1. Spirit Fanfics >
  2. Sobre Kombis, amores e falhas no Matrix >
  3. Os amores

História Sobre Kombis, amores e falhas no Matrix - Os amores


Escrita por: olmo

Capítulo 2 - Os amores


Acordei disposto e fiz as malas com a ajuda do Sehun, juntando tudo de importante que havia naquele apartamento minúsculo e deixando as coisas inúteis da vida pra trás, não precisaria delas. Na verdade nunca precisei, mas só fui perceber naquela hora.

Entreguei dois atestados dizendo que a gente tava com catapora prum amigo levar até a direção da faculdade. Eles eram daquele tipo que tinha de matar e mostrar o pau, sabe? Então era melhor inventar uma desculpa satisfatória do que simplesmente sumir.

De mochila nas costas, eu andei até a conveniência, pensando a todo momento se tava fazendo a coisa certa e logo depois suspirando aliviado.

Não tinha como dar errado.

Era só uma semana. Uma semaninha de férias, longe daquela cidade barulhenta e da faculdade que eu só frequentava porque era o que se esperava de um jovem de 22 anos.

Seria bom.

– Você tá longe – Sehun falou enquanto andávamos, até então eu havia esquecido da presença dele – Tá tudo bem?

– Tá tudo ótimo – suspirei, sorrindo enquanto andávamos lado a lado – Mais que ótimo. Supimpa.

Baek não exigiu um valor muito alto pela velha Kombi, mas toda minha economia e um pouco da de Sehun se foi na compra. E eu não me importei nem um pouco.

– Convida ele – Sehun sussurrou no meu ouvido antes de sairmos da conveniência.

– Mas o seu Joca vai ficar sozinho e…

– Vai com eles – Seu Joca se pronunciou, desviando os olhos do idílio que lia e falando pro  filho com um sorriso amarelado estampado na cara – Eu chamo outra pessoa pra me ajudar.

– Tem certeza, pai?

– Mas claro.

– Já que você insiste, então…

– Vamos acampar – Sehun falou, olhando o mato baixo que nos seguia pela janela.

Já faziam umas quatro horas que andávamos sem rumo pela estrada. A noite já havia caído quase por completo e eu dirigia devagar enquanto Sehun e Baek conversavam animados.

– Onde? – perguntei.

– Em qualquer lugar – Sehun riu – Eu trouxe uma barraca e podemos fazer uma fogueira também. Tem bebida e marshmallows.

– Sendo assim…

Estacionei em um velho campo vazio, terroso e sem nenhum resquício de que fosse usado pra plantação ou qualquer outra coisa a algum tempo. Fiz a fogueira enquanto Baek e Sehun armavam a barraca.

Não tava tão frio, mas o clima não era exatamente quente. A noite era bonita e o barulho dos grilos, nossa trilha sonora.

...

Conversávamos alto e bebiamos bastante, afinal não havia ninguém por perto. Os marshmallows estavam esquecidos em um canto, não eram tão necessários.

Eu já tava meio alto quando Sehun chamou o Baek pra sentar no seu colo e nem me importei muito. Na verdade eu nunca me importava, afinal só éramos colegas de quarto. Com alguns benefícios, é claro. Brotheragem, alguns nomeiam.

– Relaxa – Sehun falou antes de beijar o pescoço e também os lábios bem vermelhos do Baek.

Ele devolveu com vontade e foi uma cena muito boa de ver.

Me aproximei assim que terminei a terceira garrafa.

Puxei o rosto de Baekhyun e o beijei com força, um beijo molhado, sem me importar muito com qualquer coisa. Ele sorriu e eu também, as bochechas estavam bem vermelhas, muito fofo.

– Você beija bem, Seu Jongin.

Sehun levantou uma sobrancelha pra mim e eu sorri de canto.

– Que foi? Quer também?

– E você ainda pergunta, seu bisbórria.

Ri soprado e o puxei pela camisa havaiana - aquela comprada na loja de dez reais perto da conveniência -, beijando-o com mais calma, aproveitando o momento.

