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História Só vejo você - Obsessão


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Olá meninas <3
Consegui ser mais rápida essa semana #todasgritam
Espero que gostem do capítulo. Boa leitura, beijos!

Capítulo 55 - Obsessão


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Obsessão

POV BIANCA

O céu estava bem azul e o sol brilhava forte no horizonte, mas não impedia em nada o ar gélido do inverno que estava apenas começando. Eu buscava naquela manhã, ali deitada na espreguiçadeira ao redor da piscina, um pouco de calor, mas os raios de sol já não esquentavam nesta estação do ano. Os noticiários na televisão diziam que durante a noite o tempo iria mudar, iria cair neve e que a temperatura iria ficar ainda mais baixa.

O advogado do meu pai conseguiu consertar a besteira que a Rafa fez e finalmente meus pais estava em paz novamente. Eles já tinham ido viajar umas três vezes, mas por incrível que pareça, eles estavam voltado para casa após alguns dias fora. Eu estava amando isso, era bom demais poder abraçá-los e conversar com eles depois de um dia cansativo na universidade, ter o amor e o carinho dos pais era uma das melhores coisas na vida. Graças a eles, quando eles estavam presentes, eu passava todo o meu tempo ao lado deles e não pensava tanto na Rafa. Mas por outro lado quando eles não estavam em casa, Rafa aparecia do nada em meus pensamentos, me deixando distraída. Eu pensava no que ela estaria fazendo, com quem ela devia estar, se ela tinha conseguido superar a minha ausência e se ela ainda sentia o mesmo vazio que eu sentia toda dia ao pensar nela.

Vi umas três ligações perdidas dela, que por sorte não ouvi, pois eu estava com meus pais quando ela me ligou, senão eu teria atendido com certeza e provavelmente eu teria uma recaída. Mas eu ainda estava muito chateada com o que ela fez, ela poderia ter conversado comigo, até ter me dado uns tapas na cara por ter acabado com a vida dela na infância, mas não, ela preferiu ficar em silêncio, feito eu me apegar à ela, até mesmo se apaixonar por mim (como ela mesma disse), para me dar um golpe mortal. Não, isso não se faz, porque tentando acabar com a minha fortuna ela não estava apenas atingindo a mim, ela também estava atingido meus pais e todos os funcionários que trabalham para ele, visto que sem condições de manter os negócios, meu pai teria que demitir a todos que trabalhavam para ele, não só na minha casa, mas por todos Estados Unidos. Rafa tinha tido uma atitude muito infantil e eu não admitia isso, apesar de ser um ano mais velha que eu, ela era uma completa criança, e isso me irritava demais. Toda vez que eu pensava nas atitudes infantis dela, sentia muita raiva e queria com todas as minhas forças esquecê-la para sempre.

Mas eu não conseguia mais ficar sozinha, tinha me acostumado a tê-la por perto, tinha me acostumado com o jeito dela e amava a maneira como ela me dava prazer. Eu precisava estar com alguém, conversar com alguém diferente, até mesmo discutir por coisas bobas, mas eu não gostava das pessoas com quem eu vinha me relacionando, todas eram muito sem graça. Escolhi a universidade onde eu estudava para procurar pessoas interessantes e tantos os garotos quanto as garotas eram muito chatos. Sempre tinha algo neles que eu odiava, quando sabiam conversar eram péssimos na cama e vice versa. Eu já estava ficando até desanimada de encontrar alguém legal, talvez eu devesse ficar só, era bem melhor do que gostar de alguém e ficar decepcionada no futuro.

ㅡ Rafa, sua idiota! Se não fosse tão criança, nosso inverno seria muito quente. ㅡ Joguei essas palavras ao vento e fechei meus olhos.

Ela devia ter feito algum trabalho comigo, porque sempre no final, mesmo eu tentando esquecê-la, ela aparecia em meus pensamentos e me fazia lembrar o quanto eu curtia estar com ela. Mas eu iria esquecê-la, estar apaixonada era furada.
 

POV RAFAELA

Algumas semanas se passaram desde a última vez que vi Bianca, eu não sabia direito quanto tempo fazia, pois me perdi no tempo. Poucas vezes fui para a faculdade, poucas vezes saí do meu apartamento, eu havia entrado numa espécie de depressão onde eu já não ligava pra mais nada. Não comia direito, não conversava com mais ninguém, nem mesmo trocar o curativo do corte em minha testa eu trocava, até porque, toda vez que tentei fazer isso, quase chorei de tanta dor.

Meu primo andava muito preocupado comigo, começou a vir me ver de dois em dias e acabava trocando meu curativo, também me trazia coisas para comer, como se eu estivesse com fome e dizia que iria ligar para os meus pais virem me buscar. Isso me fazia rir, já que meus pais nunca se importaram com o que acontecia comigo, eu simplesmente não existia para eles, aliás, eu não existia para ninguém. Bianca não me procurou mais e nos momentos de insanidade que acabei ligando para ela, ela simplesmente não atendeu a ligação. Isso me deixava muito mal, era como levar uma facada no coração e a dor que eu sentia no peito me fazia perder totalmente a vontade de viver.

