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História Só vejo você - Minha Razão De Viver


Escrita por: MikaWerneck

Notas do Autor


Boa noite, leitoras lindas <3
Finalmente apareci com o capítulo, não é?
Espero que gostem, beijos!

Capítulo 60 - Minha Razão De Viver


Fanfic / Fanfiction Só vejo você - Minha Razão De Viver

POV REBECA

Acordei alguns minutos antes que meu celular despertasse, eu estava abraçando Mel de conchinha e ainda podia ver Lisa dormindo profundamente, como se aquela poltrona fosse a cama mais gostosa do mundo. Inspirei o perfume dos cabelos da morena mais linda que eu já tinha conhecido e fechei meus olhos. Essa podia ser a coisa mais simples do mundo, mas esse momento matinal me deixava muito feliz. Acordar abraçando e sentindo o perfume da pessoa que era meu mundo, era tudo. Eu não queria mais nada, só viver isso todos os dias da minha vida.

Nossa noite foi maravilhosa, Mel cuidou muito bem de mim e eu dela. O fato de poder ter Lisa conosco me deixava feliz, eu estava morrendo de saudades dela e poder matar um pouquinho dessa saudade já me fazia um bem enorme.

Os minutos passaram rápido e logo o despertador tocou. Reclamei e abracei Mel mais forte, dando um beijo em seu rosto e então parei de abraçá-la para esticar o braço, pegar o celular no criado mudo e desligar o alarme. Nem Mel e nem Lisa se mexeram com o barulho, eram duas dorminhocas, muito lindas por sinal, e isso me fez sorrir.

Me levantei e então me dei conta que eu estava na casa da Mel, não ia dar tempo de passar em casa e pegar um uniforme limpo, eu iria perder muito tempo. Decidi por o uniforme que usei no dia anterior e fui para o banheiro. Eu não fazia ideia de como eu iria levar a Lisa para a creche sem me atrasar. Até podia pedir para Mel nos levar, mas eu já estava abusando demais da bondade dela e de seus pais e ela estava dormindo tão gostoso, que eu não queria acordá-la. Após uns dez minutos no banheiro, voltei para o quarto e olhei na mochila que era da Lisa, mas não havia mais roupas limpas e nem fraldas. Eu devia ter ido comprar durante a noite, não podia deixar ela na creche sem fraldas, e o pior é que nem devia ter nada aberto ainda, eu ia me atrasar muito, mas esperar algum lugar abrir perto da creche era a única solução.

Decidida peguei Lisa devagar, mas ela acabou acordando e começou a chorar. Não era possível ser tão pequena e tão dorminhoca.

ㅡ Calma, Lisa, não chora. ㅡ Pedi com voz suave, mas ela me ignorou completamente e aumentou o tom do choro.

ㅡ O que está acontecendo? ㅡ Mel acordou e coçou o olho, bocejando.

ㅡ Eu só estava acordando a Lisa para levá-la para a creche. ㅡ Respondi balançando Lisa para que ela parasse de chorar.

ㅡ Já está na hora? ㅡ Perguntou se sentando na cama e estava tão linda com cara de sono.

ㅡ Ainda não, mas não posso enrolar muito, se não irei me atrasar, a creche fica fora de mão. ㅡ Me sentei na cama também, e Lisa foi parando de chorar.

ㅡ Acho que ela ainda quer dormir, amor. ㅡ Mel disse passando a mão nos cabelos de Lisa, que fechou os olhos gostando do carinho, apenas soluçando agora.

ㅡ É isso mesmo o que ela quer. ㅡ Sorri e dei um beijo no rosto da morena ㅡ Bom dia, linda!

ㅡ Bom dia, minha vida. ㅡ Mel estava sorridente e me deu um beijo. ㅡ Porque não deixa ela dormir mais um pouco, eu posso levá-la para a creche.

ㅡ Você tem suas coisas pra fazer, não quero incomodar.

ㅡ Ir para a Universidade? ㅡ Mel riu e me deu vários beijos no rosto ㅡ Linda, não é incômodo nenhum, eu amo a Lisa e quero te ajudar, então para de drama, deixa ela aqui comigo e vá trabalhar sossegada, porque a Lisa está em boas mãos.

ㅡ Tem certeza?

Mel balançou a cabeça concordando e como eu sabia que nada que eu disse iria fazer ela mudar de ideia, sorri e coloquei a Lisa sobre a cama. Ela já dormia profundamente outra vez, dei um beijo em sua testa e afaguei os cabelos.

