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História Só vejo você - Lágrimas De Alegria


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Boa noite, meninas! Sim, mais uma vez estou madrugando, haha
Ultimamente estou campeã em fazer coisa errada, devo ganhar um oscar por isso >.<
Mas, enfim, espero que gostem do capítulo de hoje e me desculpem pelo horário.
Boa leitura.

Capítulo 41 - Lágrimas De Alegria


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Lágrimas De Alegria

POV NARRADOR

Beka havia tomado algumas bebidas que lhe ofereceram durante a noite, a deixando bem solta. Não estava mais conseguindo apenas olhar para Mel, sentia a necessidade de tocá-la e beijá-la sem parar, mas na mesa com as amigas não dava para fazer mais que toques e beijos inocentes. Para não deixar ninguém constrangido e poder matar sua vontade louca de agarrar Mel, decidiu convidá-la para dançar.

Mel aceitou com um sorriso, se levantaram, avisaram que iam dançar e já voltariam.

Foram de mãos dadas até a pista, se enfiando no meio da galera. Quando encontraram um espaço onde cabia as duas, uma de frente para outra, Beka puxou a mão de Mel, colando seus corpos, passou a mão em volta de sua cintura e a beijou com desespero, mostrando toda a sua vontade. Entendendo o recado, Mel retribuiu com o mesmo desejo e entreabriu a boca, dando total liberdade para que Beka a explorasse, e assim ela fez. Massageou a língua macia de Mel com a sua e levou as mãos até a bunda dela, apertando-a, depois a levou até coxa, apertando-a também, passando bem rápido pelo meio de suas pernas, subindo pela barriga, até encontrar os seios, apertando-os.

Mel gemeu e parou o beijo bem rápido, sentindo seu rosto queimar de vergonha. ㅡ Beka, todo mundo está nos olhando. ㅡ Como estava dirigindo, não pode beber, e assim, não conseguia se soltar como Beka. Estava atenta a tudo o que acontecia ao seu redor.

Beka riu divertida, e voltou a dar beijos pelo pescoço e então subiu dando uma lambida até encontrar a orelha de Mel e disse com a voz rouca: ㅡ Estão vendo que eu te amo.

ㅡ Ai... ㅡ Gemeu, ficando toda arrepiada ㅡ Para com isso. ㅡ Mel tentou se afastar, mas Beka a agarrou outra vez, voltando a beijar seu pescoço. ㅡ Se não se comportar eu vou voltar pra mesa.

ㅡ Tudo bem, eu me comporto… vamos apenas dançar… ㅡ Beka sorriu, pegou a mão de Mel, levantando-a, e fez Mel rodopiar. Depois a segurou por trás e deu um beijo rápido em seu rosto, a rodopiou outra vez e deu um beijo em sua boca.

Mel sorriu e assim começaram a dançar no ritmo da música que o DJ tocava, mas como Beka estava alterada, logo uma dança simples de balada começou a virar uma dança quente. Se esfregando, rebolando e tocando em Mel, de maneira bem sensual. As pessoas ao redor delas começaram a abrir espaço e todo mundo parou para vê-las dançando.

Quando Mel percebeu que estava sendo observada, sentiu o rosto queimar novamente e deu um jeito de agarrar Mel por trás, a forçando a parar.

ㅡ Beka, somos o centro da atenção de todos, olha isso.

Beka se virou para olhar e realmente todos as olhavam, alguns cochichavam e outros pareciam bem animados com a dança delas.

ㅡ Nossa, e olha que nem somos celebridade. ㅡ Beka riu, e remexeu o corpo querendo voltar a dançar.

ㅡ Nada disso, vamos voltar lá pra mesa, você bebeu demais. Vem… ㅡ Mel soltou a cintura de Beka, e a segurou pela mão, começando a arrastá-la.

ㅡ Ah, mas eu estou gostando de dançar com você… ㅡ Beka choramingou, deitando a cabeça no ombro de Mel.

ㅡ Quando estiver menos bêbada a gente volta, prometo. ㅡ Mel afagou os cabelos de Beka.

Beka sorriu, deu um beijo no rosto de Mel e levantou o rosto, erguendo as mão. ㅡ Podem voltar a dançar, acabou nosso show.

ㅡ Para de me fazer passar vergonha. ㅡ Mel cochichou no ouvido da ruiva, mas ela apenas riu. Estava bem alegre.

