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História Só vejo você - Conhecendo o ciúmes


Escrita por: MikaWerneck

Capítulo 5 - Conhecendo o ciúmes


Duda, Mel e Beka voltavam para casa no banco traseiro do carro de Bia. Lisa dormia profundamente no colo de Beka, abraçando o ursinho que ganhou.

Mel estava achando aquela cena muito fofa, não resistindo, afagou os cabelos loirinhos de Lisa com carinho e disse: ― Que linda ela é. Tão calminha.

― Ela tem a quem puxar ― Beka disse convencida pra descontrair porque estava gostando de ver Mel sendo fofa com Lisa. Precisava se controlar mais uma vez, pois a vontade de agarrar ela ali mesmo era grande.

― Você é convencida demais, sabia? ― Mel olhou para Beka e fez uma careta, mas Beka realmente tinha razão, pois era linda.

Beka riu da careta de Mel e desviou o olhar. Sua atenção ficou voltada para o urso que ela também estava levando embora, muito curiosa não resistiu e voltou a olhar Mel que estava olhando para a frente agora.

― Mel, e esse urso aí?

Mel piscou algumas vezes e se virou para Beka.

― O urso? ― Viu Beka concordando com a cabeça ― A Bia que me deu.

― Porque nós não ganhamos um também? ― Duda que estava quieta até o momento, entrou na conversa.

― Ela me deu porque ajudei ela a escolher um ursinho para a Lisa. Foi em agradecimento.

― Hum… E está escrito eu te adoro… ― Beka notou a frase sentindo um incomodo.

― Sim, ele é bem fofo ― Mel começou a ficar nervosa com as perguntas e resolveu não encarar elas mais, pelo menos não com esse assunto, ou elas podiam notar que teve mais alguma coisa.

― Eu queria ter ganho um também… ― Duda choramingou.

Beka não disse mais nada, se virou e ficou olhando apenas pela janela. Mel percebeu que ela ficou quieta e queria perguntar o porque, mas não conseguia. Logo o carro parou em frente a casa de Beka e ela desceu. Se despediu das meninas e entrou em sua casa.

Agora estavam apenas Mel e Duda no carro, Duda ainda estava triste com alguma coisa. Mel não gostava de vê-la assim, queria resolver seu problema e decidiu perguntar o que estava acontecendo. Passou o braço em volta do pescoço de Duda e disse com meiguice:

― Porque você está assim, Duda?

Duda olhou surpresa para ela, então alguém notou que estava chateada, isso era muito raro. Sentindo vontade de chorar, deitou a cabeça no ombro de Mel e disse baixinho: ― Ah, Mel… só estou triste, só isso.

― Não me engana, mocinha, sei que tem algo te deixando assim, pode contar comigo se quiser.

Duda sorriu e levantando a cabeça, olhou para Mel: ― Vem comigo até em casa que eu te conto. ― Ao terminar de falar, Duda  apontou para o motorista.

Entendendo o recado, Mel deu uma piscadinha para Duda e sorriu em seguida. As duas ficaram quietas depois disso e logo o motorista parou em frente a casa de Duda. Ambas saíram do carro e entraram na casa.

Duda também vinha de uma família rica e sua casa era bem grande. Todos os cômodos eram espaçosos e decorados em estilo clássico. Duda também era filha única, sua mãe só conseguiu engravidar aos 40 anos de idade, após um longo tratamento de fertilização, sendo entre todas, a mãe mais velha das 4 amigas. Notava-se de longe que dona Glória (mãe de Duda) amava sua filha, dando a ela tudo o que ela queria, mas Duda parecia não gostar muito de tanto amor.

James, seu pai, era ainda mais velho que a mãe, com os seus 63 anos de idade. Já era aposentado e fazia praticamente nada o dia inteiro. Seus avós paternos, já muito idosos também moravam com eles, tendo para cada um, um enfermeiro 24 horas.

Duda levou Mel até seu quarto e fechando a porta se jogou em sua cama, e ficou olhando para o nada.

Mel se sentou numa poltrona rosa que ficava ao lado da cama, olhando pra amiga que parecia estar perdida.

― O que está havendo com você, Duda?

Duda olhou para ela, como se tivesse esquecido que Mel estava ali e então disse: ― Todo mundo fica querendo regular o que eu como, estou farta disso.

― Todo mundo? Que todo mundo, Duda?