ㅡ Ela está sem fraldas, sem mamadeira, preciso comprar e…

ㅡ Beka! ㅡ Mel me interrompeu e olhei para ela ㅡ O que eu te disse? Pode ir sossegada trabalhar, eu nunca tive filhos e nem irmãos mais novos, mas saberei como cuidar da Lisa e se eu não souber, mamãe me ajuda. Não se preocupe, tudo vai dar certo.

ㅡ Tudo bem, eu só ia te dar umas dicas.

ㅡ Você é uma ótima irmã, e uma ótima namorada, mas precisa começar a relaxar, não se preocupe tanto.

ㅡ Obrigada, Mel, vou tentar. ㅡ Sorri e dei-lhe um beijo, eu amava minha namorada, mas eu não conseguia ficar tranquila sabendo que eu tinha tanta coisa para resolver em tão pouco tempo. ㅡ Preciso ir agora. ㅡ Me levantei e dei outro beijo nela.

ㅡ Não se esqueça de fazer compras hoje, amor. A Lisa pode ficar conosco por alguns dias.

ㅡ Não irei esquecer, te amo! ㅡ Pisquei para ela e depois nos despedimos.

 

O dia passou tranquilo e fui muitas vezes questionada por curiosos o que tinha acontecido no dia anterior. Percebi que na maioria das vezes eles nem estavam preocupados com o que realmente tinha acontecido, só estavam curiosos mesmo pelo fato de a polícia estar envolvida. Durante o dia, fui separando algumas coisas para comprar, pois se eu aparecesse hoje sem ter comprado nada, Mel iria brigar comigo. Separei vários doces que eu sabia que Lisa gostava e outras coisas que ela iria precisar. Eu sei que eu não podia ficar feliz pela minha mãe estar presa, mas foi por causa disso que a Lisa estava comigo e ver, brincar e encher ela de carinho me deixava muito feliz.

Quando o dia acabou, peguei as coisas que deixei reservadas, passei no caixa e depois fui para casa. Mel não tinha ido me buscar hoje e imaginei que era por causa da Lisa. Ela também estava amando ter a pequena loirinha na casa e queria cuidar dela como se fosse sua irmã. Acabei sorrindo ao pensar nas duas, sem dúvidas, elas eram a razão do meu viver.

Ao chegar em minha casa, guardei tudo o que comprei e fui tomar um banho para depois ir até a casa da minha namorada. Quando eu já estava pronta para sair, peguei meu celular e vi várias chamadas perdidas de um número desconhecido e entre elas uma ligação da Bia. Eu não ouvi nenhuma porque eu deixava meu celular no silencioso enquanto eu trabalhava e como eu não tinha o hábito de ficar olhando, nem vi as notificações.

Saí de casa e após trancar a porta, liguei para Bia para saber o que ela queria.

ㅡ Finalmente você olhou para esse celular, Beka, já faz horas que te liguei.

ㅡ Desculpa, Bia, é que deixo ele no silencioso, nem ouvi. Boa noite pra você também.

ㅡ Boa noite, hunf! ㅡ Bia resmungou e acabei rindo silenciosamente ㅡ Meu advogado pediu seu número e também tentou te ligar, ela queria falar com você.

ㅡ Então é dele o outro número… Ele te adiantou alguma coisa?

ㅡ Parece que ele estava te esperando na delegacia, interrogaram sua mãe, e parece que ela será solta com uma fiança, mas ele queria saber se você iria pagar.

ㅡ Meu Deus, ele deve estar muito chateado comigo, então. Vou ligar para ele.

ㅡ Isso, é melhor ligar para ele, talvez ele ainda esteja te esperando lá. E não se preocupe com os preços Beka, meu pai disse que ajudaria, lembra?

ㅡ Sim, eu lembro, obrigada por tudo, Bia.

ㅡ Agora liga pro advogado, bobinha. Até mais!

Antes que eu pudesse responder, ela desligou e eu só não liguei para o advogado, porque já havia chego na casa da Mel. Eu tinha o costume de andar bem rápido pelas ruas e eu fazia isso sem perceber de tão automático que era. Toquei a campainha e logo Nicole abriu a porta toda sorridente.

ㅡ Olá, Beka! ㅡ Tocou no meu ombro para que eu entrasse e assim o fiz.

ㅡ Olá, doutora Nicole, a Mel está?

