História Só vejo você - Amizade x Ciúmes

POV NARRADOR

Rebeca estava animada para fazer o teste no supermercado,  já tinha tomado banho e colocado sua melhor roupa. Queria mostrar uma boa aparência, pois isso era fundamental em entrevistas de emprego, então para fazer testes também devia ser importante. Depois de se arrumar e gostar do visual em frente ao espelho, começou a trocar a roupa de Lisa que ainda dormia. Com esse tempo frio, Lisa demorava para acordar e Beka tinha muito dó de tirar ela do berço, mas era necessário.

Já tinha feito o cálculo e se deixasse Lisa às 7:00 na creche, conseguiria pegar o ônibus e depois andar mais um pouco, chegando no local de trabalho às 7:25, mas para isso acontecer, não poderia perder tempo.

Ainda não tinha contado para Vitória que iria fazer um teste, só iria contar se tudo desse certo. Assim que terminou de vestir Lisa, colocou mudas de roupas e fraldas numa bolsa que deixava com ela na creche e foi para a cozinha preparar a mamadeira e o café. A casa estava em completo silêncio, Victória e Ricardo ainda dormiam. Quando terminou de fazer o que tinha que fazer e limpar tudo, voltou para o quarto, pegou Lisa no colo e fez ela beber todo o leite. Durante esses dois anos que cuidou de Lisa, ganhou muita experiência para cuidar de bebês, e se um dia tivesse um filho, iria ser uma ótima mãe.

ㅡ Será que Mel queria ter filhos? ㅡ Pensou alto. Nunca tinha feito essa pergunta para ela, mas se por acaso ela não quisesse, no futuro elas poderiam adotar uma criança.

Beka ficou tão feliz quando Mel ligou e contou que Nicole tinha aceitado que elas namorassem e que agora queria que Mel a apresentasse como sua namorada num jantar que ela iria preparar e assim, com todos reunidos, Thomas também iria saber. Mas como Mel parecia estar confiante, Beka estava tentando ser também. A ideia de contar para Thomas a assustava, mas como Nicole estaria junto e ela era uma fofa, as coisas não poderiam dar errado.

Se levantou, com Lisa no colo, ela estava muito mole e se recusava a abrir os olhos. Beca riu disso, e deu um beijo na testa da irmã, pegou a bolsa e foi logo para a creche, pois já estava na hora que ela tinha programado para o tempo dar certo.

Após deixar Lisa na creche, correu para o ponto de ônibus e logo o mesmo parou, se demorasse mais um minuto o perderia. Em alguns minutos chegou no supermercado, estava muito ansiosa e torcendo para que o que tivesse que fazer não fosse difícil. Viu umas 10 meninas paradas na frente do comércio e se juntou à elas, percebendo que era o centro das atenções.

ㅡ Bom dia, vocês trabalham aqui? ㅡ Perguntou tímida.

ㅡ Trabalhamos, você vai trabalhar com a gente? ㅡ Disse uma moreninha simpática.

ㅡ Vou, preciso falar com a Lilian. ㅡ Beka sorriu, mas ainda se sentia embaraçada com todos os olhos voltados para si.

ㅡ Ela ainda não chegou, é sempre a última.

ㅡ E a gente tem que ficar esperando a vontade dela aqui nesse frio. ㅡ Outra morena entrou na conversa, mas pelo jeito, essa devia gostar de reclamar das coisas.

ㅡ Mas ela é legal, você vai gostar dela. ㅡ Continuou a primeira que havia falado. ㅡ Qual é seu nome?

ㅡ Rebeca. ㅡ Beka sorriu.

ㅡ Que nome lindo, me chamo Mandy. ㅡ A morena sorriu e abraçou Beka de lado, vem vou te apresentar as meninas.

Beka sorriu e acompanhou Mandy, comprimentando todas as meninas, ganhando vários boas vindas. Nesse meio tempo que ficou esperando abrirem o supermercado, descobriu que todo mundo passava nos testes e só não passava quem fazia muito corpo mole mesmo. Isso a deixou tranquila e confiante, pois ela não fazia corpo mole. Descobriu também que só poderia ir embora às 18:30 e isso a deixou triste, como iria pegar Lisa na creche essa hora, se a mesma fechava às 18:00.

