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História Só vejo você - Choque


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Olá o/
Não, isso não é uma miragem, tem capítulo novo sim e por motivos de força maior, não consegui terminá-lo antes.
Desculpa pela demora e gostaria de agradecer a vocês por não desistirem da fic e tbm aos novos leitores, obrigada ♥
Boa leitura!

P.S.: Capítulo dedicado à leitora @Libertaa, que disse que iria me perturbar todos os dias, mas nem o fez u.u'

Capítulo 58 - Choque


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Choque

POV REBECA

...

ㅡ Mas o que aconteceu? ㅡ Perguntei sentindo o medo e desespero tomar conta.

ㅡ Seu irmão foi preso em hoje e como ele tem o direito de ter um advogado, vim te procurar. Preciso que me acompanhe até a delegacia para que eu possa te contar os detalhes de como tudo aconteceu e como poderá proceder, moça.

Ouvi tudo com o coração apertado. Olhei para o gerente e ele balançou a cabeça concordando com a minha saída, então acompanhei o policial. Tudo isso não podia ser verdade, o que Ricardo estava fazendo com a vida dele? E porque ele veio me procurar se a minha mãe sempre o defendia? Ele devia ter ido atrás dela e não de mim.

O homem sério dirigia calado e não deu nenhum pio enquanto íamos até lá, eu estava com uma sensação estranha, mas agora o medo tinha passado. Se Ricardo tivesse me ouvido, não estaria passando por isso agora, mas ele era um rebelde que nunca me ouvia. Ainda bem que meu pai não estava aqui para ver toda essa decepção.

Como o policial dirigia em alta velocidade, em poucos minutos atravessamos a cidade e chegamos na delegacia. Assim que entrei, senti que o local tinha um clima pesado, era muito pior que entrar num hospital. As pessoas eram sérias, algumas passavam algemadas, acompanhadas por policiais, alguns pais estavam nervosos na recepção e outras, como eu, estavam assustadas. Podíamos ouvir gritos e blasfêmias o tempo todo, mas não ficamos ali, o policial me levou para uma sala e após pedir para eu me sentar, fechou a porta e se sentou em minha frente.

ㅡ Moça, seu irmão entrou em uma tremenda enrascada. Minha equipe foi chamada hoje por voltas das três da tarde para impedir a ação de três jovens que estavam assaltando uma loja de luxo no centro. Todos os três portavam armas e assim que perceberam nossa presença tentaram fugir, atirando contra nós. Nesse ato conseguimos prender dois, mas seu irmão conseguiu fugir. O que ele não sabia era que havia uma patrulha a espreita já esperando pela fuga e os seguiram até a uma casa. Eles invadiram o local e conseguiram prendê-lo no exato momento em que ele estava colocando várias drogas numa bolsa. Meu pessoal já estava investigando os traficantes daquele bairro há vários meses e, com esse ato do seu irmão, descobrimos que ele era o traficante chefe do bairro. Após prendê-lo, voltamos até a casa com um mandato de busca e apreensão, onde encontramos vários objetos roubados e muito dinheiro. Suspeitamos que os dois adultos que moram com ele também estejam envolvidos no tráfico, pois seria impossível eles não verem um cômodo da casa cheio de objetos ilícitos e continuarem lá, como se nada estivesse acontecendo. Prendemos todos os moradores para que possamos interrogá-los.

Eu ouvia tudo perplexa, Ricardo não estava só acabando com a vida dele, como de nós todos. Ele era muito irresponsável e agora até a nossa mãe estava presa. Está certo que ela era uma chata, mas ela não deveria estar envolvida nisso tudo, ela sequer entrava no quarto de Ricardo.

ㅡ Eu acho que minha mãe não tem nada a ver com isso tudo senhor, ela sempre foi muito desligada.

ㅡ Não podemos descartar nenhuma suspeita, moça, eles serão interrogados, é quase impossível não perceber o que estava acontecendo ali. Enfim, eu te chamei aqui porque, como eu já disse, tanto seus pais, quanto o traficante tem direito a um advogado e se você não tiver condições de contratar um, iremos chamar um advogado público.

Mas o que ele estava falando, aquele namorado esquisito da minha mãe não era meu pai e nunca seria, muito menos iria contratar um advogado para defendê-lo.

ㅡ Não, aquele homem que estava com a minha mãe não é o meu pai, senhor, é o namorado dela, mal o conheço.