ㅡ Vamos lá pegar outra bebida?

ㅡ Nem pensar, mocinha, chega de álcool pra você por hoje. Tenho que cuidar da minha vida. ㅡ Disse e beijou a testa de Beka.

ㅡ Assim vou acabar me apaixonando ainda mais por você. ㅡ Beka sorriu, e abraçou Mel de lado, enquanto caminhavam até a mesa.

ㅡ Eu já sou assim, cada dia que passa meu amor por ti cresce mais e mais. ㅡ Mel sorriu se sentando e esperou que Beka se sentasse também.

Beka se sentou no colo de Mel e segurou em seu rosto, a olhando nos olhos.

ㅡ Você é tão linda, eu te amo tanto… ㅡ E dizendo essas palavras, Beka passa o dedo polegar no rosto de Mel num gesto de carinho, segura em sua nuca e a beija. Dessa vez num beijo lento, sem pressa, sem desespero, um beijo cheio de amor e carinho, que não tinha mais fim.

Duda vendo o beijo das duas, foi até elas, se abaixou e gritou no ouvido delas ㅡ Meu Deus, vocês vão ficar assim a noite toda?

Beka e Mel levaram um susto, pararam de se beijar e ficaram olhando feio para Duda.

ㅡ Deixe as duas se amarem, Duda, que coisa feia. ㅡ Enzo falou, e se sentou de frente para o casal.

ㅡ Deixo nada, essas duas só sabem se pegar. Desde que começaram a namorar não se largam mais. ㅡ Duda mostrou a língua para as duas e ambas começaram a rir.

ㅡ Sabe o que é, Enzo? A Duda não consegue aceitar que eu a tenha trocado pela Beka, ela é apaixonada por mim.

Enzo arregalou os olhos e olhou para Duda, realmente acreditando no que Mel acabou de dizer.

ㅡ Eca, não é verdade, Enzo! ㅡ Duda tratou logo de se defender, fazendo Mel e Beka morrerem de rir. ㅡ Meu negócio é homem, e elas sabem muito bem disso.

ㅡ Então porque liga tando quando eu e Mel estamos nos beijando, hein? ㅡ Beka perguntou divertida, voltando a abraçar Mel, colando seu rosto no dela.

ㅡ Porque é nojento, oras. ㅡ Duda fez uma careta.

ㅡ Ai, Duda! ㅡ Mel soltou uma gargalhada. ㅡ Sabia que a Bia tem toda a razão? Você e o Enzo formam um lindo casal.

ㅡ Eu já disse que somos apenas amigos, parem de falar isso. ㅡ Duda fechou a cara ainda mais e pegou uma batata frita, da porção completamente fria que já estava sobre a mesa há horas.

ㅡ Okay, Duda. ㅡ Mel olhou para Enzo, para mostrar que trocava o seu foco ㅡ Mas e você Enzo, o que sente pela Duda?

ㅡ Eu??? ㅡ Enzo apertou os dedos na mesa, ficando nervoso com a pergunta. ㅡ Somos amigos. ㅡ Engoliu em seco e continuou ㅡ Gosto da Duda e sua amizade, ela é uma mulher incrível, mas não vou forçar a barra.

Duda o olhou sem saber se achava a resposta dele fofa por tê-la elogiado, ou se achava aquilo muito constrangedor, por ele ter dito que não iria forçar a barra.

ㅡ O que você quis dizer com forçar a barra? ㅡ Foi Beka quem perguntou, quebrando o silêncio que pairou no ar.

ㅡ Ela nunca entende nada, então não vou forçar nada. ㅡ Enzo voltou a ficar nervoso e agora dava socos de leve na mesa, completamente inquieto.

ㅡ Nossa!!! Para tudo!!! ㅡ Mel quase gritou de tanta alegria. ㅡ Duda, acho que vocês precisam conversar melhor sobre isso.

Duda encarou Mel e falou sem voz, para que Enzo não visse: “Eu vou te matar.”

ㅡ Eu também acho, e acho que devem começar essa conversa agora. ㅡ Beka disse com vontade de rir, pois conseguiu ler os lábios de Duda segundos antes.

ㅡ Você quer ter uma conversa com a Duda, Enzo? ㅡ Toda sorridente, Mel ignorou Duda, voltando a olhar para Enzo.