Quando a tal Lilian chegou, Beka ficou aliviada, ela não parecia ser uma pessoa má, pelo contrário, era bem simpática. Tinha os cabelos castanho claro, na altura do ombro e aparentava ter um 25 anos, era baixinha e gordinha. Mandy logo falou com a Lilian sobre Beka ir fazer o teste, e assim que as portas foram abertas, Lilian levou Beka para conhecer todo o espaço físico do mercado, explicando onde ficavam as coisas e as pessoas. Por fim voltaram a parte da frente, onde ficavam os caixas e ensinou Beka a ligar o computador e a passar os códigos do produtos no leitor.

Tudo era muito fácil, não tinha segredo nenhum, qualquer pessoa poderia fazer aquilo, pensava Beka, enquanto fazia tudo o que Lilian pedia.

ㅡ Lembre-se se sorrir sempre, não importa quem seja o cliente. Irão aparecer pessoas de todos os tipos, educados e mal educados, mas você não pode se estressar com isso. ㅡ Dizia Lilian, e Beka prestou bastante atenção.

Lidar com pessoas mal educadas era moleza, tinha duas assim em sua casa, qualquer estressadinho não deveria ser pior que Victória.

ㅡ Agora vou deixar você um pouco sozinha, tem alguns clientes fazendo compras, logo eles passam com você.

Beka concordou e ficou esperando o primeiro cliente, que estava demorando demais para fazer a compra. Mandy disse que de manhã as coisas eram bem tranquilas por ali, a coisa ficava complicada na hora do almoço e durante a tarde o movimento era bem maior.

Mandy disse também que iria ficar sempre no caixa ao lado e Beka gostou disso, ela aparentava ser uma boa moça e poderiam conversar bastante.

Quando o primeiro cliente finalmente parou no caixa em que Beka estava, porque estrategicamente, todos os outros caixas estavam fechados (ordens da Lilian), Beka tirou de letra, aquilo era mais fácil que roubar doce de criança. Depois desse vieram mais cinco e por sorte, nenhum deles era mal educado. O que a deixava constrangida era o fato de que esses homens não disfarçavam quando viam uma moça bonita nos caixas, todos eles achavam uma maneira de flertar descaradamente. Mas ela teria que aprender a lidar com isso se quisesse permanecer ali.

ㅡ Rebeca, meu parabéns! ㅡ Lilian disse sorrindo ㅡ Você se saiu muito bem no teste e se estiver mesmo interessada em trabalhar conosco, ficaremos felizes em contratá-la.

ㅡ É sério? ㅡ Beka não cabia em si de tanta alegria ㅡ Eu estou interessada sim, Lilian.

ㅡ Pode começar na segunda?

ㅡ Posso. ㅡ Beka só conseguia sorrir, não havia palavras para expressar sua alegria.

ㅡ Então segunda te esperamos aqui às 7:30.

ㅡ Muito obrigada pela oportunidade, Lilian.

Lilian sorriu e acompanhou Beka até a porta.

Assim que se viu sozinha, Beka levou as mãos ao rosto não acreditando que aquilo era verdade, finalmente iria trabalhar, era emoção demais. Queria contar pessoalmente para Mel que estava empregada, mas se lembrou que aquela hora ela estava na Universidade. Então teve a ideia de ir até lá, iria fazer uma surpresa para Mel.

Animada, foi até o ponto de ônibus e pegou o que ia para o local da Universidade. Enquanto estava lá, sentada no ônibus, pensou no futuro. Finalmente sua vida estava mudando, seria tão perfeito casar com Mel e morar com ela numa casinha, não precisava ser cheia de luxo, só queria chamá-la de lar. Pensar no futuro com Mel era tão perfeito que Beka sorria enquanto deixava uma lágrima rolar em sua face.

POV BIANCA

Meu corpo estava todo dolorido, a queda que levei no dia anterior pareceu ter sido bem boba, mas pela dor que eu estava sentindo, ela não foi nada boba. Eu não estava bem pra ficar ouvindo o professor falar sem parar, não conseguia me concentrar em nada, eu só queria ir para casa, tomar um remédio, me deitar e dormir. Pensar na minha cama era tão bom que acabei não resistindo imaginar nós duas assim tão distantes, eu só queria ir para casa. Guardei meu caderno e estojo na bolsa, me levantei e saí da sala. Todos imaginavam que eu já tivesse mais de dezoito anos, então eu podia sempre sair mais cedo sem dar nenhuma explicação.

