dava pra notar bem suas curvas lindas e Beka tinha que disfarçar toda hora pra não dar na cara onde estava olhando, o que era muito difícil. Morria de vontade de tocar e beijar aquele corpo todo. Devia ser um manjar dos Deuses. Sorriu com esse pensamento, ignorando a presença de Duda ali.

— Que cara de boba é essa, Beka?

Se assustando com a voz de Duda, Mel olhou para ela e reparou que a mesma já havia se sentado e já comia uma torrada com geléia.

— Credo!!! Você parece um fantasma, que susto!

— Não tenho culpa, você que estava aí toda distraída. — Duda terminou de comer a torrada e pegou uma fatia de pudim — Vocês estão muito estranhas hoje, o que há com vocês?

— Comigo não há nada, mas porque está dizendo isso? Beka ficou curiosa.

— Acabo de trombar com a Mel no corredor e ela parecia um zumbi, falei com ela e nem me respondeu.

— Sério? Também achei ela esquisita, tem alguma coisa mexendo com ela, mas ela não quer dizer. Melhor deixar ela quieta.

— E a Bia, então, ela pirou de vez. Fui levar o remédio pra ela e ela quase me puxou na banheira. Tá louca, acho que ela ainda está bêbada, só pode!

Ouvir aquilo fez Beka rir alto, Bia estava realmente maluquinha. Alguém precisava colocá-la nos trilhos. E conversando sobre muitos assuntos, elas terminaram o café da manhã.

...

As horas se passaram muito rápido aquela manhã, todas estavam no quarto de Bia, jogando conversa fora. Bia estava de ressaca e toda hora tinha que correr para o banheiro "chamar o Hugo". Mas fora isso, aquela manhã estava divertida. Mel estava mais tranquila, Duda fugia de perto da Bia toda hora, Bia estava se xingando por ter exagerado no álcool e Beka continuava sendo a Beka, até que o celular dela toca e ela diz:

— É a minha mãe... — vai pra perto da janela e atende o celular — Oi, mãe... eu te avisei... tá bom... tá mãe... to indo, tchau!

Beka desliga o celular e volta pra junto das meninas dizendo: — Gente, tenho que ir embora.

— Ah, mas já? Fica mais. — disse Bia.

— Eu adoraria ficar, mas minha mãe não tem com quem deixar a Lisa. Preciso mesmo ir.

— Ahhhh, vou pedir pro motorista te levar então. _Bia falou pegando o telefone.

— Não precisa, Bia, eu vou andando mesmo.

— Nem pensar, faço questão. — Bia disse apertando um botão no telefone e logo pediu para o motorista tirar o carro da garagem.

— Muito obrigada então — Beka sorriu e foi até Bia, onde abraçou-a, deu lhe um beijo no rosto — faça uma boa viagem amanhã, tome um pouco de juízo e divirta-se bastante.

— Pode deixar Beka, eu vou tentar — Bia riu alto ao terminar de falar.

Beka riu também, depois se despediu de Duda e por ultimo de Mel. Abraçou-a bem apertado e deu um beijo em seu rosto como sempre fazia, mas dessa vez tinha alguma coisa diferente que ela não soube desvendar.

— Traga a Lisa da próxima vez, pra poder ficar mais com a gente. — Mel deu a idéia e sorriu ficando corada logo em seguida.

— Ótima ideia Mel, vou tentar. — Beka piscou para ela e foi em direção à porta. — Tchau, meninas, até a próxima, e Bia, melhoras.

Todas deram tchau e Beka saiu do quarto, indo em direção a saída. Logo viu o motorista a esperando, comprimentou ele e entrou no carro.

— Vai para a casa, senhorita Rebeka?

— Isso mesmo, se lembra do caminho?

— Sim, perfeitamente.

Ela deu um meio sorriso e não disse mais nada, pois achava que ele a olhava com malícia e não gostava disso. Muitas vezes pegou ele olhando-a pelo retrovisor, e o pior é que ele já devia ter uns 40 anos.

Alguns minutos depois ela chegou em casa, desceu rapidamente do carro e disse apenas tchau. Abriu o portão e entrou em sua humilde casa. Mal chegou e sua mãe lhe deu um tapa no braço.

— Isso são horas de voltar para a casa, hein?

— Ai... — Beka passou a mão no braço. — Eu avisei que iria dormir lá.

— E porque não veio quando acordou? Eu preciso sair logo e você fica vagabundiando por aí.

— Achei que podia ficar lá, mãe.

— Achou errado, e não pense que só porque acabou as aulas que vai ficar na rua. Não, você tem uma casa e uma irmã pra cuidar.

Beka balançou a cabeça e pegou a Lisa no colo. Foi para o quarto e jogou a bolsa na cama. Depois colocou a irmãzinha na cama e notou que ela estava toda suja. — Oi, meu amor. Não tomou banho ontem?

— Não, comi totoiate! — Lisa apontou para a blusa cheia de chocolate — Tem totoiate?

Beka sorriu para a irmã e passou a mão com carinho em seu rostinho angelical — Tenho sim, mas depois te dou, agora você precisa tomar um banho.

— Eba! — Lisa sorriu e esticou os braços pedindo colo — Leva a Lola?

— Levo sim, vocês duas vão tomar banho. — Disse pegando-a no colo e depois a boneca de plástico bem simples que se chamava Lola. Levou-as até o banheiro que estava todo sujo, para a Decepção de Beka. Ela não podia ficar um dia fora que tudo ficava de pernas pro ar. Abaixou a tampa do vaso e colocou Lisa sobre ela. Tirou sua roupinha e pegou a no colo de novo. Depois encheu a banheira de bebê com água e colocou Lisa na água. Quando pegou o sabonete notou que estava com o anel que a Bia lhe deu e retirou-o colocando sobre a pia. Voltou a dar banho na Lisa que se divertia muito com a água e a Lola.

— Que anel é esse aqui..?

Beka escutou a voz de seu irmão e se virou para olhar, ele havia pego o anel e estava olhando.

— É meu, Ricardo, ganhei da minha amiga.

— Ganhou? — falou com deboche — Que amiga é essa que dá anel de ouro?

— Não é de ouro — Beka disse se levantando e pegou o anel da mão do irmão. — É bijuteria, você não sabe de nada, idiota. — Terminou a frase e guardou o anel no bolso, mas Ricardo puxou seu braço.

— E não foi só anel, não, ganhou uma pulseira também e deixa eu ver... — pegou o colar dela que estava aparecendo — Um colar... e tudo de ouro. Isso vale uma grana preta. Tem certeza que ganhou, ou anda roubando as amiguinhas?

— Vai se catar, não lhe devo satisfações. ­— E dando as costas para ele, voltou a cuidar de Lisa.

Ricardo não disse mais nada, apenas saiu do banheiro, mas Beka já sabia quais eram os planos dele. Teria que guardar sempre seus presentes muito bem guardado.

Terminou de dar banho em Lisa e levou-a para o quarto. Secou-a e vestiu uma roupa limpa, depois escovou os cabelos finos e lisos dela. Percebeu que ela queria dormir e com ela em seu colo preparou uma mamadeira, deu para ela que dormiu na mesma hora e a colocou sobre sua cama para dormir. Ficou olhando ela dormir, sorriu e deu um beijo em sua testa. — Bons sonhos, minha pequena.



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