ㅡ Porque não? ㅡ Enzo respondeu e olhou para Duda.

ㅡ Então vamos deixá-los a sós. Já estamos indo embora, se verem a Bia por aí, digam que já fomos e demos boa noite. ㅡ Mel riu após terminar de dizer, fez Beka se levantar, pois ainda estava sentada em suas pernas.

Beka se levantou e sentindo as pernas muito bambas, se segurou no banco para se despedir de Mel e Enzo. Logo após, Mel se levantou e foi se despedir dos dois.

ㅡ Eles se combinam tanto. ㅡ Mel disse indo para a saída com Beka,  já imaginando a cena dos dois entrando na igreja, com cara de apaixonada.

ㅡ São lindos, dois inocentes. ㅡ Beka riu bem alto.

ㅡ E é nisso que eles se combinam. Parecem dois anjinhos.

ㅡ Só se for o Enzo, porque anjos não gritam na orelha das amigas.

ㅡ É, pensando bem, apenas Enzo é o anjo. ㅡ Mel riu e passou pela porta de saída, parando de rir na mesma hora. ㅡ Nossa, que frio é esse? ㅡ Perguntou para Beka e olhou para a rua, percebendo que estava chovendo.

ㅡ Não estou sentindo frio nenhum. ㅡ Beka disse olhando para Mel.

ㅡ É porque você está bêbada, amor. Está chovendo, consegue correr até o carro?

ㅡ Acho que sim. ㅡ Beka riu.

ㅡ Então no três a gente corre, tá? Preparada? ㅡ Beka balançou a cabeça e Mel se preparou, segurou bem forte nas costas da ruiva ㅡ Um, dois... três. ㅡ Terminou de contar e esperou Beka começar a correr, seguindo o ritmo dela. Não podia correr na frente, ou Beka poderia escorregar e cair.

Elas riram muito com essa corrida, Mel mais ainda, pois não sabia o que seria pior, andar ou correr com sua namorada bêbada debaixo de uma chuva muito gelada. Assim que chegaram no carro, Mel já foi logo destravando a porta e colocando Beka para dentro, depois correu e entrou também.

ㅡ Meu Deus, que frio. ㅡ Esfregou as mãos tentando aquecê-las.

ㅡ Deixa eu te esquentar. ㅡ Beka pegou as mãos de Mel e as beijou, colocando em seu rosto em seguida.

ㅡ Você está bem quente, amor. ㅡ Mel sorriu e puxou a cabeça de Mel para beijá-la. ㅡ Daqui a alguns minutos, pode me agarrar daquele jeito de novo? ㅡ Deu um sorriso safado e beijou Beka.

ㅡ É tudo o que eu mais quero. ㅡ Beka parou o beijo só para dizer isso e voltou a beijá-la.

Sem perder tempo, assim que pararam o beijo outra vez, Mel ligou o carro e foram para sua casa. Como os pais de Mel já estavam dormindo, foram diretamente para o quarto e trancaram a porta.

Mel foi logo tirando a própria roupa e depois tirou as de Beka. Como ela ainda estava bem bêbada, estava com a coordenação motora bem lenta, deixando Mel no controle. Beijou Beka com muito apetite sexual, a encostando na parede, e colou seus corpos, passando as mãos ávidas pela lateral de seu corpo. Mordiscou o queixo e desceu beijando por todo o pescoço da ruiva, dando chupadas e lambidas sem parar.

ㅡ Quero isso todo dia. ㅡ Beka mais gemeu do que falou, passando as mãos pelas costas de Mel, escorregando-as até seu bumbum e o apertou, fazendo Mel sorrir e gemer também.

ㅡ Você me deixa louca, como consegue isso? ㅡ Mel gostaria muito de saber que poder era esse que Beka tinha? Como conseguia hipnotizá-la dessa maneira?

ㅡ Eu também gostaria de saber, pois você também me deixa louca. ㅡ Beka respondeu e mordeu os lábios, pois Mel acabara de morder seu mamilo. Fechou os olhos e segurou a cabeça de Mel, para que Mel demorasse mais por ali.