Sentir o ar livre me fez sorrir, o sol brilhava, mas o vento gélido o impedia de nos aquecer. Me distraí enviando uma mensagem para meu motorista vir me buscar, e quando fui guardar meu celular vi ninguém mais ninguém menos que a ruiva mais linda e gostosa do mundo. Eu não acreditei quando a vi encostada no carro de Mel, o que ela fazia ali sendo que ela nem estudava na Universidade? Eu só podia estar delirando, as dores no corpo deviam estar me dando febre, eu não estava bem. Mesmo não acreditando no que meu olhos viam, me aproximei mais da ruiva e então ela virou o rosto para o meu lado e ao me ver ela abriu aquele sorriso lindo, e meu coração errou uma batida.

ㅡ Bia, já deu hora de vocês saírem ou você está matando aula? ㅡ Ela disse assim que cheguei mais perto dela.

ㅡ Não estou delirando, é você mesmo? ㅡ Perguntei ainda incrédula e então parei em sua frente.

ㅡ Sou eu, Bia. ㅡ Beka fez uma careta e riu em seguida, me fazendo rir também.

ㅡ Meu Deus, quanto tempo. ㅡ Abri meus braços e a abracei bem forte por alguns segundos, depois me afastei e a olhei. Ela continuava linda, estava toda arrumada e seu rosto expressava felicidade. ㅡ Que saudades de você, como você está?

ㅡ Também estava com saudades, tenho vontade de voltar ao ensino médio só pra reviver toda nossa farra. ㅡ Ela riu, cruzando os braços na esperança de se proteger do vento ㅡ Estou bem e você, como está?

ㅡ Estou meio dolorida. ㅡ Confessei. Beka fez cara de quem não entendeu nada e eu sorri. Não era só meu corpo que doía agora, meu coração também estava dolorido. ㅡ Levei um tombo ontem, nada grave.

ㅡ Um tombo, como foi isso?

ㅡ Escorreguei numa pedra, não foi nada demais. ㅡ Dei um leve sorriso, e ela fez o mesmo.

ㅡ Me desculpe por aquele dia eu não poder te ajudar.

ㅡ Está tudo bem, Beka, eu já nem lembro mais disso. ㅡ Eu não sabia como disfarçar minha mentira então a abracei outra vez para não precisar encará-la.

ㅡ Eu queria poder te ajudar de alguma forma, mas não sabia como.

ㅡ Relaxa, Beka. ㅡ Parei de abraçá-la e sorri de uma maneira mais convincente, agora ㅡ Estou ficando com alguém, e até que ela é legal.

ㅡ Com alguém? E já saiu quantas vezes com esse alguém?

ㅡ Sei lá, já perdi as contas. ㅡ Parei para pensar e sinceramente não fazia ideia de quantas vezes saí com Rafa. ㅡ Acho que já faz mais de um mês que conheci ela.

ㅡ Mentira!!! ㅡ Exclamou colocando a mão na boca, ficando muito surpresa ㅡ Bia saindo com alguém por mais de um mês. Isso está ficando muito sério.

ㅡ Não tem nada sério entre nós, não quero. É só diversão. ㅡ Falei séria, tentando ser convincente.

ㅡ Mais de um mês é coisa séria, Bia, ain… ㅡ Beka terminou a frase dando um gritinho e me abraçou de lado me fazendo rir ㅡ Não acredito que você está namorando.

ㅡ Que namorando, Beka, somos apenas ficantes, nada mais que isso.

ㅡ Aham, sei… ㅡ Beka me olhou de canto, e por mais que o que ela me dizia me estressasse, eu não conseguia ficar brava com ela e acabei rindo ㅡ Mas me conta, como ela é?

ㅡ Bom, ela tem cabelos compri...

ㅡ BEKA, AMOR! ㅡ Fui interrompida por gritos e então me virei. Era Mel que vinha correndo na direção de Beka com os braços abertos.

Beka foi ao encontro dela e quando ambas se encontraram, Beka a tirou do chão num abraço e girou Mel no ar a enchendo de beijos.

Parei de olhar para as duas, não conseguindo explicar o que eu sentia, mas não era bom. Olhei para o outro lado, vendo meu motorista parado perto da entrada do estacionamento e achei melhor sair de lá. Ajeitei a bolsa no ombro e quando fui começar a andar, Beka me chamou.