― Como se já não bastasse meus pais e meus avós me enchendo o saco todo dia, até a Bia tá querendo me regular agora.

― Todo dia eles falam a mesma coisa?

― Sim, nunca posso repetir a refeição na frente deles que eles falam coisas, é muito chato isso. ― Duda se sentou na cama triste.

― E a Bia disse o que pra você?

― Ela disse que to ficando feia, que ninguém vai querer me namorar se eu não tomar cuidado, e não queria me dar os bacons no almoço, porque tem muito colesterol.

― Ela disse isso? ― Mel ficou chocada com essa informação.

― Ela me disse, Mel, quando você estava no banheiro. A Beka também ouviu. Você acha que eu já não sei tudo isso? Eu sei que sou feia, que sou gorda, que nunca vou ter namorados. ― Duda deixou as lágrimas rolarem em sua face enquanto falava, não aguentando mais segurar. ― Porque todo mundo fica enchendo o saco, Mel? A única coisa que me deixa ser feliz por um tempinho é comer.

Mel sentiu vontade de chorar junto com ela, mas tentou ser forte. Sentou-se ao lado de Duda e a abraçou com carinho.

― Eu não te acho feia, Duda, você é linda.

Duda sorriu, mas não disse nada, talvez Mel achasse ela feia também e só estava dizendo isso porque queria confortá-la.

― Acho que as pessoas só querem te ver bem, Duda. Todo mundo te ama, eles querem o melhor pra você.

― Acho que todo mundo só quer me esculachar, isso sim, Mel.

― Bom, pelo menos eu, te garanto que não quero te esculachar, muito pelo contrário. Eu quero o melhor pra você, Duda.

Duda sorriu em meio as lágrimas e abraçou Mel fortemente.

― Obrigada, Mel. Você é um anjo, sabia?

― Eu??? ― Mel sorriu e balançou a cabeça que não ― Sou nada, Duda.

― Acho que de todas nós, você é a mais amiga. Sabe confortar as pessoas e sempre sabe o que dizer.

― Sério, Duda? Nunca notei isso, sempre me achei tão bobona. ― Mel disse tímida.

― Sim, Mel. Você sabe o que faz. ― Duda sorriu.

― Então talvez eu me dê bem em psicologia.

― Eu acho que vai se dar super bem, essa sempre foi a sua praia.

Mel sorriu e sentiu seu celular vibrando, pegou-o e viu que era sua mãe. Atendeu em seguida e após uma breve conversa, desligou. Olhou para Duda e disse: ― Minha mãe, ela disse que tá aqui por perto e vai vir me buscar.

― Que bom, meu motorista está mesmo de férias ― Duda riu alto, pois não tinha motorista nenhum.

Mel riu também e pegou o urso que tinha ganho de Bia,  entregou-o a Duda.

― Pra você, Duda!

― Não posso aceitar, Mel, é seu, a Bia te deu! ― Duda disse colocando o urso na perna de Mel novamente.

― Agora ele é meu e eu quero te dar, não quero mais ver esse rosto lindo triste. ― Mel passou a mão no rosto de Duda que era lindo mesmo, Duda precisava apenas se amar e se cuidar mais.

Duda sorriu pegando o urso de volta ― Então eu fico com ele, muito obrigada, Mel.

― Não tem de que, Duda, foi de coração.

Duda sorriu e abraçou o urso de pelúcia olhando para Mel.

― Que pena que não iremos mais estudar juntas, gostava do nosso quarteto.

― É uma pena mesmo, era tão bom. Mas vamos conhecer pessoas novas agora, que com certeza serão legais também.

― É o que espero, Mel. Tenho medo de ser chato.

― Para com isso, Duda, vai ser legal sim, você vai ver. Faculdade é diferente de colégio, a gente fica mais livre.

― Será? ― Duda ficou pensativa.

― Vai sim, e vai ter muitos gatinhos lá.

― Dessa parte eu gostei ― Duda, toda sonhadora, logo se imaginou sentada rodeada de homens lindos bajulando-a.

Mel riu do semblante de Duda e sentiu seu celular vibrar novamente, olhou e era uma mensagem de sua mãe: “Já estou aqui fora te esperando, filha. Beijos, te amo!”

― Minha mãe já chegou, Duda. ― Disse guardando o celular outra vez.

― Tudo bem. Eu te acompanho até a porta então. ― Duda se levantou da cama e levou Mel até a saída.

