História Só você não vê... - Eu amo o Leiftan

Khalissa abriu os olhos com certa dificuldade pois estavam inchados de tanto chorar na noite anterior. Ela olhou confusa para seus braços e se surpreendeu ao ver que todos os seus machucados e hematomas haviam sido curados, mas os musculos ainda estavam doloridos de tanto se debater nas correntes apertadas e dormir pendurada pelos pulsos. Abriu a boca e tentou falar algo mas sua voz não saia, pois a garganta ardia por falta de líquido, a barriga doía de fome e ela tremia de frio por conta das roupas que se tornaram trapos rasgados. Observou a sala com mais atenção, era uma sala pequena, um pouco menor que o quarto no QG, havia uma janela do tamanho de um caderno com grades, o local tinha enormes teias de aranhas e manchas de mofo. Quanto tempo estava ali? Ela não sabia. A janela dava para outra sala, ela não sabia se era dia ou noite.
-S....SOCORRO!
Ela gritou com dificuldade, sentindo a garganta se rasgar com o esforço. Ela escutou passos e a porta de metal maciço se abriu com violência. Leiftan lhe lançou um olhar apaixonado e triste.
-Olá meu amor.
Ela se debateu em pleno desespero e ele suspirou baixando a cabeça
-Não faça isso...vai se machucar
-M-mais..?-Ela falou com dificuldade e ele tomou fôlego.
-Se você tivesse aceitado meu amor por ti, tudo seria mais simples, sabia? Você não come o que trago para você comer, não bebe o que trago para você beber, recusa as roupas que lhe ofereço,  os carinhos que tento lhe dar... Não quero você morta, sabe? Quero você me amando. - ele disse olhando-a preocupado
-En...tão não... me machuque-Ela disse roucamente
-Khalissa, meu amor! Eu não quis machuca-la. O que fiz aquele dia foi para lhe mostrar que seu amor tem que se direcionar somente a mim.
-....na-não. Am...o Valk...Yon-
Ele suspirou e abriu as algemas fazendo-a cair como um saco vazio. Deixando uma bandeja com comida e um copo de água ele saiu.
-Vamos ver se uma hora você não vai me amar. -Ele disse antes de bater a porta violentamente, causando um baque metálico.
Khalissa se arrastou com dificuldade até a bandeja e comeu  tudo bem rápido, não sabia quanto tempo mais se aguentaria sem comer. Quando pegou o copo e o levou aos lábios sentiu um cheiro estranho no copo, era uma mistura do perfume de Valkyon com o cheiro dos biscoitos que a mãe dela fazia no natal.
Ela se lembrou vagamente de uma coisa que Ezarel lhe falou, na primeira semana no QG

"Reconhecer poções do amor é bem simples, elas são totalmente incolores e não tem gosto, parecem água, exeto pelo cheiro. Elas tem o cheiro da coisa que mais lhe atrai, obviamente o meu."

Mas ja era tarde. Uma minúscula gota caiu nos lábios de Khalissa e seus pensamentos se tornaram névoa imediatamente. Só consegui identificar uma frase concreta em meio a tantos pensamentos e lembranças perdidas.
Eu amo Leiftan.
-Eu...amo o Leiftan.- Falou Khalissa, sem expressão, sem nem ao menos piscar