ㅡ Onde vai, Bia?

ㅡ Eu? ㅡ Me virei para elas e elas já estavam do meu lado. Abri um sorriso e olhei para Mel, que me olhava sorrindo, abraçando Beka de lado e pela cintura como quem diz: “A ruiva é minha” ㅡ Meu motorista acabou de chegar, vou ir para casa.

ㅡ Poderíamos combinar de sair juntas qualquer dia, o que acham? ㅡ Beka cogitou animada ㅡ para relembrar os velhos tempos.

ㅡ Ia ser legal, amor. ㅡ Mel respondeu e beijou o rosto de Beka.

ㅡ Você poderia levar sua ficante, e a gente chama a Duda. ㅡ Beka ainda estava animada, ignorando completamente o ciúmes de Mel.

ㅡ Sim, vou chamar ela. ㅡ Sorri, era divertido saber que Mel sentia ciúmes de mim, então porque não sairmos juntas? Acabei gostando da ideia. ㅡ Pode ser amanhã?

ㅡ Pode, por mim está ótimo. ㅡ Mel sorriu, mas não era bem essa a vontade que ela sentia.

ㅡ Então estamos combinadas? Amanhã às 21:00 horas na minha casa noturna. Convidem a Duda também, estou com saudades dela. ㅡ Falei e elas concordaram. Para fazer mais pirraça me despedi delas com um beijinho “inocente” no rosto delas e depois fui para meu carro.

Eu não pretendia estragar o namoro delas, e isso nem me passava mais pela cabeça, mas saber que Mel sentia ciúmes de Beka comigo me dava muito alto estima.

Rever Beka só me fez ver que ainda gosto dela, mas eu precisava ser forte e não me importar mais em ver ela beijando Mel. Talvez esse reencontro amanhã me fizesse bem, só conseguimos curar um veneno com o próprio veneno, e, como Rafa estaria comigo, talvez isso desse muito certo. Sorri e me deitei no banco, agora o que eu precisava curar eram essas dores chatas no corpo, não me lembrava que cair era assim tão ruim.

POV MELISSA

Assim que recebi a mensagem de Mel dizendo que ela estava me esperando no estacionamento da Universidade fiquei louca, eu só queria correr para os braços dela o mais rápido possível. Esperei a penúltima aula acabar e então pedi para sair mais cedo. Ainda bem que em faculdades os alunos conseguem sair mais cedo com facilidade, se fosse no ensino médio eu só iria sair mais cedo com autorização dos pais. Muito ansiosa para ver minha namorada e saber como foi o teste que ela tinha feito, eu mais corria do que andava. O campus nunca pareceu ser tão grande como estava hoje, ele simplesmente não tinha mais fim.

Quando finalmente cheguei no estacionamento, meu mundo caiu. Era Bianca quem estava abraçando e conversando com a minha Beka? Não podia ser. Sem querer acreditar cheguei mais perto e pude comprovar.

ㅡ Calma, Mel, elas são amigas, lembra? Só amigas… ㅡ Falei comigo mesma para tentar não sentir ciúmes, mas não estava dando muito certo. Eu precisava chamar a atenção de Beka, mas eu ainda estava longe. Pensei em gritar e essa parecia ser a melhor coisa a ser feita nesse momento, então eu o fiz.

ㅡ BEKA, AMOR!!! ㅡ Gritei como uma louca já começando a correr e para a minha alegria Beka ouviu e após sorrir ao me ver, correu ao meu encontro.

Quando nos encontramos, ela me abraçou, me tirando do chão, me fazendo rodar no ar e me encheu de beijos me fazendo sorrir e esquecer brevemente meu ciúmes.

ㅡ Que saudades de você. ㅡ Falei e segurei no rosto dela assim que ela me colocou no chão. ㅡ Amei a surpresa.

ㅡ Eu também estava morrendo de saudades. ㅡ Sorriu e me abraçou de lado ㅡ Eu estava conversando com a Bia, vamos até lá? ㅡ Ela me deu um selinho e depois sorriu, acabando me convencendo.

ㅡ Me conta, você passou no teste? ㅡ Perguntei enquanto andávamos, sem tirar os olhos dela.

ㅡ Passei, foi muito fácil, já te conto com detalhes, espera um pouco, parece que a Bia vai ir embora. ㅡ Revirei os olhos ao ouvir isso e tentei disfarçar minha frustração.