― Muito obrigada pelas palavras, Mel. ― Disse ao chegar na porta que dava para a rua e abraçou Mel.
― Não precisa agradecer, Duda. E não se esqueça, você é linda! ― Mel, beijou-lhe a face, se despediu e foi até a rua. Viu o carro de sua mãe parado em frente a outra casa e riu indo até lá. Abriu a porta do automóvel e entrando no mesmo, sentou-se fechando a porta.

― Ué, de onde você saiu, Mel? ― Perguntou Nicole e beijou lhe o rosto.

― A senhora errou de casa, mãe. ― Mel riu beijando-lhe o rosto também, num gesto de carinho. ― A casa da Duda é aquela, número 23.

― Nunca lembro, quem manda ter mais de uma amiga? ― Nicole riu e ligou o carro.

― É bom ter muitas, mãe. ― Disse ligando o rádio do carro e tombou a cabeça olhando pela janela do carro. Estava cansada e quando chegasse em casa com certeza iria dormir logo. E como será que estava a Beka? Não sabia porque pensou nela, isso estava acontecendo direto. Porque ela ficou quieta com o urso que a Bia lhe deu? E porque conseguiu chegar perto de Bia normalmente após o beijo e nada aconteceu, conseguiu encarar ela tranquilamente sem seu coração disparar. Porque mal podia chegar perto de Beka que seu corpo reagia estranhamente? Qual era a diferença entre as duas? Talvez essas perguntas nunca seriam respondidas.

Mel se virou, olhando para sua mãe que dirigia tranquilamente cantarolando a música do rádio. Sorriu imaginando que talvez ela nunca tivesse feito essas perguntas quando tinha a sua idade.

 

POV  Rebeca:

Coloquei Lisa no berço com cuidado e a cobri. Não tinha ninguém em casa, Ricardo e minha mãe estavam na rua, deixando a casa toda de pernas para o ar. Comecei ajeitando a sala e quando estava com um visual melhor, fui para a cozinha. Lavei a louça toda sem reclamar, afinal, já estava acostumada com isso, fazia todo o dia. Quando terminei de limpar toda a cozinha me sentia exausta. Fui tomar um banho, liguei o chuveiro e entrei embaixo, a água estava em sua temperatura ideal, fechei meus olhos enquanto a água caia em meus cabelos e aquela vontade de chorar me invadiu. Não sabia porque queria chorar, apenas deixei então as lágrimas rolarem, me sentando no chão e chorei como um bebê. Desde que vi aquele urso com a Mel fiquei assim, que motivos teria a Bia para dar um urso a ela escrito te adoro? A Bia voltou muito feliz quando veio se despedir de nós, o que será que tinha acontecido quando elas foram juntas pegar o urso? Será que elas estavam se… não, não pode ser isso, eu não iria suportar ver as duas juntas.

Comecei a imaginar as duas juntas e uma sensação estranha atingiu meu estômago, eu sentia um peso, como se tivesse um elefante sentado em minha barriga. A vontade de chorar só aumentou, comecei a sentir náuseas e me levantei, desliguei o chuveiro, me enrolando na toalha, saí do box e enrolei meu cabelo com outra toalha. Coloquei um pijama e senti vontade de vomitar, corri até o vaso e vomitei. Eu não estava nada bem, lavei meu rosto na pia do banheiro e escovei meus dentes e fui para o quarto e com a graça de Deus, Lisa ainda dormia e pude então cair na cama. Fechei meus olhos, ainda sentindo aquele peso na barriga, tentei pensar em outra coisa, mas a imagem de Bia e Mel se beijando ainda insistia em me fazer mal. Rolei na cama várias vezes sem conseguir dormir, até que ouvi que chegou uma mensagem em meu celular, estiquei meu braço tentando alcançar ele sem olhar para o criado mudo. Quando consegui, peguei meu celular e ao ligar ele, a luz forte me deu uma dor de cabeça muito forte, mas continuei olhando o celular e a mensagem era de Mel. Sorri ao ler o nome dela e abri a mensagem que não dizia muita coisa, apenas um boa noite, mas fez eu me sentir melhor. Decidi que não ia mais pensar naquelas besteiras e fiquei relendo o boa noite muitas vezes até adormecer com o celular nas mãos.


Notas Finais


Até o próximo capítulo. Um beijo especial à todas!


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