ㅡ Pra você é só Nicky, Beka, não precisa de formalidades. ㅡ Sorriu outra vez e balançou a cabeça. ㅡ A Mel está lá em cima, ela disse que ia dar um banho na Lisa.

ㅡ Sério? Eu posso ir lá ver como ela está se saindo?

ㅡ Por favor, Beka, a casa é sua.

ㅡ Obrigada! ㅡ Sorri tímida e fui procurar por Mel e Lisa. Eu ainda ficava tímida em algumas situações, mas talvez isso fosse normal.

Fiquei muito curiosa para saber se Mel tinha conseguido dar banho em Lisa, mas quando cheguei no banheiro não encontrei as duas. Ouvi algumas risadas e as segui, Mel estava com Lisa em seu quarto. Lisa já estava vestida e sentada na cama, brincando com o urso enorme que Mel tinha enquanto Mel penteava os cabelos de Lisa, muito cuidadosa, ao mesmo tempo que conversava com ela. Mel também seria uma excelente mãe e eu seria capaz de ficar ali admirando essa cena a noite toda, mas acabei me lembrando do advogado, eu precisava ligar para ele. Entrei no quarto e como Mel estava ajoelhada na cama de costas para mim, a abracei por trás, dando um beijo em seu pescoço. Mel estremeceu, primeiro pelo susto e depois pelo arrepio que correu seu corpo todo com esse meu gesto tão simples.

ㅡ Ai, Beka, que susto! ㅡ Reclamou, mas deitou a cabeça para o lado pedindo por mais beijos e cobrindo minhas mãos que a envolviam com as suas.

ㅡ Eu imaginei que iria se assustar ㅡ Sussurrei em seu ouvido e depositei mais beijos pelo pescoço dela perfumado.

ㅡ Boba, só não brigarei com você porque foi um susto gostoso.

Sorri e parei de abraçá-la, me sentando na cama. Mel se sentou também e me deu um beijo.

ㅡ Viu, amor, a Lisa fica tão à vontade aqui, que nem percebeu que você chegou. ㅡ Riu divertida.

ㅡ Estou vendo e estou morrendo de ciúmes, que história é essa, Lisa? ㅡ Brinquei e fiz cócegas em Lisa, que começou a rir e então me olhou. Não resisti e a peguei no colo, enchendo a bochecha dela de beijos.

ㅡ Não, Tata! ㅡ Lisa gritou tentando escapar dos meus beijos e então a soltei.

ㅡ Sua malandrinha, nem ama mais a Tata, não é? ㅡ Falei e dei mais um beijo em seu rosto macio.

ㅡ Coy coy gande. ㅡ Lisa disse empolgada e correu de volta até o urso, se jogando nele, fazendo eu e Mel rir muito. Lisa era tão pequena e tão interesseira.

ㅡ A Lisa está com roupas novas, vocês não…

Mel concordou com a cabeça, com cara de criança levada.

ㅡ Mamãe fez questão, passamos numa loja antes de levarmos Lisa na creche e compramos algumas coisas que ela iria precisar.

ㅡ Você e sua mãe precisam levar uns tapas, não havia necessidade de nada disso.

ㅡ Claro que havia, Beka, as cuidadoras da creche iam por o que nela se a roupa dela sujasse, hein? E nem foi muita coisa, só aquelas sacolas. ㅡ Mel apontou para um canto no quarto com umas cinco sacolas grandes. Olhei de volta para Mel e ela sorria, pegou a minha mão e me deu um beijo. ㅡ Não precisa dizer nada, amor, foi tudo ideia da minha mãe.

ㅡ Está certo, não… ㅡ Meu celular começou a tocar me interrompendo e após ver o número do advogado, atendi e falamos bem pouco, pedi desculpas por antes e ele pediu que eu fosse até a delegacia, pois precisava conversar comigo.

ㅡ Quem era? ㅡ Mel perguntou curiosa assim que me viu encerrando a ligação.

ㅡ Era o advogado, ele disse que precisamos conversar lá na delegacia, eu preciso ir.

ㅡ Ele não disse porque? ㅡ Mel se levantou já vestindo um sobretudo preto. ㅡ Vou te levar, ele está com pressa?

ㅡ Sim, está, ele me ligou várias vezes hoje, mas eu só vi quando estava vindo para cá, nem deu para retornar. Parece que minha mãe vai ser solta.

ㅡ E sobre seu irmão? ㅡ Mel agora enrolava uma echarpe no pescoço e foi se olhar no espelho, ajeitando os cabelos.