Toda vez que eu pensava nela, a vontade chorar me dominava. Eu já estava tão depressiva que não sentia mais vergonha de chorar como acontecia antigamente. Eu estava num estado deplorável e não havia nada que eu pudesse fazer para mudar as coisas. Eu errei e agora teria que sofrer amargamente pela minha infantilidade.

As lágrimas rolavam grossas pela minha face, embaçando minha visão, me proibindo de ver mais um dos desenhos que eu fazia da loira. Era neles que eu mergulhava todos os dias. Eles me faziam voltar em minhas lembranças de todos os momentos que vivemos, era neles que eu encontrava um motivo para viver, pelo menos, por algumas horas.

A cada novo traço, era como se minhas mãos realmente deslizassem por seu corpo, eu podia sentir a maciez e o calor da pele, o perfume importado que ela sempre usava, ver brilho do seu olhar… Bianca, sempre mexendo com a minha vida, eu achava que era ódio, mas pelo jeito eu não me conhecia bem, sempre foi amor. Eu amei Bianca desde a primeira vez que a vi, lá no primário. Não era ódio, era uma espécie infantil de amor, de admiração, de vontade de ser popular como ela, de ser sua amiga. Eu vivi toda a minha vida odiando alguém, criando um desejo de vingança, mas quando eu voltei para colocar a vingança em prática, foi que entendi que tudo não passava de uma besteira, pois estando perto dela, vendo quem ela realmente era, sendo sua ficante fixa, eu estava conseguindo tudo o que não consegui quando criança. Minha vida toda não passava de uma perda de tempo, que só fez sentido quando eu conheci Bianca e agora, graças a minha criancice de querer vingança, eis que perdi o motivo de viver.

O que eu iria fazer agora? Parece que mais nada era interessante, eu só conseguia pensar na Bianca, eu estava me tornando uma louca obsessiva, ou eu sempre fui assim e não percebia.

Limpei meus olhos e olhei para o desenho, estava uma droga. Arranquei aquela folha e coloquei uma em branco no suporte, molhei o pincel na tinta, fiz os primeiros traços do rosto e tive a ideia de me desenhar com ela, eu nunca tinha feito isso e agora isso parecia perfeito. Se eu não podia estar com ela pessoalmente, pelo menos, naquela tela e na minha imaginação estaríamos juntas.

E, então, a magia aconteceu e depois de muitos dias, consegui sorrir e transformar em imagem meus verdadeiros sentimentos com Bianca: o  AMOR.

 

POV NARRADOR

Após mais um dia muito cansativo no trabalho, Rebeca finalmente saiu do supermercado para ir para a casa. Chegar em casa depois de um dia longo era a melhor parte dele, nunca pensou que deixar um estoque de supermercado em ordem pudesse cansar tanto, mas não gostava de reclamar, afinal, era disso que ela estava conseguindo dinheiro para viver. Sorriu, mas logo lembrou que tinha muita coisa para fazer em sua casa e acabou desfazendo o sorriso.

ㅡ Rebeca.

Parou de andar ao sentir que seguraram em seu braço e só não se assustou porque reconheceu a voz de Ricardo. Se virou e pode confirmar, era mesmo seu irmão.

ㅡ Até que enfim, achei que iria trabalhar a noite toda. ㅡ Falou e deu um sorriso, mas Beka não sorriu, continuou séria, pois lembrava claramente que ele tinha envenenado sua mãe para expulsá-la de casa.

ㅡ O que quer? ㅡ Puxou o braço que ele segurava.

ㅡ Poxa, será que dá pra ser legal com seu irmãozinho?

ㅡ Você por acaso se esqueceu que se eu estou na rua hoje é por sua culpa?

ㅡ Qual é? Porque não esquece isso, Beka?

ㅡ Eu nunca vou esquecer, Ricardo, vá embora daqui. ㅡ Disse e se virou dando um passo, mas Ricardo a segurou novamente.

ㅡ Já vi que não dá pra conversar com você.

ㅡ Nossa, ficou muito esperto de repente. ㅡ Beka revirou os olhos e voltou a encará-lo ㅡ Diga logo o que quer?

ㅡ Preciso de dinheiro, as bugigangas que tinha no seu quarto não valiam nada.

Beka o olhou tentando acreditar se isso era mesmo realmente verdade. Ricardo, um verdadeiro idiota, o culpado por ter sido expulsa de sua própria casa, agora estava te pedindo dinheiro, ah não, isso era demais.

ㅡ E porque motivo você acha que eu irei te dar dinheiro, depois de tudo o que você fez?

