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História Só vejo você - Desculpa, Mãe, Sou Lésbica!


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Boa noite!!! Cheguei \o/
Como todas já viram pelo título, o capítulo de hoje vai mostrar que Mel finalmente decidiu abrir o jogo com sua mãe.

Quero abrir um espaço aqui para dizer à vocês que estou acompanhando uma fic muito divertida, e gostaria de indicar ela para vocês, pois eu estou amando. A fanfic se chama Crazy Life, e foi a última que eu favoritei, mas para facilitar a vida de todo mundo, irei deixar o link nas notas finais. A autora dela é uma fofa e vocês não irão se arrepender de ler, ela também escreve uma outra história cheia de mistérios, que também é muito boa, eu, particulamente, amoooo!

Agora, voltando a minha fic, espero que gostem. Divirtam-se e tenham todos uma boa leitura ;D

Capítulo 36 - Desculpa, Mãe, Sou Lésbica!


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Desculpa, Mãe, Sou Lésbica!

POV NARRADOR

Melissa não estava conseguindo dormir direito mais, não prestava mais atenção nas aulas e estava sempre perdida em seus pensamentos, desde que teve aquela conversa com sua mãe. Não gostava de contar mentiras e o fato de estar escondendo quem realmente era sua namorada, deixava sua consciência pesada. Não sabia o que iria acontecer se contasse a verdade, tinha medo de ser proibida de ver Beka, ou que seus pais mudassem o comportamento. Não iria conseguir viver sem o amor deles, se acaso fosse deserdada.

ㅡ Mel, no que tanto pensa?

Mel olhou para ver quem falava com ela e viu Duda com aquele garoto que ela conheceu na balada. Ultimamente eles estavam sempre juntos. O menino sorriu e fez um aceno com a mão dando um oi tímido.

ㅡ Duda! ㅡ exclamou Mel se levantando e sorrindo para os dois. Abraçou Duda e o menino, que era bem alto. ㅡ Tudo bem?

ㅡ Tudo ótimo e com você? ㅡ Duda sorriu e se sentou. Enzo se sentou também, colocando uma revista de arquitetura sobre a mesa.

ㅡ Estou bem, mas preciso conversar com alguém. Tem algo me tirando o sono.

ㅡ Se quiser pode conversar comigo, não sei se poderei ajudá-la, mas desabafar sempre faz bem. ㅡ Duda sorriu e deu uma piscadinha.

ㅡ Vou deixá-las conversando. ㅡ Enzo se levantou bem rápido, pegou sua revista e olhou para Duda ㅡ Preciso passar na secretaria, Duda.

ㅡ Tudo bem, nos vemos na sala. ㅡ Duda sorriu para ele e voltou a olhar para Mel, assim que Enzo saiu. ㅡ O que está acontecendo, Mel?

ㅡ Minha mãe descobriu que estou namorando, mas ela não sabe que é a Beka.

ㅡ Como? ㅡ Duda tentou entender, mas ficou confusa.

ㅡ A Beka me deu uma rosa e minha mãe viu a rosa no meu quarto, me fez um monte de perguntas, mas eu tive medo, Duda. Contei que eu namorava um menino, mas agora eu estou com a consciência pesada. Não sei o que fazer. ㅡ Choramingou apoiando a cabeça nas mãos.

ㅡ É complicado, Mel. Mas acho que a verdade é sempre a melhor escolha.

ㅡ Estou com medo, a sociedade condena muito os gays. Minha mãe pode me proibir de ver a Beka, ou meus pais podem me odiar para sempre.

ㅡ Mel, eu adoraria poder te dar um conselho que pudesse te ajudar, mas o seu caso é muito complicado. Não sei nem o que falar.

ㅡ Desculpa, Duda. ㅡ Mel deu um sorriso fraco e pegou na mão da amiga ㅡ Por te colocar nessa situação.

ㅡ Não precisa se desculpar, sou sua amiga, eu quem peço perdão por não saber ajudar.

ㅡ É tão difícil fazer uma escolha, não saber como será a reação de seus pais e dependendo de como ela será minha vida pode se tornar um inferno. Eu queria poder ver o futuro para saber se conto a verdade ou não.