ㅡ Onde vai, Bia? ㅡ Beka perguntou, a impedindo de continuar andando.

ㅡ Eu? ㅡ Bia se virou e ao nos ver tão perto sorriu, mas em seu rosto tinha algo que a estava deixando triste. Sorri para ela, querendo saber o que se passava com ela, era muito difícil vê-la triste. ㅡ Meu motorista acabou de chegar, vou ir para casa.

ㅡ Poderíamos combinar de sairmos juntas qualquer dia, o que acham? ㅡ Beka cogitou animada ㅡ Para relembrar os velhos tempos.

ㅡ Ia ser legal, amor. ㅡ Respondi e beijei o rosto dela. Beka havia dito que o que ela teve com Bia não foi nada demais e eu queria acreditar nisso, mas ainda sentia ciúmes de imaginar Bia agarrando minha namorada.

ㅡ Você poderia levar sua ficante. ㅡ Beka ainda estava animada, provavelmente ela tinha se esquecido que eu não gostava muito de vê-las juntas.

ㅡ Sim, vou chamar ela. ㅡ Bia sorriu, mas agora a tristeza havia dado lugar a um ar mais divertido. ㅡ Pode ser amanhã?

ㅡ Pode, por mim está ótimo. ㅡ Sorri, tentando ser divertida também, acreditando que tinha conseguindo me expressar bem.

ㅡ Então estamos combinadas? Amanhã às 21:00 horas na minha casa noturna. Convidem a Duda também, estou com saudades dela. ㅡ Bia disse e depois veio nos dar um beijinho. Fiquei bem atenta para ver se ela não ia fazer mais nada com Beka e ainda bem que ela não tentou nada. Assim que ela se foi, beijei Beka de surpresa a fazendo rir.

ㅡ O que você conversava com a Bia? ㅡ Não resisti a essa pergunta, eu queria muito saber.

ㅡ Conversamos pouca coisa, ela disse que caiu ontem, estava cheia de dor e que está ficando com uma menina há mais de um mês, acredita?

ㅡ A Bia? ㅡ Perguntei incrédula e Beka concordou com a cabeça ㅡ Ela nunca ficou com ninguém por mais de uma semana, tem certeza?

ㅡ Bom, foi o que ela disse. ㅡ Beka riu e me abraçou, dando beijos em meu pescoço.

ㅡ Tomara que dê certo então, e que namore e seja muito feliz. ㅡ Falei mais pensando alto do que falando, fazendo Beka rir. ㅡ Que foi, amor?

ㅡ Você fica tão linda assim com ciúmes, que tenho vontade de te morder inteirinha. ㅡ Disse mordendo meu queixo.

ㅡ Boba, vai ver o linda se transformar em feia logo logo se ficar me provocando assim. ㅡ Fiz um bico e ela riu mais ainda, me enchendo de beijinhos.

ㅡ Minha ciumentinha linda.

ㅡ Para de me chamar assim, tenho meus motivos para ter ciúmes. ㅡ Falei mais séria e saindo do abraço dela, fui abrir a porta do carro. Me sentei e Beka fez o mesmo.

ㅡ Não fica assim, amor, eu te amo. ㅡ Disse pegando em minha mão, e eu acabei sorrindo. Eu não conseguia brigar com ela. Me inclinei e a beijei devagar, sem pressa, explorando suavemente cada pedacinho de sua boca. Senti Beka me abraçar e depois deslisar suas mãos por meu corpo e eu fiz o mesmo, parando o beijo com um longo selinho, ou acabaríamos fazendo amor ali no estacionamento da Universidade.

ㅡ Também te amo, minha vida. ㅡ Falei dando mordidas no pescoço dela e ela gemia enquanto ria, me dando vontade de mordê-la ainda mais. ㅡ Gostosa, posso deixar uma marquinha aqui? ㅡ perguntei passando a língua na curva do pescoço dela e ela ficou toda arrepiada.

ㅡ Depois do jantar com seus pais, te deixo fazer muitas marcas. ㅡ Beka disse, me fazendo lembrar do jantar, e então levantou meus cabelos e sussurrou em meu ouvido ㅡ Onde você quiser. ㅡ Agora quem estava toda arrepiada era eu, sorri e olhei para ela, vendo aquele sorriso lindo e então ela mordeu a própria boca, conseguindo me seduzir de tal maneira que eu a beijei novamente e não sei como, sai do meu banco e me sentei no colo dela, ganhando amassos no meu corpo todo. De repente me bateu uma vontade louca de fazer amor no carro, nunca tínhamos feito e parecia ser bem interessante.