ㅡ Ele não disse nada ainda, acho que quer me falar pessoalmente.

ㅡ Entendi, vamos?

ㅡ Vamos. ㅡ Sorri admirando Mel mais uma vez, eu sempre iria achar ela uma mulher linda, não importa o que fizesse ou como se vestisse. ㅡ Me levantei e peguei Lisa no colo, e ela resmungou, queria continuar brincando com o urso. ㅡ Depois você brinca mais, pequena.

ㅡ Podemos deixar ela com minha mãe.

ㅡ Acho que é uma boa ideia, a delegacia não é um lugar legal.

Descemos conversando e fomos até a cozinha, Nicole aceitou ficar com Lisa enquanto íamos conversar com o advogado e então fomos até a delegacia. Eu estava nervosa, eu sentia que alguma coisa não estava bem, mas tentei manter a calma, era o melhor a se fazer nessas horas.

Não demorou muito e chegamos, esperei Mel e entramos, mas nem foi necessário eu perguntar por ele, pois ele me viu e veio até nós. Um homem alto, com uma barriga grande, dessas de que toma cerveja o final de semana inteiro, mas bem simpático.

ㅡ Com licença, você é a Rebeca?

ㅡ Sim, sou eu.

ㅡ Eu sou o advogado, a Bianca me contou que você era ruiva, então foi fácil te encontrar. ㅡ Ele sorriu e começou andar, então Mel e eu o seguimos. Fomos até um local calmo e com alguns bancos e nos sentamos. ㅡ Não tenho boas notícias sobre o Ricardo, o caso dele está muito complexo, drogas, roubo, armas, e uma gravação foram o suficiente para que ele fique uns bons anos preso.

ㅡ Uma gravação? ㅡ Perguntei achando isso estranho.

ㅡ Colocaram uma escuta enquanto você e seu irmão conversavam ontem e isso foi quase uma confissão, é uma prova contra ele muito relevante.

ㅡ Eu não acredito que eu cai numa armadilha. ㅡ Passei a mão nos cabelos nervosa ㅡ Eles podiam ter feito isso?

ㅡ Não podiam, mas agora já está feito, por outro lado, a senhora Victória será liberta por esse motivo, pois vocês deixaram claro que ela não tinha nenhum envolvimento com tudo o que estava acontecendo, mas ainda assim ela foi interrogada, só para confirmarem o fato e como ela não tem antecedentes criminais, ela poderá sair agora mesmo da prisão, desde que paga a fiança.

ㅡ Entendi, mas e como fica a situação do Ricardo?

ㅡ Ele já foi transferido para uma penitenciária hoje de manhã e será julgado. Mas, Rebeca, vou ser sincero com você, já vi muitos casos assim e não tem como seu irmão ser inocentado, nem mesmo com o melhor advogado desse país, as provas contra ele são muitas e ele ainda foi preso em flagrante, ele vai pegar vários anos de prisão, mas eu irei tentar reduzir a pena dele, porque ele também não tem antecedentes criminais. Esse é o meu papel aqui. ㅡ Disse abrindo a bolsa que ele trazia consigo, tirou um cartão de dentro e me entregou. ㅡ Aqui tem todos os meus contatos, se não me encontrar em um número, encontrará em outro e pode me ligar sempre que for necessário ou se tiver alguma dúvida, e é para me ligar mesmo, está bem?
Concordei com a cabeça, mas ainda estava nervosa com o fato de ter sido uma idiota e não ter percebido que estavam gravando minha conversa com Ricardo. Por isso que o policial fez tanta questão para que nós dois conversássemos.

ㅡ A Bianca autorizou a já deixar pago a fiança da sua mãe, mas ela ainda está presa, porque precisava de sua assinatura.

ㅡ Tudo bem, então o senhor me manterá informada sobre tudo no caso do meu irmão?

ㅡ Sim, qualquer informação eu te ligo, não se preocupe.

ㅡ Obrigada!

Ele sorriu e como não havia mais o que conversar, fomos até a recepção para que eu assinasse alguns papéis e Victoria fosse liberta. Eu não queria rever minha mãe, mas então me lembrei que eu estava com a Lisa e provavelmente ela iria querer vê-la e levar para casa, isso se ela ainda tivesse um coração.

Mel o tempo todo tentava me passar calma, fosse com o gesto mais simples e isso me mantinha forte. Enquanto estávamos lá, esperando minha mãe, ela me abraçou. Ela percebeu que eu estava triste pelo fato de Ricardo ainda estar preso, e queria me dar seu apoio, não com palavras, mas com seu amor e carinho.

