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História Sobre o Tempo e o Amor - Prólogo


Escrita por: Bentossi

Notas do Autor


1 - Sobre a capa: o rapaz da esquerda é um modelo francês representando Valentim, o da direita um ator representando Leandro.
2 - Altarial, a cidade onde passa-se a história, é uma cidade fictícia do interior de São Paulo. Podem haver outras cidades fictícias, eu avisarei.
3 - NÃO É SÓ YAOI DIRETO. Os personagens tem seus passados, seus problemas pessoais, passam por situações cotidianas, etc... Tudo isso eu vou trabalhar na fic, então não esperem que vá ter casalzinho no terceiro capítulo. Quero trabalhar bem o relacionamento dos personagens, os personagens em si, e as descobertas. Isso não quer dizer que não tenham cenas fofas hahaha.
4 - Agradeço a todos que se interessaram e quiseram ler a história, obrigado.

Capítulo 1 - Prólogo


-Sete anos atrás.-

O som das crianças se divertindo em horário de intervalo invadia os ouvidos de Valentim, mas não chegavam a incomodá-lo. O garoto estava concentrado demais no que tinha para falar, ali naquele momento, e não podia perder tempo. Afinal, o intervalo da oitava série durava apenas quinze minutos, e agora que conseguira ficar a sós com Leandro no banco escondido atrás do laguinho artificial, onde quase ninguém ia, precisava abrir de uma vez seu coração.

“Lê, eu preciso te contar uma coisa. Espero que não atrapalhe ou afete nossa amizade.” Val começou, de forma nervosa, encarando o amigo com um olhar inseguro, enquanto torcia as mãos sobre o colo, tentando se tranquilizar. Leandro pareceu confuso por um momento, sentado no banco com as pernas bem abertas, mas apenas anuiu. “Não quero que você fique com raiva de mim também, ou entenda errado. Eu só vou te contar isso porque sou seu amigo.”

Valentim encarou o colega, esperando alguma confirmação para que ele mostrasse que houvesse entendido. Afinal, eles eram melhores amigos, e se divertiam muito juntos, mas poucas vezes tinham conversas sérias. Então o jovem estava nervoso.

“Eu acho que eu sei o que você quer falar.” Leandro colocou a mão amigavelmente no ombro do colega com um sorriso reconfortante nos lábios. Valentim quase derreteu de tranquilidade com aquilo. Se ele já sabia, estava tudo muito mais tranquilo! “Pensei bastante sobre isso nesses últimos dias, e fico feliz que você tenha criado coragem pra me falar, mas eu já sabia. Então eu acho que isso não vai abalar nossa amizade em nada.” O rapaz continuou, em tom gentil e afagou de leve o ombro do amigo.

Entretanto, Valentim percebeu que havia algo de errado naquilo. Do que Leandro estava falando? O que ele tinha pra dizer não condizia com uma reação daquelas.

“Espera aí. O que você acha que eu ia falar?” Val se afastou do toque do amigo, levantando a guarda novamente e ficando sério. Céus, se Leandro entendera errado, ele teria ainda mais dificuldades em contar aquilo. O outro pareceu extremamente confuso.

“Ué. Eu achei que você ia me dizer que beijou um cara. Eu não tenho problema nenhum com isso, não vai mudar nossa amizade em nada.” Leandro explicou com simplicidade e honestidade, o tom de voz gentil. No mesmo momento, Valentim sentiu seu coração disparar em desespero.

“Não é nada disso!” Anunciou em um rompante, repentinamente inseguro, sentindo seu rosto começar a ficar corado na mesma hora. Pulou do banco e ficou em pé na frente de Leandro. “Eu não sou gay, de onde você tirou isso?” Buscou se defender, nervosamente, e o amigo pareceu ficar sem jeito e sem palavras. Antes que ele pudesse falar ainda mais asneiras, Valentim soltou o que chamara o amigo para contar, antes que houvessem mais desentendimentos “Eu te chamei para falar que sua namorada, Isabella, saiu com o Douglas da turma C. Me contaram, e eu vim te contar.” Disse de uma vez, nervoso, com o coração disparado no peito, sem querer aparentar ter se importado tanto com o engano de Lê.

Leandro pareceu não entender. Por um momento ele pareceu cético, depois triste, e depois… Preocupado. Valentim apenas conseguia olhá-lo, nervoso, esperando por uma resposta.

“Obrigado por me avisar. Eu vou ver isso.” Leandro ficou em pé e estendeu uma mão pro amigo. “Desculpe pelo que eu falei antes, não acho que você seja gay.” Encerrou com simplicidade, e Val engoliu em seco, antes de apertar a mão do amigo, que depois lhe deu as costas sem nenhuma palavra a mais e saiu, provavelmente abalado pelo que acabara de ouvir.

Valentim ficou ali, com o coração apertado e disparado, ainda nervoso com aquela situação. Não queria que Leandro achasse que ele estava inventando aquela história por algum tipo de ciúmes relacionado a Isabella, ou por outra razão. Mais ainda, não queria que o amigo ficasse chateado.

Entretanto, fora muito pior do que ele poderia imaginar. Aquela conversa de que Leandro achava que ele era gay… O deixou desesperado. De nenhuma maneira Valentim poderia imaginar que aquele assunto sairia por ele ter chamado o amigo para contar um segredo. Principalmente porque ele achava que disfarçava tão bem aquilo que tinha percebido nos últimos anos!

E o que Valentim percebera, era que ele era mesmo gay. Nunca beijara outro rapaz, mas no fundo sabia que era. Tentava lutar contra aquilo, mas sabia que não era algo que ele pudesse mudar. Nascera daquele jeito, e agora, estava aterrorizado com aquele fato, e não sabia lidar exatamente com aquela descoberta.

De toda maneira, aquele episódio ficou marcado em sua mente como uma marca de ferro em brasa. E foi o que lhe deu confiança de contar ao amigo que era gay, dois anos depois, quando ele aceitou sua condição.

E como Leandro prometera, aquilo não mudou nada na amizade deles, pelo contrário, a aumentou ainda mais! Eles ficaram mais próximos quando Valentim parou de mentir para ele, e o Leandro encarou os preconceitos que tinha com muita garra, até sumir. Eles nunca perderam a amizade, e a cada ano, eram mais amigos e menos pensavam que um dia aquela relação tão boa poderia acabar.

Até chegar em pontos… Confusos.

 



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