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História Só vejo você - Perguntas, Dilemas e Um Único Sentimento


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Meninas lindas do meu coração, oiiieee :D
Saindo um capítulo novo \o/
Queria agradecer à todas que foram dar uma conferida em Crazy Life, gostaram e favoritaram <3
Obrigada também pelos comentários, vocês são demais.

Queria dizer também que acabei cometendo um erro ao escrever opção sexual e homosexualismo nos capítulos anteriores, essas expressões estão erradas, o correto é orientação sexual e homossexualidade. Peço desculpas por isso, foi mal pessoal.
"Não escolhemos ser quem somos, nascemos assim <3" créditos: @ornella_zuccala

Boa leitura ^.^

Capítulo 37 - Perguntas, Dilemas e Um Único Sentimento


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Perguntas, Dilemas e Um Único Sentimento

POV BIANCA

Rafa estava dormindo de Bruços, com o braço direito dobrado, a mão bem próxima de seu rosto. O cobertor cobria até a sua cintura, deixando-a com costas nuas. Ela estava dormindo tão profundo e tranquilamente que olhar para ela me fazia sorrir. Não fazia ideia de quanto tempo eu estava assim e nem porque eu a observava, talvez fosse porque eu nunca a via dormindo, hoje era a primeira vez. Parecia que Rafa nunca permitia deixar sua mente descansar, estava sempre ativa e quando não estava desenhando, estava jogando vídeo game altas horas da madrugada. Vários dias quando eu acordei no meio da noite, ela estava fora da cama, parecia que algo a incomodava e não a deixava dormir, mas hoje, ao contrário dos outros dias, ela parecia mais tranquila e dormiu em meus braços. Depois de me tomar, me encher de prazer, mesmo sem me deixar ter o controle, que a propósito eu adorava, mas ela não precisava saber disso, a abracei, ainda sentadas na cama e a aninhei. Ela sorriu e se deixou ficar em meus braços, parecia estar sonolenta, então fiquei contornando seu rosto com meu dedo, achando muito fofo os olhos dela quase se fechando, mas sem se desviarem dos meus.

Lembrar disso fez me questionar o que ela tinha de tão especial que eu não conseguia mais ficar sem vê-la. Ela era completamente o meu oposto. Enquanto ela vivia sozinha, muito independente, eu não gostava de me sentir só, sempre precisei da companhia das amigas ou dos empregados, sempre dependi de Mary, eu não sabia fazer nada e isso era bem vergonhoso para a minha idade, mas eu nem ligava, tinha quem fazia as coisas por mim, então eu aproveitava meu tempo me divertindo.

Enquanto Rafa saiu da casa dos pais, eu só queria que meus pais parassem de viajar tanto e viessem morar comigo, mas eu sabia que isso provavelmente não iria acontecer tão cedo.

Enquanto Rafa era toda desleixada na maneira de se vestir, eu só saia de casa bem vestida, nunca coloquei os pés na rua mal vestida, pensando bem, eu nunca fiquei mal vestida, nem mesmo em minha própria casa.

Todo mundo sempre fazia tudo o que eu pedia, era só fazer um pouco de manhã que eu sempre ganhava tudo, mas com Rafa isso não acontecia, (não que eu fizesse manha para ela, com ela eu não precisava disso, ainda não...) poucas vezes ela me deixou fazer algo que eu quisesse. Vai ver fosse por isso que tínhamos essa atração, eramos tão opostas uma da outra, que isso nos ligava de alguma forma, talvez como a teoria do magnetismo os imãs.