ㅡ Porque sou seu irmão, e é isso o que os irmão fazem… ㅡ Ricardo deu um sorriso amarelo.

ㅡ Pois devia ter se lembrado disso quando foi chamar a Victória para me expulsar de casa.

ㅡ Ué, uma hora ela iria descobrir, como eu poderia imaginar que ela iria te bater e jogar pra fora?

ㅡ Você conhece muito bem a sua mãe, não pense que sou uma idiota, você fez tudo de caso pensado.

ㅡ Não é disso que estamos falando, quero dinheiro agora.

ㅡ Não vou te dar nenhum centavo, vá trabalhar se quer comprar suas drogas.

ㅡ Escuta aqui, Rebeca, você vai me dar esse dinheiro agora ou… ㅡ Ricardo segurou o braço de Beka novamente o apertando.

ㅡ Ou o que? ㅡ Beka o encarou, a vontade de dar um soco nele ia aumentando cada vez mais. ㅡ Não tenho medo de você.

ㅡ Não? E o que acha se eu for fazer uma visita lá pra sua namoradinha, hein?

ㅡ O que? ㅡ Se fosse possível soltar fogo pelos olhos, ela o soltaria, pois com Mel ele não iria se meter.

ㅡ Ela tem uma casa bem legal, deve ter muitas coisas valiosas lá dentro.

ㅡ Você não se atreva a roubar nada da casa da Mel, ou eu mesma irei chamar a polícia para te prender.

ㅡ HA HA HA, tão linda você protegendo a namoradinha, Mel o nome dela não é?

ㅡ Cala a boca, seu idiota. Você não sabe onde está se metendo.

ㅡ Veremos se eu não sei… ㅡ Ele sorriu novamente e olhou para rua ㅡ Olha, ela tem um carro bem legal…

Beka seguiu a direção de onde os olhos dele fitavam e viu Mel dentro do carro, buzinando e acenando para ela.

ㅡ Se você ousar a fazer algo com ela ou com a família dela, eu vou esquecer que você é meu irmão.

ㅡ Fiquei até com medo agora, irmãzinha. ㅡ Falou com deboche ㅡ Vamos fazer o seguinte, amanhã você me dá metade do seu salário e eu deixo a sua namorada em paz.

ㅡ Não vou te dar dinheiro nenhum, e nem apareça por aqui. ㅡ Disse tentando manter a calma e se virou, indo até onde Mel estava.

ㅡ Você vai se arrepender por isso, Rebeca! ㅡ Ricardo gritou.

Beka balançou os ombros, como quem diz que não está nem aí e continuou andando. Ao chegar no carro de Mel, entrou e deu um beijo nela. Procurou Ricardo, mas ele já tinha desaparecido.

ㅡ Era seu irmão, aquele? ㅡ Mel perguntou e deu outro beijo em Beka.

ㅡ Era, um idiota. ㅡ Disse estressada e levou as mãos aos cabelos, os levantando.

ㅡ O que ele te fez? ㅡ Notando que Beka não estava bem, tocou na mão dela com carinho.

ㅡ Ele estava me ameaçando, queria dinheiro para comprar drogas e eu disse que não vou dar.

ㅡ Seu irmão deve estar ficando louco, ele praticamente estraga sua vida e agora quer ajuda.

ㅡ Foi o que eu disse para ele, e deixei bem claro que não irei dar nada para ele.

ㅡ Espero que ele tenha entendido. ㅡ Mel deu um sorriso e abraçou Beka demoradamente ㅡ Quer ir jantar lá em casa hoje? Mamãe que te convidou.

ㅡ Como irei recusar um convite da Doutora Nicole? ㅡ Beka sorriu.

ㅡ Mamãe vai ficar muito feliz.

ㅡ Só me deixa lá em casa antes, não posso chegar toda suja na sua casa.

ㅡ Boba, nem está suja. ㅡ Mel apertou as bochechas da ruiva e a beijou outra vez.

Beka sorria agora, estar com Mel lhe trazia paz. Todo o estresse que Ricardo descarregou sobre ela, se dissipou completamente quando Mel a abraçou. Mas apesar de estar tranquila agora, estava com medo que Ricardo pudesse roubar a casa de Mel. Como ela disse, ele era mesmo um louco e era capaz de fazer qualquer coisa para conseguir dinheiro. Decidiu que contaria o que houve para os pais de Mel no jantar, assim eles ficariam atentos, podendo evitar qualquer coisa que viesse a acontecer.

Olhando para a rua enquanto Mel dirigia, sua cabeça estava a mil. Tudo o que ela não precisava agora era de Ricardo tentando estragar outra vez sua vida. Será que nunca teria paz sendo irmã de Ricardo? Talvez ser feliz não estava nos planos que o destino tinha pra si. Mas iria fazer de tudo para contrariar o destino. Iria proteger Mel e seus pais com unhas e dentes, nem que para isso tivesse que morrer.



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