Mel sorriu, ouvindo os gemidos de Beka, e se deliciou com os seios dela, que eram muito macios, quentes e perfumados. Foi cada vez descendo mais, distribuindo beijos e suaves mordidas pela barriga, ao encontrar o umbigo, passou a língua em volta e assoprou em seguida, vendo a pele dela se arrepiar. Gostava de ver Beka arrepiada e lambê-la assim, mas acima de tudo, amava saber que seu amor era recíproco e que podia dar prazer para Beka.

Se ajoelhou no chão e passou a mão pelas pernas da ruiva, dando beijos entre as coxas dela, ficando bem próxima de sua intimidade. Olhou para o rosto dela e encontrou aquele par de olhos verdes, tão lindos, a observando. Beka, levantava os cabelos de Mel e tinha um sorriso nos lábios, que deixou Mel com mais tesão ainda. Beijou a intimidade de Beka algumas vezes e passou a língua, encontrando logo o clitóris, ouvindo um gemido rouco. Após lamber sem parar, sugou, fazendo Beka gemer várias vezes seguidas. Levou a mão até os seios dela e conforme os apertava, a sugava, levando Beka à loucura.

Beka abriu mais sua perna e a apoiou sobre o criado mudo, arfando, estava sentindo ondas de prazer incessantes, seu coração estava disparado e sua intimidade pulsava sem controle. Mel fazia milagres com sua língua e seu sexo oral era te tirar Beka do sério. Não sabia se o fato de estar bêbada estava ajudando, mas estava quase jurando estar vendo estrelas.

Mel, percebendo o estado de total entrega de Beka, levou dois dedos em sua entrada e a penetrou sem parar de sugá-la. Podia sentir a vagina dela pulsando e seus dedos serem prensados, deixando tudo ainda mais gostoso. Investiu em um vai e vem rápido, com muita pressão, com chupadas fortes e mordidas suaves, e mesmo após Beka gozar, Mel continuou e continuou, até Beka começar a tremer suas pernas, mostrando fraqueza. Sorrindo, Mel se se levantou, percorrendo lambidas pelo mesmo caminho que desceu, deixando a pele da ruiva molhada de saliva, e então a beijou, desencostando-a da parede e a levou para cama, a deitou e se deitou, ficando por cima. Passou a mão nos cabelos de Beka e a olhou nos olhos, notou as pupilas dilatadas, seu rosto estava todo suado e sentia que o peito de Beka empurrava o seu, podendo sentir as fortes batidas que o coração dela dava. Passou o dedo pelo rosto dela, fazendo o contorno, olhou para os lábios rosados e os viu se abrindo, para formar um lindo sorriso, e o que a deixou ainda mais boba, foi ouvir o som que foi produzido em seguida.

ㅡ Te amo, Mel. Nunca quero te perder.

Sem conseguir resistir, seus olhos ficaram marejados e uma lágrima caiu no rosto de Beka.

ㅡ Te amo muito, Beka e nunca irá me perder. ㅡ Sorriu em seguida. Depois se levantou e pegou o edredom, cobriu Beka e voltou a se deitar, abraçando Beka com carinho, e ficou a olhando, até Beka pegar no sono.

ㅡ Durma bem, minha vida. ㅡ Disse fechando os olhos, esperando o sono chegar.

 

POV MARIA EDUARDA

Eu não acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo, eu queria matar a Mel e a Beka por estarem botando lenha para que o Enzo conversasse comigo. A Bia eu até entendia, porque a Bia sempre foi doida, mas não esperava isso das duas, muito menos de Mel que sempre me ouvia dizer que o Enzo não fazia o meu estilo, e não fazia mesmo. Ele era tão alto e magro, que chegava a ser até desproporcional. Eu gostava dele, mas apenas como amigo, e agora, graças a Mel e a Beka estamos os dois olhando para a saída da Boate em completo silêncio. Eu querendo correr atrás da Mel e o Enzo eu não faço a menor ideia do que está querendo. Me virei para ele e ele me olhou, talvez se fossemos embora fosse melhor.

ㅡ Olha... ㅡ Dissemos na mesma hora deixando tudo ainda mais embaraçoso.

ㅡ Pode falar. ㅡ Continuei esperando que ele terminasse sua frase.

ㅡ Não, fale você primeiro, o que você queria?

Fiquei quieta e olhei para o lado para disfarçar meu desgosto, isso tudo estava péssimo.

ㅡ Acho que é melhor irmos embora. ㅡ Falei e me virei para ele e ele concordou com a cabeça.