ㅡ Mel, independente de como será a reação deles, você precisa contar a verdade. Não vai poder esconder sempre que ama a Beka.

ㅡ Ah, Duda... ㅡ Mel deitou a cabeça no ombro da amiga choramingando ㅡ estou numa rua sem saída.

ㅡ Não seja boba, Mel. A Nicole é a melhor mãe do mundo, ela vai saber lidar com essa situação.

ㅡ Será? ㅡ Mel olhou para Duda com uma pontinha de esperança e ao ver Duda confirmando com um sorriso, sorriu também e abraçou a amiga de lado ㅡ Obrigada, Duda, não sei o que eu faria sem você.

Duda sorriu de orelha a orelha, e abraçou Mel.

ㅡ Viveria muito bem sem mim, nem lembra mais que eu existo. ㅡ Mostrou a língua ao terminar de falar e riu em seguida.

ㅡ Não fale besteiras, sabe muito bem que eu te amo. ㅡ Mel reclamou e apertou as bochechas fofas de Duda que gemeu e tentando se afastar com desespero.

ㅡ Ai, isso dói… ㅡ Esfregou as bochechas assim que Mel parou de apertá-las.

ㅡ É pra você parar de falar besteira. ㅡ Mel ria enquanto falava e então se lembrou de Enzo. ㅡ Duda, você e seu amigo estão sempre juntos, o que está rolando entre vocês?

ㅡ Nada, somos apenas amigos, já te disse que ele não faz o meu estilo. ㅡ Duda fazia caretas enquanto falava, matando Mel de tanto rir.

ㅡ Sei, vocês não se desgrudam mais, acho que vocês estão namorando. ㅡ Fez um gesto com os dedos como quem diz: “to de olho” e Duda fez o sinal da cruz se benzendo.

ㅡ Já disse, é só amizade, não vou namorar com ele. Gosto de outro estilo de homem, não sinto nada pelo Enzo.

ㅡ Duda, Duda… me escuta, ele deve gostar de você…

ㅡ Para, Mel, só estamos andando juntos porque estudamos juntos e temos trabalhos a fazer. Não viaja. ㅡ Duda se levantou emburrada ㅡ Vou para a sala agora e você deve fazer o mesmo.

ㅡ Tudo bem, não vou falar mais nada. ㅡ Mel levantou as mãos pedindo paz ㅡ Depois não venha me dizer que eu avisei.

Duda apenas revirou os olhos e saiu andando deixando Mel para trás. Mel começou a rir, era muito divertido encher a paciência de Duda, porque ela sempre levava as brincadeiras a sério e ficava muito braba.

Ao olhar em volta e ver que todos os alunos voltavam para suas salas, Mel se levantou e também foi para a sua. Conversar com Duda lhe fez bem, estava mais confiante, só ia conversar com Beka antes para ter certeza se devia ou não contar a verdade para sua mãe ou não, mas se sentia mais corajosa e decidida agora. Duda tinha razão, Nicole era a melhor mãe do mundo e nunca a havia lhe decepcionado. Sorriu ao se sentar ao lado de seus colegas de classe e logo entrou no assunto que eles conversavam, expressando suas ideias.

 

POV REBECA

Andava rapidamente para ir ao encontro de Mel, eu sempre tinha pressa para vê-la. Parecia uma coisa boba, afinal, Mel já era minha namorada e não iria sair correndo e muito menos se esconder, mas mesmo sabendo disso tudo, eu tinha urgência em ver os olhos dela, sentir seus lábios, e tocar sua pele, cheirar os cabelos dela. Só de pensar nessas possibilidades eu já começava a sorrir. Quem me via pela rua devia achar que eu era débil mental, pois eu começava a rir do nada e as vezes até falava sozinha.