ㅡ Entendi, então o namorado da sua mãe não é de sua responsabilidade. Seu irmão e sua mãe tem direito de conversar com você, se você quiser.

ㅡ Eu não sei se quero vê-los, não tínhamos uma relação muito boa.

ㅡ Sua mãe ainda será interrogada e se ela não tiver mesmo nada a ver com o tráfico, poderá ser solta com o pagamento da fiança, mas seu irmão será levado em breve para uma penitenciária em outra cidade e, provavelmente, as visitas lá serão muito raras.

Talvez fosse melhor eu ver Ricardo ou poderia nunca mais vê-lo, ele não merecia compaixão, mas ele era meu irmão, tínhamos um laço, mesmo que eu não quisesse.

ㅡ Me deixe vê-lo, então, mas não quero falar com minha mãe.

O policial concordou e disse que voltaria logo. Fiquei esperando ali mesmo, já sentindo um cansaço mental. Parecia que minha vida nunca teria paz. Os minutos pareciam não passar, o homem estava demorando para voltar com Ricardo. Eu queria resolver logo as coisas e ir embora.

Após uma longa espera, o policial voltou com mais dois homens, que traziam Ricardo, algemado. Ele estava com raiva no olhar e não parecia estar arrependido. Os homens o fizeram se sentar numa cadeira com brutalidade e com um gesto do policial que parecia comandar as coisas por ali, os outros dois saíram da sala.

ㅡ Vou deixá-los a sós e nem pense em fazer gracinhas, moleque! ㅡ Disse autoritário, apontando o dedo indicador bem próximo do nariz de Ricardo.

ㅡ Que bom que veio me ajudar, maninha. ㅡ Ricardo disse assim que o policial saiu.

Revirei os olhos, sem nem saber o que dizer, ele não merecia ouvir nenhuma palavra minha. Agora ele queria a minha ajuda, mas nem se importou em me dedurar para Victoria.

ㅡ Claro, porque é só pra isso que você lembra que sou sua irmã. ㅡ Ricardo riu com deboche e comecei a me arrepender de ter aceitado falar com ele ㅡ Você sabe que vai ser transferido amanhã para uma penitenciaria e não nos veremos mais?

ㅡ E porque você acha que te chamei aqui? Preciso que pague um bom advogado para me tirar daqui.

ㅡ E porque eu faria isso? Já se esqueceu tudo o que me fez? Esqueceu que ameaçou assaltar a casa da Mel? Porque motivos eu iria te ajudar, se tudo o que você fez até hoje foi arruinar a minha vida? ㅡ Estava nervosa, e acabei jogando essas palavras contra ele mais alto do que eu gostaria. Eu estava machucada internamente e sentia meus olhos arderem, querendo despejar as lágrimas que ali brotavam.

ㅡ Olha aqui Rebeca, se você não me tirar daqui, quando eu ganhar a liberdade eu irei fazer da sua vida um inferno.

ㅡ E quem garante que se eu te ajudar você não fará isso?

ㅡ Te dou a minha palavra que te deixo em paz. Prometo que não irei mais mexer com você e com a sua namorada. Por favor, me tire daqui, eu sou seu irmão, vai me deixar apodrecendo na cadeia?

Senti vontade de rir, meu irmão era um ótimo ator. Quando ele queria algo, mudava da água para o vinho e até parecia um anjinho, sendo capaz de convencer qualquer pessoa que não o conhecesse.

ㅡ E porque será que eu não estou acreditando em suas palavras? ㅡ Me levantei e cruzei os braços, começando a andar pra lá e pra cá, sem conseguir ficar quieta.

ㅡ Eu estou falando sério, serei grato a você para sempre, Beka. Eu não posso ficar preso.

ㅡ Você consegue entender que não está só estragando a sua vida com essas idiotices, como a de todos nós? Você soube que até a Victoria está presa pelo que você fez?

ㅡ A mãe? ㅡ Ele arregalou os olhos, ficando surpreso ㅡ Porque ela está presa? Quando me prenderam ela não estava em casa.

ㅡ Rick, você é um idiota, eles voltaram mais tarde para prenderem os objetos roubados e as drogas que você escondia lá em casa e ela estava lá, com aquele namorado dela. Todo mundo foi preso e a culpa é toda sua.