ㅡ Tudo bem, mas antes vou te falar uma coisa. ㅡ Ele ficou muito nervoso após dizer isso, desviando os olhos dos meus, mas depois me olhou novamente. ㅡ Eu gosto de você... mais que amigo.

ㅡ Como? ㅡ Tentei entender, na verdade eu já tinha entendido, só tentei entender melhor. Como eu iria fazer para não estragar nossa amizade?

ㅡ É, mais que amizade… sabe, te vejo como mulher e não como amiga.

Fiquei em silêncio, eu não acreditava que isso estava acontecendo, logo o menino mais sem graça do planeta foi gostar de mim?

ㅡ Desde o primeiro dia de aula, eu te vi e me apaixonei, você é linda e é inteligente, sempre tirando notas boas, aí tentei me aproximar. Fiquei feliz ao perceber que não era só minha imaginação, você não era só bonita e inteligente, como também é muito especial por dentro. É amiga, companheira, professora. ㅡ Enzo riu ao dizer professora e eu apenas ouvia. Porque outro homem não me falava essas palavras. ㅡ Tentei de algumas formas te mostrar meu interesse, mas você nunca percebeu.

ㅡ Me desculpe, Enzo, mas não sinto nada por você, além de amizade. Se você quiser ser meu amigo, ótimo, mas se quiser mais que isso não poder te dar.

ㅡ Eu já imaginava… ㅡ Enzo abaixou a cabeça, tamborilou os dedos sobre a mesa ㅡ Me desculpe… ㅡ E se levantou. ㅡ Vem, vou te levar pra casa.

Me levantei e fomos indo, eu tinha machucado ele, eu sabia, mas eu não podia tentar algo com ele sem sentir absolutamente nada. E agora, iríamos ser amigos, ou a partir de hoje não seríamos mais nada? Eu não sabia como seria, mas torcia para ele não dar bola para isso, afinal, eu amava ser amiga dele.

ㅡ Está chovendo e estamos sem guarda chuva. ㅡ Enzo disse, me despertando, nem tinha percebido que já estávamos na saída.

ㅡ E agora? ㅡ Essa era a pergunta para todas as minhas dúvidas.

ㅡ Ali tem uma caixa de papelão, espera aqui. ㅡ Ele disse e correu, se espremendo na parede, indo até o lixo. Pegou a caixa, a rasgou e voltou até onde eu estava. ㅡSegura isso em cima da cabeça e corre até o carro.

ㅡ Mas e você? ㅡ Perguntei pegando o papelão.

ㅡ Sou rápido, chego lá em segundos. ㅡ Falou se gabando e eu sorri.

ㅡ Nada disso, eu divido o papelão.

ㅡ Não precisa, quer ver como sou rápido?

ㅡ Não, você vai comigo e acabou. ㅡ Ordenei e levantei o papelão, esperando que ele entrasse logo em baixo.

ㅡ Está bem. ㅡ À contra gosto ele veio do meu lado, mas por ser muito alto, ficou todo desengonçado e eu comecei a rir.

ㅡ Espera, é melhor você segurar o papelão, você é mais alto.

ㅡ Boa ideia. ㅡ Ele sorriu e segurou o papelão no alto da cabeça e assim ficou bem melhor. ㅡ Pronta?

ㅡ Sim, pode começar a andar. ㅡ Falei e logo ele começou a andar, mas estava molhando meu braço, então o abracei e ele parou de andar. ㅡ O que foi?

ㅡ N-na-da… ㅡ Gaguejou e voltou a andar, e eu o segui.

Ele estava bem perfumado, já tinha percebido durante a dança, mas não tinha chegado assim tão perto. Inspirei o perfume dele encostei a cabeça nele, ele estava bem quente e isso estava gostoso, mas logo chegamos no carro dele.

ㅡ Estou com as mãos ocupadas, pode pegar a chave no meu bolso?

ㅡ Claro. ㅡ Respondi e sem desencostar a cabeça dele, levei a mão até o bolso do lado direito.

ㅡ Não, a chave está do outro lado. ㅡ Ele falou e eu ri. Tirei a mão do bolso direito e ao levar a mão até o bolso esquerdo, acabei encostando em algo muito duro. Olhei para ele e ele ficou corado na mesma hora, parando de me encarar. Então disfarcei e peguei a chave logo, destrancando a porta e entrei no carro o mais rápido possível.