Tropecei num papel que o vento trouxe até meu pé e quase caí, mas consegui me equilibrar e me abaixei para descolar o papel que grudou na sola do meu tênis. Quando consegui descolar, joguei o papel no chão e me levantei, mas meus olhos bateram nas palavras que estavam escritas no papel, chamando a minha atenção me fazendo abaixar automaticamente para pegá-lo. Levantei novamente e li a parte da mensagem que dizia: “Estamos contratando. Há vagas para caixa e estoquista”

Olhei atentamente o endereço, e para a minha sorte, era perto do local em que eu estava. Mudei meu rumo, e fui em direção ao endereço que estava no papel, eu não iria demorar, só me informar melhor sobre as vagas de emprego. Parei em frente a um grande supermercado e verifiquei se era o mesmo número que estava no papel, sorri ao ver que sim e entrei. Vi um segurança e fui até ele, perguntei se era lá mesmo o local que estava escrito no panfleto e após ele confirmar, pediu que eu conversasse com o gerente, pois ele iria saber me explicar melhor sobre as vagas. Então ele me levou até a sala do gerente e me pediu para aguardar, logo eu seria atendida.

Como ele disse a palavra logo, eu me sentei e esperei. Coloquei meu celular no silencioso, enquanto balançava meus pés. A medida que eu ia esperando, eu ia ficando cada vez mais nervosa. Uma porque queria logo ver minha morena e outra porque queria saber se eu me encaixava no perfil que eles queriam.

Não contei os minutos que fiquei ali esperando, mas esse tal gerente parece que levou anos para abrir a porta e me chamar. Quando eu já pensava em desistir das informações e sair de lá, me chamaram. Me levantei e sorri tentando disfarçar meu nervosismo.

ㅡ Em que posso ajudá-la? ㅡ Um homem baixinho, careca e barrigudo, com um terno preto, perguntou assim que eu entrei na sala, bem pequena e simples, havia apenas uma mesa com um computador em cima e uma cadeira em frente.

ㅡ Vi nesse panfleto que estão contratando e queria mais informações. ㅡ Mostrei o panfleto, todo sujo e amassado.

ㅡ Bom, precisamos de moças para o caixa e um rapaz para o estoque. Você tem quantos anos? ㅡ Perguntou me analisando e isso me deixou mais nervosa ainda.

ㅡ Faço dezoito anos no mês que vem. ㅡ Tentei olhar nos olhos dele, mas estava difícil, então me concentrei num ponto perto da testa dele, para enganar que estava conseguindo encará-lo.

ㅡ E os estudos, como estão?

ㅡ Terminei o ensino médio em julho, mas ainda não estou fazendo faculdade.

ㅡ Você é muito bonita, e tem o perfil que estamos procurando, acho que se dará muito bem no caixa. ㅡ Ele sorriu me olhando por inteira e isso me deixou muito acanhada. ㅡ Perguntei se você estuda porque nossos funcionários trabalham o dia todo, ou seja, eles tem que se dedicar ao máximo a nossa empresa. Vamos fazer o seguinte, vou anotar seu nome e amanhã, às 7:30 da manhã você passa aqui e fala com a Lilian, ela vai te explicar o que você tem que fazer. Você irá fazer um teste e se for bem, estará contratada.

ㅡ O senhor está falando sério? ㅡ Eu não estava acreditando que iria fazer um teste amanhã, foi muito fácil, será que não era uma pegadinha?

ㅡ Estou. ㅡ Ele riu de mim e então pegou meus dados: nome, endereço e telefone.

Saí do mercado muito feliz e fui em direção à casa de Mel, esqueci completamente de ver que horas eram, eu só pensava que eu iria fazer o teste e se tudo desse certo, finalmente eu iria trabalhar e ter meu próprio dinheiro, e nisso já vinha pensamentos para o futuro. Eu estava muito sonhadora quando cheguei e apertei a campainha, Mel abriu a porta bem rápido, e me puxou para dentro, me assustado.

ㅡ Onde você estava? ㅡ Perguntou me beijando ㅡ Te liguei mil vezes ㅡ Me beijou outra vez ㅡ Fiquei preocupada ㅡ Me beijou de novo, me fazendo rir, pois não dava para responder. Segurei no rosto dela devagar.

ㅡ Calma, meu amor, aconteceu uma coisa ótima. ㅡ Disse e a beijei em seguida com todo o meu amor, eu estava muito feliz e estar com Mel, me deixava ainda mais.

ㅡ Espera… ㅡ Mel parou o beijo e me olhou nos olhos ㅡ Que coisa ótima?

ㅡ Acho que encontrei um emprego, vou fazer um teste amanhã, mas eu vou passar com certeza. ㅡ Falei sorrindo convencida e Mel deu gritinhos de alegria enquanto pulava animada.