ㅡ Mas o que ela tem a ver com tudo isso? Ela não sabia que eu estava guardando tudo lá.

ㅡ Então explique isso para os policiais e para os advogados, porque tudo leva a crer que ela sabia e era sua cúmplice e aquele homem também.

ㅡ Já o namorado dela me ajudava a guardar e vender as coisas.

ㅡ O que? ㅡ Agora quem estava surpresa era eu, o namorado da minha mãe era um bandido?

ㅡ Ai, Beka, você sempre achou ele estranho, porque  você acha que eu não fui até a casa da sua namorada? ㅡ Olhei para ele sem imaginar o porque e como não respondi, ele continuou ㅡ Porque o namorado da mãe disse que assaltar essa loja era muito mais vantajoso, foi ele quem armou todo o esquema, eu só chamei meus amigos, mas se eu soubesse que ia dar nisso, teria assaltado a sua mina.

Meu Deus, quanto mais eu sabia das coisas, mais eu ficava perplexa, ainda bem que eu não morava mais nessa cova de bandidos.

ㅡ Me ajuda Rebeca, só você pode me tirar daqui. ㅡ Fez uma cara de cachorro sem dono e antes que eu pudesse dizer ago o policial entrou com os dois homens e já foram o pegando Ricardo pelos ombros e o levantando.

ㅡ A visita já acabou, levem-no daqui. ㅡ Ordenou o policial, se sentando atrás da mesa.

ㅡ Beka, por favor, eu prometo… ㅡ Ricardo não conseguiu terminar, pois foi levado à cela novamente.

ㅡ Tem certeza que não que falar com sua mãe?

ㅡ Tenho, eu posso ir agora? ㅡ Perguntei, pois não havia mais motivos para eu estar ali.

ㅡ Pode. ㅡ Respondeu abrindo uma gaveta e tirou um cartão de lá, me entregando em seguida ㅡ Pegue, tem o contato de alguns advogados, pode lhe ser útil.

Peguei o cartão e o agradeci dando um meio sorriso e saí da sala, passei pelo mesmo caminho que fiz quando entrei e encontrei a saída. Passei a mão em meu rosto e respirei o ar puro e gelado. Já estava anoitecendo e como eu estava muito longe da minha casa, decidi pegar um ônibus. Parei no ponto e logo passou um ônibus e entrei. Eu não tinha dinheiro para pagar um advogado, como eu iria fazer? A única coisa que eu tinha, era o colar e a pulseira que a Bia tinha me dado, mas ela disse que eu não poderia vendê-los. Eu não iria pedir ajuda para os pais da Mel, apesar de tudo o que Ricardo me fez, sabia que eles não iriam me negar, mas eu não queria.

Fui o caminho todo pensando nisso e a única conclusão que cheguei, foi vender as joias. Mel havia me devolvido assim que fui morar com ela, disse que ela não precisava mais guardar, pois Ricardo não roubaria mais. Acabei rindo ao pensar nisso, afinal, Ricardo queria tando as joias e agora eu iria vendê-las para tirá-lo da prisão.

Quando cheguei em casa, fui até meu quarto e peguei a pequena caixa onde eu guardava o presente de Bia e abri para conferir se ainda estavam ali. Bia iria entender, apesar de ela sempre querer abrir meus olhos sobre minha família e sempre ter notado que eles só queriam se aproveitar de mim, Bia tinha um grande coração. Sorri ao pensar em Bia, fechei a caixinha e guardei-a no bolso, pois eu iria voltar para rua para procurar uma joalheria que comprasse as joias.

 

POV BIANCA

O que eu estava fazendo dentro de um taxi bem em frente ao apartamento de Rafa? Eu não sabia ao certo, apenas segui o forte desejo de vê-la e ali estava, mas agora que eu havia prestado atenção no que eu estava fazendo, tudo parecia uma grande besteira, afinal eu ainda estava muito chateada com ela.