Após alguns minutos de espera, que pareciam não ter mais fim, eis que Victoria finalmente surgiu acompanhada por um policial. Notei que ela estava um tanto envergonhada e não conseguiu me olhar nos olhos, o que eu dei graças, pois eu também não queria encará-la.

ㅡ Senhora… ㅡ O advogado dirigiu a palavra a minha mãe e lhe estendeu a mão. ㅡ Sou o advogado que irá cuidar do caso do seu filho e aqui está meu cartão. Pode me ligar sempre que necessário.

ㅡ Obrigada! ㅡ Minha mãe disse e pegou o cartão.

ㅡ Eu já expliquei tudo para a Rebeca, ela irá te contar, eu preciso ir agora, mas qualquer coisa, me ligue. ㅡ Ele sorriu e após se despedir, saiu da delegacia.

Houve um silêncio horrível, eu não conseguia dizer nenhuma palavra para a senhora que era a minha mãe e que havia me machucado tanto. Eu só queria sair o quanto antes desse lugar e ficar a sós com minha namorada. Percebendo o clima estranho, Mel segurou minha mão, me encorajando e então eu falei.

ㅡ Estou com a Lisa, vou te levar até a casa da Mel para pegar as coisas dela.

ㅡ Deixa ela lá por hoje, eu não estou muito bem. ㅡ Ela disse quase sem voz e isso me fez sentir pena dela ㅡ Me passa o endereço e amanhã eu irei buscá-la.

ㅡ Está bem…

ㅡ Deixa que eu anoto. ㅡ Mel se apressou em dizer e abriu a bolsa, pegou um bloco de anotações e anotou o meu endereço. Depois entregou para minha mãe.

ㅡ Passe amanhã lá pelas oito da noite. ㅡ Pedi, se ela aparecesse mais cedo não iria me encontrar.

ㅡ Tudo bem…

ㅡ A Senhora não está muito bem, quer que a deixamos em casa? ㅡ Mel perguntou e a olhei estranhando a pergunta.

ㅡ Não precisa, podem ir, eu preciso andar. ㅡ E dizendo isso, foi saindo da delegacia.

Ela realmente estava estranha, muito mais do que já era, e fiquei me perguntando se eu devia me preocupar com isso. Mel me abraçou de lado e também saímos, fomos até o carro.

ㅡ Sua mãe não está nada bem.

ㅡ Acho que foi o choque da realidade, ter um filho e um namorado bandido e uma filha lésbica deve ter sido fatal.

ㅡ Pensei nisso também. ㅡ Mel riu ㅡ Mas fiquei com pena dela, ela está acabada.

ㅡ Eu sei que ela não merece, depois de tudo o que ela me fez, mas confesso que ver ela toda estranha me deixou mal.

ㅡ É difícil, amor, mas ela é sua mãe, é normal se sentir assim e eu sei que você é uma ótima moça, com um grande coração.

ㅡ Mas eu não devia, Mel.

ㅡ Devia sim, você não merece sentir raiva de ninguém, ainda mais da sua mãe. É normal você sentir pena dela ao vê-la nessa situação.

Dei um meio sorriso e não consegui dizer mais nada. Eu queria ser essa pessoa que ela estava dizendo que eu era, mas eu não conseguia perdoar minha mãe, mesmo antes de saber que eu era lésbica, ela sempre me tratou muito mal e não tinha motivo nenhum para isso. Eu sempre tentei ser uma boa filha, dei o melhor de mim e nunca recebi nenhum carinho em troca, Victoria simplesmente não gostava de mim e ponto.

Mel me abraçou e deu um beijo em minha testa.

ㅡ Te amo, tá? ㅡ A olhei e sorri. ㅡ Tem uma loirinha lá em casa que também te ama, e meus pais que também te amam e você não precisa de mais ninguém, já somos uma família feliz.

ㅡ E eu te amo muito e amo seus pais, e sou imensamente feliz por ter o amor deles e ser aceita com muito carinho. Vocês são o meu tesouro e sempre irei proteger com todo amor.

ㅡ Own, Beka, assim eu fico emocionada. ㅡ Mel sorria enquanto dizia e nos beijamos.

ㅡ Linda, você eu amo muito mais. -- Passei a mão com carinho no rosto dela e suspirei, desejando que nosso amor nunca morresse.



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