ㅡ Que alegria, Beka, você queria muito trabalhar. ㅡ Disse quando a euforia passou e me abraçou.

ㅡ Tomara que dê tudo certo. ㅡ Sorri afagando os cabelos dela e fechei os olhos, eternizando este momento.

ㅡ Vai dar, você é ótima em tudo o que faz. ㅡ Mel levantou o rosto e me deu um beijinho de esquimó me fazendo sorrir. ㅡ E onde é o lugar que fará o teste?

ㅡ É naquele supermercado novo que abriu, um pouco depois do ponto de ônibus.

ㅡ Num supermercado? ㅡ Mel pareceu desanimada ㅡ O que fará lá?

ㅡ Vou ficar no caixa, é a única vaga para meninas.

ㅡ No caixa parece ser o melhor lugar para trabalhar num supermercado.

ㅡ Pois é, mas é só pra começar, depois procuro outro emprego melhor, não pretendo ficar num supermercado a vida inteira. ㅡ Sorri tentando animar ela e parece que funcionou.

ㅡ Beka, eu acho que vou contar que você é minha namorada para minha mãe hoje. O que você acha? ㅡ Ela disse de repente, mudando completamente o assunto e eu sorri em aprovação, tudo o que eu eu mais queria era parar de me esconder.

ㅡ Eu acho que é uma ótima ideia, assim não precisamos viver com medo de sermos pegas.

ㅡ Mas estou com medo, não sei como ela vai reagir. ㅡ Mel falou com a voz manhosa, e como estava muito fofa, a beijei outra vez.

ㅡ Eu prometo que vou estar sempre do seu lado, independente de qual seja a reação dela. ㅡ Disse e a arrastei até o sofá, onde me sentei e a puxei para que ela se sentasse em meu colo.

ㅡ Eu te amo, tanto. ㅡ Mel sorriu e me abraçou, ficando com a cabeça deitada em meu ombro. ㅡ Se eles me proibirem de te ver, eu vou fugir de casa, pois sem você eu não vivo. ㅡ Ela riu ao terminar de falar e eu a abracei muito forte.

ㅡ Eu mesma virei te sequestrar, do um jeito de entrar em seu quarto, te pegar no colo e te levar embora.

Mel levantou o rosto, sorrindo sonhadora e perguntou: ㅡ Pode vir num cavalo branco, como nos contos de fadas?

Balancei a cabeça, dizendo que sim e enchi ela de beijinhos por todo o rosto. Mel era linda e se fosse possível, eu viria mesmo roubá-la, num cavalo branco e a levaria para uma floresta encantada. Viveríamos numa casinha na árvore e seríamos felizes para sempre.

ㅡ Quer que eu esteja aqui quando você for contar para sua mãe que é minha namorada?

ㅡ Eu não sei como ela vai reagir, tenho medo que ela possa fazer alguma coisa contigo, então acho melhor eu estar sozinha. Quero te proteger. ㅡ Mel terminou a frase e passou o dedo em meu nariz, me fazendo sorrir.

ㅡ A Nicole é bem equilibrada, acho que ela nunca faria nada comigo. Mas se você prefere conversar a sós com ela, tudo bem.

Mel sorriu, mas eu podia ver a preocupação em seus olhos. Ela queria acreditar que a mãe dela iria reagir bem, mas ao mesmo tempo ela estava morrendo de medo.

Conversamos mais alguns minutos, e logo vi que já estava na hora de Lisa sair da creche. Demorei mais tempo no supermercado do que eu imaginei, e a hora não me esperou, continuou passando aceleradamente. Nos despedimos e fiz ela me prometer que assim que ela conversasse com a mãe, me ligasse. Eu estava tão preocupada quanto ela, pois a vida era uma caixinha de surpresas e as vezes quem achamos que iria aceitar a verdade numa boa, acaba não aceitando. Mas Nicole não era uma mãe má, e eu estava com muita esperança de que tudo daria certo.