Agora eu não sabia quem estava mais embaraçado, se era ele ou eu, só sei que fomos em silêncio o caminho todo. Não dissemos nenhuma palavra e isso só fez a viagem ficar ainda mais longa.

ㅡ Pronto, Duda, em casa, sã e salva. ㅡ Ele brincou e eu acabei rindo.

ㅡ Obrigada pelo papelão. Boa noite! ㅡ Me inclinei para me dar um beijo de despedida no rosto dele, mas quando encostei na pele dele, senti coisas estranhas. Tratei de sair de lá o mais rápido possível. Corri para dentro de casa e fechei a porta, me encostando na mesma. Então agora iria ser assim, tudo muito estranho? Porque as coisas tinham que ser assim, porque o homem dos meus sonhos não poderia se apaixonar por mim?

Fui para o quarto e me joguei na cama, fechei os olhos e tentei dormir, mas os momentos com o papelão não saia mais da minha mente.

ㅡ Ele é sem graça, mas o perfume é gostoso. ㅡ Falei em voz alta e comecei a rir. ㅡ Para de pensar besteira, Duda, vê se dorme. ㅡ Briguei comigo mesma e me virei de lado.

Mas não adiantou, quando percebi pensava no calor dele, no perfume e até mesmo no volume no meio das pernas dele. Pensar nesse ultimo me fazia rir sem perceber.

E foi assim, que acabei adormecendo: sem parar de pensar nele.


 

POV NARRADOR

Beka estava num lugar que parecia um jardim, com muitas árvores e bancos, apesar de calmo, o jardim estava todo enevoado e lembrava muito cenas de filmes de terror. Sentindo um frio na espinha, procurou por Mel, mas percebeu que estava sozinha. Sem saber como tinha ido parar ali, se sentou num banco com medo. De repente começou a ouvir barulho de algo se aproximando e ficou toda apreensiva e preparada para fugir dali. Apertou os olhos para tentar enxergar em meio a névoa quem ou o que se aproximava.

Uma luz muito forte e brilhante cegou seus olhos e Beka os protegeu com as mãos. Mas quando ouviu uma voz conhecida começou a sorrir.

ㅡ Rebeca, minha menina, que saudades de você. ㅡ Disse a luz.

Beka simplesmente perdeu a fala e chorou copiosamente,  piorando assim, sua visibilidade. A luz a abraçou forte, e tentou acalmá-la. ㅡ Calma, meu amor, respira fundo, olha pro papai.

Beka fez o que foi pedido e foi se acalmando devagar. Limpou os olhos com as costas da mão tentando olhar para John. Sua visão foi melhorando gradativamente e aos poucos conseguiu ver com clareza a figura de seu pai, exatamente como ele era há sete anos.

ㅡ Papai... ㅡ Beka abriu um sorriso e seus olhos voltaram a derramar grossas lágrimas. ㅡ Que saudades de você. ㅡ Disse com a voz embargada e abraçou seu pai. Era estranho, o corpo dele estava bem quente e Beka se lembrava perfeitamente que ele já havia falecido.

ㅡ Minha ruivinha, sabia que papai sente muito orgulho de você? ㅡ John afagou os cabelos dela com carinho.

ㅡ Sinto tanto a sua falta, papai. ㅡ Fechou os olhos eternizando esse momento, não queria mais que ele se acabasse.  ㅡ A mãe está estranha desde que você partiu.

ㅡ Eu sei meu amor, já tentei ajudá-la, mas ela não aceita ajuda, ela prefere sofrer.

ㅡ Porque você se foi? Eu não queria te perder.

ㅡ Tem coisas que a gente não explica, pequena, só acontecem. Eu já tinha feito meu trabalho e vocês precisavam viver essa jornada sem mim.

ㅡ Ricardo não aceita até hoje. Ele sofreu muito, a mãe e eu. Sofremos tanto. Eu não queria que nada disso tivesse acontecido.

ㅡ Olha pra mim. ㅡ John a fez olhar para ele ㅡ Não podemos fazer escolhas com relação a morte, ela simplesmente chega e devemos aceitar. Eu jamais queria te deixar lá sozinha, mas eu não tinha o que fazer, não havia escolhas, tudo tinha que acontecer. Mas estou muito orgulhoso de ver que você não esqueceu meus conselhos e ensinamentos e que apesar de tanta dificuldade você ainda consegue cuidar de todos.