Olhei pela janela do apartamento e vi que já estava noite, eu precisava ir para casa, e terminar um slide para um seminário que eu iria apresentar na primeira aula do dia seguinte. Me levantei e conforme ia encontrando minhas peças de roupas espalhadas pelo apartamento, as ia vestindo. Lembrar de como todas elas foram tiradas me fazia rir. Após estar completamente vestida, me sentei na beira da cama e deslisei minhas mãos pelas costas nuas de Rafa, a pele estava macia e um pouco fria, se ela não se cobrisse poderia pegar um resfriado. Me inclinei um pouco e falei em tom baixo para não assustá-la: ― Rafa, eu já vou indo… ― Ela nem se mexeu, não devia dormir assim há dias. ― Já que não quer acordar, vou te deixar dormir. ― Passei a mão pelas costas dela outra vez, sentindo os ossos de sua coluna, e dei um beijo. Me levantei, a cobri melhor e depois saí do apartamento. Enquanto eu acionava o elevador, liguei para meu motorista e depois enviei uma mensagem para Rafa, explicando por que eu tinha ido embora. Passei pelo porteiro e dei um tchau à distância, fazendo ele sorrir. Provavelmente ele era mais um que estava apaixonado pela minha beleza. Foi muito fácil ganhar a confiança dele e ter sempre passe livre para entrar. O segredo com homens desse estilo era ser simpática, falar com a voz mansa e pronto, eles logo estavam comendo na minha mão. Sorte que eu não queria nada demais, apenas uma boa noite de diversão, caso contrário, esse porteiro estaria numa bela enrascada. Me diverti pensando nisso enquanto ia para a rua e o vento frio quase me fez voltar para dentro, mas decidi esperar lá fora mesmo. Como pedi agilidade para o motorista, logo ele parou em frente ao prédio e pude ir para casa no conforto do meu carro.

― Bia… ― Ouvi a voz de Mary enquanto subia a escada para ir para o meu quarto, e parei no quarto degrau, me virando para olhar para ela ― Estava com suas amigas?

― Não, com outra pessoa. ― Respondi logo e sorri.

― Hum… ― Mary parecia sem jeito e quando eu ia desistir de esperar ela continuar, já fazendo menção de continuar a subir a escada ela continuou ― Você nunca mais trouxe elas para cá, vocês brigaram?

― Não, só nos distanciamos agora que cada uma estuda um curso diferente. Está com saudades delas?

― Estou, elas são divertidas, e te deixavam feliz. ― Mary sorriu, me fazendo sorrir também, ela tinha razão, formávamos um ótimo quarteto. Isso me fez lembrar que eu precisava saber se minha paixão pela Beka já tinha passado.

― Eu também estou, Mary, mas em breve convido elas para virem aqui.

― Convida sim, elas vão te fazer bem. ― Eu sorri, e sem prolongar mais esse assunto voltei a subir a escada, mas escutei passos atrás de mim, me virei, e lá estava Mary me seguindo. ― Vou preparar a sua banheira, está precisando de um banho, sua roupa está toda suja. O que você andou fazendo?

― Suja? ― Tentei olhar minha bunda, mas estava impossível ― Eu levei um tombo hoje, deve ter sido isso. ― Ainda bem que eu não andei muito, seria muito mico andar por aí de calça suja e porque Rafa não me contou, por acaso ela não olhava minha bunda?

― Como você caiu? ― Mary me olhou curiosa antes de entrar em meu quarto primeiro que eu. Já foi ascendendo as luzes e indo em direção ao banheiro.

― Pisei numa pedra, na grama da Universidade, e acabei escorregando. Foi algo bem idiota. ― Me sentei na cama e tirei meu tênis, esperando Mary terminar de encher a banheira.

― Te conheço, Bia, sei que morreu de vergonha. ― Ela gritou do banheiro me fazendo rir.

― Tinha pouca gente no campus aquela hora, para minha sorte. ― Mary ia me fazer mil perguntas se eu contasse que caí no parque, e eu queria sossego naquele momento.

― Quer com espuma ou sem espuma, Bia?

― Com espumas ― Respondi no automático e então me lembrei que tinha o slide para terminar e não podia demorar no banho.

― Com espumas… ― Mary repetiu e após alguns minutos saiu do banheiro. ― Seu banho já está preparado, Bibi.

Revirei os olhos ao ouvir esse apelido, me levantantei e fui ao banheiro. Tirei minha roupa e entrei na banheira, fechando os olhos, a água estava divina, bem quente.

― Bia, você está toda roxa, não se machucou na queda?

― Estou? ― Abri os olhos de repente e encontrei Mary me encarando. ― O que foi?

― Tem certeza que caiu? ― Balancei a cabeça e ela se sentou na beirada da banheira ― Então porque está com manchas rochas até nos ombros.

Ouvir essa pergunta me fez rir, Mary não era minha mãe pra me fazer esse tipo de pergunta e nem ficar abismada com as manchas das chupadas que a Rafa fazia em meu corpo.