 

POV MELISSA

Continuei sentada no sofá, assim que Beka foi embora, esperando minha mãe chegar, ensaiando tudo o que eu precisava dizer, mas de nenhuma maneira parecia estar bom. Se contasse tudo de uma vez ela poderia levar um choque, então ir devagar parecia ser a melhor opção. Eu já estava suando frio, com o coração aos saltos, completamente desesperada. Minha mãe estava demorando tanto para chegar que comecei a pensar em desistir, ainda dava tempo. Respirei fundo e quando estava me levantando para correr para o meu quarto para fugir da situação, ouço o carro da minha mãe entrando na garagem e meu coração acelera ainda mais. Minhas pernas ficaram paralisadas e não consegui me mover. Pude ouvir ela fechando a porta, acionando o alarme, depois passos, vi a fechadura da porta se movendo e a mesma sendo aberta, revelando minha mãe, toda animada, passando por ela. Ouvi e vi tudo isso em câmera lenta, como num filme de suspense, e isso só aumentou ainda mais meu desespero.

ㅡ Mel, meu amor… ㅡ Mamãe sorriu vindo até onde eu estava ㅡ Hoje todas minhas consultas foram um sucesso, estou muito feliz.

Ouvir ela dizendo isso me travou ainda mais, eu não conseguia sorrir e nem dizer qualquer palavra, pensar que eu podia estragar o dia dela com uma notícia bombástica era péssimo.

ㅡ Filha, você está bem? ㅡ Me perguntou e eu tentei dizer que sim, mas a minha voz não saiu. ㅡ Mel, está acontecendo alguma coisa? ㅡ Pisquei tentando respirar e controlar meu próprio corpo, porque eu tinha que ser tão boba? ㅡ Você está me assustando, filha, senta aqui e respira. ㅡ Ela fez eu me sentar e então eu respirei fundo e olhei para ela. ㅡ Me fala o que está acontecendo, Mel. ㅡ Ela se sentou do meu lado e pegou em minha mão com carinho.

ㅡ Estou bem, mãe, desculpa te assustar… ㅡ Finalmente consegui falar e ela balançou a cabeça com um sorriso leve, esperando que eu dissesse mais. ㅡ Eu preciso te contar uma coisa, mãe, mas não sei como a senhora irá reagir, estou com medo. ㅡ Sorri nervosa, desviando meus olhos dos dela, e respirei fundo outra vez.

ㅡ Porque está com medo, é muito grave? ㅡ Ela estava séria e tentava decifrar o que eu queria dizer, me olhando atentamente ㅡ Mel, o que você aprontou?

ㅡ Nada, calma mãe, não é tão grave assim, é que… bom… ㅡ Meu coração voltou a bater mais forte, e sem conseguir me controlar, comecei a piscar sem parar.

ㅡ Relaxa, Mel, respira e fale devagar, o que você quer me contar?

ㅡ Eu… ㅡ Respirei de novo, e de novo e então tomei coragem ㅡ Mãe, já faz alguns meses que conheci uma pessoa especial... ㅡ Eu tentava falar devagar, mas estava desesperada e acabei falando tudo bem rápido ㅡ Pra dizer a verdade eu já conhecia ela, mas numa brincadeira acabei beijando-a e me apaixonei de tal maneira que não consegui mudar meus sentimentos. Eu sentia ciumes dela e fiquei muito mal quando achei que ela estava com outra, mas era besteira minha, aí um dia conversamos e nos entendemos, e descobri que ela também sentia por mim o que eu sentia por ela, e agora estamos namorando, e estou tão feliz que quando não estamos juntas eu sinto que falta algo dentro de mim.

ㅡ Mel, você já me contou que está namorando, lembra?

ㅡ Lembro, mas tem um detalhe que a senhora ainda não sabe… ㅡ Minha mãe ficou ainda mais séria e esperou que eu continuasse ㅡ O menino que eu namoro não é um menino e sim uma menina, e é a Beka. ㅡ Meu coração quase saiu pela boca, meus olhos piscavam sem parar e minha mãe não expressava reação nenhuma, ela apenas ficou me olhando muito séria. ㅡ Me desculpa, mãe, eu sou lésbica. ㅡ Comecei a sentir um nó no peito e meus olhos se encheram de lágrimas ㅡ Eu juro que tentei ser mais forte e lutar contra esse amor, mas eu não consegui, mãe. Eu amo a Beka e ela também me ama. ㅡ Sem conseguir me controlar mais, comecei a chorar. Minha mãe me abraçou bem forte a alisou minhas costas suavemente, me controlando. Tentei entender se ela tinha aceitado minha sexualidade, ou se ela não sabia como reagir e por isso estava me abraçando. Ficamos abraçadas por muito tempo, em completo silêncio, apenas meus soluços eram audíveis.