A troca de beijos perdurou até irmos parar na barraca aos tropeços, sabe-se lá como fizemos a proeza de chegar lá sem cair no caminho. Dali em diante só continuou, na verdade, mas muito mais intensamente. O tempo parou.

– Sabe que alguém pode se arrepender do que aconteceu aqui quando o efeito do álcool passar – Sehun falou com a voz lenta, embargada, a cabeça pousada no meu peitoral. Ele acariciava os cabelos do Baek enquanto eu os dele.

– Ainda bem que trouxemos bastante bebida.

...

– A bebida acabou – foi a primeira coisa que Sehun falou quando acordei pela manhã.

Ele tava do lado de fora da barraca, já vestido.

– Você é um alcoólatra mesmo – esfreguei os olhos, sentando no colchão já murcho – Compramos mais no caminho, não te preocupa.

Me vesti e virei para o lado, observando Baek que ainda dormia em um sono profundo, as orelhas se movendo involuntariamente vez ou outra.

– Ei – chamei, dando uns tapas gentis no ombro nu dele – Acorda.

Ele emitiu um som manhoso, como um bebê acordando. Se espreguiçou, abriu os olhos langorento e sorriu.

– Bom dia.

– Bom dia – me inclinei e dei um beijo na bochecha dele, carinhoso – Levanta e se veste. Vamos tomar café da manhã antes de sair.

– Café da manhã? Que horas são?

– Quatro da tarde.

...

– Pra onde vamos? – Baek perguntou, pausando a leitura de seu livro - Diário de um jornalista bêbado, o nome do exemplar - e olhando pro Sehun, que desta vez dirigia.

Sehun olhou pra mim no banco de trás, perguntando com os olhos a mesma coisa.

– Não sei – falei com sinceridade, tomando o livro do Baek e deitando em seu colo – Pra onde vocês querem ir?

– Eu queria visitar a pizzaria de Houston – Baek se pronunciou – Fica na próxima cidade. Eles fazem a maior pizza do país lá.

– Sério? – perguntei animado. Pizza era minha coisa favorita depois de Kombis. E do Sehun. E do Baek também.

– Muito sério.

– Então vamos pra pizzaria de Houston.

– Let's go – Sehun mancomunou e meteu o pé no acelerador.

...

A pizza era realmente grande, mas não era grande coisa. Com isso eu quero dizer que não era tão diferente de comer uma pizza de tamanho normal. Só era mais cara e massuda. Uma daquelas coisas que você compra só por parecer legal e depois não sabe se se arrepende ou não. Eu não me senti arrependido, ao contrário de Sehun, minha barriga tava bem cheia.

Estacionamos a Kombi na praia, bastante perto da pizzaria. Íamos ficar lá naquela noite já que a pequena barraca deu conta de nós três na noite passada. Ô se deu.

Sentamos confortavelmente depois de fazer a fogueira. Baek havia conseguido algumas garrafas de cerveja e eu bebericava enquanto assistia as ondas se formarem, não muito altas. A maré tava baixa e a lua alta, brilhante no céu.

– Eu queria fazer isso pra sempre – falei, rodeando a cintura do Sehun que estava sentado no meu colo e deixando um beijo molhado no pescoço dele antes de tomar mais alguns goles da cerveja morna.

– Fazer o que? – Baek perguntou. Ele arrumou a brasa da fogueira e voltou a sentar.

– Viajar na Kombi com vocês. Descobrir novas coisas, lugares, pessoas, pizzas... É incrível. Queria fazer isso pra sempre.

– Será que podemos? – Baek questionou.

– Vamos só aproveitar o agora – Sehun se manifestou, colocando um beck entre os lábios e acendendo – A vida acontece. Vamos deixar ela acontecer. Certo?

– Certo.

– Certo.

Naquela noite dormimos juntos na areia. Foi bom, apesar dos borrachudos.


Notas Finais


eu tava pensando q vcs deviam tá pensando
que seu joca não é nome coreano
pois bem
o seu joca é carioca
só queria deixar esclarecido


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...