― Eu disse que estava com alguém, não disse? Então, a mancha na minha bunda foi pela queda, mas aqui… ― Passei a mão no pescoço e ombros para indicar o local ― foi pela tarde quente que eu tive.

― E como tem coragem de me dizer isso, Bianca? Sabe quantos anos você tem? ― Mary estava espantada e até falou meu nome inteiro. Ver ela assim era muito engraçado.

― Sei sim, tenho dezessete anos, babá. ― Comecei a rir, e passar a mão em meus braços para espalhar a espuma, iniciando meu banho.

― E posso saber quem fez essas marcas em você? ― O tom de voz dela continuava áspero.

― Foi a Rafa, e você não conhece ela, okay. ― Parei de rir, começando a me estressar.

― E você gosta dela? ― Percebendo meu estresse, ela abaixou o tom de voz.

― Gosto! Agora será que posso tomar meu banho em paz? ― Encarei Mary e ela se levantou, foi até a porta e disse que ia trazer a janta, e que eu precisava me alimentar. Apenas concordei e fiquei pensando na última pergunta que ela tinha feito.

Que eu gostava da Rafa era óbvio, mas que tipo de gostar era esse? Fechei os olhos e tentei relaxar. Eu não sabia, quando a vi aos beijos com aquela menina cheia de dreadlocks, totalmente esquisita, eu fiquei com ciúmes, mas era isso o que eu não conseguia entender, a gente não devia sentir ciúmes só quando estava apaixonado pela pessoa? Mas eu não estava apaixonada pela Rafa, e mesmo se eu quisesse me apaixonar, isso não aconteceria, porque eu prometi a mim mesma que nunca mais iria me apaixonar. E sabendo disso, o que eu sentia por ela não era paixão. Devia ser apenas uma afeição, um magnetismo, e se senti ciúmes devia ser por medo de perdê-la. Eu já estava distante das minhas amigas e perder a Rafa iria ser muito ruim, eu não queria ficar sozinha outra vez, eu amo companhia e foi pensando nisso que fiz aquela proposta de ficante fixa para Rafa. Eu queria comprometer que ela ficasse apenas comigo e mais ninguém, assim eu não correria riscos. Eu era muito esperta.

 

POV RAFAELA

Paz era o que eu sentia quando acordei, a cama estava tão macia que me permiti ficar de olhos fechados por mais tempo. Há vários meses eu não dormia tão bem como esta noite, já estava acostumada com a insônia, ela me perseguia desde que voltei para Beverly Hills, e eu até gostava dela, era durante a madrugada, quando eu acordava de um pesadelo, ou quando a raiva mais apertava meu coração, que eu conseguia fazer os melhores desenhos para tatuagens, e eles eram os mais vendidos, as pessoas amavam meus desenhos macabros, eram um sucesso nos estúdios.

Eu já nem me lembrava mais que dormir como uma pedra era tão gostoso, me virei na cama e procurei pela loira, mas ela não estava do meu lado, será que tinha ido ao banheiro? Rastejei preguiçosamente pela cama para chegar até o interruptor de luz e o apertei. Procurei Bianca por tudo, mas não havia nem sinal dela por ali, apenas podia sentir o perfume importado dela impregnado no lençol da cama, me dando uma prova que que ela esteve mesmo comigo.

Sorri ao lembrar dos momentos com ela, das expressões que ela fazia quando era contrariada e então lembrei da minha vingança. O que eu estava fazendo sorrindo se eu devia era estar planejando uma maneira de acabar com ela? Eu não sabia, parece que sorrir era melhor do que sentir raiva. Bianca era tão perfeita, tão perfumada, com aquela pele branca levemente bronzeada, com aqueles cabelos loiros tão brilhantes e compridos, aquele sorriso com dentes tão bem desenhados, aquele nariz arrebitado, aqueles olhos… nossa, os olhos eram de enlouquecer qualquer pessoa, o azul era tão vibrante que era possível até hipnotizar as pessoas. E agora aquele monumento, num corpo de sereia era a minha ficante fixa.

Eu precisava me decidir, eu queria ter Bianca ou queria destruí-la?

Se eu a destruísse eu jamais a teria, mas se eu desistisse da vingança eu poderia sempre tê-la, e sempre dormir em seus braços, vendo por último o brilho de seus olhos e seu sorriso apaixonado.