ㅡ Mas posso fazer algumas marquinhas escondidas agora, não posso? ㅡ Perguntei assim que parei o beijo e como Beka ainda estava em êxtase com nosso beijo quente, ela balançou a cabeça e apertou minha cintura. Entendi isso como um sim e então levantei a blusa dela, mas não tirei. Apesar do meu carro ser estilo caminhonete o espaço era pequeno, bem apertado e estava meio que complicado. Acabei rindo disso deixando Beka bem curiosa.

ㅡ Do que está rindo? ㅡ A voz dela estava um pouco rouca e isso me deixava com ainda mais vontade de agarrá-la.

ㅡ Está apertado aqui. ㅡ Falei rindo e procurei o botão que deitava o banco para facilitar minhas ações.

ㅡ Mas estou gostando disso, dá medo de alguém nos pegar, ainda bem que ninguém nos enxerga aqui dentro. ㅡ Beka riu e apertou minha bunda me olhando nos olhos, depois segurou em minha nuca e me beijou, mordendo meu lábio inferior.

Sorri entre o beijo, apertando os seios dela por cima do sutiã e então me abaixei, e chupei a pele dela bem próxima ao seio. A pele dela era tão alva que qualquer chupadinha a deixava marcada, e eu gostava disso. Continuei dando chupões em pontos aleatórios, e então levantei o sutiã que ela usava e abocanhei seu seio, chupando como se não ouve amanhã, ouvindo gemidos discretos que me davam muito prazer.

Beka não ficou parada e me apertava cada vez mais forte, arrancado gemidos de mim o tempo todo. Com muita praticidade, abriu o botão da minha calça jeans e enfiou a mão por dentro dela, me deixando toda arrepiada. Sorri sentindo a mão dela passear por meu bumbum a procura de um único caminho. Eu já estava delirando de prazer, queria sentir mais, muito mais, mas acabei ouvindo pessoas conversando e andando do lado de fora e fiquei morrendo de medo de sermos pega.

ㅡ Espera, Beka, tem pessoas aí fora. ㅡ Falei baixo e ela parou o que fazia. Ficamos em silêncio, esperando as pessoas saírem de lá.

ㅡ Acho melhor terminarmos na sua casa. Aqui não parece seguro. ㅡ Beka disse e riu.

ㅡ Também acho e daqui a pouco as aulas terminam e isso aqui vai ficar lotado de alunos. ㅡ Falei olhando no relógio do carro.

ㅡ Daqui a pouco a gente continua, linda. ㅡ Segurou em meu rosto e me beijou com carinho. Sorri e dei leves mordidinhas em sua boca.

ㅡ Então vamos. ㅡ Falei fechando minha calça e depois ajeitei as roupas dela. ㅡ Que tal me me contar como foi o teste, estou curiosa.

Enquanto eu dirigia, Beka me contava em detalhes como foi o teste e fiquei muito feliz por ela já ter feito uma amiga (e a fiz me contar o que achou dessa amiga e se ela era bonita, pensar que ela poderia conhecer outras meninas no trabalho não era legal). Também fiquei animada porque o trabalho dela parecia ser bem tranquilo. Ela era tão linda, tão perfeita que não merecia um trabalho ruim.

ㅡ O que me deixou preocupada foi que eu vou sair meia hora depois que a Lisa sair da creche, não sei se minha mãe vai querer buscá-la.

ㅡ Ela tem que buscá-la, ela não é a mãe da Lisa? É o dever dela fazer isso e não o seu.

ㅡ Mas ela é cabeça dura. Se ela não buscar a Lisa eu não vou poder trabalhar.

Desliguei o carro, tirei o cinto e me aproximei mais dela para beijá-la. ㅡ Você é tão responsável, e é tão linda… ㅡ A beijei outra vez. ㅡ Te amo tanto, não fica preocupada com isso, tudo vai dar certo, você vai ver. ㅡ Beka sorriu e fez aquele olhar apaixonado que me derreteu toda.

ㅡ Linda, te amo, muito, muito, muito. ㅡ Ela me beijou muitas vezes, me fazendo sorrir.