ㅡ Eu já sabia, Mel. ㅡ Ela quebrou o silêncio com essas palavras, parando de me abraçar e eu olhei para ela, tentando processar o que ela disse.

ㅡ Já sabia?

ㅡ Sim, vi vocês duas juntas na cozinha outro dia. ㅡ Mamãe disse serena e eu fiquei com cara de boba olhando para ela.

ㅡ Suspeitando que vocês estavam juntas, te perguntei aquele dia e você confirmou que estava namorando.

ㅡ Mas... A senhora não ficou chateada?

ㅡ Eu confesso que quando vi a Rebeca te agarrando na cozinha, eu não gostei nada do que eu vi. Mas depois comecei a pensar, eu já assisti muitos casos de homossexualismo lá na clínica, e finalmente pude entender o que os pais sentiam quando descobriam que seus filhos eram gays, então decidi botar em prática tudo o que eu aconselho aos pais a fazerem, amar seus filhos, independentes de suas escolhas e você estava tão feliz naqueles dias, Mel, que eu não podia te deixar triste te proibindo de ser quem você realmente é. Toda vez que vejo seus olhinhos tão apaixonados e seus sorrisos bobos, só acredito mais e mais que eu fiz a escolha correta em te deixar livre e viver esse amor.

Muitas lágrimas rolavam por minha face, minha mãe era mesmo muito bondosa por ser assim tão legal comigo. Sorria sem parar ouvindo as palavras dela e quando ela terminou, eu só consegui abraçar ela muito forte. Ela também me abraçou e ficamos outra vez em silêncio, até que ela beijou o topo de minha cabeça, e me fez olhar para ela, secando minhas lágrimas. Sorri novamente e peguei a mão dela, depositando um beijo.

ㅡ Te amo, mãe, você é a melhor mãe do mundo.

Mamãe sorriu e beijou minha testa com carinho ㅡ Te amo, filha, e agora quero que me apresente a Rebeca como sua namorada.

ㅡ Ela vai ficar muito feliz. ㅡ Sorri com cara de apaixonada e mamãe sorriu junto.

ㅡ Agora quero que me dê seu celular, vai ficar uma semana sem ele por me contar mentiras. ㅡ Disse mostrando a mão, esperando que eu colocasse o celular nela.

ㅡ Mãe… ㅡ Disse desapontada, pegando meu celular que estava jogado sobre o sofá ㅡ Está falando sério?

Mamãe apenas concordou, muito séria. Quando coloquei o celular na mão dela, ela riu.

ㅡ Estou brincando, Mel, pode ficar com seu celular.

Acabei rindo por ela me ter pego desse jeito, e a abracei de novo, depois enchi o rosto dela de beijos, dizendo que a amanava muito.

ㅡ E o papai também já sabe? ㅡ Perguntei me deitando no sofá, pousando minha cabeça no colo dela.

ㅡ Ainda não, esperei chegar o momento certo e como agora você já me contou, podemos falar com ele.

ㅡ Hoje? ㅡ Olhei para ela assustada e ela riu, me fazendo cafuné.

ㅡ Vamos contar todas juntas, eu, você e a Beka, o que acha? Podemos fazer um jantar amanhã.

ㅡ Parece ser uma ótima ideia, mamãe. Vou convidar a Beka. ㅡ Sorri e respirei aliviada, não precisar passar todo aquele medo outra vez era bom demais. Eu precisava contar para Beka que mamãe tinha aceitado nosso namoro, ela iria ficar muito feliz, assim como eu estava. Abracei minha mãe outra vez, a agradeci por ser a melhor mãe do mundo e corri para o meu quarto para ligar para a Beka e contar como tudo aconteceu.


Notas Finais


Obrigada, meninas ;D

E não se esqueçam de ler essa fanfiic viciante:
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-crazy-life-3845683


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