Eu estava num completo dilema, eu precisava pensar direito, eu precisava desenhar. Me levantei e coloquei uma cueca boxer com camiseta de mangas compridas, peguei um caderno de desenho, um lápis e comecei a desenhar um jacaré, mas não estava ficando bom então rabisquei a folha toda e a virei de qualquer jeito. Olhei para a folha em branco à procura de uma inspiração, mas eu só conseguia me lembrar dos beijos macios da loira mais linda que eu já tinha visto. Talvez a inspiração fosse ela e pensando nisso, lá estava eu, desenhando outra vez Bianca. Desenhei ela como uma sereia, sentada em uma pedra no mar, com um farol ao fundo, o mar estava revolto, o céu estava nublado, mas um raio de luz saía de uma nuvem, iluminando a sereia. Olhei minha obra de arte quando acabei e sorri, o desenho ficou maravilhoso, Bianca era mesmo minha inspiração. Mas eu não iria vender aquele desenho, ele ficaria perfeito colorido e com uma moldura. De repente uma ideia brilhou em meu cérebro, eu sempre fazia tatuagens para homens, porque não desenhar tatuagens femininas? Que tipo de tatuagem Bia gostava? Ela não parecia gostar de florzinhas, ela devia preferir desenhos mais adultos.

Desenhando com os pensamentos voltados para a loira, dei início a uma nova coleção, desenhos mais delicados, com riqueza nos detalhes. Não vi a hora passar, só notei que era manhã quando um pássaro pousou em minha janela e começou a cantar. Olhei pela janela e o céu estava todo alaranjado, com o sol bem grande e redondo da mesma cor do céu, começando a apontar. Sorri com aquela linda visão e peguei meu celular para ver que horas eram, mas esqueci completamente da hora quando vi uma mensagem de Bianca, sem pensar duas vezes abri a mensagem.

"Rafinha, precisei vir embora para terminar um trabalho da Universidade que irei apresentar amanhã. Tentei te acordar, mas você nem se mexia, sua dorminhoca. Nem quis aproveitar minha doce companhia :p Tenha bons sonhos cheios de prazer comigo. Beijos da loira mais sexy de Beverly Hills!!!"

Comecei a rir da mensagem, que loira mais convencida! Eu queria mesmo me vingar dela?

― Ah, quer saber, que se dane essa vingança, eu quero a Loira. ― Falei em voz alta e respondi a mensagem.

"Tudo bem por ter me abandonado, vou sobreviver. É que dormir nos teus braços foi tão bom, que acabei relaxando mais do que devia, perdão. Mas para que sonhar se posso sentir esses prazeres de verdade? Beijos, loira mais convencida de Beverly Hills."

Rindo igual uma boba, enviei a mensagem e digitei o número do meu primo advogado. Achei que ele já estivesse acordado, mas pela demora para atender, descobri que ele ainda dormia.

― Isso são horas de me ligar tampinha?

― Vou te mostrar o tampinha, seu gigante de meia tijela. ― Revirei os olhos, ele sempre me chamava assim, só porque ele tinha dois metros de altura. ― Já está na hora de você ir trabalhar, sabia?

― Só vou trabalhar as onze, essas são as vantagens de ter seu próprio escritório.

― Sei como é, já eu não tenho hora pra trabalhar, isso sim é que é vantagem. ― Dei uma gargalhada bem convencida, nós amávamos provocar um ao outro.

― Isso não é justo, tampinha.

― É claro que é, mas, enfim, estou ligando para pedir que você aborte a missão?

― O que? Que missão?

― Aff ― Revirei os olhos ― Você não vê filmes? Quero que você cancele aquela denuncia.

― Ah, tá, mas agora já é tarde, tampinha, a denuncia já foi feita, inclusive o cara já deve até estar sabendo.

― O que? E você nem me avisa…

― Você que devia ter me ligado antes, não perco tempo no meu serviço.

― Que droga, mas os documentos estão com você?

― Estão, só fiz a denuncia, agora é com a justiça federal.

― Vou passar no seu escritório para pegar os documentos. Tchau!

Desliguei, joguei o celular na cama e passei a mão nos meus cabelos. O que eu fiz? Bianca iria me odiar para sempre. Meu primo devia estar enganado, ainda devia ter alguma coisa a ser feita, as coisas não poderiam desandar logo agora que eu estava começando a gostar da loira.



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