Beka sorriu, olhando seu pai, ele tinha traços tão bondosos, que era capaz de passar paz para todo mundo que o olhasse. Suavemente passou a mão pelo rosto dele, sentindo a pele tão macia e quente. John sorria e a olhava, ficando ambos em silêncio por alguns minutos.

ㅡ Quero que continue sendo essa garotinha forte e fazendo seu pai feliz. ㅡ John pegou a mão de Beka e a apertou com carinho.

ㅡ Eu farei de tudo para continuar assim. ㅡ Beka sorriu sem tirar os olhos dos dele, que assim como o seu, também eram verdes. ㅡ Te amo, papai.

ㅡ Quando as coisas ficarem difíceis, lembre-se que eu te amo. Não esqueça que eu te amo.

Ao dizer essas palavras, um vento muito forte os atingiu, fazendo com que John fosse ficando transparente. Beka se desesperou e segurou a mão dele mais forte.

ㅡ Papai, não vá, fica comigo.

ㅡ Beka, não esqueça que eu te amo.

ㅡ Não, pai... fica... ㅡ a voz estava embargada e agora só conseguia ver os olhos dele em meio a névoa e a ventania.

ㅡ Também te amo!!! ㅡ disse antes que suas mãos se soltaram e John despareceu.

A ventania passou e Beka chorou, ainda sentindo o calor da mão de seu pai na sua.

Começou a ouvir a voz de Mel e abriu os olhos. Mel estava ajoelhada na cama e a chacoalhava pelo ombro.

ㅡ Beka, é só um pesadelo, amor. Acorda...

ㅡ Foi tão real, Mel... ㅡ Beka riu e chorou ao mesmo tempo. ㅡ Ainda sinto o calor do corpo dele...

ㅡ Respira, já passou, não chora, amor… ㅡ Mel passou a mão na testa de Beka, retirando os cabelos ruivos, afim de limpar o suor.

Beka se sentou na cama e abraçou Mel bem forte, voltando a chorar, a saudade que sentia de seu pai era imensa, queria voltar a dormir só para sonhar com ele outra vez.

ㅡ Eu sonhei com ele, Mel, meu pai. Ele estava tão lindo, não queria que ele fosse embora.

ㅡ Com seu pai? E eu te acordei, me desculpa, eu não sabia, achei que fosse um pesadelo.

ㅡ Quando você me acordou ele já tinha desaparecido, é estranho… ㅡ Beka soltou Mel, e olhou para as mãos. ㅡ Ainda sinto o calor dele, ele estava muito quente. ㅡ Beka sorriu e passou a mão no rosto.

ㅡ Ufa! Nunca iria me perdoar por isso. ㅡ Mel sorriu e tocou a coxa de Beka, apertando num gesto de carinho. ㅡ Me conta como foi o sonho.

Beka sorriu e contou o sonho nos mínimos detalhes, era tão bom conseguir se lembrar tudo, não iria querer esquecer esse sonho nunca mais.

ㅡ Que sonho lindo, seu pai era um homem incrível. ㅡ Mel disse se levantando, para pegar um pijama, estava sentindo frio.

ㅡ Ele era perfeito, você iria amar tê-lo conhecido. ㅡ Beka sorria, olhando o que Mel estava fazendo.

ㅡ Você descreve ele com tanto amor, que não tenho dúvidas disso. ㅡ Mel fechou o guarda roupa e voltou para a cama com dois pijamas de inverno. ㅡ Está frio, vamos vestir pijamas, ainda são 5:30, e é domingo. ㅡ Disse e riu ao terminar, já vestindo a blusa.

Beka concordou e vestiu o pijama, voltando a se deitar. Mel se deitou também e abraçou a ruiva, dando um selinho. Beka sorriu e ficou massageando os cabelos de Mel, pensando na frase que seu pai lhe disse:

“Quando as coisas ficarem difíceis, lembre-se que eu te amo.”

Porque ele disse isso? Ficou olhando para a porta da varanda, que era de vidro,  e observou a chuva caindo, procurando por respostas.

 


Notas Finais


Muito, muito obrigada leitoras novas, leitoras fantasmas e assumidas, obrigada também para as meninas que sempre comentam :')
Amo muito tudo isso <333


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