O pior era que por mais que eu tentasse me distrair, Rafa não saía dos meus pensamentos, o seu jeito convencido de ser, o brilho do seu olhar, a maneira de sorrir, o perfume que ela tinha, tudo o que eu havia gravado em minha memória, agora estava ganhando vida, ficando cada vez mais forte. Ela havia parado de me ligar e não ver mais o nome dela na tela do meu celular, estava me fazendo ficar preocupada, pois quando ela me ligava era uma maneira de saber que ela estava viva e que ainda pensava em mim, mas agora que eu não tinha mais isso, eu sentia um vazio, imaginar que ela estava me esquecendo era ruim. Está certo que ela não iria ficar me ligando a vida toda, mas poxa, podia ter insistido um pouco mais, vai que eu caísse na tentação e atendesse…

Já fazia meia hora que eu estava ali tomando coragem para sair do taxi e ir até o apartamento dela, mas quando eu me imaginava lá em frente a porta dela, percebia que eu não saberia me explicar, nem sabia o que eu queria com ela. Eu não podia simplesmente bater na porta dela e dizer: “Oi Rafa, você não me ligou mais, só queria saber se você estava viva.”

Vi que o porteiro abriu o portão para pegar uma caixa com um homem e me lembrei que ele me adorava, se eu fosse lá falar com ele, ele poderia me dizer se a Rafa estava bem e assim ela nunca saberia que eu me preocupava com ela.

ㅡ Perfeito, Bia, vai lá. ㅡ Falei comigo mesma e o taxista se virou para trás.

ㅡ O que disse, moça?

ㅡ Eu vou até ali ㅡ Respondi rápido ㅡ O senhor pode me esperar aqui só mais alguns minutos?

ㅡ Eu espero, moça, mas o taxímetro está rodando e…

ㅡ Não se preocupe com isso, só me espera, está bem?

Como ele concordou, sorri e fiz menção de abrir a porta, mas meu sorriso se desfez ao ver Rafa passando abraçada com uma menina e eu a conhecia, é claro! Ela era a menina dos dreads que estava beijando a Rafa naquele dia, era ela mesma. Elas estavam sorrindo, abraçadas e trocando carícias. Como eu pude ser tão besta de estar ali preocupada com ela e ela toda feliz com a amiguinha. Passei a mão nos cabelos arfando, eu não tinha mais nada o que fazer ali.

ㅡ Esquece o que eu disse, me leve de volta, senhor.

Meio que sem entender nada, o taxista me levou de volta para casa e a única coisa que eu conseguia pensar agora, era que Rafa e sua amiga estavam juntas e que elas já podiam estar se pegando desde quando nós ficávamos. Todo esse tempo eu tinha sido uma otária.

Quando cheguei em casa, me joguei na cama e apertei meus olhos com as mãos, me proibindo de derrubar uma lágrima sequer, Rafa não as merecia, como também não merecia o meu perdão. Eu iria esquecê-la de uma vez, e nunca mais iria me apaixonar de novo e dessa vez eu estava muito convicta disso.

ㅡ Bia? ㅡ Mary bateu na porta e entrou no quarto. ㅡ Você está bem?

ㅡ Estou ótima! ㅡ Menti, eu estava péssima, o ciúmes era um péssimo companheiro.

ㅡ Sua amiga está lá embaixo, ela quer falar com você?

ㅡ Amiga? ㅡ Tirei a mão dos meus olhos e olhei para Mary ㅡ Que amiga?

ㅡ Aquela ruivinha, sempre esqueço o nome delas. ㅡ Mary sorria tímida por ter esquecido enquanto falava.

ㅡ A Beka, que estranho, o que ela quer? ㅡ Perguntei me levantando e sem esperar que Mary me respondesse, saí do quarto e fui até a sala de estar. Ela estava parada ao lado do sofá e apertava as mãos, parecia estar impaciente e ao me ver deu um sorriso, fiz o mesmo, porém senti um frio na barriga, Beka estava cada dia mais linda.

ㅡ Oi, Beka! ㅡ Dei um beijo em seu rosto macio sem parar de sorrir.

ㅡ Desculpa eu vir assim sem avisar, é que precisamos conversar. ㅡ Beka sorria também, mas notei um certo nervosismo em sua voz.

ㅡ Está tudo bem com você, com a Mel? ㅡ Perguntei curiosa, será que elas tinham brigado?

ㅡ Não, está tudo bem conosco, a Mel é um amor ㅡ Ela sorriu toda apaixonada e após alguns segundos ficou séria ㅡ É o meu irmão, Bia, ele foi preso hoje.

ㅡ O que? ㅡ Fiquei surpresa ㅡ Como assim? Senta aqui e me conta tudo. ㅡ Fiz ela se sentar no sofá e me sentei ao seu lado.

ㅡ Meu irmão é um idiota, ele estava assaltando um loja e quando a polícia chegou ele atirou contra os policiais, mas conseguiu fugir, aí a polícia seguiu ele e conseguiram prendê-lo. Descobriram também que ele estava vendendo drogas e que a casa da minha mãe estava cheia de objetos ilícitos e acabaram levando minha mãe presa também, porque pensam que ela é cúmplice dele.

ㅡ Meu Deus, Beka! ㅡ Eu não conseguia acreditar nas coisas que ela estava me contando ㅡ Ainda bem que você não mora mais lá ou seria presa também.

ㅡ Quando o policial foi me chamar, eu fiquei com medo do meu irmão ter contado alguma mentira e estavam me levando presa. ㅡ Ela riu e continuou ㅡ Eu vim sem avisar porque Ricardo vai ser transferido para uma penitenciaria amanhã e como todo mundo foi preso, o delegado disse que eu preciso pagar um advogado, mas eu não tenho como pagar, então eu pensei em vender isso. ㅡ Disse com um certo receio e tirou uma caixinha do bolso e ao abrir, vi o colar e a pulseira que eu havia dado para ela e para as outras meninas no último dia de aula do ensino médio. A olhei e peguei a caixinha da mão dela, Beka era tão fofa, tinha tanto amor no coração, que confesso que fiquei emotiva com esse gesto dela. Mesmo a mãe tendo a expulsado a pontapés de casa, ela ainda queria ajudá-los ㅡ Eu sei que você disse que não era para eu vender, mas no momento é tudo o que tenho de valioso, por isso vim falar contigo, achei chato vender sem o seu consentimento.

ㅡ Oh, Beka! ㅡ A abracei com carinho por alguns segundos, que para mim pareceram horas. Me afastei e passei a mão pelos cabelos macios dela. ㅡ Não precisa vender nada, foi um presente meu e ficarei honrada se puder guardá-los para sempre ㅡ Sorri e peguei a pulseira, colocando no pulso dela. ㅡ Deixa comigo, vou falar com meu pai, vou pedir para ele chamar o advogado dele, que a propósito é ótimo e tenho certeza que meu pai irá aceitar.

ㅡ Mas, Bia, eu sei que não fica barato contratar um advog…

ㅡ Xiiiiu, Beka, desde quando dinheiro foi problema para nós? Não se preocupe, você é minha amiga, eu quero ajudar. Mesmo que eu não goste da sua mãe, pelo que ela te fez.

ㅡ Eu não sei nem o que dizer. ㅡ Lágrimas começaram a rolar pela face dela e me abraçou tão forte, tão gostoso, que eu tive a certeza de estar fazendo a coisa certa.

ㅡ Não precisa dizer nada, Beka, seu abraço já está me dizendo tudo. Já disse que amo seu abraço?

ㅡ Boba! ㅡ Beka riu, e parou de me abraçar, secando as lágrimas ㅡ Obrigada por não me julgar, por eu querer ajudar a minha família, mesmo eles não me amando.

ㅡ Eu nunca faria isso, afinal, família é família, mesmo que ninguém mereça a sua ajuda, você ainda tem o mesmo sangue que eles. ㅡ Puxei Beka para dar um beijo em seu rosto e abraçá-la mais uma vez. ㅡ Vou ligar agora mesmo para o meu pai, essas coisas devem precisar de agilidade.

Peguei o telefone que ficava ao lado do sofá e liguei para meu pai. Ele agora ficava durante a semana fora, mas voltava no fim de semana e eu estava amando isso. Como eu já imagina, ele aceitou o meu pedido e disse que iria falar com o advogado o mais rápido possível. Após desligar o telefone, contei para Beka tudo o que meu pai falou e ficamos conversando mais um pouco, até que Mel ligou para ela e ela teve que ir. Confesso que amei ter visto Beka e enquanto estive com ela, esqueci completamente da Rafa, mas foi só ela ir embora, que a imagem da amiga dela a abraçando veio me atormentar e mais uma vez, lá estava eu, segurando a vontade de chorar. Voltei para meu quarto e me deitei outra vez, mas dessa vez não consegui segurar as lágrimas. Eu sabia que era uma boba por estar chorando por ela, mas era impossível me controlar. Desisti de lutar e, chorando, prometi que dessa vez eu iria esquecê-la para sempre.



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